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Varredor

Varrer,
do início ao fim
do dia.
Na sarjeta, na calçada,
pelas ruas escrever
com vassoura piaçaba.
Lá vai o varredor
empurrando seu carrinho
com o lanche pendurado.
Nos pedaços de papel
as histórias mal contadas
de uma vida atarefada.
Vem o vento
leva tudo
recomeça
a tarefa terminada.
Passa gente
pela rua
não enxerga
quem trabalha.
Joga fora o papel
meio amassado,
sem remorso,
apressado.
Segue e varre na esperança
de um tesouro encontrar.
Um bilhete premiado
uma cédula amassada
ou moeda desprezada.
Busca sonhos coloridos
em um mundo diferente.
Quem varre
também sonha.
Tem na vida melodia.
Em seu varrer,
os pensamentos,
sua lida em poesia.

Ana Mello
anaelyod@yahoo.com.br
POESIAS E CONTOS