Enf. A. Araujo Enfª N. Araújo |
H.D.Lamego |
CONVULSÕES
O tema deste trabalho é convulsões. Este é um tema com bastante importância, já que nos aparecem no serviço bastantes crianças com o diagnóstico de convulsões. Nós enfermeiros temos que ter um grande conhecimento sobre esta patologia, visto que, perante uma criança com crise convulsiva, temos que actuar rapidamente. Serve também para que possamos identificar correctamente uma crise convulsiva, de maneira a podermos descrever e transmitir aos outros técnicos de saúde, tudo aquilo que será importante para um futuro diagnóstico e consequente tratamento adequado. Neste trabalho poderemos encontrar um capitulo que fala só de convulsões neo-natais. Foi feita esta divisão porque estas convulsões são muito difíceis de detectar e só um grande conhecimento sobre os sintomas, nos permitem saber distinguir entre aquilo que é e que não é uma manifestação de convulsão neo-natal.
Convulsão:
Crise convulsiva:
Distúrbio convulsivo:
Foco epileptogénico:
2 - FISIOPATOLOGIA DAS CONVULSÕES
Seja qual for a causa, ou o tipo de crise convulsiva, o mecanismo básico é o mesmo.
Há descargas eléctricas:
Estão relacionadas com o tipo de convulsão, e irão ser abordadas ao longo do trabalho.
2.2 - AVALIAÇÃO DE DIAGNÓSTICO
O diagnóstico tem dois objectivos principais que são:
O diagnóstico das convulsões faz-se através de:
Existem numerosas manifestações clínicas, que podem ser equivalentes a convulsões, no entanto, não são reconhecidas como tal. 0,2 a 0,8% das convulsões aparecem nos dez primeiros dias de vida, sendo a sua maioria na primeira semana (29 e 32 dia de vida).
É de difícil observação, resumindo-se às vezes, a apenas um piscar de olhos, uma recusa alimentar, alterações do tónus, apneia ou espasmos dispneicos. Assim, as crises tónico-clónicas são raras no Recém Nascido, sendo mais frequentes as manifestações tónicas ou clónicas isoladas.
Sinais de crise no Recém Nascido:
As causas são múltiplas.
Cerca de 90% das convulsões no Recém Nascido são devidas a:
Depois da primeira semana de vida as infecções e problemas genéticos são as principais causas de convulsão.
O tratamento, baseia-se essencialmente na correcção da perturbação causal, e secundariamente na administração de anticonvulsivantes.
4 - CLASSIFICAÇÃO DAS CONVULSÕES
4.1 - CONVULSÕES PARCIAIS OU FOCAIS
Neste tipo de convulsão, há uma descarga eléctrica anormal, proveniente do foco epileptogénico, limitada a uma região mais ou menos circunscrita do córtex cerebral. As áreas que são mais frequentemente afectadas são:
4.1.1 - Convulsões Psicomotoras
O ataque apresenta um período de comportamento alterado, amnésia, e é incapaz de responder ao ambiente. Não há perda de consciência, no entanto, não se lembra do seu comportamento. Depois da crise, normalmente, segue-se um período de sono ou sonolência.
As convulsões focais, caracterizam-se por sintomas motores localizados. A mais frequente, é a convulsão Adversiva (olhos e cabeça viram-se para o lado oposto ao do foco epileptogénico).
Estão relacionadas com certas situações - sindromes especiais.
São distúrbios transitórios associados à febre.
O tratamento faz-se através do controle da febre (antipiréticos), da convulsão (diazepam ou fenobarbital), e posteriormente faz-se o tratamento das infecções.
4.2.2 - Episódios de suspensão da respiração
É mais frequente em crianças com idades compreendidas entre os 6 e 18 meses. Precipita-se por medo, frustração ou raiva, e caracteriza-se por choro violento e cessação da respiração.
Caracteriza-se por cefaleia crónica recorrente, normalmente precedida por distúrbios visuais e acompanhados de náuseas e vómitos. Nestes casos a causa é ignorada. O tratamento é sintomático.
4.3 - CONVULSOES GENERALIZADAS
Estas convulsões ocorrem em qualquer idade, em qualquer momento. O intervalo entre as crises varia bastante.
4.3-1 - Convulsões de grande mal (motoras principais)
Caracterizam-se por duas fases completamente distintas.
Fase Clónica:
Fase Tónica:
À medida que a crise vai cedendo, os movimentos tornam-se menos intensos e com intervalos maiores. Dá-se um relaxamento corporal e segue-se uma fase de sonolência.
Caracteriza-se por uma perda breve de consciência. Podem passar despercebidas, o comportamento sofre poucas alterações. É frequente entre os 5 e os 9 anos de idade. Pode haver alteração do tónus muscular, e a criança deixa cair pequenos objectos, no entanto raramente cai. Não ha incontinência.
4.3.3 - Outras convulsões Acinéticas
- Perda súbita e momentânea do tónus e controle postural. Mioclónicas - Contraturas súbitas e breves de um músculo ou grupo de músculos.
O enfermeiro tem que ser capaz de actuar rapidamente, no entanto, tem que ser um bom observador. Pois esta observação poderá ser inicio de um diagnóstico correcto. Há acções que um enfermeiro deve fazer imediatamente, tais como: