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MONICA DE CAMARGO COUTINHO
O ALEIJADINHO

Turistas que visitam Ouro Preto, venham cá! Parem um pouquinho e escutem uma história. Bonita história que não acaba mais...

Era uma vez um garoto pobre, sem estudos, sem escola especial de arte, que se tornou famoso no mundo inteiro.

Ele se chamava Aleijadinho. Nasceu em Bom Sucesso, perto de Vila Rica. Mais ou menos em 1730 ou 1738.

Seus pais: Manuel Francisco Lisboa, arquiteto português, e Isabel, escrava africana. Era filho natural.

Sofreu uma doença que ninguém sabe o que era: Lepra nervosa, sífilis ou reumatismo deformante. Coitadinho! Perdeu os dedos das mãos, dos pés e todos os dentes. Morreu cego aos 86 anos, em 1814, conforme o atestado de óbito, que se encontra no Museu do... do... Nem me lembro o nome. Mas a arte morava dentro dele. Com aquelas mãos e pés aleijados, ele fez as maravilhas que hoje contemplamos admirados.

Seus ajudantes amarravam os instrumentos de trabalhos nos tocos de mãos e pés dele. Dali, como um deslumbramento destes que a gente lê nas estórias de fadas, saíram as formas, luzes, cores, movimentos e expressões de dor. Sim, porque a arte barroca é a expressão do homem sofrido, torturado, dividido, minha professora disse isso.

Deus colocou naquelas mãos feridas e aleijadas toda a magia que a arte tem. Mil formas, mil cores, mil luzes. E ele criava, criava, dando à pedra sabão ou madeira, toda a beleza possível!

Gostava de trabalhar de madrugada, debaixo de uma tenda. Tinha dois escravos. Pedia-lhes que o levassem para casa no escuro, porque ele ficou muito feio e não queria que ninguém o visse daquele jeito.

Ele era assim: Mulato, gordo, baixo, lábios grossos, pescoço curto, orelhas grandes, voz forte, alegre, folgazão.

Suas obras são a maior expressão da arte barroca, em Minas Gerais.

Encontram-se em Ouro Preto, principalmente nas Igrejas de São Francisco de Assis, Nossa Senhora do Carmo, Matriz Nossa Senhora da Consolação, Matriz Nossa Senhora das Mercês, Perdões e também no museu que tem o seu nome.

Em Congonhas do Campo, a célebre obra "Os Profetas". E também obras em Sabará, Tiradentes, São João Del Rey.

Meu Aleijadinho, se eu fosse do seu tempo, emprestaria pra você minhas mãos e meus pés. Você foi um gênio escondido, mas hoje, Minas te exalta.

Foi um exemplo de força de vontade, de luta e amor à arte!

Tenho vontade de pôr você no meu colinho e cantar uma canção de ninar pra adormecer sua dor. Dor bonita, capaz de endoidecer a gente.

Meu Aleijadinho, você cabe inteirinho nos meus sonhos de criança!

Escrita pela autora, aos 12 anos, para um concurso de redação na escola.
O prêmio era uma bicicleta, a tão sonhada bicicleta que ela queria.
Só que foi roubada poucos meses depois.


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