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O elefante e a pombinha. A borboleta e o sapo-rã. A fragilidade e a montanha. Diego e eu. O encontro dos vulcões Popocatépetl e Ixtaccíhuatl. Diego, o segundo acidente em minha vida. Me atropelando com seu turbilhão de cores, surpresas e decepções. Chamei-o de cara de sapo. Ele riu. Tinha mesmo cara de sapo. Nos apaixonamos e nos casamos. Duas vezes. Ninguém entendeu. Ele, o gigante da pintura moderna, homem que conhecera muitos países, que vivera muitas vidas, apaixonado pela moça manca que pintava sua própria imagem refletida num espelho.
Velho, gordo, feio, boêmio, comunista, ateu. Infiel. Nada disso importava.
Por ele troquei minhas roupas masculinas, meu jeito de menino insolente,
pelas anáguas de rendas, saias longas, penteados com fitas coloridas, jóias
e xales vistosos. Para agradar Diego, me transformei na mais mexicana das
mexicanas.
Para perpetuar Diego dentro de mim, quis ser Frida-mãe, a Frida que nunca
pude ser.