HBM Consultores Associados Ltda.

Autogerenciamento

Prof. JOSÉ EDUARDO ZDANOWICZ, DDO.

A alienação do funcionário é resultante da indiferença administrativa e dos conflitos individuais existentes dentro da própria empresa. Onde ele desempenha, na maioria das vezes, tarefas rotineiras, que lhe foram distribuídas. Daí, surge o problema da insatisfação pessoal, para quem não vê perspectivas de realização profissional. Isto poderá gerar custos adicionais à empresa, em termos de desperdícios, devoluções e qualidade do produto.

O autogerenciamento exige algumas condições básicas para a sua implantação na empresa. Primeiro, é necessário que haja um planejamento em educação e treinamento a longo prazo, em todos os níveis, para que a empresa possa mudar a sua cultura e preparar o profissional para liderar as atividades operacionais e gerenciais. Neste contexto, o profissional deve estar preparado para ser eficaz, eficiente e efetivo, em tudo o que faz para a empresa.

Por outro lado, o profissional precisa estar satisfeito com a remuneração que recebe e só será responsável pelo que faz, na medida que tiver liberdade para participar e opinar sobre as atividades propostas. Entretanto, deve haver limites em seu campo de atuação. Acresce-se, ainda, que as condições de trabalho na empresa são importantes para incentivar a formação do espírito holístico do indivíduo e da equipe.

 

É primordial a existência de um corpo funcional que atue integrado, comprometido e voltado ao objetivo maior da empresa. Logo, é preciso educar, treinar e preparar os funcionários para conhecer e liderar as atividades operacionais, táticas e estratégicas. O trabalhador não pode ser visto preso à máquina, mas exercendo a sua criatividade, para obter novos ganhos de produtividade e benefícios comuns.

 

O autogerenciamento é parte integrante do novo processo de administração, que visa o correto e ágil funcionamento da empresa moderna. Hoje, é preciso alcançar as metas da organização com efetividade, encantando o cliente na medida certa. Isto será resultante da eficácia e eficiência dos profissionais, de forma individual e coletiva.

 

A empresa, ao estudar a implantação do autogerenciamento, deve ter objetivos e metas claramente definidos. Os controles de avaliação gerencial, também, devem ser de conhecimento geral das pessoas envolvidas no processo. Não basta a empresa propor metas. É preciso que o funcionário participe da discussão, crítica e aprovação das metas. Não há como responsabilizar alguém por algo que ele não teve chance em debater, nem de opinar. Fica difícil cumpri-lo na integra.

 

A implantação do autogerenciamento ensejará auto-organização, autodeterminação e auto-execução de atividades integrais e coletivas. O profissional deve abrir espaço para sua realização e, acima de tudo, tornar-se visível, construir valor para a equipe, para a empresa e para o cliente.

 

O autogerenciamento é a forma mais fácil e rápida em promover a plena realização profissional, pois o colaborador deve ser visto como ser humano, motivado para desenvolver suas atividades com satisfação, alegria e amor. Este é o grande avanço, no qual se pode obter vantagens, não só nas relações trabalhistas, mas também nas relações sociais, pois as pessoas passam a interagir em equipe, dialogando, ouvindo outras idéias e praticando sua criatividade. Isto representa um grau de qualidade imensurável para o indivíduo e, consequentemente, para a organização.

 

O autogerenciamento qualifica o ambiente cultural da empresa, estimula a harmonia da equipe e enriquece a personalidade. A idéia é procurar não ver o profissional como um instrumento de manipulação, mas sim como um elo indispensável ao sucesso próprio e da empresa, administrando oportunidades e driblando ameaças.

 

Infelizmente, a cultura na qual estão inseridas as empresas brasileiras, não está focada na visão de autogerenciamento, o que poderá culminar na perda de terreno em relação à concorrência global.

Página Inicial