A maior parte das religiões atuais se fixa em uma disputa eterna
entre o bem e o mal.
Nas religiões cristãs, tal confronto é representado
por Deus e o Diabo(Ou Satã, ou Lúcifer, ou Belzebu etc.).
Para muitos, a não existência do Diabo significaria a
não existência do próprio Deus.
Mas muitas religiões antigas nem sequer acreditavam na existência
de um ser maligno responsável pela maldade do mundo. Até
mesmo porque seus Deuses podiam ser tanto maus quanto bons, dependendo
de seu interesse.
Assim, o fato de aparecerem em muitas religiões mitos semelhantes
para descrever a guerra universal entre o bem e o mal, e a existência,
nas escrituras hebraicas, de histórias especialmente montadas com a
finalidade de dar uma explicação sobre o surgimento do mal, não significam
que o próprio Diabo seria necessariamente o resultado da fantasia humana.
O fato de ter existido uma concepção Dele em todos os períodos da
História e em inúmeros lugares, não prova nem desmente coisa alguma
a respeito.
Não são apenas as pessoas simples que confundem o significado que
um mito pretende transmitir, com os verdadeiros acontecimentos históricos.
Até os maiores estudiosos demostram uma propensão no sentido de fazer
isso.
Os debates e as discussões sobre o mal e o ponto focal do mal, que
se têm verificado de maneira contínua na História, mostram a freqüência
com que isso acontece. Sempre se manifestou uma tendência no sentido
de confundir a crença no princípio representado por um mito religioso
com a crença nos acontecimentos reais que, segundo a narrativa, teriam
tido lugar.
Obviamente as duas não são a mesma coisa. Esta confusão tem levado
a muitos argumentos estéreis e a inúmeros ataques contra a crença religiosa
de um modo geral, que acaba sendo equiparada à superstição.
Tudo o que tem sido escrito a respeito dele nos sistemas religiosos
e em incontáveis lendas e histórias torna muito difícil separar a metáfora
daquilo que pretende ser a descrição dos fatos.
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