São
justamente durante os períodos de baixa que e mais fácil
reconhecer
alguns
dos mecanismos que regem as decisões dos agentes e investidores
do
mercado
accionista.
Como
dizem os chineses, são nos momentos de crise que adquirimos mais
conhecimento
e experiência que devemos aproveitar para construir um futuro
mais
seguro.
O
mercado accionista mostra que não compramos ou vendemos simplesmente
participações
em empresas mas sim que negociamos as expectativas que os
investidores
e agentes têm de retorno ou risco nas suas respectivas
carteiras.
São
também, nestes momentos de baixa de preços das acções,
que alguns passam
a
ser árduos defensores dos investimentos de longo prazo.
É
inegável que para os grandes investidores, que possuem fluxos contínuos
de
capital
e estão sempre com disponibilidade para novas compras - Boas ou
Mas
- , este é o momento de aproveitar os baixos preços para
aumentar as
suas
posições. No entanto um falso entendimento do termo " Investimento
de
Longo
Prazo " pode levar aos pequenos e médios investidores a acreditar
que,
segurando
as suas posições compradas, poderão garantir lucros
no futuro. Na
verdade
a hipótese de alavancagem (crescimento rápido) do capital
depende
fundamentalmente
do timing (momento) das compras e das vendas. Decorrente do
fato
de não possuírem fluxos contínuos ( ...Alheios ) de
capitais para
investimentos
e também por estarem a margem das fontes de informação,
os
pequenos
investidores ficam aparentemente condenados ao prejuízo ou aos
pequenos
ganhos. As alternativas que restam aos pequenos são os fundos de
acções
e administração de capital indirecta .
A
eterna luta entre a ganância e o medo norteiam as atitudes dos
investidores.
A diversidade dos tipos de investidores e seus respectivos
pesos
num determinado mercado são elementos que determinam os movimentos
dos
preços
dos papeis. Outro elemento de fundo psicológico é a memória
dos
preços
que costumam criar barreiras temporárias para os movimentos de queda
e
posteriormente de alta e são conhecidas com níveis de suporte
ou
resistência
de preços. Estes e outros elementos formam as bases do
desenvolvimento
das análises de mercado e do posicionamento " estratégico
"
que
cada um deve cultivar e adoptar , para melhor explorar o " Mix " do seu
capital
.
Cabe
a cada um escolher as suas ferramentas e aprofundar os conhecimentos
sobre
o tema.
Qualquer
indevido , independentemente da ordem de grandeza dos capitais com
que
especula , tem que ter claramente presente que a função dos
" Mídia " ,
bem
ou mal , e informar que uma Sociedade Gestora de Fundos , tem por
função
antes de mais
remunerar os seus accionistas e que TODO o mercado financeiro no seu
conjunto
é uma GRANDE INDUSTRIA MULTIDISCIPLINAR , da qual muita gente
depende
e nela tem os seus interesses instalados ... QUE NAO SAO
NECESSARIAMENTE
COINCIDENTES COM O SEU ... ...
"
O SEU OBJECTIVO ... " NA SUA POSICAO " , É SÓ UM ... «
Ganhar dinheiro
consistentemente
» ". Se na sequência disso " ELES " ganham também ...
Ok
...
se nao " Ai é que já não pode ser nada
" .
" O QUE É UM ESPECULADOR E O QUE NAO DEVE SER UM INVESTIDOR "
-
Um grande amigo disse-me uma vês uma frase elucidativa sobre este
facto
...
" Não interessa o que você trabalha ... , interessa o que
você ganha " .
Pessoalmente
reforço o conceito com a seguinte ideia " Na Bolsa não
interessa
com que dinheiro entra , interessa com que dinheiro sai ... " ...
«
O que é que quer isto dizer ? » .
-
Especular no sentido correcto e objectivo do termo é não
só um dever como
uma
obrigação de todo o individo inteligente e arguto . Para
especular você
não
necessita de ser o Warren Buffett nem o Soros . Se o seu vizinho tem
muito
dinheiro , um bom carro , uma boa casa ... " e até compra acções
"
...,
nada mais natural ... , proveito o dele .
AGORA
, não pense que por isso , automaticamente ele é um bom especulador
dos
mercado financeiros ... no máximo ele poderá ser " um bom
especulador "
da
sua actividade .
Na
Bolsa ... e principalmente na Bolsa , não é a quantidade
de meios que é
determinante
mas , a eficácia e a eficiência com que se empregam ... o
resto
vem
por acréscimo .
O
especulador " Pacientemente Misturado na Multidão " agradece-lhe
os erros
e
a gula . Da graças por a sua conta poder comprar o ultimo modelo
da BMW ,
por
poder restaurar a vivenda , por poder educar os filhos nos melhores
colégios
...
No
próximo Bull de Mercado , ele lá estará , ... " Figura
sem Rosto " pronto
a
devorar a próxima horda de carneiros .
A
única coisa que ouvira do especulador é ...
«
O Meu Profundo Obrigado » .
Começa a ser notória a falta de rigor objectiva e desconforto de alguns "Comentadores , Day-trader " , relativamente a conjuntura Macro-Financeira dos mercados de capitais a nível global.
É felizmente notória e também visível , a forma como alguma informação económica tradicional já compreendeu a conjuntura e procura esclarecer sem alarme e com rigor o difícil" Momentum " dos mercados .
O investidor registara a posteriori e como é habitual , quem no momento oportuno estava mais preocupado com receitas de exploração ou com informação credível e pragmática .
Vem no entanto o presente artigo de opinião focar um outro aspecto que julgo de importante utilidade reflectiva e ainda de maior utilidade patrimonial ; o investimento a " longo prazo " sob a forma de acções, e a forma como tem sido entusiasticamente exposto com frequência de forma elucidativamente dogmática e quase herética .
Desiluda-se
o leitor , se pensa que o vou refutar. Longe de min querer ser colocado
na fogueira da felizmente extinta , inquisição .
Vou
no entanto dar-lhe algum " peso e medida " , porque confundir princípios
estruturais de investimento oportunos , enquadrados no correcto ciclo de
mercado , com passividade inactiva , perante condicionalismos e desenvolvimentos
prováveis de alto risco patrimonial , serão por certo oportunos
para alguns , mas muito pouco oportunos para a maioria.
Para todos os entusiastas do " Longo Prazo , Cego " que neste momento estarão a afiar as facas , com as enumeras , exaustivas e até recentes comprovações estatísticas de que a observação do investimento passivo de longo prazo é a " melhor formula de investimento do mundo " ... desde já lhes digo o seguinte :
1º A única coisa que está provada é o que aconteceu nos últimos 70 anos . o que " acontecerá " nos próximos 70 , ninguém o sabe ... muito menos a estatística por razões sobejamente conhecidas.
2º Não existe um único investimento alternativo mensurável a que tal principio possa ser aplicado e se existe , faça o favor de demonstrar.
3º A maior parte dos testes realizados reproduzem a realidade de um mercado . Duvido da amplitude geral desse principio de forma extrapolada . E nem adiante que seleccionem as datas que mais lhes convém para demonstrar o contrario porque a realidade é diferente e até nem me impressiono com facilidades estatísticas analíticas não lineares ou lineares.
4º
As médias que servem para aferir o conceito são evolutivas
. Quer isto dizer que é necessário " ter lata " para
esquecer que a composição ponderada de um índice evolui
em função do peso de determinadas empresas que nascem , crescem
, decrescem e até morrem .
Se
nos anos 50 o que era bom para a GM era bom para o Mercado , actualmente
o que é bom para a Microsoft ...
5º
Por último , ... mas afinal , que raio de perspectiva de investimento
é esta em que com o património financeiro em devastação
ou risco, se fica impávido e sorridente .
É
realmente caso , para efectivamente perguntar ... mas afinal , está
a rir do que ?
6º
"Aqui ao lado ..." , em Hong Kong , Tóquio
ou na Coreia , por certo a teoria terá
neste momento muita saída ...
Mas
talvez nem valha a pena ir tão longe , bastando para tanto dar somente
uma espreitade-la nos Fundos A , B
, e C comercializados localmente e em que nos
quais , os subscritores devem estar alem de radiantes , extremamente entusiasmados
com a referida postura de Longo Prazo.
Ao longe ainda vejo fumegante aquele imponente barco apinhado de gente que se acotovela pelas salas e pelo convés.
Em
1992 quando a viagem começou ,éramos uns poucos ; visionários
e audases.Nessa altura toda a gente tinha medo do grande barco e quem nele
entrava era olhado com suspeição.
A
tripulação também era mais experiente e cortes.
Com
o tempo e o afluxo de clientela ,foi sendo substituida por marujos.A maior
parte vinda suponho , de barquinhos de recreio.
Foram
no entanto monumentais as farras e as festas iniciais de 1993 e 1994 .Em
1995 fizemos uma paragem.
O
barco depois de algumas reparações ,seguiu viagem . Em 1996
lá arrancamos de novo.
A
tripulação nesta altura aumentou ,sem perder a qualidade.O
publico mais informado ,começou a afluir.
A
viagem tornou-se ainda mais interessante.Sucediam-se as festas e o convívio
era desportivo e saudavel.O mar era calmo e o tempo ameno.
Já
em 1997 o ambiente mudou de súbito e radicalmente . Apareceram muitas
promoções a bordo.Tambem se começou a incentivar massissamente
o público para aderir a viagem .Em 1997 a velha tripulação
também já tinha sido toda substituída . Do requinte
dos salões foram tirados todos os objectos que não permitissem
a entrada de mais e mais gente.Por esta altura todos tinham já perdido
o medo de marinhar.
Por
entre conversas eram também audíveis e visíveis ,grupos
de pessoas que se acotovelavam para ver e ouvir proeminentes senhores "vestidos"
de marinheiros .
As senhoras ,suspiravam e os cavalheiros acenavam concordantes com a cabeça.
Certo dia em finais de 1997 fomos contra uma escarpa. Houve certo alvoroço , mas tudo não passou de um susto . Alguns cheliques ,pequenos desmaios aqui e ali alguém a procura de bóias ,mas nada que rapidamente não tenha sido resolvido com palestras e comunicados de esclarecimento em que se dava conta de uma pequena falha técnica.
Mais tarde vim a saber que o comandante nesse dia estava com uma grande bebedeira e que tinha deixado ao leme um grumete .
Em 1998 a situação tornou-se insustentavel.Existiam filas de gente para tudo. Os divertimentos cada vez também eram menos. Era necessário criar mais e mais espasso.Por todo o lado , toda a gente opinava sobre o barco.Devia andar mais depressa,devia andar mais devagar ,devia parar ali,devia parar aqui .
Recordei
com nostalgia os convivas e companheiros de viagem de outros tempos , particularmente
três proeminentes financeiros aposentados.
Um
andava sempre a dizer que quando se tem um ganho inesperado ,deve-se parar
para pensar,interiorizar a nova condição e depois prosseguir.
O
outro que só lhe interessavam os lucros intermédios dos mercados
."Os grandes Ganhos " tinha por hábito deixa-los para os outros
.
O
último falava com frequência na Teoria da Útilidade.
-Se
tiveres de arriscar cem escudos para ganhar mil contos , arriscas.Se tiveres
de arriscar quinhentos contos para ganhar mil contos ,já deves pensar
duas vezes.
Foi por esta altura que decidi contar os salva vidas a bordo . Fiquei espantado porque também tinham sido suprimidos para aumentar o espaço.
Tendo sabido por intermédio de um velho e veterano maquinista que não dormia sem um colete ao lado ; desta "pequena paragem "nesta ilha, para meter "mais combustível" foi então que decidi sair.
Ao
longe ainda vejo o barco a afastar-se com enorme algazarra , muitos risos
e burburinho. A musica é farta e os novos viajantes acotovelam-se
pelo convés e pelas salas.
Na
calma da pequena ilha olho para um dos jornais do dia anterior.Em letras
garrafais estava escrito - " NESTE BARCO ESTA-SE MUITO BEM " - .
Lembrei-me
do " nosso " Camilo de Oliveira :
-
ESTA-SE ,ESTA-SE ... Esssssssta-se .