 |
 |
 |
 |
 |
 |
 |
 |
 |
 |
 |
 |
 |
 |
 |
 |
 |
 |
|
Lital uizard bói |
|
|
|
< -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------> |
|
|
|
Um menino pequenino andava por aí, usando um chapéu estranho, com estrelas e uma lua, uma bata muito comprida (era mais uma espécie de manto) que só deixava ver a ponta das peúgas, que andavam à solta, devido ao facto de serem muito maiores que os pés. As mãos, mal se viam (debaixo das mangas compridas)...o que se via bem era um pau que este menino levava, com uma estrela na ponta...acho que era a a sua varinha mágica...que tonto...Vagueava por aí, alegremente...parecia que não queria nada, andava só a olhar...ele olhava muito...e ria-se...começava a rir-se sozinho, não às gargalhadas, mas assim um riso divertido...como se...acho que ele se ria porque achava piada às coisas que ía encontrando...uma piada iNoCeNte...era divertido para ele, era novo...via uma folha a cair e...como a folha rodava muito depressa, ele ria-se...não sei porquê, mas ria-se...ele próprio tinha piada..."Que querido", diziam as pessoas que o viam...um bichinho pequenino por aí a andar a rir-se sozinho...como alguém que não sabe nada, para quem tudo é novidade...era engraçado... |
|
|
|
mas haviam algumas pessoas que não lhe achavam piada...ficavam inertes, resmungonas...ele funcionava como um detector para essas pessoas...topava-as logo (eu lembro-me bem) e ía, assim num passinho curto, mas confiante, ter com elas...e dava-lhes com o pau na tola! as pessoas, que até aí estavam meio tristes, agora finalmente despertavam um sorriso, porque realmente o fofo do miúdo tinha imensa piada...e ele...seguia contente, pensando que o sorriso das pessoas era obra da sua fenomenal varinha mágica (pensando bem, até era), e continuava olhando em sua volta... |
|
|
 |
|
|
|
|
|
|
...muito atento e muito curioso, mas ao mesmo tempo muito descontraído...via-se que era meio distraído também, porque às vezes tropeçava e espalhava-se redondo no chão, mas ria-se disso também...tinha a beleza de saber rir-se de si próprio...com os olhos mais perto do chão ele via as formigas a passarem...as plantas pequeninas a crescerem no meio das pedras da calçada...e esboçava outro sorriso...As pessoas foram-se habituando a ele...achavam-lhe graça e comentavam...e seguiam o seu caminho...o jovem que amava tudo o que encontrava, mesmo sem ter resposta do objecto do seu amor...podia ficar horas deitado no chão ou horas em pé, a olhar para o céu...tem piada...não me lembro de alguma vez ter visto o seu manto sujo...pergunto-me porquê...bah...quem quer saber? o que interessa é que ele era tão engraçado...eu às vezes ficava a olhar para ele, durante alguns momentos...não sei se alguma vez ele chegou a reparar...mas também não faz mal, porque...porque...ele era querido...e prontos...Será que ele tinha nome?...nunca ninguém precisou de o chamar, que eu saiba...e ía sozinho...e voltava sozinho...e prontos...é isso... |
|
|
|
 |
|
|
|
 |
|
|
|
|
|
< -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------> |
|