Análise em 16-8-2000
Depois da atribuição de 3 estrelas a um conjunto de empresas, as
empresas que ficaram, ainda não classificadas, são:
Caima, PT, Sonae SGPS, BES, BPI, BCP, Sonae Imobiliária,
Cofina
Vamos atribuir 4 estrelas às seguintes empresas:
Caima ****
Tem pouca liquidez, mas tem uma série de factores muito positivos. Antes do mais está
nas mãos da Cofina, reconhecidamente uma boa equipa de gestão. A Cofina até poderá
vender a sua posição na Caima para se concentrar na nova economia, mas, se o fizer,
será a bom preço. A cotação actual (15.2 euros) é mais ou menos igual ao preço de
aquisição por parte da Cofina. Os fundamentais são bons: o PER 99 é de 9.3, bastante
baixo, e houve uma subida de 200% nos lucros do 1º trimestre. Esta empresa ainda não
reflectiu nas cotações o bom momento do sector da pasta. Mesmo que a rentabilidade torne
a diminuir devido à descida da pasta, o valor contabilístico da acção é muito
superior a esta cotação, principalmente por causa do seu património florestal. O risco
é pequeno. Possível uma subida de 30 a 50% no prazo de um a dois anos.
Sonae SGPS ****
O valor fundamental desta grande holding não pode ser bem aferido pelo PER pois ela
aposta em lucros pequenos e em grandes mais valias ocultas ou na realização de
alienações. Se somarmos o valor das participações obtemos valores bem superiores a
esta cotação (ver análise da Sonae SGPS na página Análises). Além disso, o grupo
Sonae tem uma grande influência política, que lhe permite obter os negócios em
condições mais favoráveis do que os outros grupos. Isso explica a espectacular
valorização das acções desde 1992 até 2000. Tanta capacidade, de gestão e de
lobbying, é susceptível de manter-se no futuro, pelo que são prováveis novas
valorizações. No entanto, existe um risco não negligenciável em todo o grupo, devido
à má performance do sector das madeiras (Sonae Indústria; os problemas na Alemanha
persistem) e à grande aposta nas telecomunicações que implicará rentabilidades
negativas durante anos, muito provavelmente. Por essas razões, a holding não merece 5
estrelas, mas sim 4, ajudadas pela relativa baixa da cotação actual (1.63 euros).
BPI ****
O PER 99 = 17.6, passará para 13 em 2000 devido ao aumento de lucros (26% no 1º
trimestre). Os fundamentais são razoavelmente bons. Como este banco não tem um
accionista que domine a 51%, vai ter de o arranjar (para garantir a manutenção dos
cargos do establishment no banco) ou outro banco vai aproveitar esta fraqueza e OPá-lo.
Uma OPA deverá ser a mais de 5 euros por acção, pelo que as acções estão baratas. A
qualidade da gestão é das melhores. Se a cotação estivesse ainda a 3.5 talvez
merecesse mais. A 3.9 merece ainda 4 estrelas.
BCP ****
O PER 99 = 13 deverá aumentar, pois é previsível uma diminuição de lucros do banco
(previsão da ES Research). Mas, mesmo com um PER de 15, continua a ser uma das blue chips
mais atractivas em termos fundamentais. A liquidez é excelente. O crescimento tem sido
constante e tem sabido digerir bem os bancos comprados. A gestão é o melhor que há na
banca nacional. Como problema no horizonte, apenas uma possível degradação da qualidade
das redes exploradas, no longo prazo, pois o banco embarcou numa "obsessiva"
política de aquisições desde há muitos anos, com o fim óbvio de ganhar dimensão,
para garantir os cargos do actual establishment. Essas aquisições poderão não ter sido
todas justificadas do ponto de vista financeiro. A cotção também está bastante acima
do valor contabilístico. Merece 4 estrelas.
Sonae Imobiliária ****
O PER é de 20 e deverá diminuir para 17 em 2000. Os centros comerciais continuam de
vento em poupa e há mais a serem construídos em Espanha e Brasil. O negócio é
rentável e seguro. A expansão continua, embora não seja desenfreada. Parece uma acção
sem qualquer risco e relativamente subavaliada. Uma aposta segura, que apenas peca por um
potencial de subida não muito extraordinário. 4 estrelas.
Restam as empresas PT, BES e Cofina. Essas
ficam para a próxima.
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