Tecnologias de Informação e Comunicação

O conceito de Tecnologias de Informação e Comunicação surge enquanto conjunto de conhecimentos, reflectidos quer em equipamentos e programas, quer na sua criação e utilização a nível pessoal e empresarial. Das várias ferramentas, métodos e técnicas que coexistem nas escolas no domínio das Tecnologias de Informação, o computador destaca-se na medida em que é o elemento em relação ao qual existe uma maior interacção com a componente humana das organizações (é também comum a referência a estas tecnologias pela sigla "T.I.", ou por "T.I.C. - Tecnologias de Informação e Comunicação").

Se olharmos para o percurso da humanidade constatamos que, em termos de tecnologias, cada etapa durou sucessivamente menos tempo. A Idade da Pedra durou vários milhões de anos, mas a seguinte, a do Metal, ocupou um espaço temporal de apenas cinco milhões.

A Revolução Industrial esfumou-se em duzentos anos, a era Electrónica em vinte cinco e a era da Informação já vai em vinte, estando a evoluir muito rapidamente para um estádio dominado pela informação hipermédia, marcada pela conjugação de textos, sons e imagens.

A rádio demorou trinta anos a chegar a sessenta milhões de casas nos Estados Unidos. A televisão conseguiu o mesmo em apenas quinze. A TV por cabo precisou só de uma década. A Internet, de trinta e seis meses...

A rede mundial de computadores continua a crescer de forma sustentada e imparável, embora seja tarefa algo complicada determinar o número exacto dos seus utilizadores. O ano passado fechou com um balanço aproximado de setenta e cinco milhões. Para o final de 1998, os especialistas esperam pelo menos o dobro.

Estes números dão que pensar. Para os internautas não deverão constituir grande surpresa. Para os detractores deste novo meio, serão cifras provavelmente assustadoras.

Apesar das evidências, muitas pessoas atentas ao evoluir do mundo continuam a encarar a Internet mais ou menos como um entretenimento de "gente doida", ora o processo acelerado de desenvolvimento e evolução das Tecnologias de Informação e Comunicação verificado nos últimos anos e os seus reflexos nos planos económico, social, cultural e educacional exige a tomada de medidas e acções prontas e imediatas por parte das entidades e instituições governamentais no sentido de enfrentarem os novos desafios que se colocam e acompanharem as profundas mudanças que daí advêm.

Uma das características fundamentais das Tecnologias de Informação, que reflecte bem a sua importância actual, consiste no facto de, um único meio electrónico de comunicação suportar todo o tipo de informação possível de digitalizar, o que incluí desde os "tradicionais" documentos de texto, a análises matemáticas e financeiras, passando por imagens, áudio e vídeo.

As actividades proporcionadas pelo uso das tecnologias de informação e comunicação permitem ao estudante uma compreensão mais imediata e profunda do mundo em que vive, enriquecendo a formação de conhecimentos em várias áreas de estudo. Uma onda crescente de informação circula e encontra-se hoje, potencialmente, acessível em qualquer parte do mundo. A revolução tecnológica digital fornece novos instrumentos que permitem uma nova forma de representação e comunicação do conhecimento bem como novos instrumentos para a aprendizagem.

Muito têm contribuído para este quadro de desenvolvimento das T.I.C. factores como a queda dos preços dos equipamentos informáticos, cada vez mais potentes e, cada vez mais acessíveis no mercado doméstico; o facto de progressivamente se ir alargando os planos e orçamentos para apetrechamento dos estabelecimentos de ensino e para a actualização da formação dos seus professores; e o facto da Internet ser assumida como um meio poderoso para a transferência de conhecimento e tecnologia em benefício da educação.

Provavelmente a mudança mais radical provocada pela utilização das tecnologias de informação e comunicação na educação traduz-se na abolição das distâncias. No que diz respeito à telemática, as comunicações via Internet, podem transportar o trabalho de um especialista ou uma fonte de informação rara a um vasto número de alunos geograficamente dispersos, a custos reduzidos.

Começa a manifestar-se uma forte tendência, provocada pela utilização das T.I.C., para a individualização da aprendizagem e controle por parte do utilizador, seja aluno ou professor. O cerne da questão está em dar um enquadramento pedagógico no recurso a estes meios, isto é, integrar na esfera curricular esta enorme quantidade de informação disponível e acessível por via telemática. O essencial não reside na tecnologia por si só mas na sua interacção com o processo de aprendizagem e no seu papel dentro do contexto do sistema educativo.

Embora seja um conceito mais vasto, é ainda hoje comum criar uma identificação entre os termos Tecnologias de Informação e Informática.

O Computador

O termo computador representa na realidade não um, mas um conjunto de vários equipamentos e componentes que, funcionando em conjunto, permitem a obtenção, de forma automática, de um determinado resultado.

Esse conjunto de equipamentos e componentes funciona com base em ordens, escritas e codificadas em linguagens que permitem a comunicação entre a pessoa e o computador. A esses conjuntos de ordens chamamos programas, que são construídos com base em linguagens de programação.

Não significa isto, que para utilizar um computador de forma eficiente e obtendo rápidos resultados práticos, seja necessário ser um técnico especializado em informática. Existe hoje em dia um vasto conjunto de programas, previamente concebidos, que permitem a um utilizador com pouca ou nenhuma experiência conseguir em pouco tempo bons resultados na utilização de um equipamento informático.

Quando os computadores começaram a generalizar-se para o utilizador comum (a partir do início dos anos 70) serviam, essencialmente, como ferramentas para apoiar certo tipo de actividades, nomeadamente: o processamento de dados numéricos e de cálculos complexos com elevada performance; o armazenamento e consulta de informação em bases de dados ou o auxílio à edição, paginação e composição de documentos escritos.

Actualmente, e graças ao desenvolvimento das capacidades de processamento dos computadores e à interligação destes com as redes de comunicação que já existiam (telefone, satélites, etc.), o computador tem vindo a transformar-se num meio importante de transmissão de informação, permitindo aos seus utilizadores as actividades tradicionalmente a eles ligadas mas também o seu uso como meio de comunicação.

Toda esta conjuntura que estamos agora a viver no que se refere à utilização dos computadores torna cada vez mais necessário que se desmistifiquem comportamentos, atitudes e expressões que por si só inviabilizam um uso ainda mais alargado destes enormes auxiliares de trabalho.

É comum entrarmos numa loja de produtos alimentares do nosso bairro e encontrarmos a máquina registadora ligada a um centro informático que faz, electronicamente, o abate do produto vendido no stock existente, chegando, por vezes, a dar, de imediato, a ordem de reposição.

Ao mesmo tempo, expressões como Placa Gráfica, Megabyte, Memória RAM, Internet, World Wide Web, Hyperlink, HyperText Mark-up Language, E-Mail ou mais simples como Scanner ou Monitor são cada vez mais comuns na nossa linguagem, e, acima de tudo, as crianças e os jovens utilizam-nas de uma forma cada vez mais acentuada.

Os computadores são auxiliares de trabalho e não, como há algum tempo diziam algumas vozes, o principal fomento do desemprego.

Novas formas de trabalho foram trazidas pelos computadores, novas actividades, profissões e categorias profissionais surgiram. Ao contrário do que possa parecer, não é o aparecimento dos computadores, nem a sua generalização, que causam os tais perigos: é o nosso imobilismo e a nossa desconfiança natural pela mudança.

Por dificuldades normais de adaptação às mudanças, ou porque as inovações nesta área correm, quase sempre, mais rápido que nós, é usual adoptarmos uma posição de distanciamento ou de negação relativamente às chamadas novas tecnologias. E acaba por ser quase sempre a proibição ou a penalização a mais corrente forma de admitirmos a entrada dos computadores na nossa vida ou na nossa sala de aula.

Em vez de proibir ou penalizar, é preciso que todos nós possamos dominar minimamente esta nova linguagem, ou melhor, é preciso que saibamos dominar os conteúdos dessa linguagem. É cada vez mais importante saber qualquer coisa sobre os computadores e sobre o seu mundo, e temos de, antes de mais, perder o medo que ainda reside em nós da mudança ou do desconhecido.

O computador não é um animal feroz e muito menos um complexo instrumento que só serve para complicar. Um computador, convenientemente preparado e utilizado, pode fazer substituir muitas horas de trabalho inglório ou não contabilizado, ou, mais importante do que isso, pode ser um instrumento facilitador do conhecimento, ajudando ainda a desenvolver capacidades como a autonomia, a solidariedade ou a igualdade, sendo que comunicação e cooperação são dois conceitos intimamente ligados ao mundo da informática.

De entre as inúmeras formas de comunicar e cooperar através dos computadores, as que têm surgido ultimamente (serviços disponíveis na Internet) destacam-se pela sua grande fiabilidade e capacidade e, acima de tudo, pela sua facilidade de utilização.

A tecnologia informática, no campo da educação, foi durante muito tempo dominada por uma abordagem behaviorista, de ensino programado e de ensino ramificado que, ao encarar a aprendizagem como resultado de um processo de condicionamento em que estímulos exteriores provocam respostas ou reacções, relegou os produtos de software educativo a um papel algo redutor relativamente às suas reais potencialidades. A ênfase no saber-fazer, característica das escolas behavioristas, levou-as a entender os produtos da aprendizagem como dependentes de certas condições externas do ambiente de aprendizagem, perspectiva que condicionou as técnicas de ensino, e consequentemente o software educativo.

Actualmente os modelos behavioristas foram postos em causa por uma concepção de aprendizagem mais abrangente que radica na teoria construtivista.

Na última década impôs-se na Psicologia, e na Educação, uma perspectiva da aprendizagem geralmente designada como "construtivista". Esta perspectiva radica numa visão sobre a génese do conhecimento em que este é resultado de um processo de construção pessoal que envolve conflito epistémico, auto-reflexão e auto-regulação;

Recentemente, (Brown et al) argumentaram que a perspectiva construtivista deve incluir uma outra dimensão - "a aprendizagem é sempre localizada num determinado contexto e é permanentemente evolutiva".

"Todo o conhecimento é, acreditamos, como a linguagem. As partes que o constituem catalogam o mundo e são, portanto, um resultado inseparável da actividade e das situações em que são produzidas e utilizadas. Porque novos contextos, interacções e actividades os reformulam inevitavelmente numa forma mais integrada e densa, os conceitos evoluem continuamente em cada nova ocasião em que são utilizados. Deste modo, todos os conceitos, mesmo os que são aparentemente definidos de modo claro, como conceitos técnicos abstractos - estão sempre a ser construídos. Nunca estão completamente definidos, e desafiam o tipo de classificações que são utilizadas convencionalmente no ensino: parte do seu significado é sempre herdado dos contextos em que são utilizados", (John Seely Brown et al., Situated Cognition and the Culture of Learning, Institute for Learning Technologies, http://www.ilt.columbia.edu), propuseram uma visão da aprendizagem segundo a qual esta corresponde a um processo de prática cognitiva ("cognitive apprenticeship").

Numa visão construtivista, não é ao computador por si só que pode ser atribuído qualquer "efeito" do ponto de vista cognitivo ou afectivo. O contexto, as interacções entre alunos e professores, o tipo de situações a que os alunos são expostos ou criam, constituem os aspectos determinantes no processo de aprendizagem. A utilização do computador pode contribuir para permitir a abordagem a desafios intelectuais que dificilmente seriam susceptíveis de serem criados sem computador.

Quer a utilização educativa de computador como "máquina de ensinar" - que foi amplamente criticada por diversos autores, entre os quais Papert - quer as metodologias de investigação baseadas na comparação de resultados entre alunos que utilizam computadores e alunos que não os utilizam - estão hoje (quase) ultrapassadas.

As teorias construtivistas transmitem assim a ideia do ser activo, capaz de criar o seu próprio mundo e de evoluir como resultado da experiência que vai adquirindo. A aprendizagem é pois um processo que pressupõe a descoberta do significado, organização e ordem duma situação, que acarretará uma mudança interior.
 
 
 
 

WWW (World Wide Web)

Apesar das imensas facilidades da Internet a todos os níveis, tem sido a WWW que mais e melhor tem vingado junto dos utilizadores de computadores. Além do mais é este ramo da Internet mais rápido de "sintonizar" num computador pessoal, pois é a aplicação que permite a sua utilização e consulta (Browser), é simples de instalar e de compreender; como iremos observar a seguir.

A WWW é a parte colorida da Internet, é nesta zona que se encontram as informações de que precisamos, as imagens que gostamos de ver, a música que podemos ouvir ou os vídeos dos nossos autores preferidos. É esta a imagem da Internet. É depois da visita às páginas WWW oriundas de todo o mundo que se diz normalmente: "Eu já naveguei na Internet".

"Navegar na Internet" é a expressão mais adequada ao que efectivamente se faz na WWW. Navegar no sentido de poder caminhar sem destino, no sentido de partir sem objectivo final mas poder encontrar muitos fins possíveis.

As páginas da WWW (Sites - Locais, Sítios ou Endereços) podem permitir aceder a outros locais através delas: outras "páginas" do mesmo documento ou mesmo páginas de qualquer outra parte do mundo. Este processo faz-se através de Links (ligações) que permitem saltar para outros locais clicando o botão esquerdo do rato sobre ícones, palavras ou imagens. Normalmente, é através da programação da própria página que se efectuam os Links, mas o utilizador tem deles consciência ao passar o cursor do rato sobre palavras, botões ou ícones, pois ou estes mudam de cor, ou o cursor do rato transforma-se permitindo assim saber em que local exactamente se pode clicar o botão do rato.

As Páginas da WWW apresentam-se sob formas variadas: ou estáticas, apenas com texto, ou altamente especializadas e com imagens, sons ou videoclips, bastante coloridas e interessantes.

Um browser é uma aplicação que permite visualizar a informação existente na WWW e que está disponível através da utilização de uma linguagem informática chamada HTML (Hyper Text Mark-Up Language).

Actualmente, o Microsoft Internet Explorer e o Netscape Navigator Gold são as duas aplicações mais usadas para navegar na WWW em todo o mundo, e apesar das suas diferenças têm vindo a caminhar para uma cada vez maior compatibilidade de utilização.

A figura seguinte mostra o aspecto de uma janela de um dos browsers, Microsoft Internet Explorer:
 
 






Browser da Microsoft Internet Explorer 4.0








Procurar Informação na World Wide Web (WWW)

Uma das acções mais importantes normalmente realizadas na Web é pesquisar informação, seja ela relacionada com um produto a adquirir, ler as notícias do dia nos jornais on-line ou com um trabalho de investigação a ser realizado.

A questão fundamental é saber encontrar, de forma rápida, a informação relevante sobre o assunto pretendido.

Para o auxiliar na "árdua" tarefa de procurar essa informação nas cerca de 50.000.000 de páginas da WWW (quem sabe ao certo quantas serão actualmente?...), o utilizador tem à sua disposição os chamados "motores de pesquisa", cuja designação habitualmente usada é a inglesa: search engines.

Estes programas, na sua maioria completamente gratuitos para o utilizador pessoal (freeware), procuram as páginas onde está contida uma palavra ou conjunto de palavras indicada(s) pelo utilizador, devolvendo uma lista de documentos encontrados. Esta pesquisa pode ser simples ou avançada, segundo os critérios de cada utilizador. Como bom conselho, de forma a evitar receber informações do tipo "1.000.000 de documentos encontrados", devem-se fazer pesquisas relativamente rigorosas (indicando mais do que uma palavra) e, eventualmente, o próprio idioma em que se pretendem os documentos.

Existem inúmeros search engines, dos quais podemos destacar:

Nome
Endereço Www
Altavista www.altavista.digital.com
Lycos www.lycos.com
Yahoo www.yahoo.com
Sapo www.sapo.pt

(apenas servidores portugueses)

Aeiou www.aeiou.pt

(apenas servidores portugueses)


 

"search engine" Sapo (Digital)








Bastará depois utilizar o rato e fazer clique sobre os documentos encontrados, de forma a aceder-lhes, usando para isso as vantagens da "navegação" em hipertexto.

Cada arquivo na Internet é unicamente endereçado pelo seu URL. Além do método de acesso via HTTP, o conceito de URL também suporta outros protocolos Internet. O Browser (navegador) foi o software (programa) criado para controlar a carga, a interpretação do HTML e a posterior apresentação do conteúdo do hipertexto ao utilizador.

A rede é considerada uma grande biblioteca digital que, além de compartilhar fontes de informações, pode preservar e organizar ideias ou trabalhos de diversas áreas do conhecimento, guardando-os e tornando-os acessíveis ao público. A Internet disponibiliza uma grande abundância de informação que pode ser facilmente manipulada visando enriquecer os processos educativos, apoiando tanto a educação formal quanto a informal.

Há um fascínio pela Internet, porque se participa de uma interacção muito intensa entre o real e o virtual. Existe uma comunicação efectiva entre milhares de utilizadores de computadores e ao mesmo tempo essa comunicação é virtual, não sendo preciso sair de casa ou da escola. Pessoas que não se conhecem e que talvez nunca se encontrem pessoalmente ou novamente, conversam entre si, trocam ideias, experiências, aprendizagens.

A tecnologia de redes de comunicação modificou profundamente o conceito de tempo e de espaço. É possível morar num lugar isolado e estar sempre ligado aos grandes centros de pesquisa, às grandes bibliotecas, aos colegas de profissão e a inúmeros serviços, realizando boa parte do trabalho particular ou profissional sem sair da frente do nosso computador. São possibilidades reais que há bem pouco tempo eram inimagináveis e que estabelecem novos elos, situações e serviços que dependerão da aceitação de cada um para efectivamente funcionar.

Para actualização profissional pode-se ter acesso a cursos à distância via computador e receber materiais escritos e audiovisuais pela Internet. Começa-se a utilizar a videoconferência na rede, que possibilita a várias pessoas geograficamente distantes, comunicarem, verem-se, trabalharem juntas, trocar informações, aprender e ensinar através de imagens captadas e transmitidas em tempo real.

Cada inovação tecnológica bem sucedida modifica os padrões de lidar com a realidade anterior, muda o patamar de exigências do uso.

Uma mudança significativa, que se vem acentuando nos últimos anos é a necessidade da comunicação através de sons, imagens e textos, integrando mensagens e tecnologia multimédia.

Actualmente verifica-se uma transição entre os sistemas analógicos de produção e transmissão para os digitais. O computador está integrando todas as telas antes dispersas, tornando-se simultaneamente um instrumento de trabalho, de comunicação e de lazer. A mesma tela serve para ver um programa de televisão, fazer compras, enviar mensagens e participar de uma videoconferência.

A comunicação torna-se mais sensorial, multidimensional e não linear. As técnicas de apresentação são mais fáceis e mais atraentes hoje do que há bem pouco tempo, o que aumenta o padrão de exigência para mostrar qualquer trabalho através de sistemas multimédia. O som já não é um acessório, mas uma parte integral da narrativa. O texto na tela aumentou de importância, pela sua maleabilidade, facilidade de correcção, de cópia, de deslocamento e de transmissão.

Com o aperfeiçoamento da realidade virtual, todas as situações possíveis poderão ser simuladas e a relação com os sentidos e com a intuição será aumentada, provocando com isso mais motivos de fascinação.
 
 

A WWW como ferramenta de apoio ao ensino

O advento da World Wide Web permite hoje aos alunos criarem os seus próprios recursos e ambientes de aprendizagem. Mas ainda mais importante que esse acto de criação é a nova capacidade de tornar esse trabalho acessível a colegas da mesma escola ou de uma outra, a professores, a amigos, aos pais, enfim, em rigor a todo o mundo virtual existente.

A ideia do alunos produtor de informação não é uma ideia nem nova, nem rara. Na realidade essa é uma das tarefas de qualquer estudante, materializar de alguma forma as suas aprendizagens. As formas clássicas dessa faceta se manifestar passam pelos trabalhos escritos, ou intervenções orais.

Mas no entanto a World Wide Web oferece uma reviravolta nestes na forma de comunicar, pois em vez de apresentarem a informação num formato convencional, linear, o alunos podem agora utilizar a Web como uma ferramenta de produção para aí construírem os seus trabalhos numa estrutura hipermédia, ou seja projectos multimédia on-line com links a diversos sub-tópicos e a assuntos relacionados localizados em qualquer parte do planeta. A estrutura, a dimensão, o grau de relacionamentos exigidos para o tratamento eficiente de um tema, obrigam os produtores a um esforço de reconceptualização da informação que contemple as diferentes perspectivas em que o tema a abordar possa ser encarado, tornando-o atractiva às diferentes motivações que levam alguém a querer saber algo sobre um determinado assunto. Este é um dos desafios potencialmente mais ricos em termos pedagógicos, pois implica que os alunos que desenvolvam projectos deste tipo, se consciencializem que estão a fazer algo para alguém, e que o seu trabalho deve procurar enquadrar-se nas expectativas formais dos potenciais leitores.

No contexto de ambientes de ensino, a estrutura dos documentos disponibilizados na WWW pode ser elaborada de modo a conter elementos específicos a serem explorados em material didáctico. Neste caso, a contrapartida está em como alterar a estrutura e ainda fazer o uso da flexibilidade e alcance dos documentos HTML.

O facto do hiperdocumento abranger uma quantidade de documentos relativamente grande pode levar aos problemas de desorientação e sobrecarga cognitiva.

Além disso, o facto do material estar disponível não é necessariamente de grande valia se o utilizador não consegue achar facilmente o tópico desejado. Portanto é importante que, quando do fornecimento de material de apoio, as necessidades específicas do utilizador sejam consideradas.

A linguagem HTML define uma estrutura bastante simples para os documentos disponibilizados na Web. Muitas vantagens podem ser obtidas quando uma estrutura formal mais elaborada é utilizada. É possível, por exemplo:

- validar automaticamente uma estrutura lógica pré-definida;

- realizar buscas restritas a um conjunto de elementos estruturais;

- concentrar no conteúdo dos documentos, preocupando-se inclusive com a formatação e a apresentação visual dos mesmos;

- prontamente filtrar, permutar e reutilizar a informação.

Também gráficos podem ser inseridos normalmente em documentos HTML através de arquivos em formato .gif e .jpg, entre outros.