
Acordou naquela manhã sentindo o sol bater na sua cara. Sua mãe, com certeza quando tinha entrado no quarto mais cedo tinha aberto as cortinas pra se certificar de que ela não dormiria até tarde, como sempre. Já tinha se acostumado a acordar assim, tanto que poderia muito bem voltar a dormir com o sol na sua cara, mas a preguiça de ficar na cama era maior do que a vontade de não sair dessa. Levantou-se, andando em direção ao seu banheiro e lavando a cara, como fazia toda manhã. Daqui a pouco ouviria, como sempre, o que ela ouvia todas as manhãs também. Pegou a calça jeans jogada na cadeira de sua bancada e vestiu essa, ficando com a blusa do batman com que tinha dormido e abrindo seu armário para tirar o casaco preto e branco de listras de lá e aproveitou para pegar o seu all star preto. Assim não teria de voltar pro quarto antes de sair da casa. Terminou de vestir as coisas e abriu a porta do quarto, saindo desse sem fazer barulho. Começou a andar pelo corredor e parou em frente ao quarto do irmão. Sabendo que não importava quanto tempo ela esperasse ali, ele não sairia. Como sentia falta do Will. As coisas eram tão mais fáceis quando não era ela sozinha ali. Ele disse que ela agüentaria a barra. Porque ela era forte. Talvez ele não a conhecesse de verdade.
Bastou colocar o pé no primeiro degrau da escada que começou a ouvir a discussão dos pais. Não que diferenciasse o que eles estavam gritando. Não se importava, seria qualquer briga inútil. Como sempre. Entrou na cozinha, pra notar que eles não parariam a briga por causa dela. Foi em direção ao armário e abriu duas portas. Pegando o cereal em uma e uma vasilha em outra. Indo em direção a ilha, e abrindo a gaveta dos talheres nessa, pegando uma colher. Pois essas coisas em cima da mesa, do lado totalmente oposto ao de seu pai. Andando até a geladeira e abrindo essa depois, pegando o leite e voltando pro seu lugar. Sentando, tudo sem abrir a boca pra trocar uma palavra com os pais. Juntou todo o café da manhã na tigela, bloqueando seus ouvidos para o que os pais gritavam. Começou a comer o sucrilho, isolada em seu próprio mundinho, até que viu o pai sacudir a mão em sua direção, para lhe chamar a atenção.
- Não vê que a sua mãe ta falando com você não? – O pai disse de forma mal-educada e a garota bufou, vendo a mãe revirar os olhos.
- Não fala assim com a garota. – A mulher disse ralhando com o pai, no que ele respondeu apenas num grunhido. – E não me responde assim. – Foi andando até a mesa e deu um tapa na parte de trás da cabeça do marido. Indo em direção a filha e pegando a vasilha de sucrilho da frente dela. – Eu estava dizendo que eu já estou fazendo o almoço, não tem porque você ficar se empanturrando com essa porcaria açucarada.
- Mas, mãe eu... – A garota começou a falar quando notou que a mãe despejava o conteúdo da vasilha na pia.
- Se é uma porcaria açucarada porque é que você põem na lista de compras? – O marido perguntou voltando a grunhir.
- Porque o William gostava e eu não consigo não... Ah esquece. – A mulher bufou, voltando ao fogão. – E para de falar comigo assim.
- Me diz aonde você meteu a porra do meu jornal, que eu volto a falar com você do caralho da forma que você quiser. – O pai começou e nenhum dos dois pareceu notar quando a garota se levantou do lugar, não se preocupando com a cadeira que tinha caído no chão e saiu andando em direção a sala.
Saiu de casa batendo a porta. O que causou um barulho enorme, mas nem de perto tão alto quanto a discussão de seus pais. Sabe, era uma coisa ótima os vizinhos descobrirem sobre a sua vida particular porque ela é gritada até pro surdo lá na Austrália ouvir. Jason e Penny, seus pais. Estavam discutindo mais uma vez. Era a décima sétima vez aquela semana e a terceira naquele sábado. Ela sabia, porque tinha acordado nas duas primeiras vezes. Com seu irmão do outro lado do país, por conta da faculdade. tinha de agüentar tudo sozinha. era uma garota de 16 anos como muitas por aí, mas não como uma qualquer. Tinha um irmão três anos mais velho, William e era filha mais nova. O pai e a mãe tinham passados alguns bons anos felizmente casados. Até que as brigas começaram por volta do aniversário de 10 anos dela e se prolongavam até então.
Puxou o zíper do casado até quase em cima e colocou as mãos nos bolsos desse. Se afastando cada vez mais de sua casa. Finalmente pisou na rua, quase sentindo o asfalto debaixo dos seus pés devido a camada fina que separava o all star da rua, mas já se sentindo num mundo totalmente diferente. Olhou pro céu, bem azul, com as nuvens passando calmamente. Nada do céu quase preto com trovões que parecia pairar sobre a sua casa.
Começou a descer a rua, chutando uma pedra inexistente que ela imaginava ser o peso que se instalava em sua consciência. Olhava para as casas esperando encontrar em alguma o vislumbre dos problemas que existiam na sua casa. Sabendo que naquela pacata cidade de New Jersey, era impossível existir uma família que não tivesse problemas mais sérios que os dela. Como um filho gay numa família de judeus. Ou uma lésbica na equipe de líderes de torcida. Uma tentativa de suicídio ou algo do tipo. Tudo bem que ela tinha certeza que a pessoa mais perto dessa dita tentativa na cidade inteira provavelmente era ela mesma. Ou ela ou a velha solteirona, dona dos gatos, a Edna. A única coisa que ela queria fazer era ouvir os problemas de alguém para esquecer os seus próprios.
Mas a única coisa que parecia ecoar em seus ouvidos era a risada de uma criança. Uma risada de uma criança que ela conhecia. Ou que ela reconheceu pelo menos. Era a risada do filho mais novo dos Jonas. Ela sabia disso, porque estudava com um deles, o segundo mais novo, Nicholas. Tinha repetido o primeiro ano, por ter sido o ano em que William fora embora e agora estudava com um deles. Já tinha ido fazer alguns trabalhos na casa deles. Já que por algum motivo, a professora parecia achar que ela e Nick formavam uma bela dupla. Talvez porque fossem os dois que menos prestassem atenção na aula, mas os dois que mais se perdiam em seus próprios mundos em suas cabeças. Vocês podem bem imaginar que ela nunca tinha chamado o garoto para ira a sua casa, e sabem bem o por que. Se a professora via o potencial em junta-los graças aos mundos em suas mentes, com certeza ela não mostraria a Nick o seu mundo real. Não se não fosse necessário.
Os Jonas moravam na primeira casa da mesma rua que ela e era a família que ela mais invejava. Não por Nick, ou pela risada do mais novo. A verdade era que ela tinha chegado até a odiá-los um pouco antes de conhecer cada um deles. Não que ela fosse íntima, mas tinha algo que pudesse ser reconhecido como talvez um tipo de amizade com eles. Não que ela fosse mal educada, ou algo assim. Mas os Jonas eram o tipo de pessoa que você não podia odiar. A verdade era que, além de uma família perfeita, eles eram pessoas maravilhosas.
Foi se aproximando do fim da rua e agora além de ouvir as risadas, ela podia ver o menino, o mais novo deles, que se chamava Frankie. Ele se divertia, enquanto corria atrás de uma bola de baseball, que ao longe a garota podia ver, era arremessada pelo mais velho dos irmãos, Kevin. Conforme passava pela casa, antes de chegar na parte do quintal aonde eles se encontravam, começou a observar a janela, olhando através dessa, sem notar o sorriso bobo crescer em seus lábios, enquanto lá dentro ela podia ver a mãe deles, Denise Jonas, arrumar a mesa com a ajuda do único que ela podia dizer que realmente conhecia, Nicholas. Enquanto Joe mexia nas travessas arrumadas pela mesa, lambendo os beiços e olhando pros dois lados antes de enfiar o dedo na torta, o que causou uma risada nela.
Só voltou sua atenção a vida quando ouviu um grito direcionado a ela e deu dois passos a frente para pegar a bola de baseball que cairia naquele exato lugar. Olhou para Kevin, que indicou Frankie com a cabeça e assim ela tacou a bola pro mais novo, que apenas riu gritando “ obrigado! “ e correu para dentro da casa. A garota observou-o correr, não notando que estava sendo observada pelo mais velho até que esse começou a se aproximar e ela balançou a cabeça. Saindo do seu próprio mundinho gigantesco, que era tanto o que fascinava a sua professora.
- ? – Kevin chamou-a de forma interrogativa. Lembrava-se que tinha pedido a eles que a chamassem assim da penúltima vez que tinha ido à casa dos Jonas. Na feira de ciências do ano anterior. Era bom ouvir alguém a chamando de forma tão carinhosa. Fazia com que ela se lembrasse do irmão. Já que desde que ele tinha partido, ela era conhecida em casa meramente como a garota.
- Ahm... Oi? – A garota fechou os olhos rapidamente, respirando fundo e forçando um sorriso. – Ah, oi Kevin.
- Ta tudo bem? – Ele perguntou, brincando com a bola de baseball em mãos, que ela estava tão dispersa, que não tinha nem visto Frankie tacar para ele. Sentiu um aperto no coração, sabia que ele tinha perguntado de forma totalmente descompromissada, mas fazia tempo que alguém não se importava nem com o descompromisso de perguntar se ela estava bem.
- Eu... ahm, aham. – respondeu sem dizer muito, viu o garoto tentar olhar em seus olhos, os quais ela desviou, olhando pra baixo e logo viu a bola ser tacada em sua direção novamente, escorregando pelo chão, parando do lado de seus pés. Respirou fundo e se abaixou, dobrando os joelhos para pegar essa. Mordeu os lábios ao ouvir os passos dele se aproximando, e logo, antes que ela se levantasse, encarava os pés dele, enquanto segurava a bola entre os dedos. Os pés calçados com um all star quase igualzinho ao seu, só que azul marinho. Olhou pra cima, encontrando os olhos do garoto que mantinha esses presos nela e se levantou, sentindo o coração bater mais rápido. Também fazia tempo que ela não tomava proximidade com alguém que ela sabia não ia gritar com ela ou simplesmente perguntar como que se simplificava aquela fórmula química. Entregou a bola de baseball nas mãos dele e não soube quanto tempo ficou ali segurando a mão dele, ou quanto tempo ele ficou sem soltar a mão dela.
- Você ta legal, ? – Ele perguntou mais uma vez, a voz mais fraca, porém mais decidida, como se pedisse que ela não tivesse medo e ela sentiu um tipo fogo começar a se espalhar pelo seu peito, um tipo de coragem desconhecida.
- Kevin, você não vai entrar nós estamos... Ah, essa é a garota Scott, não é? – soltou a mão da dele, vendo o sorriso que se formava nos lábios do garoto, um sorriso que deu a ela vontade de sorrir também, mas a única coisa que ela fez foi fixar os olhos na mulher que agora estava na porta. A mãe deles, Denise. Era uma mulher bonita, não era a imagem de mãe que tinha, não com a sua mãe em casa. Denise tinha o hábito de sorrir e ser hospitaleira com os outros. O oposto da sua mãe. - Chame-a para almoçar conosco. - Viu o sorriso da mulher, que causou a mesma vontade de sorrir nela que o sorriso de Kevin tinha causado. - Você quer almoçar conosco querida? É a mesma coisa simples de sempre, mas você é bem vinda. - E assim ela entrou na casa.
- Então, quer almoçar com a gente? - Kevin perguntou, indicando a casa com a cabeça. - Você parece estar com fome e a comida da mamãe é particularmente divina. - Ele disse, oferecendo o braço a ela, e tomando o braço da garota antes que ela fizesse qualquer coisa. - Família italiana, sabe como é? - Ele assentiu, fechando os olhos e se viu sendo arrastada para o meio familiar acolhedor que ela já tinha se esquecido como era.
- Eu juro que não to com fome e eu... - Começou, mas seu estômago roncou assim que ele ameaçou atravessar a porta com ela e Kevin soltou uma risada que fez ela corar e ficar quieta.
- Sei, você não está com fome. - Comentou Joe, passando pelos dois e tomando o outro braço de , fazendo a garota arregalar os olhos. - Você vai ficar com fome para a comida da mamãe. - O garoto disse, abrindo aquele sorriso que fazia metade das garotas da escola se apaixonarem por ele, mas que parecia não ter um efeito tão forte nela. Não que não causasse efeito nenhum. Só não suspiros e borboletas. Ela tinha certeza que essas eram causadas pela situação. - Seja bem vinda mais uma vez à casa dos Jonas, . - Ele puxou uma cadeira para a garota e eles a fizeram sentar, enquanto ela ainda observava aquilo tudo ligeiramente assustada. O que fazia Joe rir, enquanto ele se sentava ao lado dela e Kevin tomava seu lugar na cabeceira, já que a mãe deles se sentava do outro lado da mesa, com Frankie sentado numa cadeira ligeiramente maior. Provavelmente para se certificar de que o garoto comeria tudo. - Sabe, eu senti a sua falta desde o término da feira de ciências.
- Eu... Eu... Eu não quero ser um incômodo. - Ela começou a gaguejar, antes de arranhar a garganta e terminar a frase de vez, balançando a cabeça e olhando todos eles. O pai que tinha o mesmo nome de Kevin e sentava na cabeceira oposta a esse. Joe que se encontrava ao seu lado. Denise a sua frente, ao lado de Frankie, dando ao garoto o que comer. Enquanto ao seu lado havia um lugar vazio. Com o lugar posto. Separado para Nick, com certeza. Ela mal acreditava que só no tempo que Kevin levou para tentar, e conseguir, trazê-la pra dentro fora o suficiente para que eles colocassem mais um lugar na mesa pra ela.
- Incômodo? Minha filha... Nunca. - Kevin Sênior disse com um sorriso amável, que fazia com que ele lembrasse a , um grande urso de pelúcia e a garota corou ligeiramente. - As amigas dos meninos são sempre bem vindas. - Ele assentiu. - Você estuda com o Nick, certo?
- Quem estuda comigo? - Nick apareceu, vindo da cozinha, segurando duas jarras de suco, uma consideravelmente maior que a outra, quando uma era de certa forma pequena. Olhou cada um naquela mesa, até que seus olhos encontraram o de com surpresa, e ele perdeu ligeiramente o equilíbrio das jarras. Se recompondo, depois de ter derrubado um pouco do conteúdo da maior no chão, mas nada significativo. - Aaah, oi . - Ele soltou uma risada nervosa e logo se posicionou no lugar ao lado dela, se esticando para pôr a jarra maior no meio da mesa antes de se sentar e colocar a jarra menor ao seu lado.
- Ei, Nick. - A garota disse com um sorriso fraco, dando um aceno singelo com uma das mãos, o que fez o garoto rir pelo nariz e cumprimentá-la com a cabeça. E ela observou que o pai deles coçava a garganta e oferecia a mão a Nick e a Denise, que eram as pessoas que ocupavam os lugares mais pertos dele. Viu Nick tomar a sua mão e Joe fazer a mesma coisa, olhou pros dois e sentiu o coração começar a pular em sua garganta e o sangue correr mais rápido. Queria perguntar o que estava acontecendo, mas viu todos ali fizeram a mesma coisa e fecharem os olhos. Enquanto Kevin Sênior começava a despejar palavras sobre aquela comida, sobre a alimentação deles, agradecendo a alguém. Agradecendo a Deus. Coisa que nunca ninguém tinha feito na sua casa. Parado para agradecer a Deus. Parar para acreditar em Deus. Também, que espaço que sobrava para Deus naquela casa de discórdia que era a dela? Foi fechando os olhos sem nem notar e deixando aquelas palavras se gravarem em seu mundinho, e se perderem por lá, mas se perderem em segurança.
- Amém. - Ouviu ele terminar e assim todos responderam a mesma coisa em uníssono. Sentiu soltarem suas mãos e logo eles começaram a comer de forma descompromissada, um pedindo ao outro que passasse o arroz, ou o as batatas. Kevin se servia de assado enquanto Nick parecia estar se pondo a porção toda da travessa de arroz para si mesmo. Soltou uma risada interna notando o quanto o garoto era magro. E sabia com toda certeza, que o último motivo disso seria ele ser ruim. Deixou que todos se servissem, observando Denise pegar um guardanapo e limpar a blusa de Frankie, que já tinha se sujado, revirando os olhos. Só se deu conta mais uma vez do que estava fazendo quando Joe cutucou seu braço com a travessa de batatas em mão, entregando para ela com um sorriso divertido nos lábios. Que balançou a cabeça, aceitando essa e colocando duas batatas no prato. Colocando a travessa dessa em cima dessa logo depois. Vendo que agora uma porção de arroz se encontrava em seu prato também, olhou pra Nick, que abriu um sorriso sereno pra ela e a garota deu de ombros, soltando uma risadinha.
- Frankie, você pode me passar a carne? - Ela se viu pedindo antes que pudesse evitar as palavras de saírem da sua boca e logo estava esticando as mãos para receber essa do Jonas mais novo, que ria abertamente pra ela. Serviu-se com o assado também, sorrindo com os olhos para Frankie e ao levar a primeira parcela de comida a boca, com seu garfo, pôde ver Joe se aproximando do seu ouvido.
- Ele faz isso quando gosta da pessoa. - O garoto disse apontando para Frankie com o garfo, o que vez o menor rir ainda mais. E fez a mãe deles bufar, se entregando ao riso depois também. engoliu e voltou a observar aquela família, tão verdadeira, tão simples, tão única, tão... Perfeita. A forma com que todos eles riam em uníssono, ora alto, ora baixo. A forma com que comiam coordenadamente. A forma com que Kevin Sênior esperava que todos passassem os copos a ele, para que ele enchesse esses com o suco. O que Nick teve que fazer por ela, porque ela estava ocupada demais observando. E observou também, sem entender, porque o copo de Nick era cheio com o suco da outra jarra. Não perguntou porque sua curiosidade não era maior do que a sua delicadeza.
- Mas então , certo? - Perguntou Kevin Sênior e a garota assentiu. - Me disseram que foi graças a você que Nihcolas conseguiu um A+ na feira de ciências do ano passado. - A garota engasgou corando e se virou para Nick de olhos arregalados, finalmente engolindo a batata.
- Graças a mim? - Perguntou a ele, se perguntando na verdade em sua cabeça, como que ela se enterraria na terra agora.
- Bom, você acabou fazendo a maquete do sistema solar, não foi? - Nick perguntou, ligeiramente envergonhado. - Eu estava, ahm... Ocupado demais, olhando? - Ele deu de ombros voltando a comer, enquanto Joe e Kevin apenas se divertiam com a cara dela.
- Olhando, Nicholas? - Perguntou Denise, no que todos os outros prenderam os risos, o pai sendo o primeiro a tapar a boca, enquanto Nick continuava a comer, sem dar atenção, as bochechas vermelhas, indicando que ele tinha escutado.
- Vai lá agora, oh queridinho da mamãe. - Riu Joe, olhando pra Kevin e levantando a mão pro irmão que fez um high five com ele, em meio a risadas. E então ela se viu mais uma vez analisando aquela família, esperando estar isolada o suficiente para poder apreciar cada detalhe, até o perfume de família que aquela casa tinha. Ouviu ao longe, Denise flar algumas poucas palavras e olhar pra Joe como se ele estivesse sendo ridículo ao chamar Nick de queridinho da mamãe. Frankie meter um garfo maior do que ele, cheio de comida na boca. Nick rir do irmão, enquanto o pai se apressava em acudir o mais novo dessa vez.
- Como que você fala esse tipo de coisa quando nós temos visitas Joseph? - A mulher disse e ela finalmente pegou parcelas da conversa, quando notou que por aquele momento ela girava em torno do seu ser. - O que a vai pensar de mim? - Mordeu os lábios, o que ela poderia pensar de Denise Jonas? Além de que ela era uma mulher maravilhosa, que tinha convidado uma garota qualquer, mais uma vizinha, para adentrar em sua casa e almoçar com a família maravilhosa que ela tinha? A família de verdade que ela tinha. sentiu um embrulho em seu estômago. - Que eu trato seu irmão melhor do que trato vocês. - Tratar seu irmão melhor. Essas palavras ecoaram em sua cabeça e ela lembrou de como as coisas eram diferentes quando o irmão estava em casa, que o ambiente se aquietava por um tempo, que sua mãe voltava a sorrir e que o pai não grunhia mais. - Você acha que esse tipo de coisa acontece na casa dela? - E assim o seu estômago terminou de cair. Sua casa? Que casa?! O lugar aonde ela morava era o último lugar que ela poderia considerar uma casa de verdade. Que ela poderia chamar de casa. Sentiu seus olhos arderem e mordeu os lábios, colocando a mão por cima da boca.
- Se vocês me derem licença, eu preciso ir. - Se levantou sem dar tempo para que qualquer um deles dissesse alguma coisa e colocou sua cadeira para dentro da mesa, tirando a mão da boca por um momento e andando a passos largos e firmes em direção a porta, abrindo essa e saindo de lá, descendo os degraus aos tropeços e correndo em direção a rua. Soltando os dentes dos lábios e permetindo as lágrimas amenizarem o ardor em seus olhos. A última fala de Denise martelando em sua cabeça. " Você acha que esse tipo de coisa acontece na casa dela? " Olhou pra trás e além de ver a casa deles, ao longe poderia ver o estabelecimento que sua mãe fazia ela chamar de casa. Casa, aquilo? Por favor.
Voltou a descer a rua abraçando o corpo, trazendo as magas do casaco para cobrirem suas mãos, enquanto esfregava os braços para se proteger da brisa que vinha cobrindo a cidade conforme o outono se aproximava. Logo eles voltariam as aulas. Com o fim do verão e ela teria ao menos isso para ocupar a sua cabeça com. Escola. Até a palavra já parecia mais acolhedora do que a palavra " casa " para ela. Lembrava-se de quando as férias de verão eram uma coisa gostosa pra ela. Quando como quando a família, na época que ainda era uma família, tinha ido a Disney pela última vez. Ela deveria ter uns sete anos e William dez. As únicas coisas que ela lembrava de verdade eram os shows de fogos e o passeio de Delorean na Universal Studios. O carro do Back to The Future. O filme que tinha dominado a sua infância, junto com o primeiro amor platônico da vida dela, Micheal J. Fox. Parecia que talvez, a única pessoa que ela tinha amado que nunca havia a magoado. Disney World. Do outro lado do país se você considerasse o eixo Norte-Sul. Do outro lado do país e era o último lugar aonde ela tinha se sentindo em casa.
Deixou que seus pés a guiassem sem pensar pra onde ir e logo se viu no parque perto do centro da cidade. Não eram nem dez minutos de caminhada da casa dela. Observou as crianças brincando. As maiores correndo pela grama verde, enquanto as árvores começavam a mudar de cor, assumindo o tom alaranjado do outono. As crianças menores, brincando na parte coberta de areia do parque, montando castelos nessa, como se por um acaso estivessem sequer um pouco perto da praia. Sentou em um dos bancos aonde é de se imaginar encontrar um casal de velhinhos recostados um no outro, ou alguém alimentando pombos com pedaços de pão e limpou os olhos da onda já não caiam mais lágrimas, ainda sentindo aquele mal estar no estômago. O que certamente não era mais fome. Levantou o capuz do casaco e pôs ele sob a cabeça.
Parou pra se perguntar quando que a sua vida tinha tomado aquele ritmo? Quando que ela tinha deixado a partida de William lhe afetar tanto? Como se ela não soubesse que ele fosse partir para Berkley ou o mais longe possível para fazer faculdade. Como se ela tivesse chegado a cogitar a hipótese de que ele ficaria por ela. nunca tinha feito isso. Sabia que o irmão fugiria daquilo tudo. Ela teria feito a mesma coisa. Mas por quê? Porque ela tinha deixado o controle de sua vida sair de suas mãos? Porque ela tinha se deixado parecer sozinha, quando parecia ter gente disposta a acompanhá-la. Sua mente vagou novamente para a casa dos Jonas. A forma com que Kevin tinha puxado-a para dentro da casa. E que já lá dentro ele e Joe tinham feito com que ela se sentasse. A forma com que cada um deles, Frankie rindo, Denise separando um prato para ela, Nick colocando a porção de arroz em seu prato, entregando ao pai o copo da garota, a saudando com seus sorrisos envergonhados. Joe, dizendo a ela que tinha sentido saudades suas, como que você sentia saudades de alguém que você nem ao menos conhecia de verdade? A forma com que Kevin tinha feito questão de saber se ela estava bem. E como Kevin Sênior tinha feito questão de indicar aos filhos que aceitassem a garota na oração em família deles.
O jeito daquelas pessoas, o coração delas, o cheiro de família daquela casa, a sensação daquele ambiente, a forma com que eles se tratavam: Os sorrisos e os risos, como se nenhum problema do mundo passasse por aquela porta da frente da casa deles. Como se existisse algum tipo de magia antiga e indecifrável, pelo menos para ela, que protegesse aquele lugar. Protegesse aquelas pessoas. Viu-se mais uma vez perdidamente absorta em seu mundinho, tentando de alguma forma encaixando a imagem dos Jonas ali. Para que ela não se esquecesse nunca, como que uma família de verdade deveria se parecer com. Estava tão dispersa que não notou quando uma pessoa tomou o seu lado no banco. E não queria prestar atenção, não faria diferença enquanto ela estivesse com aquela imagem, de alguma forma, perfeita em sua cabeça. Só voltou a si quando ouviu a pessoa ao seu lado rir, e fechou os olhos ao reconhecer aquela risada também.
Levantou a cabeça e olhou pro lado, para encontrar Joseph sentado ali, do outro lado daquele banco. Dividindo de alguma forma, o mundinho dela com ela. Ele sorriu mais uma vez aquele sorriso que fazia todas as garotas da escola se apaixonarem por ele e pela primeira vez, sentiu vontade de suspirar e não segurou essa sensação. Ouviu a risada que ele soltou ao ouvir o suspiro dela e abaixou os olhos mais uma vez, passando os dedos levemente pela franja. Notou alguma coisa nas mãos dele e logo percebeu que ele segurava uma garrafa de Coca-Cola, ela não fazia idéia por que. Com certeza comprada na vendinha que se encontrava a alguns metros deles, da direção aonde ela tinha certeza, ele tinha vindo de.
- Durururu durururu dururururu. - Ele começou a fazer um barulho com a boca, chamando a atenção dela, que olhou de relance, observando de soslaio um Joe que parecia fingir não saber de onde vinha o barulho. - Durururu durururu dururururu. - E assim ele repetiu o barulho, que agora notava, ser imitação de um provável toque de celular. Joe se virou para ela, apontando para a garota numa pergunta silenciosa e ela arqueou a sobrancelha. - Durururu durururu dururururu. - Ele repetiu o barulho com a reação dela, sorrindo enquanto olhava para a coca-cola. Bateu na testa como se tivesse feito uma descoberta incrível. - Durururu durururu dururururu. - Assim, ele levou sua outra mão a tampa da bebida e rodou esse, para poder abrir a garrafa e assim, ela ouviu o barulho do gás saindo, enquanto ele ainda deixava a tampa no lugar e levava a garrafa ao ouvido. - Alô? Uhm, okay. - Ele disse, segurando a Coca-cola, como se fosse um telefone e ele estivesse tapando o bocal desse e assim esticou a garrafa em direção a garota. - É pra você. - Sorriu, mais uma vez aquele sorriso.
suspirou, levando uma de suas mãos a bebiba e pegou essa das mãos de Joseph. E olhando essa agora em suas mãos, tirou a tampa e levou essa a boca, dando um gole e rindo audivelmente depois de engolir esse. Olhou pra cima, encolhendo os ombros para rir. Não se lembrando da última vez que tinha rido daquele jeito. Olhou pra ele, que a observava de forma divertida, e continuou observando até que ela parasse de rir, respirasse fundo e colocasse a tampa de volta na garrafa, enroscando essa. Joe escorregou no banco, parando ao lado dela.
- Então, o que queriam com você? - Joe perguntou, abraçando a garota pelos ombros e cutucando o braço dela do outro lado, depois de ter envolto o corpo dela com seu braço. Ficou um tempo em silêncio encarando a Coca-Cola e pensando numa resposta para aquela pergunta, até que ocorreu a ela, como se fosse à coisa mais simples do mundo.
- Estavam tentando me devolver a habilidade de rir. - Ela sorriu, soltando uma risada depois de encarar os olhinhos brilhando dele. - Acho que eles conseguiram, não é?
- Você tem uma risada gostosa, . - Joe respondeu de forma simples, passando a mão pelo braço dela, como se estivesse esquentando a garota. - Acho que eu fiz um ótimo trabalho.
- Obrigada, Joe. - sorriu mais uma vez, encostando a cabeça ao ombro dele agora.
- Não foi nada. - Ele respirou fundo, o que fez ela se mexer junto com ele, com a cabeça apoiada em seu ombro. - Sabe, você pode conversar comigo se quiser.
- Posso é? - A garota mordeu os lábios, segurando o riso e Joseph revirou os olhos.
- Okay, eu vim aqui pra tentar arrancar uma risada de você. - Ele suspirou, rindo baixinho. - Eu não sou a pessoa certa pra entender os seus problemas. - Joe disse calmamente. - Porque eu provavelmente não vou entendê-los.
- Aaahm, sei. - Ela disse, olhando pra ele com um sorriso nos lábios e ele deu de ombros como se dissesse que não era culpa dele.
- Eu posso te contar uma piada. - Comentou olhando pra ela, que arqueou a sobrancelha e soltou outra risada audível. - Mas o que?! Eu nem comecei ainda.
- Não precisa Joe. - parava de rir aos poucos, respirando fundo e encarando o garoto. - Mesmo. - Disse, quando ele fez menção de que diria alguma coisa.
- A escolha é sua. - Ele deu de ombros, mais uma vez, assobiando sem compromisso.
- Joe, me perdoe, mas eu não estou no clima para ouvir uma piada agora. - respondeu, de forma calma, dando um tapinha no peito dela e voltando a observar as crianças que brincavam naquele parquinho.
- Sabe, é difícil de acreditar que você foi uma das crianças que foi criada, um dia brincando nesse parquinho. - Joe comentou, notando o olhar dela em direção a elas. - Ou era difícil de acreditar. - Soltou o braço dos ombros dela e abaixou o tronco, juntando as mãos bem acima dos joelhos, esticando a cabeça para olhar as crianças melhor. - O que aconteceu com você ?
- Você não disse que não entenderia meus problemas? - A garota perguntou sorrindo, chegando o corpo para frente, para poder encará-lo nos olhos mais uma vez.
- Ah, é. - Ele balançou a cabeça e respondeu rindo. – Vamos brincar no parquinho? – Joe perguntou sorrindo e voltando a recostar seu corpo no banco, esticando os braços ao longo desse com aquele sorriso divertido nos lábios.
- Vamos o que, Joseph? – perguntou arregalando os olhos e soltando uma risada alta. Quando notou ele se levantar e pegar a sua mão, mais uma vez antes que ela pudesse dizer alguma coisa, se viu sendo puxada em direção a parte coberta de areia daquele lugar, aonde os pais começavam a chamar seus filhos para ir embora. E restavam apenas algumas poucas crianças para observar os dois, que já tinham passado da época de brincar ali há mais de dez anos adentrarem o território infantil deles. – O que você ta fazendo? – Perguntou sentindo a areia inundar o seu tênis, já que ele não tinha parado para tirar os sapatos e certamente não tinha esperado que ela fizesse isso, antes de entrar no cercado de areia.
- Eu? Estou me divertindo e estou trazendo você junto. – Joe respondeu como se fosse à coisa mais óbvia do mundo, começando a correr em direção a gangorra e forçando os pés dela a se mexerem mais rápido também. E assim ele parou subitamente, segurando o corpo da garota para que essa não caísse na areia. E agora mais uma vez, se viu sendo empurrada a se sentar em algum lugar. Só que agora dessa vez, na parte abaixada da gangorra. Olhou pros dois lados como se estivesse de alguma forma colada aquele lugar, enquanto Joe se afastava sem tirar os olhos dela, o indicador levantado de forma ameaçadora, se controlando para não rir. – Nem pense em sair daí.
Foi a última coisa que ele disse, antes de empurrar a parte levantada da gangorra pra baixo e se sentar nessa, empurrando a sua parte com os pés e logo os dois começaram a revezar o lugar mais alto. Jogou a cabeça pra trás, deixando o capuz cair e sentiu o vento do Outono se aproximando em seu rosto, conforme via agora a gangorra descer de seu lado e subir no lado de Joe. Que sorria divertido, observando as reações dela, soltou uma risada gostosa quando a garota abriu os braços ao voltar para o alto, se segurando no apoio, levando as mãos a essa quando o brincando começou a voltar ao chão de novo. Só parou de movimentar o brinquedo quando notou que a garota estava rindo abertamente e só parou de rir, quando esse já estava parado há alguns poucos minutos, rindo cada vez mais fraco, é claro. Balançou a cabeça, jogando a franja pro lado e encarou os olhos de Joe, que sorriam pra ela.
- Viu? Se chama diversão. – Ele apontou para ela depois pro brinquedo e a garota saiu desse, num sorriso suspirado, o deixando cair no chão de surpresa, o que fez com que ela risse de verdade. – Isso também pelo visto. – Ele revirou os olhos, enquanto se aproximava com uma mão esticada na direção dele, oferecida para ajudar. Ela só ainda era ingênua demais para conhecer o que se passava atrás dos olhos sonhadores e do sorriso maroto de Joseph Jonas, o que poderia vir da mente de comediante dele? A verdade foi que ela só notou que seu corpo estava sendo puxado em direção ao chão quando a gravidade já estava tomando conta de fazê-la colidir com a areia e ele estava em pé, intacto, correndo para longe dela, olhando ocasionais vezes para trás, apenas para se certificar do estado da garota. Que descrente, encheu as mãos com punhados de areia no que ele se afastava dela, dando voltas correndo livremente pelo parque.
Levantou-se num salto, soltando a areia das mãos e batendo na calça, para se livrar da sujeira. Soltou um grunhido balançando a cabeça e começou a correr atrás dele, que começou a rir, como se dissesse que ela nunca ia alcançá-lo. Imprimiu mais velocidade, enquanto começava a rir da forma que ele corria, tentando diverti-la de propósito. Joe parou de correr subitamente, olhando pra ela e respirando fundo, vendo a garota imita-lo, então ele soltou uma risada antes de começar a correr atrás dela, que arregalou os olhos, sentindo medo, deu um berro e começou a correr na direção oposta, sabendo que não levaria muito tempo para que ele a alcançasse, mas rindo como ela não ria fazia muito tempo.
Logo o garoto estava a poucos passos dela, esticando os braços, enquanto ela ria aos berros e soltou um grito mais alto, quando sentiu as mãos dele envolvendo a sua cintura, abraçando-a pelas costas e puxando a garota mais para perto, fazendo seus pés saírem do chão por alguns instantes, o que fez com que ela apertasse seus braços, até que sentisse o contato com o chão de novo. Respirou fundo, olhando pra cima, encarando os olhos dele divertida. Sentiu seu corpo enrijecer um pouco com a proximidade dele, mas logo foi relaxando conforma via que ele a envolvia em um abraço. Passou suas mãos ao redor do corpo dele e encostou sua cabeça ao peito do garoto. Tinha esquecido do quão bom era se sentir querida, protegida, amada por alguém. Mesmo que de uma forma tão singela, quanto um abraço. Mesmo que com alguém que ela mal conhecia, mas era o alguém que estava ali para ela. Era um alguém que queria estar ali para ela.
- Se eu te agradecer de novo, eu vou ficar parecendo uma idiota? – Perguntou, ainda com a cabeça encostada no peito dele, ouvindo o coração dele bater num ritmo compassado, como se tocasse uma música. Seu corpo mexeu conforme ele respirou fundo, passando as mãos pelas costas dela e soltando uma risada. Observando a garrafa de Coca-Cola que eles haviam deixado no banco, soltando pequenas risadas. Ele realmente era o tipo de cara que não suportava ver alguém chorar. Não importava se a conhecia ou não. Joseph era o tipo de garoto que se visse uma menininha chorando no parque, por causa de um machucado, ele imitaria o seu personagem favorito de seriado infantil, só para arrancar-lhe uma risada. No caso, era sua menininha chorando, o machucado dela, ele sabia ser mais fundo do que alguma coisa simples, mas ele não havia precisado imitar personagem nenhum, tinha bastado ele ser ele mesmo, e acolhe-la em seu mundo. No qual ela entrava cautelosamente, ele notara, mas que aos poucos, um dia, ela estaria lá.
- Não é difícil para Joseph Jonas, ser apenas... – Ele disse, deixando que ela soltasse o seu corpo aos poucos. – Joseph Jonas. - Completou piscando pra ela, enquanto abraçava a garota pelos ombros, andando com ela em direção ao banco, aonde tinham estado sentados momentos antes. – Parece que ninguém roubou o elixir da vida. – Ele disse, pegando a Coca-Cola ali, antes de se sentar no banco, puxando a garota para fazer o mesmo.
- Nós estamos em Wyckoff, as pessoas não roubam Coca-Cola aqui Joe. – riu, tomando a garrafa das mãos dele e fazendo biquinho, respirando fundo enquanto desenroscava a tampa dessa, abrindo-a para tomar mais um gole. – Nem a dividem. – Ele olhou para ela descrente, que apenas entregou a bebida a ele, observando o olhar dele vagar pelo parque, enquanto ela tirava o tênis. Sentindo a areia escorregar por seus pés, encontrando o chão e ele ria dela, conforme a garota batia no tênis para desentupir esse.
- Acho que teria sido uma idéia melhor fazer isso perto da caixa de areia. – Joe soltou uma risada, no que ela se virou para ele, observando o garoto jogar a cabeça pra trás, dando goles no refrigerante, levando seu pomo de adão junto com o líquido conforme ele engolia. revirou os olhos. Por mais alguns segundos naquele dia, tinha se perdido e descoberto porque quase todas as garotas que ela conhecia eram apaixonadas por Joseph Jonas. O garoto fazia por onde, a verdade era essa.
- Você realmente vai bancar o inteligente pra cima de mim, Joseph? – perguntou arqueando a sobrancelha. – Você acha que eu vou deixar o meu pó de fada, espalhado para perto da areia humana? Por favor. – Tirou o outro tênis fazendo a mesma coisa que fez com o primeiro, observando um sorriso crescer nos lábios dele, não perguntou por que, sabia que ele responderia da mesma forma.
- Achei que fosse para demorar mais. – Ele riu pelo nariz, colocando a garrafa do lado dela mais uma vez se espreguiçando naquele banco como se dissesse a ela que ele era demais, e a garota se virou para ele bufando, sem entender. – Para destrancar a porta do seu mundinho. – Joe continuou como se fosse óbvio. – Você é mais parecida com o Nick do que imagina. – Soltou mais uma risada pelo nariz, observando as bochechas dela tomarem uma tonalidade um pouco mais avermelhada, mas que ela não chegava a corar de vergonha.
- Não vá pensando que você pode ir entrando e fazendo baderna. – Ela disse, balançando a cabeça e jogando a franja pro lado, como notara que ele fizera muitas vezes durante aquele encontro. – É o meu mundo, você ainda não tem passe livre. – Notou que tinha apenas parcela da atenção dele, já que a verdade era que ele olhava para o quiosque de vendas, aonde se encontrava a garota que ela sabia. Talvez ser a única que prendia a atenção de Joe, apesar de hoje ele ter a surpreendido, tomando parte de seu tempo para simplesmente faze-la sorrir, ela sabia que a partir do momento que ele pusesse seus olhos em Davis, a atenção dele se tornaria mais comprometida, do que a atenção de Joseph Jonas já costumava ser. Começou a assobiar, chamando a atenção do garoto de novo. Que olhou para baixo com um sorriso, apenas bem ligeiramente envergonhado. Os dois riram e ele finalmente se virou para ela, um brilho divertido nos olhos. Tinha notado uma coisa conforme observava a garota dos seus sonhos.
- Eu não tenho pressa, milady. – Se levantou subitamente e lhe fez uma reverência de forma galante, pedindo pela mão dela, na qual deu um beijo numa cena exagerada. – Sei, apesar do que dizem, ser paciente. – Ele levantou o corpo, voltando a encarar a garota que dominava seus pensamentos, mas vendo além disso, sorriu e ficou sem entender o motivo de seu sorriso. – Agora enquanto esse humilde servo volta para a sua senhora, com intuitos de oferecer-lhe uma delícia gelada. – Começou a falar em códigos, indicando que compraria um sorvete para a garota no quiosque e apenas ria da forma que ela falava. – Ele lhe oferece um cavalheiro, para lhe acompanhar no caminho de volta para o seu castelo. – Virou o corpo na direção de , saindo da frente da garota, que agora podia ver um pouco mais ao longe, Nick caminhar na direção deles. Mas parar um pouco mais além da garota, esticando o pescoço, provavelmente para procurá-los. esboçou um sorriso fraco e viu Joe lhe oferecer um dos braços, que ela aceitou, sem nem calçar os tênis, levando esses nas mãos, pegando a garrafa de Coca-Cola e encaixando essa de forma desajeitada no bolso da calça jeans. – E é aqui que eu vos deixo, bela dama. – Ele fez mais uma reverência, depois deles terem andado em direção a saída do parque.
- Muito obrigada, gentil cavalheiro. – Fez uma cortesia, para agradecê-lo, vendo que Nicholas já se aproximava dos dois, a passos rápidos, quase correndo e parou a alguns metros dos dois, coçando a parte de trás da cabeça, de forma ligeiramente nervosa, acenou para eles, que responderam com sorrisos. deu um passo a frente e puxou o garoto a sua frente para mais um abraço. Joe apenas sorriu, passando os braços pelas costas dela.
- Meu mundo está aberto para visitação. – Ele sorriu, mais uma piscadela e começou a andar em direção ao quiosque, aonde a sua senhora, ainda esperava por ele. Não em todo o sentido literal da expressão, mas permitindo ao garoto que sonhasse. – Só não agora. – Foi a última coisa que ela ouviu, antes de dar as costas a ele e começar a andar em lentos passos em direção a Nick.
- Ótimo, você já foi sugada pelo poder de Joseph Jonas. – Nick suspirou vendo a garota inclinar a cabeça pro lado como quem não entendia. – Pode dizer que você sempre foi apaixonada por ele, eu agüento o impacto. – Ele continuou num sorrisinho torto.
- Me desculpa te decepcionar Nick, mas eu nunca fui. – deu de ombros, balançando o tênis, enquanto seguia ele, voltando na direção do parque, provavelmente daria uma volta nesse. – Nem sou, pelo menos ainda, apaixonada pelo Joe.
- Não é nada decepcionante ouvir isso. – Ele disse, abrindo um sorriso de verdade, talvez uma das poucas vezes que ela tinha o visto sorrir em algum tempo. – Chega a ser estimulante, ou algo assim. – Ele parou para prestar atenção no que tinha dito e apertou os olhos, como se mentalmente se perguntasse “ o que?! “ a garota apenas riu, se divertindo, e viu ele suspirar. – Como a sua risada. – Nicholas deu uma piscadela discreta e a garota sentiu as bochechas esquentarem. – Faz tempo que eu não escutava você rir e olha que a gente se vê todo dia.
- Eu não costumo ter bons motivos para rir. – deu de ombros, notando que eles começavam a cruzar a parte arborizada do parque, logo sairiam pelo outro lado. – E eu não costumo rir a toa.
- Uhm, sei bem como é. - Nicholas respondeu, olhando pro céu e abrindo um sorriso contradizendo o que tinha acabado de dizer.
- Você não parece, quero dizer entender isso. - A garota respondeu o comentário dele, não ligando se estava parecendo ser ríspida, apenas dizendo o que vinha na sua cabeça.
- É porque eu não deixo essas pequenas e grandes coisas emperrarem a minha vida, não é como se o mundo fosse parar por causa dessas coisas. - Observou ele olhar pra baixo, encarando o tênis que usava, um all star também, sentindo que de alguma forma aquele garoto fazia o mesmo esforço que ela para levantar os pés e dar um passo atrás do outro. Só que ao contrário dela, ele sabia fazer isso com um sorriso no rosto. - Ao invés de ficar procurando bons motivos para sorrir, os pequenos motivos são o suficiente para fazer a vida valer a pena.
Resolveu sucumbir ao silêncio, nada que pudesse dizer teria metade do impacto nele, do que o que ele tinha dito tinha tido nela. “ Não é como se o mundo fosse parar por causa dessas coisas. “ O mundo não pararia por causa dela. Não tinha parado até agora. Será que era isso que ela continuava esperando? O mundo parar aos seus pés para que ela pudesse sofrer ou tacar os pais pra fora dele. Quem sabe se tacar para fora dele, já que viver com os alienígenas seria algo extraordinário para a imaginação dela. Ou ainda trazer o irmão de volta. Qualquer coisa pra amenizar a dor de cabeça que acordava junto com ela.
Parou de andar e viu o garoto fazer a mesma coisa poucos passos adiante dela, se virando para trás, sem entender porque ela tinha feito isso. Levantou os olhos, desistindo de encarar o tênis. Dois segundos atrás ela estava rindo com Joseph pelo parque. E agora ali, sentia aquele mesmo formigamento que a presença do mais velho causava nela, mas os seus lábios não se curvavam. Talvez porque olhando ali, nos olhos de Nick ela via muita coisa além do que ela via nos olhos de Joe. Ele sorriu, como se encorajando-a a procurar pelo que estava perdido ali. E ela viu, que mesmo com o sorriso visível na boca dele, a tristeza enterrada nos olhos dele era perceptível. E às vezes, até maior do que esse mesmo sorriso. Uma coisa singela, ignorável pra quem não quer ver, mas uma coisa de incrível magnitude a alguém de olhos abertos, aberto pra sentir, aberto para ver, aberto pra entender.
Uma maturidade que não era comum nos olhos de garotos da idade dele, nem além da idade dele, um sofrimento que não acabava com a vida dele como acabaria com a de muitos, uma pequena dor, quase imperceptível, mas que ela se via capaz de sentir. Uma parcela do mundo dele, da alma dele, que mesmo sem querer, ele estava dividindo com ela. Um entendimento, que a garota ainda não tinha sobre ele.
Observou mais um sorriso singelo surgir nos lábios dele e logo ele estava esticando a mão em direção a ela, oferecendo-a num gesto de ajuda. Estava ali uma pessoa que ela sabia saber que ela vivia afogada num mundo de problemas, e alguém que queria tentar, não com apenas um sorriso, tira-la desse mundo de águas turvas e fazê-la entender que sempre existe algo maior com que se preocupar do que apenas nós mesmos. Alguém que poderia entendê-la de uma forma que ela não o entendia, da forma com que ela não entendia porque todo dia de manha ele acordava com um sorriso no rosto, mas no momento que esticou uma de suas mãos e ligou essa a do garoto, sentindo a textura dos dedos dele, macios, porém ligeiramente calejados, ela teve vontade de sorrir também.
Sentiu-o puxar o seu corpo em direção ao dele para que pudessem mais uma vez andar lado a lado e logo a garota esticou os dedos dos pés, que estavam desacostumados com andarem descalços, e agora coçavam com o sol baixo que batia neles. O garoto riu da simplicidade do gesto dela. estava andando na calçada e o garoto no asfalto, o que fazia com que ela ficasse quase do tamanho dele.
Fechou os olhos e começou a se imaginar numa corda bamba num circo, sentindo todos os seus problemas fluindo para longe junto com o toque da mão dele, talvez o calor que vinha dali, de alguma forma sugasse seus problemas. Não pensando por momento nenhum que o garoto tivesse algum tipo de poder sobrenatural, apenas descobrindo que talvez a única coisa que ela realmente precisasse era da atenção que eles estavam lhe oferecendo no momento.
Observou o final da corda bamba chegando, conforme via a rua deles começar a tomar forma. Um tanto antes ainda de chegarem a casa deles, viu Frankie andando de bicicleta, vindo da direção oposta, passando pela casa dela e largando a bicicleta na frente de casa, enquanto corria para entrar nessa. Ele levava muito mais jeito para andar de bicicleta do que ela quando tinha a idade dele. Riu da própria inutilidade quando quase caiu da calçada ao prestar atenção no menino, forçando Nick a apertar sua mão mais forte para lhe dar equilíbrio, assim desceu a rua, parando ao lado dele e instintivamente passando seu braço pelo do garoto.
Foram andando calmamente até a calçada em frente a casa deles, Nicholas sentou-se no meio fio e viu a garota tirar a garrafa de Coca-Cola do bolso, para fazer a mesma coisa, esperou que ela passasse o braço pelo dele mais uma vez e sorriu. Tinha sentido uma conexão ali. colocou a cabeça no ombro do garoto conforme ele respirava fundo, levando ela junto, abriu um sorriso divertido subindo e descendo com ele. Queria perguntar aquilo que estava entalada em seu cérebro, martelando, mas dessa vez, por essa vez, não queria parecer indelicada. Não que normalmente se importasse, mas era bom se importar com as pessoas que pareciam demonstrar que se importavam com você.
Foi a vez dela respirar fundo, levantando a cabeça, para procurar olhar nos olhos dele, enxergando ali a mesma coisa que sempre enxergava, vários sentimentos, mas nenhuma resposta, queria saber dele. Queria saber por que sentia que ele era capaz de entender o que ela sentia.
- Porque você entende? – Apertou o braço dele com mais força, sem nem notar, estava começando a se perder na complexidade dos olhos dele.
- Uhm? – Ele perguntou, o olhar meio sonolento e o sorriso fraco, numa feição que ela tinha cansado de vê-lo exibir.
- Porque você entende, Nick? – Os ombros dela murcharam e ele pareceu entender, o olhar não era mais sonolento, parecia no máximo envergonhado, e o sorriso até fraco tinha murchado. Ele passou a mão pelos cabelos, de uma forma que fez ela imaginar como seria, passar a mão pelos cabelos dele e quase perdeu a linha do seu pensamento, chegando quase a levar a mão à cabeça dele.
- Ahm... - Ele abriu a boca, mas não conseguiu dizer nada e ela sentiu o desconforto dele, desconforto esse que por mais que compreensível, fez ela se irritar um pouco, o que poderia ser? Nada que pudesse cruzar o caminho do seu pensamento.
– Você tem uma família perfeita, uma mãe que te ama, um pai que sabe que você existe, irmãos que estão aí pra você sempre que você precisar e que eu sei que te apóiam. Isso não pode ser só inveja do Joe, ou algo do tipo. Eu quero dizer... – A garota suspirou. – Ele nem melhor que você é. Você tem uma crença que faz a tua vida funcionar, você tem um talento, pelo qual ela vale a pena funcionar, você é um dos garotos mais inteligentes e maduros que eu já vi e não pode nem reclamar que é feio, porque bem... Você não é.
- Do jeito que você falou, ficou parecendo que eu sou perfeito. – Nick disse de uma forma mais sarcástica, que apesar de não estar acostumada com aquilo vindo dele, se adaptou bem a imagem do garoto, que passou mais uma vez a mão pelos cabelos, coçando seu pescoço e voltando, suspirando ainda sem saber o que falar.
- E não é? – respondeu, roubando um pouco do sarcasmo dele, apertando seu braço mais uma vez, enquanto cogitava a hipótese de revirar os olhos. – Você tem o que? Um avô na cadeia, um irmão gêmeo louco no porão, um dedo do pé defeituoso, tem uma doença terminal ou a lua cheia você vira lobisomem?
- Você não deveria brincar com isso sabe. – Sentiu a voz dele embargar um pouco e arregalou os olhos, se controlou para não rir, por acaso ele estava sendo sério, ele era lobisomem?
- Com o que? Você está me dizendo que hoje à noite você vai virar lobo? – Perguntou incrédula. O silêncio se instalou em cima deles e ela sentiu o corpo dele se enrijecer de uma forma que fez-la considerar tirar o braço do dele, mas gostava do calor que aquela parte do corpo dele ainda emitia. Observou o garoto olhar pro céu diversas vezes seguidas e notou que realmente tinha alguma coisa de errado além do que ela podia enxergar, passou a se sentir mal por ter perguntado e começou a repassar tudo que tinha comentado de forma impensada, será que eles tinham um avô na cadeia? Ou será que ele tinha sido diagnosticado com algum tipo de... Não se atreveu a pensar adiante quando sentiu seus olhos começarem a arder. – Nick, o que você, o que você tem?
- Shhh, calma . – Ele notou o quão tremida a voz dela, conforme a garota enfiava a cabeça em seu peito, abraçou ela de uma forma que pensou poder protege-la e talvez prepara-la, ou apenas encaixa-la melhor naquele espaço, sentiu o casaco que estava usando ser apertado e as unhas dela arranhando seu peito através do tecido, esfregou os braços dela calmamente, como se ela estivesse sentindo frio, pegando algumas mechas do cabelo dela, que chegavam aos seus dedos, passando por eles com a ajuda do vento.
- Eu não agüento mais. – O corpo dela começou a tremer acompanhado de soluços agora. – Minha mãe parece estar entrando em depressão e não querendo acreditar nisso, ela sente tanta falta do meu irmão que as vezes ainda põem um prato pra ele na mesa, as vezes pergunta se ele está atrasado pra chegar do futebol e quando nota, sobe sem sequer ter comido e acha que eu não ouço ela chorar. – mordeu os lábios, engolindo o choro. – Meu pai faz parecer que eu não exista, acho que eu não sou o filho esportista que ele queria, me desculpe se eu fiz a merda de ser inteligente. Às vezes eu penso se alguma vez eu chegar em casa e disser que eu estou grávida, ele me olhe direito, talvez com medo, talvez com pena, mas me olhe como se eu existisse. – Apertou ela mais forte conforme ouvia ela falar, as vezes alterando o tom da voz, ora alto, ora apenas um sussurro. – Vai chegar uma hora que o Will vai ficar tão atolado com a faculdade, que vai parar de vir. Ele já não me liga mais pra perguntar se eu estou bem e desejar boa noite. Ele fazia isso toda noite, sabe? – Olhou pra ele, e viu o garoto sorrir fraco e assentir. – Costumava ser a parte que eu mais esperava do dia... Costumava a ser a única parte que eu esperava do dia. – Começou a cessar com os soluços, chorando silenciosamente, enquanto sentia o perfume dele que de alguma forma estranha, parecia ser quente. – Por favor, me diz que não tem nada de errado Nick, me diz que você não vai morrer, me diz que eu vou poder de ver amanhã, me diz que daqui a uma semana, vocês vão estar no parque ensinando o Frankie a jogar baseball e vão passar lá em casa pra me chamar e me diz.
- Eu não vou morrer, você vai poder me ver amanhã, eu te prometo que daqui a uma semana nós vamos todos ao parque e nós vamos ensinar não só ao Frankie, mas vamos fazer você jogar wiffleball, eu ainda vou ser seu parceiro de ciências esse ano e no ano que vem e nós vamos fazer parte da sua vida pelo tempo que você quiser, pelo tempo que você precisar. Você não está sozinha , ou não precisa estar pelo menos. – Sorriu, enquanto ela começava a cessar o choro. – Eu sou diabético, .
Observou o garoto levar uma das mãos a mão dela, que se encontrava em seu braço e ele começou a brincar com seus dedos, como se isso fosse uma coisa muito interessante de se fazer. Ao fazer isso passou cuidadosamente a ponta dos dedos pelo braço dela e ela sentiu um arrepio conforme parava de chorar. Se apertou um pouco mais a ele que não dizia nada. Não depois de ter dito tudo. Ela não sabia se chorava, ou se sorria, tinha imaginado algo tão pior, não que isso não fosse ruim, mas ele estaria vivo amanhã, ele estaria ali, eles estariam ali, e estariam ali pra ela, sorrindo para ela, aceitando ela de uma forma que no seu mundo ela não era aceita.
- Obrigada por não morrer, Nicholas. – Ela optou por sorrir. – Obrigada por estar aqui. – Soltou uma leve risada pelo nariz. – Obrigada por estarem aqui.
Nick mais uma vez não disse nada, mas levou suas mãos ao rosto dela, enxugando as poucas lágrimas que ainda caiam e forçando a garota a olhar pra cima, enquanto um calafrio percorria o seu corpo sentindo o toque dos dedos levemente calejados dele em suas bochechas. Fechou os olhos insintivamente, mas logo os abriu, encarando os olhos do garoto que se perdiam na extensão de seu rosto, ostentando um olhar que ela nunca tinha visto nele, talvez ele nunca tivesse a olhado daquele jeito, mas por alguns segundos a dor nos olhos dele se tornou imperceptível.
Observou mais uma vez ele abrir aquele sorriso sereno e sonolento que parecia ter nascido na cara dele, porque era raro ver o garoto se expressar de outra formaa mão dele continuava pousada em seu rosto, esfregando o polegar pela sua bochecha. Logo o rosto dele se aproximou e pôde imaginar o garoto sentindo o gosto salgado das pequenas lágrimas dela enquanto plantava um beijo em sua bochecha, sentiu essa começar a formigar e fechou os olhos mais uma vez.
sentiu a respiração dele ainda parada em sua bochecha, a testa quase encostada na dele e foi abrindo os olhos aos poucos, se perguntando se ele estava tomando coragem para fazer uma coisa? Soltou uma risadinha nervosa, tentando olhar nos olhos dele, mas sentindo os olhso doerem tamanho era a proximidade entre os dois, imaginou estar sorrindo com os olhos antes de fechar esses e levar a boca lentamente em direção a dele.
O aperto dele em seu rosto ficou mais forte e ela sorriu ao notar que era exatamente isso que ele queria fazer, a coragem para passar a língua pelos seus lábios veio com o tempo e logo a mão que abraçava o seu corpo, agora se encontrava em sua cintura. A garota já tinha escorregado uma das mãos pelo peito dele, levando essa ao seu pescoço puxando os cachos que pendiam do cabelo dele e ainda chegavam ali, se divertindo com a sensação que aquilo proporcionava, como se os fios de cabelo dele brincassem entre seus dedos.
O gosto da boca dele não poderia ser mais previsível e ao mesmo tempo mais surpreendente, era ligeiramente doce e apenas um pouco macia, os lábios de certa forma carnudos dele encaixavam nos seus de uma forma divertida e combinavam com o aperto dele em seu rosto e a delicadeza do abraço dele em sua cintura e a contraponto, ela sentia conforme a língua dele procurava a dela, uma aspereza considerável, o que tornava aquela carícia ali por se dizer, um pouco mais gostosa.
Sentiu seu corpo ser calmamente inclinado em direção a calçada e logo estava com as suas costas esticadas no piso pavimentado, sentindo parcialemnte o peso dele em cima dela, enquanto sentia seu cabelo se espalhando pelo chão atrás de sua cabeça, conforme as mãos dele começavam a se perder nesses. Baixou uma das mãos até o ombro dele e apertou esse conforme serntia uma mordida fraca ser depositada em seus lábios, levou as mãos ao pescoço delle, arranhando esse calmamente antes de apertar a gola da blusa dele, sentindo a corrente da dog tag que ele sempre usava ao redor do pescoço.
Voltou com as mãos ao cabelo dele, sentindo os cachos levemente mais quentes com o sol fraco que pingava neles naquele quase final de tarde, podia sentir o suor se formando perto da testa dele, o que muitas poderiam pensar ser nojento mas que de uma forma cortava a imagem de perfeição que ele onstentava. A doença, por mais que pudesse ser algo sério, só tornava ele mais perfeito, mais humano, assim como o suor. Fazia com que ela realmente acreditasse que os dois eram parecidos.
se segurou nele mais forte, levantando o corpo e dando um pouco mais de intensidade ao beijo, antes de ir calmamente freiando e tirando seus lábios dos dele, encostando a sua testa na de Nick e vendo que ele respirava com dificuldade, mas o peito não subia e descia rapidamente de uma forma tão vísivel quanto o dela, mas talvez a verdade fosse que estavam no mesmo rítmo. Viu o garoto piscar calmamente e juntar seus lábios mais uma vez, sem abrir as bocas, apenas juntando-os como se fizessem parte de um quebra cabeça, enquanto ele voltava a segurar seu rosto. Retraiu a cabeça e olhou para ela como se tivesse medo que ela qubrasse e mais uma vez a abraçou daquela forma que ela se sentia protegida. Ficaram alguns momentos em silêncio, enquanto ela curtia o perfume dele que ainda parecia ser quente de uma forma estranha, até que num suspiro ela resolveu perguntar.
- Então isso é... - voltou a olhar ele nos olhos, enquanto o garoto se levantava, oferecendo a mão para que ela fizesse o mesmo e não largando a mão dela depois que ela tinha se levantado. Ajeitou o cabelo e passou uma das mãos pelo casaco, olhando pra baixo antes de voltar a encarar os olhos dele, notando que o garoto tinha se aproximado um pouco. Levou uma das mãos acima dos olhos para tapar do sol e pudesse ver o sorriso gostoso que ele raramente exibia, antes de tomar seus lábios mais uma vez daquela mesma forma singela de antes. O sorriso dela cresceu quando ela pôde ver os olhos dele sorrindo. - Quer dizer, isso é o começo de alguma coisa?
- Definitivamente... - O sorriso de Nick aumentou e ele levou mais uma vez as mãos a bochecha dela, beijando aquele lugar mais uma vez, que já não tinha vestígios de lágrimas ou gosto salgado agora. - É o começo de alguma coisa.
Ouviram a porta bater e Kevin saía de casa vindo na direção deles, pulando os degraus com um sorriso divertido enquanto assobiava alguma coisa, parou em frente a eles e pôs uma mão no ombro de cada um.
- O papai estava querendo alguma coisa com você. - Indicou o irmão com a cabeça. - Espero que você não se importe deu levar a sua namorada em casa, certo? - Kevin perguntou, piscando para , que sorriu enquanto Nick corava e negava com a cabeça, soltou a mão da garota lentamente aproveitando cada segundo numa despedida silenciosa e ela e o mais velho ficaram ali, observando as ocasionais viradas pra trás que ele dava para olhar os dois, acenou discretamente bem antes dele entrar e viu a resposta em forma de um sorriso. - Então vamos? - Kevin perguntou oferecendo-lhe o braço.
- Uhum. - Ela perguntou soltando uma risada e passando o braço pelo dele, não sem antes ter se abaixado e pegado a sua garrafa de Coca-cola.
- Meu Deus isso foi uma risada? - Ele disse fazendo cara de surpreso, o que fez ela soltar mais uma assentindo ainda risonha. - O que esse garoto te deu? Maconha? Nossa, vou começar a realmente acreditar que a força está com ele.
- Não sabia que era possível ser Jedi e traficante ao mesmo tempo. - A garota respondeu sorrindo sentindo o aperto do braço de Kevin, o garoto era mais forte, tinha braços maiores do que ela parecia ter notado, ele talvez também fosse mais bonito do que ela já tivesse notado. Não que fosse fácil notar a beleza de alguém pondo essa pessoa ao lado do Joe, mas cada irmão tinha a sua qualidade especial, eles eram todos diferentes em suas maneiras únicas, mas eram todos tinham definitivamente em comum o fato de ser extremamente difícil ser capaz de achar algum defeito neles.
- Uma piada? - Kevin fez cara de surpreso. - Isso foi uma piada? - Mais uma vez incrédulo. - Isso foi definitivamente uma piada, com um toque de sarcasmo, mas definitivamente uma piada, boa jogada Nicholas Jonas. - Ele piscou para ela, que sentiu as bochechas esquentarem e apenas sorriu, conseguindo já ver a sua casa da altura que eles estavam na rua deles. - Eu sabia que a gente ia conseguir, até o final do dia.
- Nenhum desafio é bom o bastante para os Jonas. - suspirou num sorriso calmo, sentindo uma súbita vontade idiota de brincar de 'nós andamos iguais' mas não levando essa vontade idiota adiante, pois não queria que Kevin pensasse que ela tinha problemas mentais, não com certeza mais do que ele já pensava.
- Alguns desafios na verdade são, mas poucos são divertidos como o seu. - Ele disse olhando pro céu de uma forma estranha, acho que isso talvez fosse uma mania que todos eles talvez tivessem, parou para pensar que se realmente aquilo fosse o começo de alguma coisa, ela voltaria a acreditar em Deus como acreditava quando era pequena e ainda era levada para a escola dominical. De repente sentiu um aperto no peito e uma vontade de ter uma crença maior. - Fazer certas pessoas rirem, ilumina o seu dia, faz ele meio que valer a pena.
- Vocês são o tipo de pessoa que tem cada dia do ano valendo a pena então. - O sorriso de aumentou e ela o viu apertar seu braço um pouco mais forte de uma forma gostosa. - Eu espero que se depender de mim, eu possa fazer a minha parte pelo menos. - Suspirou olhando pra baixo e começando a caminhar em direção a calçada. - Fazia tempo que eu não sentia que alguém me queria no mundo. No mundo real, não no meu mundo.
- Ah, claro, mundos e sub-mundos. - Kevin disse com a voz ligeiramente embargada, o tom baixo de uma forma diferente que dava um ar meio místico a frase, que quase fez ela rir, mas fez com que seus olhos brilhassem, como se ele tivesse acabado de despejar um discurso sobre constelações e galáxias. - Como foi o seu passeio no Fantástico Mundo dos Jonas hoje?
- Devo comentar que eu não me divertia assim a tempos. - Balançou o braço livre, olhando a garrafa em suas mãos e sorrindo automaticamente, enquanto eles subiam na calçada e andavam pelo caminho que levava a porta da casa dela, já dentro do terreno. - Que eu não sorria assim a tempos. - Isso foi dito num suspiro, bem perto dos degraus da entrada. - Obrigada, ela disse pondo uma mecha do cabelo pra trás da orelha, enquanto subia esses, deixando Kevin pra trás, ficando do tamanho dele depois de ter subido os dois degraus, se virou na direção dele.
- Fez meu dia valer a pena, sou eu que tenho que te agradecer. - Kevin deu mais uma vez aquele sorriso gostoso, seguido de uma risada quase escandalosa que fez com que ela risse silenciosamente, viu o garoto se aproximar e abraçá-la e parou pra contestar que era impossível escolher entre um dos abraços de cada um dos três, da mesma forma que cada um tinha toques de personalidade exclusivos, cada um dos abraços carregava um pouquinho desses trejeitos com ele, mas todos de uma forma peculiar, eram os abraços mais convidativos que ela tinha recebido na vida. - Foi um prazer ver você sorrir, .
Soltou o abraço dele, que calmamente depositou um beijo em sua testa, enquanto ela fechava os olhos e mordia os lábios sentindo seus lábios se curvarem levemente num sorriso fraco, o garoto soltou outra gargalhada, só que dessa vez mais discreta.
- Eu tenho que encontrar a , mas quero ter a chance de conversar com você como sei que eles fizeram. - Piscou pra ela indicando a com o dedo, como se lhe dissesse que ela não ia escapar, segurando uma das mãos dela. - É minha vez de te fazer sorrir.
- Eu acho que foi mais um trabalho de Família do que uma ação exclusiva, Kev. - sorriu, metendo a Coca-cola dentro de um dos bolsos do casaco, aonde ela não cabia e ficava por fora a mostra. - Vocês foram o máximo. - Soltou uma risada calma, enquanto sentia os dedos dele calmamente desprendendo dos seus. - Agradeça a sua mãe pelo almoço? - Comentou de uma forma meio interrogativa dando de ombros.
- A gente faz isso, almoça, sabe? Todo dia e seria bom se você aparecesse às vezes. - Kevin respondeu, decididamente soltando as mãos da dela, começando a acenar, andando pra trás, sem tirar os olhos dela e não tendo certeza aonde pisava. - Eu gostaria disso. - Ele disse finalmente se virando para trás e cobrindo o pouco espaço que faltava para ele chegar a rua, enquanto ela abria a porta de sua casa, virou para trás ao ouvir que ele continuaria a frase e sorriu com o que escutou. - Nós gostaríamos disso.
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A entrada na casa depois do que Kevin havia dito se tornou uma coisa pela primeira vez na vida prazerosa. Assim que fechou a porta atrás de si, ela começou a ouvir os gritos dos pais, mas não de uma forma que a afetasse, como se na verdade eles se encontrassem numa dimensão paralela e não conseguissem afeta-la com o mau humor contagiante que pela primeira vez na vida não a contagiaria. O sorriso foi se tornando cada vez maior conforme ela adentrava mais na casa e via que o efeito não passava, colocou os pés no primeiro degrau da escada e relaxou os ombros se sentindo leve e talvez até um pouco tonta, mas de uma forma gostosa. Talvez eles fossem um tipo de droga, os Jonas, se perguntou se ela se tornaria dependente deles e sentiu seu coração doer, talvez teria sido melhor nem ter dado a abertura que ela tinha dado a eles hoje, porque sentia que tudo que ela sentia nesse momento era culpa deles.
terminou de subir as escadas calmamente, talvez nem notando que tivesse passado por todos os degraus e não se sentiu mal dessa vez ao passar pela porta do quarto de seu irmão, apenas continuou caminhando até que estivesse parada em frente a porta de seu próprio quarto e abriu essa, sentindo o sol se pondo iluminar aquele lugar com gotas alaranjadas, se espreguiçou ao fechar a porta e tirou os tênis despreocupadamente, andando em direção ao seu banheiro e abrindo a torneira para lavar a garrafa de Coca-cola, por mais infantil que parecesse, ela não se importava iria guardar aquilo.
Colocou a garrafa em cima do criado mudo ao lado da sua cama e se sentou nessa passando cada imagem daquele dia em câmera lenta em sua cabeça, como se estivesse vendo um filme antigo, protagonizado por Audrey Hepburn e Cary Grant, talvez devesse até passar as imagens para um tom mais sépia ou tirara a cor delas em sua cabeça. sorriu involuntariamente e olhou janela a fora o céu já estava escuro e as estrelas e a lua eram as únicas coisas que providenciavam luz ao seu quarto, não soube quanto tempo gastou pensando neles, mas só a imagem dos olhos de Nick por alguns meros instantes sem a dor natural deles, olhando pra ela em sua cabeça, era o suficiente para fazer o seu corpo formigar. Se enfiou debaixo das cobertas sem força nem vontade nenhuma para levantar e adormeceu com o corpo formigando enquanto observava a garrafa de Coca-cola.
Acordou no dia seguinte aquele com o sorriso bobo ainda travado em seus lábios, como se ele não quisesse sair de lá, bocejou lentamente e prendeu seus olhos na garrafa de Coca-cola, piscando várias vezes preguiçosamente, se sentou na cama esticando os pés mexendo os dedos calmamente antes de pousar esses no chão, esticando os braços agora, esfregando o rosto num bocejo depois. andou preguiçosamente até o banheiro e se tacou debaixo do chuveiro para uma ducha que deve ter levado no máximo três minutos, seus pais provavelmente tinham esquecido de ligar o sistema de aquecimento, mas na verdade não seria afetada por uma coisa tão banal quanto aquela talvez nunca mais. “ É porque eu não deixo essas pequenas e grandes coisas emperrarem a minha vida, não é como se o mundo fosse parar por causa dessas coisas. “ As palavras de Nick ecoaram em sua cabeça, quando seus pés descalços encontraram o azulejo frio do chão, sentiu um calafrio percorrer seu corpo, talvez pelo frio ou pela lembrança da voz dele.
Escolheu um short jeans de cor mais escura na gaveta enquanto segurava a toalha pra não cair, tirou o vans da gaveta de sapatos e uma meia na parte das meias, escolheu uma blusa branca normal e pegou o casaco listrado que estava usando no dia anterior, vestiu as roupas calmamente, deixando os cabelos secarem soltos dessa vez, enquanto sentia os raios de sol invadirem seu quarto esquentarem suas pernas, notando que provavelmente estaria tão branca quanto um urso polar, riu e sentou na cama para calçar o tênis, saiu do quarto lançando uma última olhada na garrafa enquanto fechava a porta desse.
Desceu as escadas e encontrou seu pai sentado no sofá com uma caixa de pizza aberta ao lado, metade do conteúdo dessa já sendo digerido pelo estômago desse e um pedaço em uma mão enquanto a outra segurava o controle esticado em direção a televisão, como ele era uma pessoa interessante. Ouviu o choro estressado da mãe e sabia que ela tinha brigado com ele de novo, talvez porque ele não tinha saboreado o gosto do suflê dela, todos ali eram previsíveis demais, mas ela não seria mais assim, passou na frente da televisão e ouviu o pai grunhir, viu como ele era previsível?
- Bom dia mãe, bom dia pai. – disse de uma forma consideravelmente animada, o que fez o pai se virar pra ela numa expressão porca com um pedaço de pizza quase pendendo pra fora da boca e ouviu o choro da mãe cessar por alguns instantes. – Eu vou ali na casa dos Jonas, volto tarde, não me esperem. – Sorriu abrindo a porta e enquanto saía meteu a cabeça pra dentro num suspiro. – Eu amo vocês.
Andou o caminho de pedras que a levava da porta de sua casa até a rua se sentindo mais leve, sentindo que flutuava, ou saltitava, ou alguma coisa assim, mesmo que estivesse dando os passos normais com os quais sempre fora acostumada a andar, enquanto descia a rua ansiava por ouvir a risada de Frankie que tinha escutado no dia anterior, mas o garoto não estava lá, nem ouve nenhuma bola de baseball caindo em sua direção, mas ao chegar o suficientemente perto da casa pôde ver que mais uma vez eles estavam arrumando a mesa, só que dessa vez Nick não se encontrava ajudando a mãe, Kevin fazia isso no lugar dele, sorriu para a garota, vendo ela do lado de fora e acenou, dando uma piscadinha que fez com que ela risse, subindo na calçada, lançando um singelo olhar pros pés, antes de levantar os olhos para acenar de volta, Denise a pegou no meio do aceno, e ela pôde observar mais uma vez aquele sorriso que eles tinha, que tanto a fazia ter vontade de sorrir também.
Foi subindo calmamente, pisando na grama do terreno deles, passando pelo jardim que sabia a mãe deles cuidava com o mesmo carinho que cuidava dos filhos, sentindo o coração bater mais rápido a cada passo que ela dava em direção a porta, subiu os três degraus na frente dessas em meio a pequenos suspiros e esticou o braço duas vezes em direção a campainha antes de realmente toca-la. Ouviu a voz de Joe gritando alguma coisa lá de dentro e ele logo estava atendendo essa, o sorriso que ele ostentava era aquele que fazia com que todas as garotas caíssem de amores por ele e foi seguido de uma jogada de cabelo, que fez a garota revirar os olhos.
- Entra . – Ele disse sorrindo e oferecendo a mão pra ela entrar, logo estava no hall de entrada da casa deles abraçada ao garoto. – Acho que a minha missão foi muito bem sucedida, caso você não tenha notado. – O abraço foi afrouxando e ele deu uma pequena apertada na bochecha dela. – Mas você ainda está sorrindo. – Ele sorriu e começou a andar em direção a mesa, parando na porta da cozinha e gritando nessa. – NICK! A sua namorada ta te esperando. – corou e mordeu os lábios, vendo o garoto aparecer correndo onde Joe estava e logo diminuir o ritmo ajeitando a roupa, segurou o riso, se perdendo nos olhos dele que mais uma vez sorriam enquanto ele andava em direção a ela, as mãos dentro dos bolsos.
Esfregou as mãos uma na outra notando que o suor começava a tomar conta delas e sentiu aquele formigamento tomar conta do seu corpo quando ele chegou numa rede de alcance próxima o suficiente para que ela sentisse o perfume dele, que mesmo hoje ainda parecia ser quente de uma forma estranha, já que ela não se lembrava de poder classificar perfumes com o adjetivo “quente”. Sentiu uma das mãos dele tomando posse da sua, engolindo totalmente seus pequenos dedos com os dedos levemente calejados dele, enquanto ela não tirava os olhos dos dele, se sentindo cada vez mais nervosa daquela forma gostosamente estranha conforme ele se aproximava e ia encostando a testa na sua, enquanto ele sorria do nervosismo dele, se sentindo mais tranqüilo.
- Oii. – disse bem baixinho, para que só ele pudesse ouvir, mais movendo os lábios do que emitindo som, o garoto soltou um suspiro pelo nariz e sorriu junto, levando uma das mãos ao rosto dela, fazendo a garota fechar os olhos enquanto ele passava o polegar pela sua bochecha, sentia o calor do rosto dele se aproximando do dela e abriu um pouco a boca em surpresa bem quando ele encaixou os lábios nos dela, apertou o blusa dele por cima do peito sentindo seu corpo todo voltar a formigar conforme ele se afastava, manteve os olhos fechados para prolongar o gosto daquilo.
- Nós estávamos prestes a começar. – Nick sorriu e ela viu o garoto sorrir e apertar os dedos entrelaçados nos dela, apertou a blusa dele um pouco mais forte, talvez querendo prender o perfume dele em suas mãos, para que dessa vez quando ela voltasse para casa ela que ela pudesse voltar carregando o cheiro dele consigo. Se viu calmamente indo em direção a mesa, que mais uma vez para a sua surpresa tinha um lugar separado para ela, ali esperando, parece que eles sabiam que ela estaria ali de novo e estavam todos eles sorrindo para ela, Kevin Sênior, Denise, Frankie, Kevin e Joe, como se ela não tivesse saído do almoço da forma que ela tinha saído no dia anterior, mas agora podia garantir, não faria isso de novo, apertou a mão de Nick mais forte e ele olhou para ela. – Só estávamos te esperando.
~ Fim.
N/A: AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH(!)
Cara, não, sério, me mega emo.cionei, essa fic ficou a coisa mais linda que eu já escrevi na vida, e vocês puderem ter a oportunidade de ver o meu lado Nick em ação, e se você não leu porque é Nick, pode dizer quer perdeu, porque tem cenas super fofas com os três, não tem? Me desculpa cara, podem comentar dizendo que gostaram, porque eu estou simplesmente apaixonada por essa fic *-*’
Ela é meu bebezinho supremo a partir de agora, meu xodó para toda eternidade, espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu gostei de escrever, o que não foi pouco acreditem, e quero todo mundo dizendo que chorou nos comentários, porque eu sei que eu teria chorado xB
Mas eu sou chorona, então ignorem ._.
Fic dessa vez vai pra belle que foi a minha consultora a fic toda e pra cah, que me ajudou muito também e espero que ela entenda que com Angie eu quero dizer ela xDD
Mas então, você que por favor está com vergonha de falar comigo ou qualquer coisa, corta com essa, não gosto disso, eu sou uma pessoa normal, como você e os Jonas! Uhuuuuul eu uso os piores exemplos! HUSAIHASIUHASIUHASIUHASIUAHSUIHASUIHASIAS :x
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Beigos pra vocês amorzinhos :*
Goodnight and Goodbye <3
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