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F(a)chada para balanço (e) (i) Fachada para balanço Por fora, uma boa mão de tinta. Por dentro, um aviso prévio às ilusões, perdidas No atrito do tempo com o ralo Quotidiano. Eis a casa interior, Esta habitação do hábito De novo pronta para o conv+ivio E para tudo. Chatos Como vitoriosos medíocfres Seres clichês Todos eles estão convidados, Súbito convíveis Sem mais hiperglicemia ou enxaqueca... Ah, as fachadas , Com que a casa acorda Para o mesmo incolor nosso de cada dia! Fechada para balanço Persianas e venezianas, brasilianas Fechadas Bem trancadas todas, dentro de mim, Que apuro débitos (muitos) & créditos (poucos) neste viejo almacén de secos ou de molhados em que se transformou meu quarto interior de guardados, onde jaz, sem remorsos, a utopia não realizada e as mil investidas contra moinhos de aço escovado high tech design assinado como se fossem apenas de vento... Fichada para balanço Até a próxima ditadura Certamente civil, Sorridente, cordial, Ou até alguma razzia Contra os opositores da globalização neoliberal Ou- quem sabe?- mesma alguma simples blitz local Contra os despossuídos de poder De sempre... ( Só a ironia- esta bóia inflável- me salva do naufrágio cotidiano!)
( Do livro em progresso Post-Utopian closet)>