O
Quadro
(Fase – I)
O céu
estava ameaçador...
O som
das ondas batendo nas pedras era um convite à madorna necessária, pois
há 48 horas não pregava olho. O efeito da vodca, associado ao nada
dormir, prostrava-me! Tanto era o meu cansaço que não havia percebido
uma janela aberta.
Uma
lufada fez-me encolher na poltrona macia, antiga, de madeira
rara. Aquele som já não fora ouvido? Há quanto tempo? Vinte ou vinte
e cinco anos? Ecoavam em meu cérebro os versos que diziam:
"...
Excelsa oficina das verdes campinas, aurora de luz... Fazendo estrelas nascidas
de sóis... Fortaleza sublime da cultura, clarim que desperta a inteligência, tambores
de paz e de bravura, mocidade em marcha pra ciência... Excelsa oficina das
verdes campinas, aurora de luz..."!
Esse
era o refrão daquilo que me parecia ser um hino colegial, que se
insurgia no presente teimando em ressuscitar o pretérito.