GEOPROCESSAMENTO - Aula 1
Notas de Aula
Estratégias de Leitura
1) Qual a diferença entre "dados" e "informações" ? O que vocês entendem por "conhecimento" ?
Dados podem ser definidos como um conjunto de valores (numéricos, alfabéticos, alfanuméricos, gráficos), sem significado próprio, ou seja, são valores representativos existentes para um deteminado “ente” do mundo real. Informação é o dado direcionado para um propósito ou entendimento particular. Quando um dado é coletado para um propósito específico, e assim passa a possuir um significado para este propósito, deixa de se constituir em um mero registro para se constituir e uma informação.

Conhecimento pode ser definido como o grau  de informação que se tem sobre o dado. Quanto mais informações se obtém sobre determinado ente do mundo real (valores, posições, relacionamentos, etc.) mais conhecimento se têm sobre este determinado ente.
2) O que significa "informática" ? Como a informática evoluiu nas últimas décadas ? Quais os recursos de informática que vocês     empregam ?
Segundo (MENEGUETTE, 1994) Informática é uma palavra cunhada a partir de informação e automática, que se reunidas na ordem oposta, dão origem ao termo automação. Assim, informática é o processamento automatizado da informação através do uso de equipamentos computacionais, técnicas e procedimentos adequados a esse fim. Ainda segundo (MENEGUETTE, 1994) a informática vem evoluindo conceitualmente. Nos anos 70 a tônica era o Processamento de Dados que ensejou o surgimento dos Centros de Processamentos de Dados (CPD); Na década de 80, a ênfase foi dada aos Sistemas de Informações, a Automação e aos Bancos de Dados, com o aparecimento dos Centros de Informação (CI). Na década de 90, tais Centros de Informações dispõem também da Tecnologia de Informação, que constitui-se em instrumento integrador dos elementos vitais da organização.

Atualmente, a informática é um recurso que faz parte da nossa vida diária. Muitas vezes, sem percebermos, a estamos utilizando. Quando vamos ao banco, utilizamos uma agência 24 horas, fazemos um telefonema, andamos de carro (Nos mais modernos, obviamente !), fazemos compras em um supermercado, estamos utilizando os recursos da informática.

Particularmente, a informática é mais utilizada, por mim, para propósitos profissionais. Assim, o que eu mais utilizo são: Internet, softwares SIG, softwares CAD, Bancos de Dados e, obviamente, Sistemas Operacionais.
3) O que é "sistema" ? Quais tipos de sistemas fazem parte de seu dia-a-dia ?
Sistema é um método pelo qual tarefas ou fenômenos podem ser subdivididos em suas partes componentes e interações, e avaliados individualmente e coletivamente para aumentar sua eficiência e entendimento. Indexação é um sistema para organizar e catalogar informações; ele ajuda a identificar e localizar informações que podem ser armazenadas em uma grande variedade de documentos ou outras formas de mídia. Um registro de log é um sistema que armazena informações vitais processadas em um computador. O meio ambiente tem suas formas de sistemas ecológicos e eco-sistemas; rios, estuários e oceanos são eco-sistemas que contém uma imensa variedade de vida animal e marinha. Estes exemplos mostram que sistemas não têm necessariamente qualquer relação com informática, embora eles possam ser implementados em computadores.

Particularmente, os sistemas que eu mais utilizo diariamente (além do Sistema de Informações Geográficas ) são sistemas desenvolvidos para organizar minha mesa de trabalho, para leitura, para alimentação (afinal eu preciso perder “uns quilinhos” !) etc..
4) Qual é a opinião de vocês sobre a frase: "Uma imagem vale mais que mil palavras" ?
Uma informação visual representa um ente mais completamente do que informações tabulares (textos, números, etc. ). A visualização de um dado estimula nossas mentes de modos diferentes dos procedimentos tradicionais de análise de dados. Nós podemos ver  um quebra-cabeça montado e decifrar o conteúdo de seus pedaços em uma única operação. Esta imagem pode ser armazenada em nossas memórias com uma precisão surpreendente. Depois que esta imagem tenha sido assimilada, nós podemos também examinar o quebra-cabeça mais detalhadamente e começar a descrever, tanto em palavras quanto em números, os componentes desta imagem (os objetos, seus relacionamentos, etc.) de uma maneira que é provavelmente mais significativa que uma análise estatística de seus pedaços.
5) Encontrem na literatura outras definições de Geoprocessamento e enviem suas contribuições, citando sempre as fontes.
Existe na literatura (pesquisada por mim) uma certa “confusão” sobre o que é Geoprocessamento e Sistema de Informação Geográfica. O único autor encontrado que faz uma distinção entre as duas definições foi o Professor Marcos Rodrigues, da Escola Politécnica da USP. É muito comum encontrar autores de definem Geoprocessamento e não Sistemas de Informações Geográficas, e vice-versa. Durante o primeiro semestre de 1997, na lista de discussão RBGeo-L, houve uma grande polêmica sobre a definição de Geoprocessamento e Sistemas de Informações Geográficas onde várias pessoas (que assinavam a lista) não diferenciavam as duas definições. Assim, acredito que a melhor definição atualmente é a do Professor Marcos Rodrigues.
6) Quais são os tipos de Sistemas de Geoprocessamento ? Quais deles são empregados por vocês ?
Segundo (RODRIGUES,1990) sistemas de geoprocessamento podem ser, simplificadamente, classificados em:
 
  • Sistemas Aplicativos, que são sistemas computacionais voltados para a representação de entes de expressão espacial e para a    realização de tarefas de projeto, lavra, mapeamento, extração de dados, etc..


  • Sistemas de Informação, que são sistemas voltados para a coleta, armazenamento, recuperação, manipulação e apresentação de    informações sobre entes de expressão espacial e sobre o contínuo espacial.


  • Sistemas Especialistas, que são sistemas computacionais que empregam o conhecimento na solução de problemas que normalmente    demandariam a inteligência humana.

  • Atualmente, eu utilizo os sistemas aplicativos e de informação.
    7) Vocês acham que ainda é válido diferenciar CADD, AM/FM e GIS como ocorria no passado ? Existe uma nova classificação ?
    Sim, pois são sistemas diferentes, embora muitas vezes eles possam estar interligados em um único processo. Um CAD, genéricamente falando, ainda é um mero modelador geométrico de dados, assim como um sistema AM/FM ainda é um sistema de automação do processo de mapeamento e gerenciamento das informações  representadas por ítens em um mapa, e um GIS ainda é, também genéricamente dizendo, um sistema de análises espaciais. Um software CAD não é necessariamente um sistema AM/FM ou GIS, assim como um AM/FM não é necessariamente um software de GIS.

    Assim, não foi possível encontrar um outra classificação, na literatura consultada, para CAD, AM/FM e GIS
    8) Escolham uma definição de SIG que mais lhes agrade e justifiquem qual o motivo de sua preferência.
    “É um sistema de informação que é designado para trabalhar com dados referenciados por coordenadas espaciais ou geográficas” (STAR & ESTES).

    “Um sistema automatizado capaz de coletar dados das mais diversas fontes, gerenciar tais informações, analizar com o objetivo de gerar novas informações a partir dos dados existentes e apresentar resultados em um formato passível de ser compreendido pelo usuário” (National Science Foundation (1990) apud RODRIGUES (1991)).

    A definição que mais me agrada, é a minha própria, pois engloba tudo aquilo que acredito que um SIG, para ser verdadeiramente definido como tal, deva possuir:
     
    “É um sistema que deve permitir as seguintes operações (espaciais) com informações referenciadas espacialmente:
  • Visualizar (acessar a informação através do uso de sinais)


  • Organizar (ordenar a informação de acordo com suas ligações lógicas)


  • Combinar ( agrupar juntos dados provenientes de diferentes fontes)


  • Analisar ( interpretar o significado dos dados)


  • Predizer ( avaliar o futuro do comportamento dos dados)


  • Questionar ( interrogar sobre os dados para se obter as respostas)”

  • 9) Tracem uma linha do tempo do Histórico do Geoprocessamento.
    Gostaria de sugerir a página GIS Timeline, desenvolvida por Martin Dodge e Simon Doyle, ambos do Centre for Advanced Spatial Analysis (CASA), University College London em http://www.casa.ucl.ac.uk/gistimeline/gistimeline.html.
    10) Qual é a opinião de vocês sobre "O Impacto da Computação Gráfica e Multimídia na Cartografia" ? Quais as tendências futuras ?
    Os recursos de processamento disponíveis para a análise de dados cartográficos melhoraram consideravelmente desde a introdução da computação gráfica. Por exemplo: a superposição de mapas, talvez a mais poderosa ferramenta nas mãos de um cartógrafo, era realizada nos anos 50 através do registro manual de filmes transparentes. Naquele tempo, não se podia analisar mais do que dois ou três mapas simultaneamente. Hoje, sistemas baseados em computação gráfica possibilitam analisar as correlações existentes entre virtualmente um número ilimitado de mapas usando operadores booleanos como: and, xor, or e not. A revolução da computação gráfica não só veio facilitar algumas das tarefas dos Cartógrafos, como a transformação de sistemas de projeção, como também trouxe uma nova dimensão à profissão, extendendo-se desde a confecção de mapas à análise temática e ao planejamento espacial, através de funções como alterações de escala automatizada, reamostragem de dados, filtragem estatística e suavização.

    Quanto a apresentação dos dados, o desenvolvimento da multimídia ajudou a automatizar a apresentação gráfica dos resultados. A apresentação dos dados tende a se tornar uma interface viva entre o usuário e a base de dados espaciais, definida através de um diálogo on-line, unificando o ser humano e o computador. A visão estéreo em terminais gráficos e representações multidimensionais a cores da sub-superfície já demonstram o poder das tecnologias de apresentação em realçar e acelerar nossa compreensão dos dados geográficos. Através de simulações e modelagens seremos capazes de criar uma imagem que não só mostra a realidade, bem como pode representar processos temporais, tais como: desertificação, crescimento populacional urbano e alterações climáticas.

    Quanto as tendências futuras da cartografia, acredito que os principais avanços devam concentrar-se no usuário, ou seja, desenvolver os sistemas o máximo possível para que um usuário com o mínimo conhecimento de cartografia possível possa utilizar tal sistema e obter as informações desejadas. Assim, áreas de pesquisa que devem ser evoluídas são aquelas que dizem respeito a linguagens de consulta espaciais, generalização, comunicação cartográfica, qualidade de informação e desenvolvimento de interfaces amigáveis para base de dados geográficas.
     
     
    BIBLIOGRAFIA
    CÂMARA, GILBERTO et alii. Anatomia de sistemas de informação geográfica. Campinas, Instituto de  Computação;      UNICAMP, 1996, 197 p
    FERRARI, Roberto. Viagem ao SIG. Curitiba, Sagres Editora, 1997, 80 p
    HUXHOLD, W.E. & LEVINSOHN, A.G. Managing Geographic Information System. Oxford, Oxford  University Press,      1995, 345 p.
    MENEGUETTE,  Arlete A. C. Introdução ao geoprocessamento. Presidente Prudente, Ed. da autora, 1994.  29p.
    RODRIGUES, Marco Alexandre. Conceitos Básicos de sistemas de informações geoambientais e áreas de  aplicação em      cadastro técnico municipal. In CONGRESSO BRASILEIRO DE CARTOGRAFIA,  15, 1991, São Paulo:EPUSP, 1990,      v.3, p. 542-546
    STAR, Jeffrey & ESTES, John. Geographic Information Systems - An Introduction. University of California,  Santa Barbara,      Prentice Hall, 1990. 303 p.
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