P - Relacione nomes dos médiuns
que considera como os que mais
trabalham.
R - Admiramos profundamente todos os companheiros da mediunidade que
respeitam as funções em que foram situados pelas exigências
da
construção esp¡rita-cristã.
P - Qual a sua missão
pessoal?
R - Sinto-me na maravilhosa máquina do serviço esp¡rita,
… feição de
insignificante peça de emergência, precisando repelões
e consertos
constantes pelas imperfeições que traz.
P - Qual a sua obrigação
para com a sociedade?
R - O dever comum de servir na medida de nossas possibilidades.
P - E para com o Espiritismo?
R - Corrigir meus defeitos e fazer aos outros o que desejo para mim
mesmo.
P - Acredita na regeneração?
R - Sim.
P - E no arrependimento?
R - Também.
P - A velhice o preocupa?
R - Não.
P - Acha-se mais lúcido?
R - Quanto mais os bons esp¡ritos escrevem por meu intermédio,
fazendo
luz, mais reconheço a extensão de minha ignorância pessoal.
P - Como encara a morte?
R - Mudança completa de casa, sem mudança essêncial da pessoa.
P - Seus últimos trabalhos
de psicografia são mais importantes do que os
anteriores?
R - Os livros produzidos mediunicamente por meu intermédio pertencem
aos
autores desencarnados e o julgamento em torno deles, a meu ver, é
função
do público e não minha.
P - Defina, por favor, o que
é um médium, o que é psicografia, e como se
explica a existência de
Deus.
R - Acreditamos que para melhores esclarecimentos sobre médiuns
e
mediunidade, as obras de Allan Kardec devem ser consultadas e estudadas.
Com todo o nosso respeito aos entrevistadores, devemos dizer que
solicitar de nós uma explicação sobre Deus ‚ o mesmo
que pedir a um
verme para que se pronuncie quanto a natureza do sol, embora
o verme, se pudesse falar, diria como toda certeza da veneração
e do amor
que consagra ao sol que lhe garante a vida.
P - A cultura ‚ essencial
para uma pessoa ser médium?
R - A mediunidade pode manifestar-se através da pessoa absolutamente
inculta, mas os bons espíritos são de parecer que todos os
médiuns são
chamados a estudar, a fim de servirem com mais segurança.
P - Pretende atingir novos objetivos?
Quais seriam eles?
R - Grande misericórdia me fará a Providencia Divina permitindo-me
a
possibilidade de continuar trabalhando e aprendendo.
P - Tem carro?
R - Não.
P - Quantos empregados?
R - Nunca os tive.
P - Sente-se forte?
R - As vezes.
P - Com o mesmo entusiasmo
de sempre?
R - Sim.
P - Com quem faz o tratamento dos
olhos?
R - Médicos distintos e humanitários, tanto quanto benfeitores
espirituais incansáveis, há mais de 20 anos, auxiliam-me
a conservar o
resto de visão física que possuo.
P - Sente dores?
R - Comumente.
P - Enxerga com dificuldade?
R - Sim.
P - Espera curar-se?
R - Do ponto de vista orgânico, recebo minha antiga enfermidade do corpo
como sendo débito de outras encarnações, que devo pagar
com paciencia.
P - A cegueira seria uma tragédia?
R - Seria uma provação, sem ser uma tragédia.
P - Diga um exemplo de algo
que o faça sofrer.
R - Ofender ou prejudicar alguém.
P - Prefere a solidão?
R - A solidão ‚ boa só para refletir, porque, sem dúvida,
fomos criados
para viver uns com os outros.
P - É preciso acabar
com a pobreza?
R - Sim, pela riqueza do trabalho honesto que devemos cultivar
indistintamente.
P - As reformas devem ser
urgentes?
R - Em matéria de reformas, os benfeitores espirituais me ensinam
que
não devo esquecer primeiramente as que se referem … melhoria de
mim
mesmo.
P - A revolução deve
ser evitada?
R - A revolução em que acredito ‚ aquela ensinada por Nosso
Senhor Jesus
Cristo, que começa pela corrigenda de cada um, na base do "façamos
aos
outros aquilo que desejamos que os outros nos façam".
P - O socialismo traz benefícios?
R - Creio nos benefícios da fraternidade sentida, admitida e praticada
que Jesus nos ensinou e exemplificou.
P - É a favor da promoção
da classe operária?
R - Todos somos operários da vida e creio que a bondade de Deus
faz
diariamente a promoção do trabalho para quem o procura, coroando
de
benção o esforço honesto de toda pessoa, sem distinção
de credos ou de
atribuições, que busque realmente servir.
P - Onde passa as férias?
R - Dizem que os aposentados estão em férias permanentes,
mas prossigo
trabalhando nas tarefas espíritas com o entusiasmo de sempre.
P - Quando tem férias?
R - De raro em raro, consigo alguns dias de relativo repouso físico
para
refazimento.
P - Durante quanto tempo?
R - Nunca mais de 20 dias por ano.
P - Como recebe os ataques
que lhe são feitos?
R - Como avisos preciosos contra as imperfeições que carrego.
P - Acredita que tenha inimigos?
R - Acredito que tenha amigos que ficaram diferentes quando reconheceram
que não sou a pessoa ideal que eles julgavam que eu fosse.
P - Quais seus escritores
preferidos?
R - Admiro todos os escritores bastante corajosos para esquecerem as
conveniencias pessoais, procurando escrever em aux¡lio real dos seus
leitores.
P - Gosta de cinema? Qual
o genero de filmes?
R - Sim. Filmes que nos façam sentir melhores.
P - Acha que o cinema tem o direito
de alterar a realidade?
R - Sim, quando se trata da educação do sentimento popular,
pois não
acredito que Deus nos conduza a conhecer a realidade para rebaixar-nos.
P - Cite artistas de que goste.
R - Respeito todos os artistas que auxiliam o povo a pensar e a agir
para o bem comum.
P - Ouve musica? Quais os
compositores que prefere?
R - Tanto quanto poss¡vel. Dos antigos, admiro profundamente Beethoven
e
Mendelssohn, sem esquecer o amor que consagramos aos compositores
nossos, como sejam Villa-Lobos e, na musica popular, o nosso
inesquecível Noel Rosa.
P - Descreva, por favor, como passa
o dia.
R - Meu dia é demasiadamente vulgar para ser descrito.
P - O que come habitualmente?
Quais os seus pratos preferidos?
R - Refeição comum do interior brasileiro. Não tenho
predileções.
P - O que bebe?
R - Agua.
P - A que horas almoça?
R - Meio-dia.
P - Dorme depois do almoço?
R - Não.
P - A que horas é o seu jantar?
R - Depois dos quarenta, deixei o hábito de jantar.
P - Faz algum regime?
R - Os amigos espirituais ensinam que devemos comer só para viver,
entretanto, estou aprendendo a lição vagarosamente.
P - A que horas se levanta?
R - Sete.
P - O que faz de manhã?
R - Trabalho com os amigos espirituais, seja psicografando ou revendo
com eles as páginas de autoria deles mesmos, sempre com a assistencia
de
Emmanuel, o instrutor espiritual que me orienta as faculdades
mediúnicas, desde 1931.
P - O que faz à tarde?
R - Nas horas da tarde, além do tratamento ocular, atualmente ocupo-me
de correspondencia usual, de datilografia das páginas escritas pelos
benfeitores espirituais por meu intermédio, sob a orientação
deles, …
exceção dos domingos que dedico ao trabalho de correspondencia
mais
íntima.
P - O que faz à noite?
R - Nas segundas, sextas e sabados, estou em contato com o público,
nas
reuniões da Comunhão Esp¡rita Cristã, em Uberaba,
habitualmente das
19:00h até a madrugada. Nas noites de quarta feira coopero
nas reuniões
¡ntimas de desobsessão,a mesma organização espírta
que me referi.
Nas noites de terça e quinta feiras, trabalho com Emmanuel e outros
orientadores espirituais na formação livros mediúnicos
e as noites
de domingo faço uma pausa, para estudar os assuntos gerais da semana
ou
descansar os olhos da atividade intensiva.
P - A que horas se deita?
R - Nunca antes das 2 da madrugada.
P - Tem sonhos?
R - Graças a Deus que todos temos neste mundo a felicidade de sonhar.
Creio que Deus, em sua infinita bondade nos reservou o sonho como sendo
um direito de toda a criatura, no qual nenhuma outra criatura consegue
interferir.