Análise em 6-7-2000

Depois da atribuição de 1 estrela a um conjunto de empresas, as empresas que ficaram, ainda não classificadas, são:

Caima, Tertir, Jerónimo Martins, EDP, PT, Telecel, Sonae SGPS, Central BI, BES, BPI, BCP, SAG, Brisa, Sonae Imobiliária, Corticeira Amorim, Portucel, Soporcel, Semapa, Cimpor, CIN, PTM.com, Continente, Cofina, Engil, Mota & Companhia, Ibersol, Novabase, Sumolis

Uma nova análise fundamental, feita por nós recentemente, obriga-nos a desclassificar a PTM.com. Tudo indica que a acção está cara demais, a um nível muito inflaccionado, pelo que não merece ser considerada para investimento nesta lista. Rejeitamos, pois, a PTM.com. E as duas estrelas vão para:

Jerónimo Martins **
Tecnicamente ainda está numa tendência descendente de longo prazo. Os lucros estão agora com tendência de estagnação ou mesmo de decréscimo (aumento de 13% de 1998 para 1999, mas diminuição de 35% no 1ºsemestre de 2000). O PER = 21 não pode ainda ser considerado muito baixo, embora também não seja muito alto. Os investimentos na Polónia têm dado problemas e a Polónia não é como o Brasil: na Polónia os concorrentes são as grandes multinacionais alemãs. No entanto, existe potencial para esta acção.

Telecel **
Embora a sua cotação já tenha sido muito penalizada, temos que ter em conta a forte diminuição de lucros que a empresa teve. Já caíram em 1999 20%, e no 1º semestre de 2000 mais 20%. Isto num período em que a maioria das telecoms aumentaram os lucros. No entanto, há expectativas de aumento de lucros para o resto de 2000 (previsões da ESR e do Jornal de Negócios apontam para valores acima dos de 1998, ou seja, acima dos 96 milhões de euros). O PER de 1999 é de 43. Acção a preços interessantes, mas poderá ainda descer alguma coisa, pelo que merece apenas as duas estrelas.

Portucel **
O lucros estão a aumentar devido à subida da pasta, mas há quem diga que o ciclo positivo deste mercado está a chegar ao fim, pelo que não se sabe bem que valorizações estas empresas podem ter mais. O PER 99 = 10, o PER 2000 = 8, segundo previsões. Parece baixo, mas os lucros poderão regredir a seguir. A projectada fusão na Papercel não é clara do ponto de vista do valor das acções.

Soporcel **
Mesmos comentários que no caso anterior. Esta empresa parece ter melhor gestão e ser mais agressiva que a anterior. Também ganha muito com a produção de papel de cópia. Mas de que serve isso, se se vai fundir com a "palha"? O interesse dos accionistas seria, atlvez, contrário à projectada fusão, mas quem houve os accionistas, na confusão de interesses pouco claros que rodeia todas estas fusões e aquisições? Os PERs aqui estão em 30 (lucros de 99) e 15 (lucro esperado para 2000). A melhor gestão desta empresa, e o facto de estar também no papel, justifica os PERs mais altos que na Portucel.

Cimpor **
Quer avance, quer não avance a OPA, a cotação actual rondando os 20 euros justifica-se plenamente, e esta empresa é do melhor que há em termos fundamentais. Aliás, o preço de 20.5 proposto na OPA da Secil é baixo. No entanto, não é provável uma valorização da acção muito para além dos 20 euros e nós não estamos na Bolsa para obter pequenos ganhos seguros. Atribuimos duas estrelas a esta empresa apenas por estimarmos que a acção está correctamente avaliada e com limitado potencial de subida. PER de 99 = 21, PER de 2000 = 16 segundo previsões optimistas. Aumento de lucros de 23% no 1º trimestre de 2000. Só é pena que a cotação já não esteja nos 16 euros para classificarmos a empresa mais acima.

Continente **
Lucros aumentaram 16% em 1999 e previsões optimistas apontam para os 30% em 2000. O PER 99 = 25, um valor nem alto nem baixo. A expansão no Brasil continua. Não é fácil prever as reais perspectivas da cotação. Podem ser boas, mas a acção já está a valores relativamente altos. No entanto, se se confirmar o aumento de lucros de 30% em 2000, a acção subirá. Também deverá subir se a fusão com a JM for para a frente em situação de liderança da Continente. E Belmiro de Azevedo já afirmou que só nessas condições desejaria a fusão.

Engil ** e Mota & Companhia **
Estas duas empresas vão fundir-se mas o PER da Engil já é de 18 e o da Mota idem. Os benefícios da fusão dificilmente trarão grandes acrescentos ao valor das acções a estes preços. Dentro das construtoras, parece que há outras acções com potencial maior. Após o anúncio da fusão, as cotações já ganharam 20%, pelo que já há menos potencial de subida, a não ser que haja grandes melhorias no volume de negócios. E a situação no mercado imobiliário já piorou bastante com o aumento das taxas de juro. Além disso, ambas as empresas assistiram a uma forte contracção de lucros no 1º trimestre.

Ibersol **
Esta estrela do fast-food é bem gerida, está a expandir os seus negócios, mas a rentabilidade não atinge os valores que se esperava nos anos dourados de 1997 e 1998. O PER = 20 avalia a acção correctamente. Existe, no entanto, um grande potencial de subida, devido à expansão dos negócios, à onda consumista que não dá mostras de ir acabar, à abertura de novas cadeias de restaurantes bem sucedidas. Esta é daquelas que, por pouco, não merece as três estrelas.

Novabase **
Uma excelente empresa, metida em e-businness rentável, ligada ao mercado da saúde e ao Grupo Mello, e com uma participação importante no Infordesporto. Mas, mesmo com todo o potencial que lhe temos que reconhecer, a cotação pode estar algo cara, embora não tanto como a PTM.com e a PTM. Note-se que a avaliação da OPV já era certamente por alto e dava valores entre os 7 e os 8.5 euros. A 7.75 (valor médio desses dois valores) a empresa teria que ter um aumento de lucros de 64% ao ano para atingir lucros de 3 a 4 milhões de contos, consentâneos com essa cotação em 5 anos. E as cotações já vão em mais de 10 euros...


Depois destas classificações, as empresas que restam para classificação posterior são:

Caima, Tertir, EDP, PT, Sonae SGPS, Central BI, BES, BPI, BCP, SAG, Brisa, Sonae Imobiliária, Corticeira Amorim, Semapa, CIN, Cofina, Sumolis



                                                                      
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