OS PRINCIPAIS ESQUEMAS TÁTICOS DO SÉCULO XX (2) MM Sistema
derivado do WM e implantado no início dos anos 50, que procurava ser mais
ofensivo que o tradicional WM. Neste caso, o zagueiro-central avançava um
pouco, formando um meio-campo de até 5 jogadores, com os 2 médios e 2
dos avantes recuados. Na frente, 3 atacantes enfiados. Este sistema foi
empregado pela fantástica seleção húngara de 54, com os grandes
craques Puskas, Hidegkuti, Czibor, Kocsis,
Lantos e Bozsik.
4
– 2 – 4 Este
esquema tático foi usado pelo Brasil na Copa de 54, sendo, logo após,
difundido pelo mundo. Recuou-se um dos médios, formando-se, com isso, a
figura do chamado “quarto-zagueiro” (hoje, zagueiro de área esquerdo),
que reforçaria o sistema defensivo, até então algo exposto, mesmo no
WM. Para o seu lugar recuou-se, também, um meia, o chamado “meia
armador” (ou “meia de ligação”). O
“ponta de lança” vinha em grande velocidade, trocando bolas
com o centro-avante mais à frente. O 4–2–4 era flexível, permitindo
que 2 atacantes voltassem para ajudar o meio de campo quando a bola estava
com o adversário, formando um 4-4-2, que somente seria consolidado anos
depois. Assim, como nos demais sistemas de jogo adotados pelos
sul-americanos, a marcação na defesa era feita por zona. Já os europeus
aceitavam com mais facilidade a marcação homem-a-homem, como ocorria no
WM.
4
– 3 – 3 Esquema
derivado do 4-2-4, que definitivamente recuava 2 atacantes (os meias),
formando 3 jogadores na intermediária com o médio (volante). O quarto-zagueiro
do 4-2-4 passa a ser o 2o zagueiro de área, perdendo sua
antiga denominação, e se deslocando livremente à frente e atrás dos
outros zagueiros, algumas vezes subindo ao ataque, de surpresa. Na
dianteira, temos agora 3 atacantes que se movimentam sem guardar muito
posições fixas. Utilizou-se muito o “4-3-3 pelo meio” (com o recuo
dos 2 meias). Tivemos, também, o “4-3-3 pelas pontas”, quando do
ataque recuavam um dos pontas (Zagalo, em 58) e um dos meias. O 4-3-3
atingiu seu auge nas décadas de 60 e 70, sendo empregado até hoje como
opção de jogo. Continuou a ser usado no bi-campeonato brasieiro no
Chile, em 62.
CARROSSEL Inovador e revolucionário esquema lançado por Rinus Michaels na seleção holandesa de 1974. Foi chamado de “futebol-total”. Constava de 3 linhas de jogadores próximas umas das outras. Eram, basicamente, 4 zagueiros avançados, 3 médios logo adiante da defesa e 3 atacantes vindos de trás, linhas essas que constantemente se mesclavam. O time marcava por pressão. Nenhum jogador ocupava posição fixa em campo: defendiam e atacavam em bloco, com grande velocidade. Até hoje é o sonho de muitos admiradores do futebol-espetáculo. Exige jogadores hábeis, inteligentes e muito bem treinados. Dessa maneira, a equipe toda jogava muito coesa, defendendo ou atacando, com um permanente rodízio de linhas e de jogadores. O time todo, quando perdia a bola, marcava por pressão. Esse esquema exigia uma coordenação perfeita e, não raro, confundia os oponentes que, atacados em massa e em grande velocidade, não sabiam direito a quem marcar. Os camisas-laranja eram sempre vistos cercando com 3 ou 4 jogadores qualquer adversário que se apossasse da bola. Seus jogadores foram, sem dúvida, a semente do depois chamado jogador “polivalente”, que se deslocaria por vários setores do campo, não ficando preso a nenhuma posição fixa.
ESQUEMA SEM PONTAS Foi usado, por exemplo,
pelo Brasil do técnico Telê Santana de 82, graças
a uma ótima geração de craques. Estava formado um belo time sem pontas,
mas que não deixava de ser ofensivo. Os jogadores de frente criavam pelo
círculo central e, juntamente com o lateral Júnior, revezavam-se nas
posições de meio-de-campo. Apenas Serginho ficava isolado à frente. A
equipe jogava bonito, era ofensiva e grande parte dos integrantes marcava
gols. O meio-campista mais recuado era Cerezo e os meias que jogavam mais
à frente eram Zico e Sócrates, que às vezes voltavam, permitindo a
chegada de Falcão e Éder. Assim sendo, a intermediária contava com
Cerezo mais atrás, Falcão pela direita, Éder pela esquerda e Zico e Sócrates
mais avançados. Telê sofreu diversas críticas quanto ao esquema
defensivo do time, que permitiria muitos espaços aos adversários.
* * * * * E-Mails para a coluna: alspm@unisys.com.br André Luiz Medeiros é
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