LINK PARA REBRA
ESPAÑOL
ENGLISH



DENISE PARMA


O DESAFIO DE AILEEN

Vovô raspou a garganta, depois de alguns minutos, e começou a falar: "Há muitos e muitos anos, houve um tempo em que os unicórnios eram comuns, assim como muitas outras criaturas, desaparecidas da face da terra, da vista dos homens ignorantes e pobres de espírito. Nesse tempo, vivia um mago nas montanhas. Ele morava sozinho e passava o seu tempo ocupado com meditações e estudos, à procura do caminho da luz. Ele se alimentava do que a floresta lhe oferecia e bebia água da fonte, que jorrava da montanha. Um dia, à procura de ervas para preparar uma porção, ele tropeçou sobre uma pedra, caindo montanha abaixo, ficando gravemente ferido.

Dois unicórnios, um negro e um castanho, andavam pastando aos pés da montanha e encontraram o mago caído. Ele os implorou para levá-lo nas costas até sua cabana, montanha acima, pois tinha lá uma poção que lhe aliviaria as dores e curaria suas feridas. Os dois, porém, não lhe deram ouvidos. Eles não queriam sujar o pêlo limpo e brilhante, com o sangue saído das feridas do mago e seguiram seu caminho, indiferentes aos seus gemidos.

Anoitecia e o mago já perdia as esperanças, quando ouviu um trote lento e irregular. Era um outro unicórnio, passando pelas montanhas. O mago gritou por socorro. O unicórnio parou por alguns instantes, continuando, a seguir, seu caminho. O mago gritou novamente. Novamente parou o unicórnio. Após alguns minutos, seu trotar desigual foi se fazendo mais forte aos ouvidos do mago, até os dois se verem face a face. O mago entã o implorou para levá-lo até sua cabana, como fizera com os outros dois unicórnios. O unicórnio pareceu um tanto confuso com aquele pedido. Ele olhou para cima, estudando por alguns instantes o caminho e depois de muito pensar, resolveu atender, finalmente, ao pedido do mago.

A subida era íngreme e o unicórnio, levando o mago ferido nas costas, subia penosamente, parando de vez em quando para recuperar as forças. Quando chegaram à cabana, o mago desceu e se arrastando foi procurar imediatamente a porção que lhe curaria. A porção era muito forte e o mago ao tomá-la, perdeu os sentidos. Quando se recuperou, ele saiu para agradecer ao unicórnio pela ajuda recebida. A lua cheia saíra e iluminava a montanha. O mago ficou surpreso ao ver, à luz da lua, o unicórnio agonizante, caído a alguns passos da cabana. Ele correu na sua direção, pois já tinha recuperado as forças, e ao examiná-lo surpreendeu-se ainda mais: o unicórnio estava exausto e arquejava com dificuldade; seu pêlo branco estava sujo, manchado com o sangue do mago e pelo seu próprio sangue que lhe saía da pata ferida. Daí o seu caminhar lento e manco.

O mago quase não acreditava no que via. O unicórnio, mesmo ferido, não se negara a subir a montanha, levando-o nas costas. Em agradecimento por ter salvo sua vida, o mago não somente tratou do unicórnio, curando-lhe as feridas e recuperando-lhe as forças, como também, transformou o seu chifre num chifre de ouro. O chifre possuía poderes mágicos e todas as pessoas que o tocassem, teriam a realização dos seus desejos.

Biografia da Autora




ÍNDICE DE ESCRITORAS PRÓXIMA ESCRITORA REBRA LINKS PESSOAIS


E-MAIL DA AUTORA