ENTRE LUZ E TREVAS
Yumi Death

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CAPÍTULO 7 - O ARREPENDIMENTO

O fim da Era das Trevas. Todos os seguidores de Voldemort agora, estavam sendo julgados. Todos, exceto um.

Severo se isolou novamente. Em seu apartamento, ele passou dias e dias, sem dormir e nem ao menos comer. Observava a marca em seu braço que agora, estava sumindo. Sumia a cada dia que se passava.

Muitos dos servos de Voldemort estava em Azkaban, mas a maioria deles, conseguiu escapar da prisão. Muitos se diziam ser obrigados a servir ao Lorde das Trevas, através de uma força controladora. Besteira, mas eles conseguiram escapar. Dentre eles, estava Lucio Malfoy.

Desde esse acontecimento, Severo e Lucio não se falaram mais. Malfoy nunca mais mandou uma coruja sequer. Tudo bem, não queria receber mesmo. Queria mais uma vez, ficar só. Mais um vez, mergulhou na solidão.

Se ninguém do Ministério da Magia viera procurá-lo, era porque tinha dedo de Dumbledore. Ou talvez porque eles não sabiam que Severo Snape servira ao mundo maligno durante esse tempo.

Dumbledore estava certo. No momento, encontrava-se em conflito dentro de si mesmo. Enquanto todos os bruxos festejavam em nome de Harry Potter, o menino que sobreviveu, Severo estava sozinho, refletindo sobre seus atos durante esses tempos atrás. Não agira corretamente, embora estivesse gostando no começo. Deixou ser levado pelo encantamento da Arte das Trevas e se esqueceu do que ela poderia trazer no futuro.

Ele tinha que procurar o diretor. Tinha que agradecê-lo por ter feito abrir seus olhos. Mas, depois disso, ele iria se entregar. Teria que pagar por todos os seus pecados; estava disposto a passar o resto de seus dias em Azkaban. Quem sabe, até mesmo, ele iria receber o beijo do dementador. Estaria pelo menos, satisfeito por estar recebendo o que merece.

* * *

Hogwarts. Há quanto tempo não via a beleza desse castelo. Severo ficou petrificado por um bom tempo, enquanto observava a escola de magia. Mas ele não viera para matar a saudades de seu tempo de estudo. Ele tinha que ir direto à procura de Dumbledore.

Não foi preciso encontrar o caminho de sua sala. Caminhando pelos corredores do primeiro andar, ele deparou com o diretor; parecia que estava o esperando.

- Severo! Você veio mais rápido do que eu imaginei.

- Professor Dumbledore. - Severo abaixou a cabeça, reverenciando-o - Vim aqui para agradecer o que o senhor tem feito e...

O diretor levantou a mão. Era um gesto pedindo para parar de falar. Ele sorriu por baixo daquela enorme barba prateada. Pediu para que Severo o acompanhasse até a sua sala. Em silêncio, os dois subiram enormes escadas, em direção à sala do diretor.

* * *

Severo entrava pela primeira vez na sala do diretor. Era ampla, muito bonita. Uma sala circular que continha muitas peças esquisitas prateadas. Todos os quadros que estavam lá eram de outros diretores de Hogwarts, que o encaravam assim que ele entrou.

- Sente-se - Dumbledore pediu a Severo. - Espero que tenha tomado a decisão certa, meu caro.

Ele sentou-se e logo, disse para o diretor:

- Sim, professor. Eu sei exatamente o que devo fazer. Mas antes, eu queria agradecer o senhor pelo que me fez. Me deu um tempo para pensar e averiguar o que andei fazendo nesses últimos tempos e... devo admitir que coisa boa não foi.

Dumbledore sorriu.

-Vejo que fiz a coisa certa em deixá-lo sozinho.

- Sim, fez. Eu estava tão fascinado com a magia negra que nada mais me importava. Ah, eu tenho uma pergunta a fazer ao senhor.

O diretor balançou a cabeça em tom afirmativo, pedindo para que continuasse.

- Por que... por que deu essa chance apenas para mim? E os outros seguidores?

Dumbledore levou a mão ao queixo. Seus olhos azuis agora brilhavam com mais intensidade, encarando os olhos negros do ex-aluno.

- Durante a sua estadia em Hogwarts - ele começou - eu via em você grande talento. Vi um grande coração dentro de você. Bons e puros sentimentos, algo difícil de encontrar entre os sonserinos. Quando foi selecionado para a casa Sonserina me surpreendi. Foi quando percebi que, todo o seu talento estava recolhido. Você se sentia perdido, não? Estava com medo de demonstrar os seus sentimentos aos outros. Ao mesmo tempo, estava orgulhoso de si, mesmo não demonstrando isso. Quando descobri que se tornou seguidor de Voldemort, levei um choque. Algo estava errado em você. Não foi difícil deduzir que se encantou com a Arte das Trevas e aos prazeres que ela podia te dar.

"Assim que Voldemort desapareceu, você mais uma vez, estava perdido. Ao mesmo tempo arrependido, eu esperava. Quando o encontrei, logo vi que você precisava de tempo. Um tempo deixaria o seu orgulho de lado e redimiria de tudo o que fizera até aqui. Eu espero que, você tenha aprendido como a Arte das Trevas possui conseqüências tremendamente drásticas. Em vez de trazer a você felicidade, acabou te trazendo a morte."

Severo respirou fundo.

- Mas não quero que se culpe pela morte de Lílian - Dumbledore continuou, sempre encarando-o com os olhos através de seus óculos meia-lua. - Não foi culpa sua a morte dela. Ela estava protegendo o seu filho Harry. Ela iria fazer isso de qualquer jeito.Portanto, não se culpe.

Não adiantava dizer isso à ele. Severo jamais se perdoaria pela morte de Lílian. Mas, ao mencionar o nome de Harry, ele sentiu um ódio maior ainda. Se não fosse pelo filho... Não era o pensamento certo, mas de alguma forma, ele queria culpar alguém pelo ódio que estava sentindo. Em breve, viveria em Azkaban e, quem sabe, poderia odiar em paz Tiago Potter e seu filho, mesmo não o conhecendo. Mesmo que ele tenha destruído o Lorde das Trevas.

Tentou não ficar pensando muito nisso, enquanto agradecia mais uma vez o diretor e se dirigia para a porta de saída da sala.

- Aonde pensa que vai, Severo? - Dumbledore perguntou.

Ele parou de caminhar e, ainda de costas, respondeu:

- Vou me entregar. Azkaban será o meu lar agora. Não existe mais nada pior do que isso. Mas será o meu castigo. Adeus.

Ele tentou abrir a porta, mas um lampejo de luz envolveu a maçaneta. Olhou para trás e viu a varinha do diretor apontada em direção à ele.

- Tudo que eu lhe disse até agora não lhe serviu de lição alguma, Severo? - o diretor guardou a varinha - Receio que Azkaban não seja o destino certo para você.

A testa de Severo franziu. Não estava entendo o que o diretor queria dizer com isso. Também tentou formular alguma pergunta, mas não conseguiu. Apenas bufou e esperou em pé o que estava por vir.

- Quando mandei procurar a mim, não era apenas para eu lhe explicar o que havia acontecido com você, Severo. Queria lhe dizer que você foi um dos melhores alunos de Hogwarts durante os sete anos que esteve estudando aqui. E por isso, tenho uma proposta a fazer.

- Proposta?

- Sim. Agora que entendeu sobre o que se passava com você mesmo, vejo que já está em condições de repassar seus conhecimentos para frente.

- Repassar meus... conhecimentos para frente?

- Torne-se um grande professor aqui, e pague pelos seus atos maléficos dando aulas aos alunos que necessitam de grande conhecimento para não cair na armadilha que você caiu, Severo!

Uma nova sensação tomou conta dentro de si. Severo por um breve momento, sorriu. Ele olhou para o diretor e tentou argumentar, mas foi em vão.

- Vou incumbi-lo do cargo de professor de Poções. Acho que foi uma das suas melhores matérias, não foi?

- Sim, depois de Defesa Contra Artes das Trevas...

- Ah, Arte das Trevas... - Dumbledore abaixou a cabeça, e logo depois, a ergueu, encarando novamente o ex-aluno. - Aceita então a minha proposta?

Severo estava feliz agora. Embora estivesse desejando ensinar Arte das Trevas, certamente esse emprego veio em boa hora. Era a chance se redimir por tudo que fizera até ali. Teria que enfrentar muitos alunos incompetentes, mas estava grato.

- Sim, diretor - ele respondeu - Serei o novo professor de Poções.

- Bom... sendo assim, bem vindo à Hogwarts, professor Severo Snape!

O novo professor de Poções de Hogwarts sorriu. Dumbledore continuou:

- Bem... e acho que a casa Sonserina precisa de um novo instrutor.

- Está querendo dizer que...

- Não existe ninguém mais capacitado de dirigir esta casa do que você, Severo. Você pertenceu à ela e sabe qual o tipo de aluno que freqüenta ali. Por favor, guie esses alunos para que não voltem para o lado das Trevas.

Severo compreendeu. E também aceitou o cargo de diretor da casa de Sonserina.

Dumbledore explicou tudo sobre as regras de Hogwarts e como ele deveria dirigir as aulas. Depois, Severo retirou-se da sala, deixando Dumbledore sozinho. O diretor sussurrou algumas palavras para si mesmo:

- Desculpe, Severo. Não posso lhe passar o cargo de prosfessor de Defesa contra Artes das Trevas. Você estava tornando-se obcecado pela magia negra enquanto estudava. Estava deixando você maluco. Vai ser melhor assim...


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