Letras
- A Porta e Entrada
- Depois,
Anterio ao Fim
- Rosas
à Alguém
- Corpo
- Somnium
A porta e Entrada
A porta e entrada sombras de
caminhos
Os mantos são um muro
e uma parede
Os bravos homens lutam por
suas vidas
Parte de mim se esvai
Relva em louvor ao campo desfolhado
A cada galho desalmado no chão
Pedras encravadas na face fria
Uma mulher nua aguarda o sacrifício
Uma fileira crua com frio nas
faces
Seu rosto brilha sem ver sua
vida
Um carpete maciço toma
a relva
A porta e entrada sombras de
caminhos
Depois Anterior ao Fim
Véspera
Véspera rósea
chama
Na última glória
Fez-se sofrida
Esqueceu o encanto
Que dispôs na frágil
canção
Espalmada solitária
Chamada dôr a resignação
última
Última ação
cumprida
Chamada antes, após
a rósea chama
Na última glória
Véspera
Despediu o vácuo Desnutriu
o verso
Desmanchou distâncias
próximas
Sobre a partida atenta
Amante, avessa e errante
A me chamar enfim
Estava até então
sozinha
Despediu o vácuo
Desnutriu o verso
Véspera
Apenas o corpo
Não se permite ver a
beleza
E as mães sinceras
Ou então tudo não
passou de um sonho
Que emudece tranqüilo,
sozinho
E dormirei só e comigo
Na rua que me leva a tantos
mundos
No vinho em sangue ou no abrigo
Das chamas que me guardam
Apenas o corpo
Véspera
Rosas à Alguém
Na enseada com o cais batido
de sol
O ar estava quente com aventais
de ácido
Miséria, desgraça
e rosas prá enfeitar
Os que se atiravam com coragem
ao fundo do mar
Bem educados a princípio,
acabados
Um estranho vento aterrorizou
Quando alguém gritou
As armas, as armas armações
de aço
Em meio aos estilhaços
da vidraça que quebrou
Quando alguém gritou
(passou)
Aturdido com o tumulto, um
vulto vai embora
Ao dar os primeiros passos
Ao entrar deserto afora
Felicitações
a quem outrora sofria
Depois das últimas convulsões
Serás um cão
entre a galhardia
Corpo
Um jardim não tem sistema
de vida
Quando sobem pelas paredes
do quarto, plantas
Quando tudo se tem e nada é
igual
Ao que se queria
E os trapos te vestem a mente
E o coração casualmente
Chega a ser efêmero
Mas mesmo assim um ritual de
morte
Já não é
tão feroz
E os gritos se vão em
silêncio
Perdidos entre milhares de
lugares
Tão vazios
A órbita esá
perfeita e desta vez
Tudo aparenta ser o que não
se é
E o que tentas obter
Com um simples gesto
Me dá a impressão
de ser real
Mas não passa de simples
artifício
Sorrias e digas que sentes
dor
Os sentimentos são desculpas
E as culpas são inocentes
E o medo que aparece e domina
De súbito a vida inteira
Se temem
A seguir-se pois enfrente
Enfrente-se, enfrente
É tudo tão escuro
e silencioso
As porcelanas nas estantes
Constantes na confusão
O teu peito em pedaços
A mente em cacos
Teus nervos a flor da pele
De olhos abertos e mãos
atadas
Numa investida contra
Essas paredes ocas
E a voz tão rouca já
cansou
E tão logo já
se foi
Com os sentidos do corpo
Somnium
Um sonho negro me visita toda
noite
Um sonho que parece sem volta
Negro como a noite numa floresta
Me chamando para as suas trevas
Doce e sereno
Espantando todo o calor de
minha alma
Me deixando frio e amargo
Mostrando que as pessoas mudam
Assim como o vento muda
Mostrando o quanto é
solitário o universo
Em sua imensidão
E que eu não passo de
um segundo na eternidade
Um dia meu doce sonho não
me deixará acordar
E então finalmente envolto
em sua escuridão
Eu descansarei
Um dia meu doce sonho não
me deixará acordar
E então finalmente envolto
em sua negritude
Eu irei descansar