"Matemática e poesia - um jogo para filósofos e guerreiros."

Gô, também chamado de Wei-chi, é uma arte marcial chinesa de 4000 anos de idade, materializada em forma de jogo, que foi criada por monjes budistas como forma de meditação.

É jogado em um tabuleiro quadrado de madeira, com uma matriz de linhas desenhadas, composta por 19 linhas e 19 colunas, e tem por objetivo o cerco de territórios e a captura de inimigos. É um jogo de guerra de soma zero, pois os dois participantes compartilham e disputam o mesmo território, respeitando um conjunto de meia dúzia de regras muito simples, que podem ser aprendidas em dez minutos.

As peças pretas e brancas (feitas de ardósia e madre-pérola), em formato de discos voadores, são colocadas alternadamente nas intersecções das linhas, na tentativa de cercar a maior parte dos 361 territórios, além de escapar de serem cercadas pelo inimigo.

Cada decisão carrega consigo muita tensão, dualidade, sutileza e confusão - muitos significados e possibilidades. E as peças nem se movem!

A todo momento ambos os jogadores são forçados a analisar o tabuleiro inteiro para revisarem a macro estratégia e tomar a melhor decisão. Muitas batalhas locais interconectadas e recorrentes combinadas contribuem para a guerra em larga escala e capturam a concentração dos jogadores, em ciclos de análise micro e macro, como em mandalas. Os jogadores ficam realmente absorvidos pelas estratégias, o que os leva a meditar sobre suas vidas - sua complexidade e dualidade, desejos e frustrações!

É uma arte, e no final do jogo uma bela mandala é formada, uma poesia composta por duas mãos, mostrando a interação, desejos, perguntas e respostas dos dois jogadores - uma obra-prima, já que nunca, nunca é igual, pois reflete a estrutura psicológica e experiência de vida de cada um dos jogadores naquele momento.

É um jogo de reconhecimento de padrões, e a pessoa mais experiente e que aprendeu a importância de estar equilibrado normalmente ganha. Possui também um sistema de handicap, que permite jogadores mais fracos enfrentarem os mais fortes em pé de igualdade, e também um ranking internacional.

Aspectos metafóricos do jogo, relacionando-o com a vida, negócios e guerra, combinados à filosofia budista e taoísta e à tradição samurai japonesa fazem do jogo algo para o resto da vida.

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