PROF. ROBERTO MINADEO
INTRODUÇÃO
Mais fácil do que definir o conflito é visualizar a situação ideal de harmonia permanente, que é justamente uma situação na qual não se dá o conflito. Negociar não pode ser necessariamente entendido como regatear, e, muito menos, com um cabo de guerra. É mais produtivo para todos que se procure que ambas as partes avancem na mesma direção: uma grata surpresa será presenciada com essa força trazida pela sinergia gerada.
DEFINIÇÃO DE CONFLITO
O traço central de um conflito é a existência de uma interdependência das partes, embora esta não seja simétrica. As partes necessitam do consentimento do outro para uma solução razoável. Situações de independência ou dependência requerem processos diferentes para se obter a superação do conflito.
O conflito é um fenômeno envolvendo duas ou mais partes, relativamente independentes, que tem interesses comuns em uma situação, e para cuja execução efetiva é exigido algum tipo de consentimento, aprovação ou cooperação destas partes; os interesses em jogo podem ser complementares ou concorrentes, sendo que, no primeiro caso, a soma ou complementação de interesses facilita uma solução, enquanto que, no segundo, somente ações distributivas de direito e riscos permitem tal solução. O conflito pode ter solução mediante diferentes mecanismos, podendo ser tratado de diversas maneiras, e a qualidade da solução dependerá da natureza do mesmo e da efetividade do processo empregado.
É necessário distinguir a solução de um conflito – a erradicação definitiva das causas do mesmo – de um acordo, que é simplesmente a eliminação de suas manifestações. Este último poderia interpretar-se como uma solução parcial ou temporária. Neste caso, as partes envolvidas aceitam modificar comportamentos, sem chegar a alterar atitudes, crenças, valores e pensamentos básicos onde se localizam as verdadeiras raízes do conflito. Estas soluções transitórias costumam resultar da imposição de pressões por terceiros ou do custo e desgaste.
Na década de 1920, Mary Parker Follett, uma das primeiras mulheres a elaborar teorias em administração, tratou da maneira como os administradores lidam com o conflito. Ela achava que a maioria deles escolhia um modo destrutivo para lidar com o conflito no trabalho. Sua pesquisa indicava um método de colaboração para a solução de problemas que defendia o acordo.
NÍVEIS DE CONFLITO
Latente: existem as condições para que ocorra um conflito.
Início: o conflito é declarado.
Balanceamento de Poder: as forças se medem.
Equilíbrio de Poder: uma estrutura de novas expectativas é criada.
Interrupção de equilíbrio: acomodação de forças.
FUNÇÕES DO CONFLITO
A) Sociais
Fator de conhecimento e evolução.
Manifestação ou instrumento de mudanças.
Elemento essencial na formação de grupos, e no surgimento de lideranças.
Estabelecimento de limites dos grupos, fortalecendo sua coesão.
Redutor de tensão, permitindo a manutenção da interação social sob pressão.
Clarifica objetivos.
Leva ao estabelecimento de normas.
B) Pessoais
Estimula o processo de auto-conhecimento.
Estimula o desenvolvimento pessoal.
Leva à emulação dos oponentes.
O CONFLITO NA ORGANIZAÇÃO
Um conflito é sempre acompanhado por tensão e frustração. Onde quer que duas ou mais pessoas no ambiente de trabalham compartilhem os mesmos recursos, ocorrem conflitos. O conflito pode também ser
considerado um relacionamento hostil entre as pessoas, baseado em suas diferenças de temperamento, em invejas mútuas, em antigos ressentimentos não resolvidos, ou até mesmo, na busca de vingança ou de auto-afirmação.
Assim, todo conflito é uma fonte de stress. A quantidade adequada de conflito aumenta a performance do trabalho, mas uma quantidade excessiva prejudica o desempenho da equipe. Uma certa dose de hostilidade e ressentimento dos subordinados é inevitável nos relacionamentos de trabalho, especialmente quando há alguma desigualdade de poder, habilidades, ou de recursos.
Dado que os recursos em qualquer organização são limitados, nem todos os desejos podem ser satisfeitos. O líder precisa ajudar as pessoas a lidar com o conflito, de modo a manter a equipe operando harmoniosamente. O líder atua como mediador, e ameniza as disputas entre os subordinados.
Muitos conflitos são mal solucionados ou não solucionáveis, visto o desconhecimento de suas origens. O negociador eficaz procura identificar a origem da incompatibilidade antes de entra em discussões infrutíferas e desgastantes, isto evitara confortos em questões que nada tem a ver com a natureza do conflito.
O conflito macrocontextual é aquele que é delegado de uma contextura que extrapola o poder de ação das partes envolvidas no processo. Essa contextura inclui elementos das políticas governamentais, das crises nacionais e internacionais dos movimentos sociais e de outros aspectos exteriores à negociação em tela.
O conflito é parte integrante dos processos sociais. O administrador precisa admitir essa realidade, e aprender a lidar com ela. Parte desse inevitável conflito social é inerente ao exercício do poder, que sempre gera algum tipo de resistência nos seres humanos. Preocupadas com os conflitos que ocorrem no seu interior, as empresas têm despendido um esforço considerável na tentativa de desenvolver atitudes mais cooperativas no trabalho e, ao mesmo tempo, preparar suas chefias para uma administração produtiva desses conflitos. O foco tem-se concentrado, primordialmente, sobre as chefias, partindo do pressuposto de que são elas que dão o tom das relações entre os seus próprios subordinados e entre estes e os demais.
Quando as empresas recrutam pessoas para posições de comando, além dos requisitos de conhecimentos e habilidades específicas, elas buscam pessoas com determinadas características de personalidade, tais como: ambição, garra, combatividade etc. Mas, ao fazer isso, se acaba por criar uma grande concentração de pessoas fortemente orientadas para o poder, que é, por sua vez, sempre escasso.
FONTES DE CONFLITO
CONSEQÜÊNCIAS POSITIVAS DO CONFLITO
CONSEQÜÊNCIAS NEGATIVAS DO CONFLITO
BIBLIOGRAFIA
Paula Júnior, Odino Marcondes de. Como chegar à Excelência em negociação: administrando os conflitos de forma efetiva para que todos ganhem. Rio de Janeiro, Qualitymark. 1992.