ORIENTAÇÕES BÁSICAS
Parabéns, você está grávida. Isto deve ser encarado como uma situação de graça e felicidade, e não como doença. Logicamente, sempre existe um pouco de ansiedade com relação ao desenrolar dos acontecimentos, mas que poderá ser aliviada a medida que você for discutindo suas dúvidas com seu pré-natalista. Esqueça as "sogras e comadres", confie no seu médico. Para que este guia fique mais didático, nós o dividimos em alguns períodos, onde os acontecimentos são mais comuns. Antes de começarmos, é importante lembrar que a gestação normal dura em média 9 meses solares ou 40 semanas; com uma variação normal entre 37 a 42 semanas. Primigesta quer dizer primeira gravidez. Multípara significa mais de uma gestação. Consideramos aborto, quando o produto conceptual é eliminado antes de 22 semanas. Feto é o nenê dentro do útero, e recém-nascido após o nascimento. O pré-natal, deve ser iniciado tão logo a paciente "perceba" a possibilidade de estar grávida. Em geral as consultas são mensais até o sétimo mês, quinzenais no oitavo mês, e semanais no decorrer do nono mês. A gestação é coroada de sintomas desagradáveis porém normais, que devem ser discutidos oportunamente nas consultas.
PRÉ-NATAL
No início da gravidez, podemos ter os seguintes sintomas: enjôo, tontura, vômitos, dor de cabeça, salivação excessiva, cólicas uterinas discretas, irritabilidade, sonolência, sensação constante de bexiga cheia, prisão de ventre, etc. Nesta época, você iniciará o pré-natal, e o seu médico lhe orientará para as medicações que deverá usar para aliviar determinados sintomas. Ainda nesta época, serão solicitados os exames de rotina pré-natais, denominados de "perfil pré-natal".
HIGIENE E DIETA
Com relação à orientação higieno-dietética da grávida, é importante lembrar que na alimentação o que interessa é a qualidade e não a quantidade de alimentos ingeridos. Em geral, se a paciente já se alimenta bem, é recomendável complementar com 1 litro de leite, e 1 ou 2 ovos por dia. A alimentação deve ser rica em frutas, legumes e verduras. Deve-se, desde o início, controlar a ingestão de farináceos, frituras e doces. De preferência, dividir em 6 refeições por dia, evitando grandes períodos em jejum. O álcool deve ser evitado, limitando-se à ingestão discreta (social). O Fumo é um agressor letal sorrateiro e perigoso, devendo ser abolido na gestação. Quando impossível, permita-se até 5 cigarros por dia, com um intervalo de 4 horas entre as fumadas. O aumento ideal de peso, atualmente, está permitido entre 1 O e 12 quilos. Ganhos menores de 9 e acima de 15 quilos aumentam o risco pré-natal. Roupas adequadas para a estação, sapatos baixos (salto de até 3 cm), sutiãs justos mas não apertados, e principalmente, a meia elástica de média compressão para gestantes, devem fazer parte do vestuário da grávida. Com relação à pele, deve-se evitar tomar sol sem protetores solares , para que não apareçam manchas escuras, uma vez que a pigmentação está aumentada na gestação. Óleos e cremes têm pouco valor na prevenção de estrias, mas podem ser usados.
GINÁSTICA E ATIVIDADE SEXUAL
Ginásticas de baixo impacto após o 4° mês e exercícios respiratórios podem e devem ser praticados, desde que não haja contra-indicações. Andar, nadar e pedalar é muito bom. Também alongamento. Um curso de orientação para as mamães iniciantes é recomendável. Leve o papai se possível. As relações sexuais podem ser liberadas, desde que não causem cólicas nem sangramentos. Procure posições cuja penetração não seja profunda (por exemplo, a lateral). Outras contra-indicações devem ser discutidas com o seu pré-natalista.
MOVIMENTOS FETAIS
Com o evoluir da gestação, principalmente após a 20° semana, outros sintomas ainda desagradáveis, mas também comuns, podem aparecer: caibras, dor lombar, fisgadas nas virilhas, azia, sensação de falta de ar, inchaço nos pés; mas, o que mais chama a atenção da mamãe, são as cólicas estimuladas pela movimentação do feto. Podem ser doloridas e chegam às vezes a incomodar bastante principalmente à noite. Os movimentos fetais começam a ser percebidos entre 18 e 20 semanas. A medida que o feto vai crescendo, seus movimentos vão ficando mais intensos e demorados, podendo inclusive, ser estimulados com sons externos como buzina de bicicleta usada como teste de bem estar fetal. Quanto mais o feto mexe, mais tranqüila a mãe deve estar, pois os movimentos estão ligados diretamente a boa vitalidade fetal. O feto não dorme junto com a mãe. Seu ritmo é diferente, e a cada 60 a 80 minutos de atividade, o feto dorme em média 20 minutos. No final da gestação (após o 7° mês), a paciente deve acostumar-se a deitar sempre do lado esquerdo. Esta posição melhora a circulação renal da mãe, liberando mais toxinas maternas e fetais, e melhora a circulação placentária com melhora da oxigenação do feto. Deve-se, após o 8° mês, deitar pelo menos 1 hora no período da manhã e 1 ou 2 horas no período da tarde nesta posição (lateral esquerda). À noite procure também dormir, de preferência, do lado esquerdo, eventualmente do direito, mas nunca de costa (barriga para cima), pois esta, leva a palpitações, falta de ar, e queda de pressão, chegando mesmo à perda dos sentidos (desmaio). Ainda no último mês, começam a ficar mais freqüentes aquelas contrações que desde o 7° mês já apareciam esporadicamente. Só que agora elas vêm com a sensação de cólicas e começam a aparecer em maior número de vezes por dia, principalmente à noite. Também são estimuladas pela movimentação do feto.
PRÉ-PARTO
Cerca de 15 dias antes do parto, a mãe entra num período denominado de Pré-Parto. Nesta época, as contrações vão ficando mais intensas e já dificultam até o sono materno. Em primigestas a mãe pode perceber a diminuição do volume abdominal e pode eliminar um catarro com ou sem sangue pelos genitais. Estes dois fenômenos são mais perceptíveis na primeira gravidez, e são denominados respectivamente "queda do ventre" e eliminação da "rolha" ou 'lampão" mucoso. Aparecem em média 15 dias antes do parto em primigestas, e menos tempo em multíparas.
TRABALHO DE PARTO
As cólicas vão ficando cada dia mais frequentes e mais intensas, até que a mãe começa a apresentar 2 contrações (cólicas) a cada 1 O minutos, com duração de aproximadamente 40 segundos cada. Pode ser o início do trabalho de parto. Deite-se do lado esquerdo e observe bem o ritmo e os intervalos entre as contrações. Se, após uns 40 minutos de repouso não houve melhora destas contrações, ligue para o seu médico ou dirija-se ao hospital onde pretende dar a luz. Não fique afoita. O trabalho de parto em primigesta leva em torno de 14 horas, e em multíparas entre 8 e 1 O horas. Os "alarmes falsos" são comuns, por isso, não se envergonhe se acontecer com você. São sinais que devem ser avaliados imediatamente pelo médico:
Perda de "água", principalmente se esverdeada pela vagina,
Dor abdominal intensa, dor de estômago ou distúrbios visuais, inchaço abrupto das mãos e rosto,
Parada de movimentos fetais por mais de 12 horas,
Urina avermelhada ou ardor intenso ao urinar,
Febre.
Ao chegar no hospital, você será examinada, e em caso de internação seu médico (se particular), será comunicado. Em geral, você é submetida antes de ir para o quarto, a uma tricotomia (raspagem dos pêlos) e a uma lavagem intestinal. No quarto, você deve ficar deitada para o lado esquerdo até seu médico chegar, ou até a hora do parto se for fazer com o plantão.
O PARTO
Com relação às anestesias, elas podem ser peridural, raqui ou local. Para cada caso há uma indicação. Em geral, a peridural é a mais comum, desde que o seu médico esteja na sala acompanhando. O momento de instalação desta anestesia depende da evolução do parto, e deve ser indicada oportunamente pelo seu parteiro.
PÓS-PARTO
Após o parto, a mãe retomará ao seu quarto onde guardará repouso de acordo com a orientação médica. O recém nascido ficará as primeiras 4 horas em observação no berçário, onde será examinado e pesado, e só então será liberado para a mãe.
AMAMENTAÇÃO
O
leite materno surge entre o 3° e 5° dias após o parto, e pode
ser acompanhado de inchaço nas mamas, dor e até mesmo febre.
Antes da "descida do leite", existe o
"colostro" que é um tipo de leite mais claro. Este
leite é rico em anticorpos e deve ser oferecido ao
recém-nascido. Ao amamentar, limpe os bicos dos seios antes e
depois das mamadas. Alguns cremes podem ser usados para prevenir
fissuras nos mamilos, é comum a mãe referir cólicas durante a
amamentação, fato este considerado normal. O pediatra do
hospital lhe dará algumas orientações iniciais em como cuidar
do nenê e do umbigo. Em geral, o tempo de internação varia
entre 1 a 3 dias após o parto.
Após 15 dias do parto, você retomará ao consultório para retirada dos pontos (se for cesária), revisão pós-parto, e outras orientações importantes. Ao completar 40 dias após o parto, você retomará ao consultório para exame ginecológico e orientação quanto a anticoncepção. A amamentação do seu filho é muito importante, e trabalhos mostram que as crianças que forem amamentadas até os 6 meses, têm 3 a 4 vezes menos chances de serem internadas no primeiro ano de vida. Não se esqueça das consultas de puericultura (acompanhamento pediátrico) e nem das vacinas
Dra. Andréa de Fátima Castro CRM-22458
Consultório: Av. Alfredo Balena,189 -SL.708- Fone:(031)226-7969 -Santa Efigênia- B.Hte.