HBM Consultores Associados Ltda.

O Cooperativismos sob a ótica da Administração exemplo de auto-gestão.

*Mauro G. Wabner Pupe.

A história do cooperativismo localiza sua origem em 1844, em pleno século XIX, na Inglaterra, mais precisamente na localidade de Rochdale. Vinte e oito tecelões deram vida à primeira cooperativa e ao movimento sócio-econômico que assombraria os mais atrevidos precursores do sistema. Por seu extraordinário êxito, abriram novos horizontes de um futuro de paz, solidariedade social e democracia, já que uma cooperativa é uma entidade fundada na ajuda mútua e no trabalho mancomunado.

Nem eles, nem nós da COOMEC- Cooperativa Industrial Mecânica Ltda, jamais imaginamos que seriamos citados com exemplos para os estudantes da ciência da Administração.

Sem dúvida, é a AUTOGESTÃO o que se pratica na COOMEC. Se exaltávamos a autogestão do sistema cooperativista pátrio, dada a autonomia ou alforria que lhe concedeu a atual Constituição, aqui se trata da autogestão administrativa institucional, como que dicotômica em relação a co-gestão (onde os empregados participam, com os empregadores, da administração da empresa). Aqui na COOMEC, tal como reconhecido nos arestos jurisprudenciais, os associados são os donos do seu próprio negócio.

O acatado CHIAVENATO, Idalberto, Mestre e Doutor (Phd) em Administração de Empresas pela City University of Los Angeles, Califórnia/USA, em uma de suas tantas obras (Teoria Geral da Administração", 4° Ed., 1993- Editora McGraw-Hill) apresenta "cases", como o da Souza Cruz e outras, além dos das "Cooperativas Wallig" como carinhosa mas equivocadamente éramos conhecidos. Ainda que proponha tais casos para análise e discussão, parece inequívoco que recolheu exemplos de gestão participativa, como os mencionados, para ilustrar o contexto em que capitulou a TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS.

"O conflito é uma chaga social; a cooperação é o bem-estar social"... A teoria das Relações Humanas trouxe novas dimensões e novas variáveis para a Teoria Geral da Administração. Seguindo CHIAVENATO (232 p.) os principais pontos desta teoria são:

- trata a organização como grupo de pessoas ( e não como máquinas);

- enfatiza as pessoas ( e não tarefas ou tecnologia);

- inspira-se em sistemas de psicologia ( e não de engenharia);

- delegação plena de autoridade ( e não autoridade centralizada);

- autonomia do empregado (e não linha de autoridade);

- confiança e abertura (e não especialização e competência técnica);

- ênfase nas relações humanas ( e não acentuada divisão de trabalho);

- confiança nas pessoas ( e não em regras e regulamentos);

- dinâmica grupal e interpessoal ( e não separação entre linha e staff).

E praticamente conclui (233 p.), "Torna-se indispensável conciliar e harmonizar as duas funções básicas da organização industrial: a função econômica (produzir bens e serviços para garantir o equilíbrio externo) e a função social (distribuir satisfações entre os participantes para garantir o equilíbrio interno)".

Mas uma vez a teoria desbordada por CHIAVENATO parece confluir e desaguar no cooperativismo, que alguém disse, e nós repetimos outra vez mais, "é o braço econômico do socialismo e o braço social do capitalismo, a um só tempo".

*Jornalista, advogado, presidente da COOMEC e autor do livro "Trabalho Solidário - o bem sucedido case COOMEC", editora Palomas,1996. coomec@poa.zaz.com.br

Página Inicial