ENTRE
LUZ E TREVAS
Yumi
Death
CAPÍTULO 10 - ESPIONANDO COMENSAIS DE MORTE
As aulas daquele ano não demoraram muito para acabar. E Severo percebeu que, estava sendo mais odiado ainda. A estação King´s Cross estava muito movimentada naquele dia.
Severo caminhou entre os trouxas pronto para ir em direção à plataforma nove e meia. Teria que fazer isso discretamente para que nenhum trouxa visse.
Ele odiava o fato de que nos domínios do castelo de Hogwarts era impossóvel aparatar. Ficava nervoso toda vez que precisava esperar alguma coisa; e a viagem de trem, para ele era tremendamente longa. Não conseguia dormir naquele trem; se irritava com o barulho e com o movimento de bruxos que ficam zanzando pra lá e pra cá; bruxos que moram em Hogsmeade e ficam passeando no mundo dos trouxas.
Encontrou um vagão vazio e acomodou-se ali. Não possuia nenhuma bagagem; ele apenas veio com as roupas do corpo antigas, que tinha quando ainda morava sozinho em Londres; uma calça larga e uma blusa preta. Tinha que estar vestido como trouxa para caminhar livremente na estação, sem chamar a atenção das pessoas. Ele apoiou a cabeça no banco, fechou os olhos e suspirou.
A janela do vagão estava entreaberta e o vento que vinha dela bateu no rosto de Severo. Este abriu os olhou para observar as árvores que passavam rapidamente. A paisagem do caminho para Hogwarts era uma coisa muito monótona para ele. Não era o tipo que ficava apreciando paisagens de árvores e florestas densas e verdes. Achava que, seu interesse pelas Artes das Trevas tenha feito a sua cabeça; era bem mais agradável olhar a Floresta Proibida de Hogwarts durante a noite.
Enquanto voltava para o castelo de Hogwarts, Severo estava afundando em seus pensamentos. Ele nem ao menos insistira Malfoy para que ele convertessse para o lado certo. Nem ao menos argumentou ou discutiu com ele sobre isso. Na verdade, ele realmente não queria que Malfoy se arrependesse.
Tantos anos sendo amigos e ele achou melhor que Lucio continuasse como está. Não via razão para abrir os olhos do seu amigo; ele tinha que se arrepender por si só. Temia que confiasse nele e, um dia, sem mais e nem menos fosse apunhalado pelas costas. Conhecia Malfoy e sua personalidade e, ao averiguar essa possiblidade, notou como era bem possível.
Ele estava caminhando em direção às masmorras. Seguiria em frente sem passar pela sala do diretor. Não tinha nenhuma notícia boa para dar à ele.
Entrou em sua sala e não ficou muito surpreso em encontrar Dumbledore já lá, em pé, examinando a estante que estava cheio de ingredientes boiando naágua em inúmeros potes fechados.
- Sempre achei línguas de cobra, asa de morcego e outros ingredientes para preparos de poções coisas muito engraçadas. - Dumbledore dizia, ainda examinando os potes - É difícil acreditar que, com esses ingredientes, você consiga poções poderosas!
Severo continuou ali, parado perante à porta. Abaixou por um instante à cabeça, como se confirmasse com o que o diretor acaba de comentar.
De repente uma expressão mais séria no rosto de Dumbledore se formou. Era a expressão mais séria que Severo já viu.
- Pela sua cara, Severo, parece que não obteve resultados.
Com sempre, Dumbledore parecia que lia os pensamentos.
- Não, diretor. Não consegui nada.
- Eu esperava isso de Malfoy. E de você também.
Dumbledore e suas respotas enigmáticas. Não sabia se odiava mais isso do que os conselhos irônicos de Malfoy.
Percebendo a confusão de Severo, Dumbledore continuou:
- Você está acostumado com a solidão, Severo. Sozinho, você acaba criando muros em sua volta. Muros que ninguém consegue atravessá-los. Está se protegendo para não ter uma nova decepção, não é mesmo?
Severo continuou imóvel. Esperou até o diretor continuar:
- Bom, sendo assim, você não gosta muito de confiar nas pessoas. Eu até entendo isso. Mas acho que, sem a confiança, você continuará a só. Deve aprender a confiar em todos, assim como eu confiei em você. E fico muito satisfeito ao ver que a minha confiança foi certa.
Era verdade. Dumbledore confiava nele, mesmo sabendo que foi um seguidor de Voldemort. Ninguém nunca depositara tanta confiança nele, nem mesmo sentia isso do Lord das Trevas. Estava disposto à agradecer o diretor mais uma vez, mas foi interrompido pelo próprio Dumbledore:
- Mas, Severo... eu queria que nenhum comensal de morte perdesse a confiança em você.
Mais uma vez, não estava entendendo nada. Que diabos aquele velho queria dizer com isso?
- Como assim, diretor?
- Professor, eu não sou como muitos que acham que Voldemort realmente se foi. Ainda acredito que ele tente a voltar. E acho que algum de seus servosvai ajudá-lo a reerguer.
- O senhor está querendo que... eu me torne um espião?
- Se não for pedir muito... Você ainda possui a marca de Voldemort, mesmo ela estando invisível agora. Ele está sem forças e não tem como chamar os seus servos. Estou contando com você, e confiando-o esse serviço. Ninguém melhor do que você, professor Severo Snape, para fazer isso. Creio que ainda possa manter contatos com todos os ex-comensais de morte, incluindo Malfoy. Ficaria muito grato por isso.
É claro que ele não iria recusar esse serviço. Era uma maneira de pagar toda a generosidade de Alvo Dumbledore. Ele iria espionar os comensais de morte. Não iria sair mandando corujas desesperadamente, mas estaria sempre com contato com Malfoy. Aos poucos, ele iria voltar a falar com os outros seguidores de Voldemort. De maneira discreta, saberia dos movimentos entre eles.
- Sim, diretor. Farei isso. Obrigado por me confiar a esse serviço.
Dumbledore sorriu enquanto Severo descia em direção às masmorras. Sem olhar para trás, o professor de poções também sorria. Estava feliz por saber que Dumbledore confiava muito nele.
<<Voltar para o capítulo anterior Ir para o próximo capítulo>>