CAIPIRA
José Geraldo da Fonseca, o poeta que guarda duas dezenas de sentenças rimadas no TRT carioca, lembra que "poesia e literatura não são fundamentais, a solução tem que ser justa". Por isso, economiza a veia poética, que "pode até aumentar a hostilidade entre as partes".
Assim, no caso do roceiro que entrou na Justiça contra o dono da fazenda, o juiz sentenciou em prosa. E que prosa:
"Fulano de Tal ponhô questão contra Beltrano assuntanu qui cum eli trabaiô di trabaiadô rurar sem fichá cartêra i u trabáio cunsistia nu partá du gado i pastoriá uns cabrito carnêru cueio porcu gansu i ôtras criação qui u réu criava pru mode ingordá i cumê i vendê sem contá us leite us quêjo i us ovo i...." O veredicto? "Jurga parciarmente procedente us pididu pru modi condená u reu..."
Extraído de "jeito estranho de fazer justiça" - Gazeta mercantil