35º Cap - Parte IV - Interlúdio

- Oi. – Kev falou secamente.

- O que houve, meu amor, não gostou de me ver? – Seus olhos procuravam os de Kevin

- O que você acha? Você sumiu durante várias noites, não deu notícias e espera que eu pule de felicidade no seu pescoço ao encontrá-la? – Kevin gritava

- Calma... Meu amor, me desculpe, eu... – Katherine tinha a voz em súplica.

- Por onde você andou? Você prometeu dar notícias... eu estava preocupado. – Kevin se acalmou.

     Katherine explodiu em uma gargalhada.

- Você estava preocupado comigo? – Katherine se controlava para não rir na cara do amado.

- O que tem de tão engraçado nisso? – Kev não entendia

- Acontece, meu amor, que eu sou imortal. Quem deveria ficar preocupada com você era eu.

- Você ainda não respondeu por onde andou.

- Ora, como eu iria vir pra cá sem antes preparar as coisas por aqui e lá. Um lacaio meu veio antes para ajeitar esses pequenos detalhes, onde eu irei dormir, comer... e etc. – Katherine sorriu. – Não precisava ter se preocupado.

- Me desculpa... é que ... Esquece.

     Katherine levantou, foi até Kev e o beijou. Ficaram abraçados por muito tempo, até Kev sentir o contato do cordão dela. “ Hmm... Esse cordão... Essa cruz... Será que foi ela? Ou foi a Beta? Ou foi um sonho? “

- Esse cordão é seu?- Kev perguntou enquanto o tocava

- Sim, desde a época em que ainda era mortal. Você o deu pra mim. – Kath sorriu.

- Me desculpe por não lembrar. – Ambos riram.

- Homens nunca lembram dessas coisas. Mas acho que no nosso caso você está em desvantagem, afinal, foi em sua outra vida. – Ela sorriu. – Porque?

- Nada... Eu só achei bonito... Muito bonito... Posso fazer outra pergunta? – Kevin hesitava.

- Quantas quiser meu amor.

- Vampiros podem... Vampiros fazem...

- O que, querido? – Katherine sabia qual era a pergunta.

- Vampiros podem fazer amor? – Kevin perguntou sério.

- Sim. Vampiras, vampiros. Os vampiros podem até engravidar uma mulher mortal. Mas uma vampira não pode engravidar. – Katherine sorriu.

- Hmm. Interessante.

- Você pretende alguma coisa para essa noite? – Katherine olhou Kev maliciosamente

- Nunca se sabe. – Kev sorriu

     Começaram a se beijar. Kevin abria os botões da camisa de seda que Katherine estava usando.

- Não, não... – Katherine abotoava os botões. – Não hoje, meu amor. Vamos esperar mais um pouco.

- Tudo bem. – Kev ficou envergonhado.

- Hoje eu vim pra tratar de assuntos mais amenos, como por exemplo a nossa viagem. – Katherine sorriu.

- Bom, nós vamos partir em um mês, depois  do casamento de Howie e Camila.

- Eu sei. Você vai mesmo ajudar Lestat a pegar o livro dos mortos?

- Vou sim, mas não vejo mal algum em procurar também o livro dourado de Amon-Rá. – Kevin sorriu.

- Você tem certeza de que você quer isso?

- Eu te amo, Katherine. Eu tentei lutar contra esse sentimento, mas ele vem me consumindo cada dia e cada noite mais e mais. Você está nos meus pensamentos todos os dias, nos meus sonhos todas as noites. Não há nada do mundo que eu mais queira, se não ficar com você... – Kevin olhava sério para os olhos de cristal de Katherine.

- Então eu o ajudarei a procurar o livro. – Katherine tinha lágrimas de sangue nos olhos.

- O que houve, você está bem? – Kev foi até ela.

- Estou sim, meu amor. É que todo líquido do meu corpo é sangue. Minhas lágrimas são de sangue, meu suor é de sangue. – Katherine o abraçou.

     Kevin olhou com seus olhos de esmeralda para Katherine. Ela a via como uma mulher forte, mas que essa força era fortaleza... Ela era frágil como um porcelana. Nunca poderia magoá-la. Nunca. Ele a amava tanto e queria que o mundo inteiro soubesse disso. Mas não havia jeito. Ela teria que se tornar mortal pra isso. Senão, as pessoas não compreenderiam. E se ela virasse mortal, eles poderiam se casar, ter filhos... Viveriam juntos para sempre. E nada os deteria dessa vez. Kevin suplicava por esse futuro a cada instante.

Enquanto isso...

- Bom, primo... Tá muito divertido por aqui, mas eu tenho que ir... – Paul sorriu.
 
- Ok... Dê um beijo na minha mãe por mim. – Brian tentava parecer mais alegre.

- Pode deixar priminho. – Paul sorriu e olhou para Laly. – Existe alguma possibilidade de nos vermos de novo?

- Ué, nós podemos sair qualquer dia desses. – Laly sorriu.

- Eu ficaria encantado. – Ele se inclinou para frente e a beijou.

     Brian olhou perplexo a cena durante alguns segundos.

- Vejo você, princesa. – Paul subiu na moto e foi embora.

     Laly entrou em casa com um sorriso nos lábios. Brian, ao contrário, parecia bastante desapontado.
 Ele foi até Nick.

- Amigo, vem cá... Eu preciso falar com você.. – Brian puxou Nick que estava sentado no sofá.

- Calma, Bri. Eu vou... Espera só eu...

- Não Nick... Vem... – Brian saiu andando rumo as escadas

- Tô indo. – Nick levantou e foi.

- O que deu no Brian? – Cat perguntou a prima que parecia distraída.

- Não sei. Mas quer saber uma coisa? – Laly sorriu

- Conta logo...

- Paul me convidou para sair... e me beijou.

- Agora vejo porque o Brian ficou daquele jeito. – Cat falou pensativa.

- Ãh? O que isso tem a ver com o Paul... Ai, prima... eu estou tão feliz... Ele é o máximo, não é? – Laly suspirava

- Eu não sei... Mas eu não fui muito com a cara dele não ...

- Porque não?

- Sei  lá... Ele ficou me olhando de um jeito que nem eu e nem o Nick gostamos.

- Mentira... Você só está querendo que eu fique com o Brian... Porque ele é amiguinho do seu amor.

- Não é nada disso... Ele ficou olhando para as outras garotas... a qualquer hora eu imaginava o que o AJ não devia estar sentindo... Ele quase pulou em cima do pescoço daquele cara...

- Você só está sendo implicante... Será que dá pra você pensar em mim um minuto? Poxa... Ele é um cara legal e eu gosto dele... Porque você não pode ficar feliz por mim? - Laly desabafou

- Me desculpe... Eu apenas não posso fingir gostar dele... E você sabe que eu não consigo ficar calada.

- Você não precisa gostar dele... Só não fale nada de errado sobre ele perto de mim...

- Se você quer assim.. – Cat levantou. – Eu vou subir, preciso terminar de escrever umas músicas para a escolha da música que vai pra rádio.

- Tudo bem. Depois a gente conversa.

 Cat subiu.

Enquanto isso, lá em cima...

- Nick... O que eu faço?

- Não sei, B-rok... É difícil... Você falou que não sabe se gosta dela? Mas sente ciúme... É esquisito...

- É... eu odiei vê-la beijando o Paul.

- Ciúme dela ou dele?

- Dela... Acho que não gostaria de vê-la beijando nenhum cara, mas no entanto, eu não sinto vontade de beijá-la.

- Você é confuso...

- Poxa, isso eu já sei... eu não te chamei aqui para você falar isso...

- Desculpa... Mas é que fica difícil te ajudar sem saber o que você está sentindo..

- Eu sei... Você acha que eu devo tentar conquistá-la? – Brian perguntou sinceramente.

- Depende... Só se você tiver absoluta certeza de que quer ficar com ela.

- Bom, acho que eu preciso pensar...

- E muito... Cara, como você é confuso!

- Eu sei... Mas você não tem nem o que falar, você também... E aliás, por falar em confusão, como ficou a sua história com o And?

- Não sei... Só sei que aquela maluca da amiga dele se meteu e comprou a briga dele.

- Que saco! O que você fez, discutiu com ela?

- Tentei evitar ao máximo... Mas acho que ela gosta de um barraco... Não é possível.

- Quem sabe... Mas como é que ficou?

- Não ficou... Só que o Kev e a Cat chegaram na hora da briga e o Kev deu a maior bronca nela e em mim, conclusão, eu não posso brigar mais com o And, mas a Beta também não pode vir tirar satisfação comigo.

- Eu só não entendi porque você briga tanto com ele.

- Porque ele fica dando em cima da Cat!

- Putz, mas eles não são amigos?

- Mas já foram namorados...

- E daí? Passado é passado...

- Tudo bem, Brian... Eu não vou discutir isso com você... Só que pra mim pareceu...

- Tá bom, Nick... É impossível argumentar com você, ô sujeito teimoso!

     Cat entrou no quarto nessa hora e escutou apenas a última parte da conversa.

- Quem é teimoso? – Cat perguntou

- Quem? O Nick, Claro... – Brian riu

- Ele é... Ah, se é... – Cat riu também.

- Olha quem fala... – Nick fechou a cara

- Ah, meu amorzinho... Não fica emburradinho não ... – Cat falou com voz de criança.

- Para que você vai acabar irritando ele mais ainda. – Brian riu e Cat riu em seguida.

- Eu não ... Não quero nem saber... Vou é terminar de ler meu livro. – Nick foi até as coisas e pegou o “A Rainha dos Condenados”

- E eu vou descer. – Brian desceu.

     Cat pegou um caderno e começou a escrever.

- O que é isso que você está escrevendo? – Nick olhou para Cat

- Letras de música... Preciso escolher algumas para mostrar para o produtor.

- Ah... Pra gravar?

- De preferência... O pessoal do Charivari e eu temos uma reunião com ele depois de amanhã..

- Nossa... Tão rápido... – Nick baixou os olhos. – Você vai gravar algum Cd?

- Espero que sim... Se alguma gravadora quiser... – Cat não tirava os olhos do caderno.

     Nick levantou e foi até ela que estava sentada encostada na cama. Começou a beijá-la.

- Nick! Para... eu tenho que escrever. – Cat falou.

- Ok.... Se você me prometer que depois serei recompensado.

- Bobo! – Cat sorriu e Nick foi pegar o livro.

     Doze badaladas. Meia noite. A essa hora, alguns já estavam dormindo, outros estavam se preparando.  Cada um com um desejo, uma esperança.
 
    Eram 10 da manhã quando Beta e And desceram a escada já com a bagagem a tiracolo, o que fez com que todos ficassem surpresos e sem reação.

- Aonde vocês vão?! – perguntou Cat.
 
    Beta chegou a abrir a boca, mas And respondeu antes que ela pudesse dizer qualquer coisa.
 
- Nós? Estamos voltando a ser felizes... – And piscou pra Beta. – O Kev vai nos levar no aeroporto e a gente tá embarcando pro Brasil às duas da tarde.

- E você só resolveu avisar na última hora..? – Cat estava visivelmente magoada

- Sim. Porque eu queria evitar despedidas.

- Mas e o Charivaria? E a nossa amizade? – Cat tornou a perguntar.

- Mas, e a minha felicidade? A felicidade que eu não sabia que tinha até ter vindo pra cá? Eu posso ter vindo aqui pra conhecer pessoas maravilhosas e disso eu nunca vou me arrepender. Mas por eu ter vindo pra voltar pra você, descobri que teria sido melhor pra nós dois que eu tivesse ficado lá mesmo – And parou de falar e todos ficaram calados. – Ah, sim... Quando eu disse “nós”, quis dizer eu e a Beta.

- Não achei que fossem outras pessoas.- Cat falou secamente.

- Uma coisa: eu detesto despedidas! Então não vamos ficar enrolando, não, ok?! E não esperem que eu vou ficar olhando pra trás depois que o carro tiver partindo.

- Que falta de consideração, hein Dedé!

- Não posso fazer nada. – And se limitou a dizer isso.

- E você, Beta? Não vai falar nada? – perguntou Camila.

- Tudo o que eu podia dizer, ele já disse... Nós estamos indo buscar a felicidade que deixamos no Brasil. – ela olhou os amigos – Não que tenhamos sido infelizes todo o tempo que estivemos aqui. Mas esse não é o nosso lugar.

- Vocês foram maravilhosos comigo, com a Beta, e eu queria pedir um último favor aos 5 boys... Vocês podiam autografar minha agenda? – disse And, dando uma gargalhada em seguida. – A idéia foi do Kev, pra servir de prova...

- Claro... – respondeu Bry em nome de todos.

    And tirou a agenda da mochila e entregou a ele, junto com uma caneta... Bry, AJ, How, Nick e Kev escreveram na agenda de And e na de Beta também. Terminado isso, Beta anunciou:

- Acho que chegou a hora.

- E então, Kev? Leva a gente? – perguntou And.

- Claro... Vamos colocando tudo no carro. Acha que esqueceu alguma coisa?

- Não... pelo menos acho que não.

     Os 3 caminharam até onde o carro de Kev estava estacionado e guardaram as bagagens... Depois voltaram para a casa e And foi até a cozinha beber um copo d’água.

- Não vai nem se despedir de mim? – perguntou Laly.

- Não vou me despedir de ninguém, você não seria uma exceção. Mesmo assim, obrigado por tudo... – And sorriu.

- Obrigado a você... – respondeu de volta, num tom entristecido.

- Viu porquê eu odeio despedidas?! Laly, eu vou indo... Foi bom te reencontrar

     And virou as costas e deixou a cozinha. Quando estava saindo de lá, trombou com Cat na porta.

- Eu não ganho nem um abraço de despedida? – perguntou.

- Claro ... – And falou

- Espero q vcs sejam felizes... E mandem um e-mail de vez em quando. - Cat riu.

- Pode deixar... - And sorriu. - Eu te adoro, viu? Vê se se cuida.

- Vc tb.

 

     And saiu e entrou no carro com Beta e Kev. Laly entrou e viu a prima sentada na cadeira da cozinha.

- Prima... Não fica assim. – Lay abraçou a amiga

- Não tem como.

- Ele foi um idiota... Você devia esquecer... – Laly falou

- Mas eu gosto tanto dele... Ele parecia ser tão meu amigo.

- Mas você viu que não era. Agora esquece... Nada de se lamentar.

     Joana entrou na cozinha e escutou-as conversando.

- Que ridículo aquele garoto... Eu só quero ver como vão ficar as coisas agora que ele saiu do Charivari. – Joana comentou

- Ué, mas é só  a Camila voltar. – Cat respondeu.

- Mas ela não quer... Ela falou ontem pra mim que já que o And vinha substituindo-a, que ela ia sair de vez, pra se dedicar apenas a nova família dela. – Joana contou.

- Agora vai ficar difícil mesmo. – Laly falou

- Cat... Você não vai dizer nada? – Joana falava com a amiga que estava calada

     Cat se levantou e saiu correndo não conseguindo esconder as lágrimas. Foi até o celeiro e montou em Trovão. Saiu galopando para longe.

Na fazenda...

- Eu disse algo errado?- Joana indagou

- Não ... Mas você precisa entendê-la. Um dos melhores amigos dela, foi embora hoje sem nem se despedir, avisando em cima da hora, ela perdeu um integrante da banda, e a reunião com o produtor é amanhã.

- Entendo, ela tem que arranjar alguém pra bateria ou para o teclado até amanhã. É muita pressão. – Joana parecia mais compreensiva.

    O pessoal entrou em casa de novo.

- Cadê a Cat? – Nick perguntou

- Saiu. – Joana respondeu.,

- Pra onde?

- Por aí. Não vai atrás dela, não, Nick... Deixa ela pensar um pouquinho. Ela precisa ficar sozinha. – Laly pediu.

- Tudo bem...

- Camila, você vai mesmo sair da banda? – Laly perguntou quando viu a amiga entrar.

- Preciso. Eu quero estar perto do Howie, e cuidar dos meus filhos e vai ser impossível num trabalho como esse.

- Então nós temos que arranjar alguém que saiba tocar bateria ou teclado até amanhã... – Joana concluiu

- Só quero ver como vamos sair dessa... Porque sem o batera, não tem banda, e sem banda, nós estamos perdidos... É preciso uma solução até amanhã! – Laly continuou.

- Torço por vocês. – Camila sorriu.


Será que And e Beta realmente vão embora? E como ficará a situação no Charivari? Não percam o próximo capítulo de: