Poemas e Poesias

O teu olhar
Leandro Cardemio Favero

Teu olhar me fascina, me faz sonhar
Brilha qual sol no céu límpido
Me tranqüiliza me domina
Tão lindo, esplendoroso, vou te adorar
Me impele quando te vejo, vou te abraçar

Tu me olhas, e eu me sinto por ti hipnotizado
Te adoro, te amo tanto, que por ti sou escravizado
Teu olhar é lindo, doce, admirado
Com ele, me prometes, que por ti serei amado
Se assim não fosse, não me sentiria encorajado

O teu olhar é tão carinhoso, nunca o vou olvidar
Se eu estivesse morrendo, me farias ressuscitar
Gostaria de ser criança e em teu colo dormitar
Quando exaltado, me olhas, eu volto a me acalmar
Continue me olhando, que assim, eternamente vou te amar !

Ponta Grossa, 2 de julho de 1993


Ouvir
Leandro Cardemio Favero

Ouvir a alegria dos outros a gargalhar
Ouvir as suplicas de muitos a soluçar
Que soluçando imploram para o amor voltar
E quando o amor voltar, ouvir o seu cantarolar

Na primavera, ouvir o canto dos pássaros querendo acasalar
No outono ouvir o ruído das folhas a farfalhar
No inverno sentir, quase ouvindo, o frio que nos leva a agasalhar
Quando nas tempestades ouvir o raio no céu a relampejar
Terminada a tormenta ouvir a brisa a murmurar

Ao longo da vida ouvir alguém a nos louvar
Muitas vezes, com prazer, ouvir palavras de amor a soluçar
Outras vezes, tristemente ouvir o ser amado a nos desprezar
Finalmente, no fim da vida, ouvir as orações ao nos sepultar !

Ponta Grossa 3 de janeiro de 1994


Preocupação
Leandro Cardemio Favero

Preocupação ? Ora ! Para que se preocupar?
Muitas vezes o amor demora chegar
Chegará um dia então hás de amar
Fiques tranqüila, ele vai te adorar
Te amará tanto que de alegria tu vais contar

Não penses na inevitável e certa morte
Vivas alegre, satisfeita e despreocupadamente
Se tiveres sorte viverás feliz, longamente
Enfrentarás sem preocupação os percalços da vida alegremente
E assim serás por longo tempo quase eternamente

A criança não se preocupa, brinca alegremente
O preocupado, é triste e sofre intensamente
Aos outros teu sofrimento não interessa, são indiferentes
E sendo assim não te preocupes, viva para ti tão somente
Ajude os preocupados, para que enfrentes a vida galhardamente.

Ponta Grossa, 30 de julho de 1993


Cabelos Brancos
Leandro Cardemio Favero

Os cabelos brancos simbolizam respeito, amor, amargura
As crianças chamam o homem de tio pelos seus cabelos brancos
Isto não é novidade, não causa espanto
Muitas vezes, por longo tempo foi amado com encanto
Outras vezes foi despregado que o levou a longo pranto

Muitos se orgulham dos seus cabelos brancos
A vida foi longa, feliz amado por tantos
Trabalhou, honesto, fielmente, chegando a causar espanto
Amou e foi amado a sua morte causou dor e pranto
Do outro lado da vida, contemplará o mundo com amor e encanto

Oh ! cabelos brancos que representam a neve da vida
Sua presença muitas vezes foi lembrada e querida
Outras vezes foi olvidada, esmaecida
Viveu, embranqueceu, até chegar ao fim da vida
Mas a brancura dos seus cabelos para muitos será querida.

Ponta Grossa, 11 de Abril de 1994


Fim da Vida
Leandro Cardemio Favero

Está a chegar o fim da minha vida
Se foi triste, alegre ou desiludida
Nada disso agora importa, por ser a minha despedida
Tive muitas alegrias, tristezas, feridas
Foi curto o tempo é já estou de saída

Embora de media idade, não é normal na vida
Mas meu corpo enfermo não suporta mais as investidas
É triste confessar que já me falta a fibra
Fibra necessária para enfrentar os percalço da vida
Por isso confesso que me apavora a despedida
A despedida é triste, eu ainda amo a vida
Mas a natureza foi ingrata e pérfida
Já lutei bastante, mas fui levado de vencida
Não vou lutar mais estou com o corpo e a alma ferida
Como disse de inicio, estou a findar a minha curta vida

Por isso vou parar de lutar, estou tropeçando na descida
Pois está bem próxima a minha despedida
Tenho que confessar não há outra coisa que eu decida
Por isso adeus meus amigos, é o fim da minha vida

Ponta Grossa, 22 de junho de 1979


Alegria
Leandro Cardemio Favero

Tu estás triste por que motivo ? Será que ele existe ?
Se existe, lute valentemente não se entregue sejas persistente.
A alegria ajuda muito e lhe torna cada vez mais valente.
Os maus, não podem ser alegres, vivem inutilmente
Se for assim, alegra-te que viverás intensamente

A criança ri alegremente quando vê a mãe que estava ausente
O namorado sorri alegre, ao ver o olhar da namorada
Só o mau não sente alegria. Sua mente é cruel e fria
Quando não fostes alegre tua amada sempre desistia
Sem alegria a imensa natureza não se reproduziria
Enfrente as dificuldades com alegria e a vida não será fria.

Ponta Grossa, 14 de dezembro de 1994


Lembrança
Leandro Cardemio Favero

Lembra-te, quando nos conhecemos?
Tu me olhaste, eu também te olhei
Teus olhos sorriram, eu te amei
Perguntaste o meu nome, encabulei
Nos despedimos, mas tua lembrança guardei

Dias depois, nos encontramos novamente
Olhaste-me com carinho, te adorei
Mais tarde novamente falamos, vibrei
Na rua, amando-te, te procurei
Tu sorriste, de alegria chorei

Noivamos, casamos, por amor, eu sei
Lutamos, trabalhamos, sempre nos amando
Criamos nossos filhos, labutando
Envelhecemos, sempre nos adorando
Agora estamos sozinhos, abandonados d'água
Mas d'água não é triste, eu te adoro, sou por ti adorado
E também, te amo

Ponta Grossa, PR 20 de novembro de 1988


Saudade
Leandro Cardemio Favero

Quando pela manhã ouço o canto dos pássaros
Sinto tanta saudade, que volto à mocidade, a cantar
Mas, na minha atual idade quase penso em orar
Quando eu era criança vivia assobiando a brincar
Agora já velho, ainda tenho saudade, me conforto não choro

O poeta, moço ou velho, com o tema de saudade, fica a versejar
Os mal tratos da vida, não se tem saudade, não se lembra
Se não tens saudade, é porque não amaste e não tem nada de bom para lembrar
Longe da tua Pátria, sentes saudades e queres voltar
A saudade é daqueles que já amaram e continuam a amar
Lute para continuar alegremente a viver e teu pensamento te fará vibrar
Se fores saudoso, desprezado, retorne rápido para aquele que está a te esperar
Se amas e és amado, não sintas saudades
Continue para sempre a amar

Ponta Grossa, 8 de agosto de 1993


Sonhar
Leandro Cardemio Favero

Dormir, balbuciar, amar, sonhar
Sonhando, não esquecer que preciso amar
Acordando, alcançarás o que estás desejando

Não duvides que, sonhando alegremente, estás o teu amor se realizando
Quando voltares a dormir, sonharás novamente a sorrir
Sonhar sempre que o teu amor vai se realizar
Sonhar que ao acordar, com o teu amor irás passear
Passeando, amando, ouvir os pássaros gorjear
Não deixes de sonhar o teu sentimento de amor
Enfim vai se realizar.

Ponta Grossa, PR


Abraçar
Leandro Cardemio Favero

Abraçar a criança que está a soluçar
Abraçar o desesperado para o consolar
Abraçar o ser que é por nós amado
Abraçar o ser amado que estava distante
E depois quando desaparecido voltar a solidão
Apertar ao peito o recém nascido
Que chora, mimando, que se cala ao ser abraçado
Maldizer quando se é abraçado
Por alguém que se diz amigo e está nos atraiçoando
Abraçar o ser querido que está a partir
Abraçar alegremente o ser amado quando voltar
Abraçar chorando o querido que nos abandona
Abraçar o ser amado a nos perdoar
Em todos os momentos alegres ou tristes
Lamentando, mas sempre abraçar

Ponta Grossa 24 de maio de 1994


Dormir, sonhar
Leandro Cardemio Favero

Dormir, sonhar, que não estou sozinho
Sonhar que voltastes e estas pertinho
Continuar sonhando que estás a me amar
Sendo assim, continuar dormindo e sonhar
Acordei tendo esperança de te encontrar

Não consigo dormir vou trabalhar
Cansado volto a dormir, volto a sonhar
Se o sonho for triste, me resta chorar
Acordarei e levantarei para o choro acabar
Deus há de me amparar e tu para sempre me amar

No passado muitos dos sonhos do homem se realizaram
E em inúmeras terras se instalaram
Sempre dormindo quando sonhamos, alguns dos sonhos
Ainda não se realizaram
Dormindo, sonhando, hão de dizer que as guerras terminaram

Entre as nações a paz permanente há de se eternizar
E as cruentas guerras hão de terminar
E o ser humano entre si sempre estará
A se amar, realmente, sem sonhar.

Ponta Grossa 30 de outubro de 1994


Caminhando
Leandro Cardemio Favero

Sempre caminhando ao longo da vida
A procura de uma alma querida
Algumas vezes quase cansado na vida
Mas teimosamente em procura do amor
Quem caminha acha, mesmo que isto lhe cause dor

É preciso andar, parado não adianta esperar
O esforço será recompensado, vamos caminhar
Sem caminhar ninguém, o que quer, vai lhe dar
Força sem caminhar nada vai encontrar
Se não achar o que quer não pode amar
Parado sozinho, nada tendo encontrado vai chorar
Então ? Vamos caminhar, para ter algo para amar
Finalmente, no fim do caminho, encontrará
A alma que vai amar...

Ponta Grossa 29 de novembro de 1994


As horas
Leandro Cardemio Favero

As horas passam longas e tristes e eu não te vejo
Porque você não atende mais rápido o meu desejo?
Então, venha no mais curto tempo
Estou triste, mas com a tua presença estarei contente
Venha, encurte as horas que a cobrirei de beijos

Passo as noites, horas e horas despertado
Tu estás longe. Eu seria feliz se estivestes ao meu lado
Vai tentar que uma hora passe a ser de trinta minutos
Encurtando a hora estarás junto a mim sem longa demora
Quando demoras, volto a ser criança que chora

Espero-te horas e mais horas, como tu demoras
Se encurtasse as horas estarias mais tempo junto a mim, que te adora
Assim sendo, serei eu quem vai te encontrar
Em menor número de horas, sem longa demora
Não mais sofrerei, não serei mais igual a criança que chora.

Ponta Grossa 10 de setembro de 1994


Só para ti
Leandro Cardemio Favero

Esta simples, modesta poesia é só para ti
Para ti que amo e hei de amar eternamente
Embora eu não saiba o que tu por mim sente
A outras não escrevi, só para ti, exclusivamente

São simples palavras de um amor caliente
São só para ti, só para ti e para sempre
São para ti, só, retrato de um grande amor fremente

Acredites que é só para ti, com amor, eternamente
Se não acreditares, viverei angustiadamente
São só para ti, juro com amor solenemente

Se não poetizasse somente para ti
Para quem mais poderia ser
Sem ti, querida, não sei viver
Não duvides nunca o que sinto, me faz sofrer
Sofrendo amando, não quero, prefiro morrer.


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