A indagação que ficou foi " como as novas formas de organização das relações de trabalho podem ser parceiras fiéis do desenvolvimento do trabalhador, com vistas à organização estratégica?"

A construção da solução passa necessariamente pelo entendimento de três pontos basilares: a Administração Estratégica; a contingência ambiental; e, as relações de trabalho.

A Administração Estratégica é aquela que busca a eficiência e a eficácia, sendo efetiva no longo prazo. Para isso os seus objetivos estratégicos fundamentam-se em produto ou serviço e na conquista ou manutenção de um mercado.

A contingência ambiental é o fator determinante das mudanças de mercado. Em tempos de globalização, onde as mudanças de mercado acontecem com velocidades cada vez maiores, a adaptação é a palavra chave para a sobrevivência e/ou o crescimento das empresas.

As relações de trabalho de uma Administração Estratégica num contexto de contingência ambiental deverão ser, obrigatoriamente, flexíveis o suficiente para permitir a sistemática adaptação da empresa ao mercado. Nesse sentido as relações de trabalho vão contribuir decisivamente para a efetividade da empresa, ou seja, a sua continuidade sem subsídios por um longo tempo.

O momento presente que é caracterizado por uma forte recessão econômica e de grande disputa pelos clientes, a característica é preços e quantidades em queda. Assim sendo, as empresas têm dificuldade de manter os seus contingentes de mão-de-obra ociosos enquanto aguardam que "alguém" faça o mercado melhorar. Por isso, fazem a adaptação através dos cortes de pessoal, ou seja, através da diminuição dos seus custos fixos.

Os cortes proporcionam num primeiro momento um alívio na pressão dos custos fixos, mas interferem indiretamente na produtividade ao afetar a motivação dos colaboradores que ficam. A dúvida "quem serão os próximos" ameaça as necessidades de segurança e de sobrevivência de todos os remanescentes.

Uma solução concreta é a organização planejada da força de trabalho em " especialistas flexíveis", que serão capazes de atuar em diferentes células de produção de diferentes produtos, ou, então capazes de desenvolver diferentes habilidades em diferentes etapas dos processos de execução dos serviços.

A especialização flexível exige: de um lado, um investimento em educação e treinamento da mão-de-obra para a formação de colaboradores holísticos; de outro lado, ao fixar os colabora-dores na empresa colhe os benefícios da sua motivação através do incremento da eficiência e da eficácia organizacional, dentro de um processo de adaptabilidade permanente que remete a empresa à efetividade.

A especialização flexível pode e deve ser complementada pela terceirização, cujo tema será desenvolvido na próxima oportunidade.

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