Análise em 22-5-2000

Esta página, tal como outras anteriores, pretende definir que empresas do nosso mercado NÃO deverão ser adquiridas numa estratégia fundamental de longo prazo. O objectivo é ir acrescentando aqui empresas que deverão ser evitadas, com vista a seleccionar um conjunto mais restrito das que são boas para investir, numa óptica de longo prazo, e com base em dados fundamentais. Note-se que a decisão de rejeição não invalida que façamos compras especulativas de curto prazo de vez em quando, se se justificar, apenas rejeitamos a estratégia buy and hold de longo prazo. As rejeições ou classificações de empresas devem ser entendidas como baseadas na situação económica destas empresas, na situação da economia em geral e da Bolsa em particular, no período em que estas linhas são escritas: Maio / Junho de 2000.

Aqui apresentamos mais uma série de rejeições de empresas, com razões menos fortes do que a série anterior. São, na maioria das vezes, rejeições de empresas rentáveis e sólidas, mas que, ou estão caras demais, ou têm pouca liquidez, ou não são aconselháveis por outra razão mais específica.


Estoril-Sol - Estamos a falar de uma empresa que está com um aumento forte dos seus lucros, quer do casino Estoril, quer do da Póvoa (Sopete). O PER de 1999 é de 17. Segunda uma entrevista de Stanley Ho, os resultados em 2000 irão crescer fortemente. Mas, apesar destas boas notícias, a liquidez é baixa, e as cotações não reagiram positivamente a este aumento. Além disso, as receitas do jogo costumam ser penalizadas quando há diminuições do poder de compra, como a que se verifica hoje, causada pelo aumento da gasolina. Além disso, a Estoril-Sol não tem uma estratégia Internet credível, e o jogo online está já a roubar muito mercado aos casinos tradicionais, como o próprio Ho reconhece. Melhor rejeitar.

Teixeira Duarte - Uma grande e dominante empresa no seu sector. Mas o PER é elevado (= 28), o crescimento de lucros esperado para 2000 é fraco (não mais que 5%), há uma certa estagnação dos negócios. O potencial de lucro parece pequeno, pelo que rejeitamos.

Inapa - Ficará com um PER = 8 em 2000, com a subida de lucros. No entanto teve um prejuízo extraordinário no 1ºtrimestre com a venda da Papéis Inapa. Como a Papéis Inapa era a coqueluche do grupo, o facto de ter sido vendida com prejuízo extraordinário (ou seja, abaixo do valor por que estava avaliada no balanço da Inapa SGPS), é bastante significativo e representa uma real perda de valor de todo o grupo. O PER baixo denota, assim, perspectivas duvidosas, e provável diminuição de lucros e cash-flows, não um grande potencial. Apesar da possível fusão com as celuloses, é melhor rejeitar.

Finibanco - Os resultados de 1999 diminuíram. Liquidez baixa. A OPV serviu para os accionistas vendedores despejarem acções caras. Não aconselhável, apesar do aumento de lucros no 1º trimestre.

Banif - Apesar de barato, e possivelmente alvo de OPA, este banco tem problemas orgânicos, não parece estar a ser bem gerido. Não muito aconselhável, embora haja algumas hipóteses. Melhor rejeitar.

Efacec - Uma boa empresa mas, neste momento, o facto de haver grupos como a Siemens e a TMG interessados, faz com que haja especulação em torno dela, e isso desencoraja o nosso investimento, pois poderemos não estar a comprar na altura certa, poderemos apanhar uma "bolha" inflaccionada. Melhor rejeitar.

Barbosa & Almeida - As vendas estão a subir, mas os lucros desceram 7% no 1º trimestre deste ano. O aumento do petróleo afecta bastante esta empresa. Há um acréscimo de concorrência. Positiva é a participação da Sonae SGPS de 49.9%. Mas a Sonae também comprou Portucel a 1400$ há anos e as Portucel não subiram nada, a Sonae também já se espalhou em inúmeros negócios (Universo, Glunz, etc). A liquidez é baixa e o risco alto. Rejeitamos.





                                                                      
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