Quer aprender?

(Fase - LXXVII)

             Chegou o momento do grande dia!

             Hoje faremos uma pequena avaliação

             de toda a matéria que lhes foi ministrada.

             Conforme acerto preestabelecido os alunos

             que não atingirem a nota sete, se quiserem,

             em que pese eu ter bastantes afazeres,

             posteriormente poderei aplicar outra prova.

                        

            Essas foram as palavras do professor Henrique ao adentrar na sala de aula profusamente iluminada, com carteiras de mogno, pesadas, lustrosas, bem-feitas e alinhadas. Algumas alunas inquietas, cutucavam-se; os rapazes cochichavam uns com os outros, emitindo com os lábios unidos um som sibilante, ruído subjetivo, semelhante ao zumbir dos insetos, que a pessoa acredita ouvir e determinado por uma causa orgânica ou psicológica.

 

            Com o rosto hirto, o catedrático pôs-se a  contemplar os jovens e irreverentes alunos, todos de classe abastada. Seu penetrante olhar fixou-se em uma garota como se nunca a tivesse visto, mas ele não a via, era como se a mesma fosse transparente. A menina encolheu-se e cruzou os braços como se estivesse despida, nua como viera ao mundo, com frio e desprotegida.  Para quebrar aquele encanto, com a voz tonitruante Henrique enunciou: "Avisem aos faltosos que a reposição necessariamente será oral, pois isso também já foi acertado.".

 

            Na antepenúltima fileira de cadeiras Eloísa, adolescente muito bonita, mas comprometida com a liberalidade inconseqüente, balbuciou: "Juro que com esse professor eu faria uma prova oral bem demorada.".

 

            A dubiedade das palavras imprudentes da menina-moça foi perfeitamente compreendida por Anselmo, aluno de olheiras marcantes e cabelos como um cipoal de enredos inextricáveis, sempre em desalinho. Os olhos verde-claros do anarquista de aspecto doentio pareciam refletir o calor dos seus anseios reprimidos. Olhou na direção do professor e disse: "Mestre! Eloísa topa fazer oral com o senhor"! Ato contínuo toda a classe, uníssona, deu uma estrondosa risada.

Wilson M. Pereira

(Continua na fase - LXXVIII)

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