Recomendações de 1999
 
 
28-12-99 - Comprar Warrants Sonae Indústria a 1.8 - 2.5 
Parece-me que a compra de Warrants Sonae Indústria entre os 1.8 e os 2.5 euros é um bom negócio. As acções da empresa revelam um poderoso sinal de compra a partir de 23-12, com subidas de 5% sucessivas e volumes muito bons. Lembremo-nos de que a empresa tem um accionista forte, está presente em muitos países e é líder mundial no sector de aglomerados.
Os warrants dão direito a subscrever 4 acções a 1924$ (cerca de 9.5 euros) durante mais 1 ano e meio. A cotação da acção vai nos 8 euros. Pode facilmente ultrapassar os 9.5 e, nesse caso, cada warrant passará a valer, em princípio, 4 vezes a diferença entre a cotação da acção e 9.5. Vejamos este caso, nada improvável: a acção sobe a 12.5 euros (subida de 50%). Os warrants valerão 4 * (12.5 - 9.5) = 12 euros. Para quem comprar a 2 euros isto significa um lucro de 500%. Claro que os riscos do investimento são grandes (a acção nunca ultrapassar os 9.5) mas quem não arrisca não petisca e o potencial de lucro parece compensar largamente o risco, devido ao baixo valor em que estão os warrants.
Num mercado desenvolvido, com um público com experiência de opções (muito semelhantes logicamente a estes warrants) a cotação destes warrants estaria bem mais alta, talvez nos 4 euros, mesmo com as acções abaixo de 9.5. É a falta de conhecimentos nesta área do público português que mantém os warrants tão baixos.
 

21-12-99 - Manter Lisnave
Nos últimos dias têm-se acumulado rumores de uma possível nova falência da Lisnave. Os resultados deste ano
vão ser tão negativos que a situação líquida da empresa poderá ficar no vermelho. Apesar disto, não aconselho a
venda da acção agora, na casa dos 2,9 - 3 euros, por achar que nunca se deve vender nada ao desbarato durante
a publicação de más notícias. A situação da empresa é realmente muito má, muito pior do que podia ser antecipado
aquando da minha última recomendação. No entanto, para além de ser mau vender a acção agora a um preço tão
baixo (estão a mudar de mãos 12 a 14 mil por dia, o que mostra que não falta apetite comprador a estes preços,
mesmo com as más notícias), a própria situação da empresa não é clara e há potencial de recuperação. São possíveis
novas intervenções estatais, a todos os níveis, para salvar a empresa. Pina Moura conhece bem o dossier Lisnave
pois tratou dele quando ainda não era ministro, e foi o arquitecto do projecto de reestruturação de 1997. O grupo
Mello manifestou que queria sair da empresa. E então? Dada a sua manifesta incompetência durante décadas à
frente daquele negócio, a sua saída não pode ser assim tão má, desde que fique algum accionista de referência
com capacidade de gestão. O negócio dos submarinos poderá ainda dar um fôlego à empresa e os consórcios
que os vão construir concordam em dar esse trabalho à Lisnave. Finalmente ainda há a possibilidade de, com toda
esta situação, o Governo finalmente reconhecer que tem que se flexibilizar mais o factor trabalho na Lisnave,
assumindo menos trabalhadores, horários flexíveis, menos regalias laborais, tal como acontece nos outros estaleiros.
Se isso acontecer e a empresa for para a frente com essa estrutura laboral mais leve, há um estudo que prevê uma
alta rentabilidade em 2001 (segundo artigo em O Independente), pelo que ainda se poderiam obter ganhos
elevados na Bolsa. Portanto, até se compreende as tomadas de posição no capital a 3 euros: são racionais,
embora muito arriscadas. Sem chegar a tanto como recomendar a compra, pelo menos rejeito claramente a
ideia de vender a este preço. Vamos pagar para ver.
 
 
4-10-99 - Comprar blue-chips em geral
As subidas dos últimos dias, principalmente sexta e hoje (1.5% e 2.1% respectivamente) dos índices bolsistas nacionais constituem um acentuado sinal de compra, que recomenda a entrada em força no mercado. As razões técnicas que sustentam esta afirmação são:
 
1) O índice BVL 30 (se analisarmos pelo PSI 20 as conclusões são as mesmas) está há vários meses a oscilar entre os 4200 e os 4400; hoje ultrapassou os 4500, vencendo assim um nível de resistência técnico. Poderá comprovar isso traçando uma recta horizontal num gráfico MetaStock.
 
2) Duas subidas seguidas de mais de 1.5% já não aconteciam desde o ano passado; isso só por si é significativo.
 
3) São discerníveis neste momento certas "acções locomotiva", que começaram a subir já há muitos dias e atingem valorizações de mais de 10%: Sonae, BESCL, BPA, BM, Telecel, Cimpor, e muitas outras. Um grande número de papéis a subir muito fortemente e com bons volumes costuma ser típico dos inícios de lanços de subida. Estes papéis poderão ser os que vão subir mais nas próximas semanas.
 
4) A maioria das instituições analistas considera o nosso mercado barato e promissor, produzindo expectativas de price targets de 20 a 40% acima dos actuais valores.
 
5) O aumento da frequência de OPAs mostra que os capitalistas consideram os preços das acções atractivas.
Sendo assim, parece aconselhável comprar ou "acções locomotiva" (as que começaram a mexer com subidas e bons volumes desde há 15 dias) ou algumas blue chips que ainda subiram pouco (como a EDP, PT e BCP). Não parece aconselhável a compra de empresas de pouca liquidez neste momento, já que essas jogam outro campeonato (o das notícias intrínsecas da própria empresa) nem acções sobre as quais pairem OPAs (como as do grupo Champalimaud, Cel-Cat, etc), pois essas têm horizontes de valorização limitados pelos preços oferecidos nas OPAs. Aconselhável cancelar todas as posições de venda nos futuros, se se tiver alguma, e passá-las para o lado da compra ou ficar sem nenhuma.
 

30-8-99 - Comprar Lisnave a 4.8 ou outro valor entre os 4 e os 5.5
Recomendo a compra de acções da Lisnave-PSV a 4.8 euros ou a qualquer valor entre os 4 e os 5.5 euros. A minha recomendação baseia-se na Análise Fundamental (ver abaixo). Ao dar este conselho estou, naturalmente, a ter em conta o meu erro de ter aconselhado a compra meses atrás a um preço bastante superior a este. Esse conselho foi um erro que assumo com clareza, mas que não tira valor ao conselho dado agora; pelo contrário, a compra de acções de uma empresa rentável a 4.8 é, em princípio, muito mais promissora do que a compra das mesmíssimas acções a 8. Mas vamos às razões, mais detalhadas, por que eu penso que essa decisão, tomada agora, poderá dar um grande retorno aos investidores a longo prazo.
 
A Lisnave é, neste momento, um grupo sólido e rentável. Os lucros de 1998 foram de 448 mil contos, o que dá 126$ por acção. Nesse exercício foi pago um dividendo de 50$ (41$ líquidos). As explicações para a baixa da cotação são múltiplas:
 
1) O exercício de 1999 está a ser pior em termos de reparação naval, o que deverá levar a empresa a ter prejuízo no fim do mesmo; a empresa apresentou 1.9 milhões de prejuízo no
fim do ano, mas poderá recuperar com lucros positivos no segundo semestre;
2) A Lisnave perdeu os contratos com a R & B Falcon para a conversão de dois navios drilling; se bem que não tenha perdido dinheiro com a desistência da Falcon, é mau perder um cliente tão bom, que poderia trazer muito mais obras no futuro para a empresa;
3) A segunda plataforma da Petrobrás foi também embora (mas por razões internas da economia brasileira e da Petrobrás);
4) Pouca informação dos investidores sobre a empresa, medo que volte a situação de anos atrás de quase falência, e um certo desinteresse actual dos meios bolsistas pelas acções ditas de segunda linha.
 
Apesar destas razões, considero a descida excessiva e penso que, sobretudo devido ao ponto 4), a baixa cotação actual será corrigida para cima, pois o espectro da falência já não paira sobre a empresa, e está no valor mais baixo de sempre. O baixo valor tem a ver com medo e falta de informação, causas essas que, geralmente, acabam por ser corrigidas.
Vou apresentar aqui uma "bateria" de factores favoráveis à compra da acção a este preço.
 
1) O dividendo de 50$ é *obrigatório*, qualquer que seja o lucro da empresa (mesmo que negativo), sob pena de as acções passarem a ter voto, o que a administração não deseja; à cotação de 4.8 euros, o div.yield é de 5.2%, dos mais altos do mercado e bem melhor do que os juros fixos; a empresa deverá ter lucro zero este ano, mas pagará o dividendo em 2000 na mesma; e igualmente nos anos seguintes;
 
2) A empresa não corre qualquer risco de falência; compare-se a situação actual, em que um mau (péssimo) ano do mercado de reparação, mesmo com desistências de dois grandes clientes, produz lucro ligeiramente negativo, com a situação do período 1982-1996, em que a empresa tinha prejuízos de 10 a 16 milhões de contos por ano (nos maus e nos bons), numa trajectória de falência certa (só evitada pelo Governo); agora, graças ao pequeno passivo, nos anos piores, ela não perde dinheiro ou perde pouco; e os anos bons acabarão por vir;
 
3) Para além disso, a empresa já demonstrou que os governos não a deixam cair facilmente, intervindo para a recuperar, devido ao emprego que gera; essas protecções foram decididas tanto na época cavaquista como na guterrista;
 
4) Os grandes trabalhos de reparação podem voltar, mesmo a curto prazo; a Petrobrás continua num ambicioso plano de expansão, que poderá produzir conversões para a Lisnave, há a perspectiva de a Lisnave, juntamente com os Estaleiros de Viana do Castelo, ganharem a concessão dos submarinos para a Armada (só uma notícia dessas, ao nível em que as cotações estão, poderá fazer subir o papel 100 a 200% de repente);
 
5) Outro factor que poderá contribuir para a melhoria dos negócios é a recente subida do petróleo (dos 12 para os 20 dólares / barril) que produziu subidas de 50 a 150% nas principais acções petrolíferas americanas e internacionais (como a própria Falcon, a Esso, a Texaco, etc); estas subidas, caso não tenha reparado, deram-se num ápice, há cerca de 3 meses; é certo que estas acções tinham descido muito com a baixa do petróleo, mas esse argumento também se aplica à Lisnave...
 
6) A recuperação das economias asiáticas, encetada este ano, fará aumentar as trocas mundiais
e, consequentemente, os preços dos fretes marítimos; os fretes altos conduzirão de novo a
mais procura de reparação;
 
7) Em caso de OPA do Grupo Mello (bem provável dada a baixa cotação e reduzida liquidez) ela poder-se-ia reger pelos seguintes valores: 2000$ (valor real das acções segundo um relatório da própria empresa publicado em 1998, valor que poderá ter mesmo algumas consequências jurídicas) ou, na pior das hipóteses, próximo do valor contabilístico, que é de 1165$ e, no fim do ano, poderá ser mais; mesmo a 1165$, essa OPA (ela seria escandalosa, claro, por o valor da acção a longo prazo ser muito maior) daria um retorno de 25% em relação à cotação actual; eu ficaria bem indignado se a OPA fosse a um preço tão baixo mas, mesmo assim, o retorno de 25% seria bom para quem comprasse a acção agora;
 
8) Veja a comparação com 1996: nesse ano a empresa estava falida, não se sabia se haveria uma reestruturação ou não, dava 13 milhões de prejuízo anual, e a cotação estava no equivalente a 4000$ (10 acções antigas = 1 acção actual); hoje a empresa está recuperada, sem passivo, dá lucros (embora pequenos ou nulos nos anos piores), paga dividendos, tem perspectivas de negócio, e está a 900$, menos de 1/4 desse valor!!! E a Bolsa, no mesmo período, subiu 130%!!! A incongruência destes números é gritante;
 
9) O simples critério da capitalização bolsista: quando observamos a Bolsa de hoje, já praticamente não vemos CB's abaixo das dezenas de milhões de contos, mesmo para as empresas médias, como cervejeiras, fábricas de tintas, de porcelanas, etc; a CB da Lisnave é, neste momento, de 3 milhões... Claro que vemos pequenas empresas com capitalizações dessas, mas isso são mesmo empresas *pequeninas*, com facturações de 1 milhão, por exemplo; a Lisnave é um importante estaleiro naval, com aspirações a líder mundial (como o actual administrador disse), com milhares de empregados, facturação de 45 milhões, apoios estatais nas fases difíceis; em termos de importância para a economia, não se percebe qual a diferença da Lisnave para uma Unicer, Centralcer, Soporcel, Tintas Cin, etc; se houver diferença ela é favorável à Lisnave; e a sua CB está 10 a 20 vezes mais baixa do que a destas empresas!!
 
10) Este argumento da capitalização bolsista pode enquadrar-se também com os investimentos feitos; só na Mitrena o grupo já investiu 15 milhões de contos; esses investimentos tornaram o estaleiro de Setúbal um dos mais modernos do mundo, com estruturas variáveis, adaptadas às necessidades do momento, minimizadores dos custos; não parece inteligente investir 15 milhões numa empresa que só vale 3 milhões na Bolsa... E o Grupo Mello não costuma deitar dinheiro à rua;
 
11) A Lisnave tem um potencial especulativo muito forte; nos últimos 2 anos houve 3 escaladas especulativas: em Fevereiro de 1997, subiu dos 3500$ aos 7000$ (100%) com a notícia da reestruturação; em Julho de 1997 subiu até aos 5500$, com a notícia dos novos contratos; em Fevereiro de 1998 subiu dos 1800$ para os 5000$ (200%); uma escalada dessas pode acontecer agora, mesmo a curto prazo; ela só deverá acontecer se surgir uma notícia muito boa; mas notícias dessas poderão aparecer (ver pontos 4 e 5); claro que um acontecimento destes é incerto;
 
Uma outra possibilidade mais remota prende-se, precisamente, com os E.N.Viana do Castelo. São uma empresa próspera e estatal. A sua privatização é possível. Há muitos cenários para ela, mas quase todos beneficiariam, directa ou indirectamente a acção Lisnave: se o Grupo Mello comprasse os ENVC, haveria sinergias económicas com a Lisnave; se os ENVC aparecessem na Bolsa, a sua alta cotação tornaria a comparação com a Lisnave favorável à subida desta; finalmente o Grupo Mello poderia mesmo atribuir ao accionista Lisnave direitos de subscrição de acções dos ENVC (já que persistem certos ressentimentos dos pequenos accionistas da Lisnave a respeito do processo de reestruturação); claro que estes cenários são ainda muito distantes.
Poder-se-ia objectar que a liquidez é pequena. Mas nós não comenos da liquidez. Comemos do dinheiro. Qualquer um pode comprar vários milhares de acções da Lisnave em 3 ou 4 dias, com a liquidez actual (há dias em que se fazem 8000).
 
O argumento da liquidez faz-me lembrar as acções da Marconi em 1982-1983: havia dias em que se transaccionavam só algumas dezenas de acções; a cotação continuava nuns míseros 200 a 300$, perto do valor nominal; e nos anos que se seguiram (1983-1987) as acções Marconi centuplicaram a sua cotação, vindo a tornar-se as grandes estrelas da Bolsa. Isto não é nenhum milagre. Apenas a empresa desenvolveu os seus negócios e tinha um valor muito maior do que aquele que a Bolsa lhe atribuia na fase baixista. É perfeitamente típico dessas situações a liquidez estar baixa. Aqueles que, sem ter medo da baixa liquidez e da baixa cotação, arrecadam grandes quantidades de acções de empresas com potencial, aproveitando as más opiniões e falta de informação do grande público, são os que fazem as grandes fortunas. Foi assim que Warren Buffet ganhou biliões a partir do nada. Nos Estados Unidos até há bancos que não hesitam em emprestar dinheiro para investimentos deste tipo. Conheço pessoalmente vários investidores portugueses que fizeram fortunas consideráveis na Bolsa nos últimos 30 anos. A perseverança, a compra nos momentos baixos, e o não embarcarem constantemente nas acções "da moda" são as notas comuns das histórias deles.
 
Apesar da minha recomendação, sei que é possível a Lisnave baixar mais, por ausência de notícias. Poderá ir até aos 3.5, mas também poderá nunca lá ir e só subir a partir de agora. Não me parece correcto esperar uma descida maior da acção antes de comprar. Ela já desceu imenso nos últimos 17 meses (dos 5000$ para os 900$!) e não está em risco de falir.
Vejamos os 5 cenários mais prováveis:
 
1) Ausência de notícias; o desânimo dos investidores, a falta de liquidez, e uma descida da Bolsa, empurram a cotação para os 3.5 (perda de 30%); no entanto, e devido à quase impossibilidade de falência, dificilmente a cotação baixará desse valor, já que teria um div.yield garantido de 7.1%;
 
2) Ausência de notícias relevantes; mas a Bolsa anima um pouco, os papéis de segunda linha sobem, e os investidores apercebem-se de que a Lisnave vale mais; a cotação sobe devagar até aos 6 a 6.5; ganho de cerca de 35%;
 
3) OPA do Grupo Mello; como o próprio grupo recomendou a cotação de 2000$ e defendeu que o valor real era esse, a OPA poderá ser a esse valor; ganho de 120%;
 
4) OPA, mas o GM quer pagar o mínimo; nesse caso deverá ser pelo menos ao valor contabilístico, 1165$; ganho de 25%; e há a hipótese, muito plausível, de o mercado não engolir uma proposta tão injusta e a cotação subir bem acima dos 1165$;
 
5) Uma grande notícia sai: contrato dos submarinos ganho, aliança com os E.N.Viana do Castelo, novos contratos do drilling; subida até 10 euros, por exemplo (ganho de 120%, mas poderá ser bem maior).
 
Dados estes cenários, parece melhor comprar já, correndo deliberadamente o risco do cenário 1). Não esquecer que o dividendo de 50$ obrigatório confere segurança ao investimento. Se todos os investidores pensarem isto e tomarem esta decisão, deverá verificar-se o cenário 2) e aumentar a liquidez.
 
Se desejar, envie-me o seu feedback sobre esta recomendação.
 

22-6-99 - Vender Mundial Confiança a 40.0
Já ganhámos 33% em 4 meses, numa Bolsa a descer. Muito bom. É certo que, se a OPT do
BCP fosse avante, ganharíamos ainda mais, mas Champalimaud não está com vontade de vender
e a operação, sem ele vender, fica sem efeito. Parece-me melhor consolidar o lucro de 33%.
 
22-6-99 - Comprar Sonae Investimentos a 34.8
As condições da troca na futura fusão da Sonae são favoráveis para os detentores destas
acções. A futura Sonae SGPS vai ser uma grande blue chip, com um capital muito elevado.
Poderá ser admitida à cotação em Bolsas estrangeiras e tornar-se-á, gradualmente, numa
ex-libris nacional, como a PT ou a EDP, com o favor de todos os governos, controlo dos
hipermercados em Portugal e Brasil e inúmeros outros negócios. Só o Continente é uma
máquina de fazer dinheiro para o grupo, gerando cash-flows que permitem a expansão para
outras empresas sem necessitar de crédito. Os investidores tenderão a atribuir-lhe mais valor do que às sub-holdings actuais. Os lucros deverão subir para 30 milhões anuais rapidamente (a
Sonae Investimentos teve 14 milhões, e a Inparsa 6 milhões, em 1998). Um estudo do BPI
aponta para um valor real de cada acção de 48.5 euros. Além disso a acção já foi aos 37
ontem.
 
18-6-99 - Comprar PT na subscrição, em ambas as tranches, pelo máximo
Estas acções não deverão ser muito rentáveis, já que serão oferecidas a um preço quase
igual à cotação na Bolsa. No entanto, terão a vantagem de contribuir para um desconto no
IRS que é sempre bem vindo.
 
13-5-99 - Comprar Robbialac na OPV pelo máximo
Vale a pena subscrever Robbialac na OPV porque os fundamentais da empresa são bons
(segundo um estudo conservador da Espírito Santo Dealer as acções valem 2900$ e a
subscrição será entre 2100$ e 2600$), existem notícias de que a procura já é 3 vezes
superior à oferta e ainda vai aumentar mais amanhã, o que garante o esgotamento da oferta.
Trata-se de uma primeira emissão de acções, o que, estatisticamente, costuma dar lucro mais vezes do que prejuízo. Atenção que o último dia é amanhã, 14-5.
 
13-5-99 - Comprar Brisa na operação de pequenos subscritores pelo máximo
Os fundamentais da Brisa são os melhores de entre as blue chips, a cotação já esteve acima dos
10 contos e está agora a 8, o preço para pequenos subscritores tem um bom desconto, a
procura é muito maior que a oferta (mais de 10 vezes) e a Bolsa está a começar a subir...
Razões mais do que suficientes.
 
31-3-99 - Comprar Sonae Investimentos a 36.0
As cotações da empresa estão relativamente baratas, em comparação com outras empresas
do grupo Sonae. O PER é de 18, os lucros foram de 16 milhões de contos, numa clara subida.
A crise do Brasil não afecta muito a Sonae porque ela vende produtos de grande consumo.
A vertente imobiliária está a desenvolver-se muito e vai gerar mais-valias espectaculares.
Incorporando na Sonae a mais-valia potencial da sua participação no Continente, o valor
contabilístico da acção deverá ser de cerca de 4 contos. Finalmente, a fusão que vai haver com
a Inparsa far-se-á certamente com um aumento do número de acções e da liquidez, já que o
capital da Sonae é ainda de apenas 40 milhões, muito menos que o Continente, Sonae Indústria
e Inparsa.
 
22-2-99 - Comprar F.Ramada a 12.0
Esta empresa já desceu mais de 50% desde Abril e as perspectivas do negócio continuam
boas. Desde que a cotação se aproximou dos 12 euros que os volumes transaccionados
aumentaram muito, o que poderá indicar que as acções estão a passar das mãos fracas
para as fortes.
 
8-2-99 - Comprar Lisnave a 8.50 - 8.60
Esta empresa está de novo bem barata e apetecível. O aspecto negativo é a fraca liquidez
que deve ser devida a muitos pequenos investidores não terem trocado as suas acções da
Gestnave. Mas como aspectos positivos saliente-se que a empresa foi demasiado penalizada
no segundo semestre de 1998 pela retirada das encomendas de navios da Falcon Drilling.
Será que os investidores andam a dormir? Em 1996, a caminho da falência, a empresa valia
o equivalente a 20 euros por acção. Agora está recuperada, dá lucro, passaram 3 anos, e
só vale 8.5 euros, uma capitalização de 6 milhões de contos para o maior estaleiro europeu...
 
A retirada da Falcon não tem importância nenhuma por várias razões: primeiro porque a Lisnave
foi indemnizada, pelo que o lucro obtido com os navios, mesmo sem ter concluído
as obras, foi positivo; segundo porque a retirada dos navios foi devida apenas à má conjuntura
do mercado petrolífero (o petróleo desceu 50%), que prejudicou os planos de expansão da
Texaco e, por tabela, da Falcon Drilling; terceiro porque os navios poderão voltar logo que
a situação da Texaco melhore.
 
Mais factores positivos: a empresa avança decididamente no seu plano de recuperação e vai
apresentar em 1998 meio milhão de contos de lucro, muito provavelmente. Aos preços actuais,
isso significa um PER de 12, excepcionalmente baixo. Os dividendos deverão ser de 50$ por
acção pelo menos, ou 2.9% de taxa de rentabilidade. Finalmente as reparações das plataformas
da Petrobrás decorrem a bom ritmo e são mais rentáveis do que as dos navios da Falcon.
 
Existem perspectivas de a Lisnave, juntamente com os Estaleiros de Viana, conseguir a adjudicação
de obras para a Marinha Portuguesa, nomeadamente três submarinos orçados em 150 milhões
de contos. Além disso, mesmo no mercado do drilling, há a perspectiva de novos clientes, para
além de um eventual regresso da Falcon.
 
5-2-99 - Comprar Mundial Confiança a 30.3
Apesar da grande subida ainda há boas hipóteses de se ganhar dinheiro com a Mundial. Ela
é a cabeça de todo o grupo Champalimaud que deverá vender o grupo a todo o momento
(as negociações podem estar quase concluídas). Ele já avisou que só venderia caro, o que
significa um preço de mais de 4 contos por acção do BPSM, talvez 5 contos. Se isso acontecer,
e atendendo a que a MC detém 94.4 milhões de acções do BPSM avaliadas no seu balanço a
1524$, isso significa uma mais-valia de 94.4 * (5000 - 1524) = 328 milhões de contos. Isso
deverá somar-se à situação líquida consolidada da MC, que é de 78 milhões, para dar 406
milhões de contos. Nesse caso a empresa valerá 8350$ por acção. Ou o grupo comprador
paga esse preço pela MC e tem que lançar uma OPA geral, ou paga o preço pelo grupo BPSM,
o que faria a MC encaixar a mais-valia e posicionar-se para comprar a Cimpor, por exemplo.
Em qualquer caso, a MC subiria muito.
 
Vender Warrants Inparsa a 18.95
Estes Warrants saíram-nos bastante baratos, já ganhámos 10% em mês e meio, pelo que a venda
é uma boa hipótese.
 
 
                                                Envie-nos um email
                                             
Regressar à Home Page