APRESENTAÇÃO
O
desenvolvimento
científico-tecnológico, ao
impulsionar o desenvolvimento das forças
produtivas na perspectiva do processo de
criação de valor, quanto mais
avança, mais intensifica a
contradição entre as demandas do
processo produtivo e os processos de
educação da força de trabalho:
quanto mais se simplificam as atividades
práticas na execução dos
processos de trabalho, mais se complexificam as
ações relativas ao desenvolvimento de
produtos e processos, à sua
manutenção e ao seu gerenciamento. Ou
seja, o trabalho mais se simplifica enquanto mais
se tornam complexas a ciência e a tecnologia;
em decorrência, ao se exigir menos
conhecimento sobre o trabalho do trabalhador, mais
ele se distancia da compreensão e do
domínio das tarefas que executa, bem como
dos que gerenciam e mantêm os processos e
produzem ciência e tecnologia. Ao mesmo
tempo, a complexificação da vida
social ampliou os espaços de
participação do trabalhador em
vários sentidos: atividades culturais,
associativas, sindicais e
partidárias.
Criam-se, em
conseqüência, necessidades educativas
para os trabalhadores que até então
eram reconhecidas como próprias da
burguesia; a crescente cientifização
da vida social, como força produtiva, passa
a exigir do trabalhador cada vez maior
apropriação de conhecimentos
científicos, tecnológicos e
sócio-históricos, uma vez que a
simplificação do trabalho
contemporâneo é a expressão
concreta da complexificação da
tecnologia através da
operacionalização da
ciência.
Os novos conhecimentos e
informações e a velocidade com que as
novas tecnologias de comunicação
permitem disseminá-los são um desafio
para o sistema educativo. A educação
é uma prioridade que tem sido ressignificada
no mundo inteiro e diferentes países
têm promovido reformas em seus sistemas
educacionais.
No Brasil, as mudanças
propostas para a educação
básica trazem grandes desafios. No caso da
reforma do Ensino Médio, alguns deles
são:
A
implementação de novas
orientações curriculares, baseadas
nas Diretrizes e nos Parâmetros Curriculares
Nacionais para o Ensino Médio;
A definição de
um padrão de atendimento adequado a uma
escola de jovens e jovens adultos;
A
reestruturação da rede física
para dar conta do novo padrão de atendimento
estabelecido pelos sistemas educacionais;
A consolidação
de mecanismos de avaliação que
reflitam as modificações
curriculares;
O
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
A
elaboração e a gestão do
projeto pedagógico são apresentadas
como meio para a formação de
professores. O projeto pedagógico é o
instrumento através do qual a escola cumpre
sua finalidade de educar os jovens, preparando-os
para a vida. O projeto abrange uma dimensão
pedagógica e uma dimensão
administrativa. A dimensão pedagógica
trata das competências e dos conhecimentos a
serem construídos pelos alunos, assim como
das estratégias didáticas a serem
utilizadas para favorecer essa
construção. A dimensão
administrativa apóia-se nas
opções pedagógicas para
viabilizar sua concretização. A
elaboração do projeto
pedagógico deve contar com a
participação dos professores e a Lei
de Diretrizes e Bases é clara quanto a essa
incumbência, no artigo 13. O professor tem
autonomia para desenvolver seu próprio plano
de trabalho e, por isso mesmo, pode e deve
colaborar no trabalho coletivo de
elaboração da proposta
pedagógica da escola em que trabalha. A
elaboração do projeto
pedagógico é um momento de
formação da equipe escolar e de
autoformação de cada professor.
É um momento em que ocorre a oportunidade de
analisar a própria prática e a dos
colegas, discutir objetivos e modos de
alcançá-los, avaliar resultados,
buscando atualização e
aprimoramento.
Justificativa
Os projetos curriculares são
permanentemente questionados a responder desafios
científicos cada vez mais dinâmicos e
de legítimas inserções
sociais. Eles são, também, objeto de
disputa entre interesses diversos tais como os
advindos dos controles corporativos relacionados ao
exercício de profissões, das
forças do mercado, das expectativas dos
educadores, etc.
Os currículos, além
das dimensões formais de ordenamento de
áreas específicas de saberes e das
questões pedagógicas próprias
derivadas de sua implementação,
possuem dimensões políticas mais
amplas e complexas.
Não é raro encontrar
alunos insatisfeitos com o que a escola lhes
oferece e professores, diretores, coordenadores
acadêmicos com manifestações de
mal-estar com relação ao processo
acadêmico sobre o qual são
responsáveis. Este sentimento se acresce na
medida em que constatam o fato de que as escolas
não mais monopolizam a
informação, esta cada vez mais difusa
e generalizada graças ao enorme
avanço que se realiza no campo das
tecnologias de informação e
comunicação.
Ainda que haja o fenômeno da
resistência dos profissionais da
educação à mudança em
suas práticas pedagógicas, não
é este o fator mais decisivo para que as
inovações aconteçam na
realidade das escolas. Há aspectos sociais,
políticos e ideológicos, no interior
do conceito de currículo, que podem explicar
a possibilidade ou não destas
mudanças, que não dependem
simplesmente de alterações de
conteúdos.
O
currículo é uma prática
socialmente construída e historicamente
formada. Ele envolve o conjunto das
experiências planificadas proporcionadas pelo
colégio tendo em vista a
concretização dos objetivos da
aprendizagem. Não é algo
estático vinculado somente a conhecimentos
que se deseja transmitir. Envolve, também,
práticas políticas e administrativas,
condições estruturais, materiais e a
formação dos educadores.
Quando se propõem
inovações educativas como esta de
integrar o Ensino Médio e o ensino
técnico, é importante considerar as
condições, os fatores e as
variáveis determinantes de seu êxito
ou fracasso. Trata-se de um fenômeno
complexo, sem delimitações precisas e
que pode ser interpretado sob diferentes pontos de
vista.
A
despeito disso, pode-se tomar, como básica,
a idéia de que inovação
educativa pressupõe sempre novos objetivos
pedagógicos emanados de
investigações com vistas à
solução de problemas anteriormente
identificados.
Uma inovação
educacional não é um bem em si mesma;
precisa passar pela prática
pedagógica e ser avaliada. Ela também
não é unilateralmente determinante de
melhorias educacionais, pois é preciso
considerar outros aspectos intervenientes como
condições culturais,
socioeconômicas e ideológicas do
sistema social onde se processa a
educação e a realidade mesma da
prática do educador.
A
inovação educacional também
pode ser vista como objeto de conflitos e de
compromissos e, por isso, não pode ser
implementada de forma automática,
pressupondo sempre negociações entre
os interesses envolvidos. Ela depende, ainda, do
modo como os professores e demais envolvidos a
compreendem, interpretam e implementam.
Fundamentação
Teórica
O
Cine_sociologia é um projeto
pedagógico que busca desenvolver uma
reflexão critica sobre os problemas da
sociedade burguesa através do filme.
É um projeto de extensão de
sociologia e cinema que busca utilizar o filme como
recurso pedagógico-crítico. A
sociologia é a disciplina da modernidade do
capital. Ela surgiu com o capitalismo industrial. A
sociologia crítica é a ciência
social capaz de apreender as múltiplas
determinações do ser social
capitalista inscritas na narrativa
fílmica.
O
Projeto Cine_sociologia busca dialogar com
elementos sociológicos sugeridos pelo filme.
O filme reflete (e representa) uma totalidade
social concreta. Ele compõe um conjunto
complexo de sugestões temáticas que
podem ser apropriadas para uma reflexão
critico - sociológica. Na verdade, é
através do social que podemos apreender os
nexos significativos da estrutura fílmica.
Mesmo um drama psicológico ou um filme de
terror possui, em última instância,
elementos significativos que refletem (ou
representam) determinadas traços da vida
social. É através da análise
critica do filme que podemos nos apropriar destas
sugestões temáticas. Não
compete ao filme explicar. O filme apenas sugere.
É a teoria sociológica critica (e
dialética) que é capaz de, a parir
das sugestões do filme, contribuir para o
conhecimento social. Portanto, pode ser uma
atividade deveras prolífica discutir
sociologia a partir do filme (o que interessa ao
Projeto Cine_sociologia, mais do que discutir o
filme a partir da sociologia).
Acreditamos que a tecnologia
é um direito do cidadão
contemporâneo, na medida em que possibilita a
ele conhecer e utilizar novas ferramentas e novas
linguagens, fundamentais para o domínio e a
autonomia na convivência e no trabalho com o
mundo atual e globalizado.
O
Projeto Cine_sociologia não é um
projeto de sociologia do cinema, mas sim de
sociologia e cinema. Para nós, o filme
é apenas um pré-texto para uma
reflexão critica sobre a sociedade burguesa
em seus múltiplos aspectos. É claro
que, ao utilizarmos o filme no processo
pedagógico, temos que passar pela
instância do meio fílmico, isto
é, a forma fílmica, sua
dimensão estético-instrumental,
mediação ineliminável da
Sétima Arte. Entretanto, nossa proposta
é ir além, desenvolvendo
discussões sociológicas a partir de
eixos temáticos sugeridos pelo filme,
desvelando, através da análise
critico - dialética categorias sociais e
elementos reflexivos não necessariamente
postos conscientemente pelo diretor ou roteirista
do filme. Enfim, a verdadeira obra de arte pode ser
superior - no sentido de ir além - do
próprio criador, tanto no sentido
ontológico (não existe sujeito-objeto
idêntico), quanto epistemológico. Todo
filme possui uma dimensão
estético-formal, mas possui também,
em si, uma dimensão
político-sociológica, que
contém, de forma implícita, elementos
essenciais da sociabilidade burguesa. Todo filme
é, deste modo, tanto reflexo
sociológico, quanto
representação ideológica do
mundo burguês. É claro que o reflexo
sociológico pode estar mistificado,
invertido ou obliterado pela
representação ideológica.
De modo geral, novas formas
midiáticas estão sendo gradativamente
introduzidas nos colégios, e não
podemos deixar que os alunos de nossa comunidade
fiquem à margem desse processo.
Para isso torna-se
necessário criar um espaço especial
no Colégio para aplicação da
produção audiovisual. Uma Sala de
exibição de vídeos. Este setor
será responsável pelo processo de
implantação e acompanhamento do
Projeto Cine_sociologia.
:
Conteúdo -: Objetivos-
o
Compreender os elementos cognitivos, afetivos,
sociais e culturais que constituem a identidade
própria e a dos outros.
o
Compreender a sociedade, sua gênese e
transformação, e os múltiplos
fatores que nela intervêm como produtos da
ação humana; a si mesmo como agente
social; e os processos sociais como orientadores da
dinâmica dos diferentes grupos de
indivíduos.
o
Compreender o desenvolvimento da sociedade como
processo de ocupação de
espaços físicos e as
relações da vida humana com a
paisagem, em seus desdobramentos
político-sociais, culturais,
econômicos e humanos.
o
Compreender a produção e o papel
histórico das instituições
sociais, políticas e econômicas,
associando-as às práticas dos
diferentes grupos e atores sociais, aos
princípios que regulam a convivência
em sociedade, aos direitos e deveres da cidadania,
à justiça e à
distribuição dos benefícios
econômicos.
o
Traduzir os conhecimentos sobre a pessoa, a
sociedade, a economia, as práticas sociais e
culturais em condutas de indagação,
análise, problematização e
protagonismo diante de situações
novas, problemas ou questões da vida
pessoal, social, política, econômica e
cultural.
o
Entender os princípios das tecnologias
associadas ao conhecimento do indivíduo, da
sociedade e da cultura, entre as quais as de
planejamento, organização,
gestão, trabalho de equipe, e
associá-las aos problemas que se
propõem resolver.
o
Entender o impacto das tecnologias associadas
às ciências humanas sobre sua vida
pessoal, os processos de produção, o
desenvolvimento do conhecimento e a vida social.
o
Entender a importância das tecnologias
contemporâneas de comunicação e
informação para planejamento,
gestão, organização,
fortalecimento do trabalho de equipe.
o
Aplicar as tecnologias das ciências humanas e
sociais no colégio, no trabalho e em outros
contextos relevantes para sua vida.
:
Temas:
A
Sociologia de Émile Durkheim
:
Duração: 2 aulas
Conceitos:
1. Sociologia como Ciência;
Os fatos Sociais como objeto da Sociologia; Da
divisão Social do Trabalho; O
suicídio como objeto
sociológico
Organização das
atividades:
Apresentação pelos
alunos estagiários da Sociologia de Durkheim
em forma de vídeo. Os conceitos serão
sintetizados em um resumo distribuído
à turma. Os conceitos acima foram
selecionados por estarem mais evidentes no filme.
Embora outros conceitos possam ser levantados e
explorados à posteriori.
Os alunos após
apresentação e leitura do resumo
sobre Sociologia e Durkheim serão convidados
à assistirem o filme GATTACA, sendo que
deverão ficar atentos às seguintes
perguntas:
1. A sociedade prevalece sobre o
indivíduo, ou seja, os fatos sociais
orientam a vida dos indivíduos em
sociedade?
2. É a sociedade que
organiza, condiciona e controla as
ações individuais e então,
aprende a seguir normas e regras de
ação, que são exteriores e
coercitivas?
3. As instituições
socializam os indivíduos, fazem com que eles
assimilem as regras e normas necessárias
à vida em comum?
4. O suicídio anômico,
se relaciona com uma situação de
desregramento, típica dos períodos de
crise, que impede o indivíduo de encontrar
uma solução bem definida para os seus
problemas, situação que favorece um
sucessivo acumular de fracassos e
decepções propícias ao
suicídio?
Eles deverão responder aos
itens anteriores com base no filme assistido. Em
que cena eles identificaram o item perguntado e por
que eles acham que a cena o responde.
Deverão trazer na próxima aula as
respostas por escrito. Um aluno_estagiário
recolherá as respostas e em breve
serão devolvidas em forma de DVD e colocadas
no site:
http://www.oocities.org/br/liceunilo2007/
Finalidades
As ações de
formação devem apoiar-se em
estratégias que partem e consideram a
demanda, que estejam centradas nas equipes e que
ocorram nos próprios colégios. Desse
modo, concretiza-se uma formação
permanente coerente com os princípios
pedagógicos da reforma: de identidade,
diversidade e autonomia dos colégios e das
equipes; de contextualização na
realidade escolar; de interdisciplinaridade no
trabalho em equipe.
Construção de um
Projeto de Ciências Sociais
A
mídia fílmica faz parte da cultura
contemporânea e a escola tem um papel
fundamental, de valorizar as tecnologias já
conhecidas dos alunos e dela se apropria. Corremos
o risco sermos fossilizados em vida.
É principalmente
através da escola, que antigas e novas
gerações têm oportunidade de
participar, compreender, decidir e de sentirem-se
autônomas em relação às
tecnologias que já fazem parte do dia-a-dia.
Ao se apropriar destas a escola cumpre seu papel
social, seja realizando obras sofisticadas, seja
concretizando projetos antes apenas imaginados,
seja estabelecendo novas relações com
o mundo ou ampliando a sua
participação e
interação cultural, intelectual,
social, profissional e política.
Projeto Pedagógico
A
proposta pedagógica da análise do
filme pressupõe sujeitos de
recepção ativos e dispostos a uma
experiência crítica. Não
é meramente "colar" a ideologia no filme,
mas utilizar a obra de arte para desenvolver uma
consciência crítica. Deste modo, o
Projeto Cine_sociologia é
incompatível com a análise
dogmático-sectária (algumas vezes, a
utilização do filme como mera
ilustração de conteúdo dado em
sala de aula possui certo viés
dogmático).
O
Projeto Cine_sociologia se propõe a fazer o
caminho inverso da indústria cultural que
quer tão-somente entreter o público -
o importante é fazê-los sentir e
refletir.
Assim, o aluno estará
fazendo uso do seu aprendizado, o aprender/fazendo,
que contribuirá para o seu pleno
desenvolvimento e construção de sua
autonomia.
Metodologia
O
professor no Projeto Cine_sociologia deve atuar
como facilitador ou mediador da prática
reflexiva, procurando evitar a dispersão que
é comum numa análise de filme. O
operador deve instigar o estudo prévio dos
elementos teórico-analíticos, seu
arcabouço teórico-categorial.
Análise de filme é difícil,
pois além do domínio criativo da
teoria sociológica explicativa, exige
imaginação sociológica.
Não basta a teoria, é preciso, muitas
vezes, ir além dela, re-criando-a. O maior
perigo da análise do filme é o
subjetivismo. Deve-se "cruzar" as
interpretações e buscar, no interior
da estrutura narrativa, seu sentido imanente.
É de fundamental importância a
capacitação teórico-analitica
do professor na metodologia do Projeto
Cine_sociologia. Aliás, sem tal
capacitação não existe
análise critica. O papel do sujeito-receptor
é importante. É ele que apreende os
significados imanentes da obra fílmica. Mas
tal apreensão critica exige um
público qualificado. Um professor operador
deve saber utilizar tal meio para educar o
público sobre o significado concreta de
categorias da dialética social. Uma
categoria é uma forma de ser, uma
determinação da existência,
como diria Marx. Esta é a
função pedagógica do Projeto
Cine_sociologia. Parafraseando Picasso
poderíamos dizer que o filme é uma
mentira, mas uma mentira que nos ensina a verdade.
Mas para isso precisamos estar abertos à
apreender tal verdade sociológica
através de uma análise
dialética, que se mostra capaz para isso.
É interessante o confronto de
análises de filme, pois é
através deste confronto analítico que
a dialética materialista demonstra sua
superioridade heurística em
relação às demais abordagens
sociológica ou psicológica.
Atividades:
Após escolha do filme os
alunos terão embasamento
teórico-metodológico sobre o tema
tratado no vídeo (película
fílmica).
Assistirão ao filme e logo
após farão a análise
fílmica.
Avaliação:
Após a discussão do
filme, respostas orais e apresentação
de produção textual para ser colocada
no site e no DVD.
PLANO DE AULA_2007
Escola: COLÉGIO NILO
PEÇANHA
Série: 3º ANO DO ENSINO
MÉDIO
Turma: 3014
Disciplina: SOCIOLOGIA
Unidade: DURKHEIM
Tema da aula: SOCIOLOGIA DE
DURKHEIM/GATTACA
Aluno-professor: Angela,
Antônio Carlos, Roberton, Wallace
Data: 17/05/2007
Objetivos:
1) Cognitivo:
"
A transmissão de conhecimentos
sociológicos se liga à necessidade de
ampliar a esfera dos ajustamentos e controles
sociais conscientes, na presente fase de
transição das sociedades ocidentais
para novas técnicas de
organização do comportamento
humano.
"
Trabalhar a linguagem fílmica não
apenas como forma de expressão e
comunicação, mas como constituidora
de significado, conhecimento e valores;
"
Adotar através do uso do cinema/DVD/filme
estratégia de ensino diversificada, que
mobilizem menos a memória e mais o
raciocínio e outras competências
cognitivas superiores, bem como potencializem a
interação entre aluno-professor e
aluno-aluno para a permanente
negociação dos significados dos
conteúdos curriculares, de forma a propiciar
formas coletivas de construção do
conhecimento;
"
Estimular todos os procedimentos e atividades que
permitam ao aluno reconstruir ou "reinventar" o
conhecimento didaticamente transposto para a sala
de aula, entre eles a experimentação,
a execução de projetos, o
protagonismo em situações sociais via
cinema/DVD/filme;
"
Organizar os conteúdos de ensino em estudos
ou áreas interdisciplinares e projetos que
melhor abriguem a visão orgânica do
conhecimento e o diálogo permanente entre as
diferentes áreas do saber;
"
Tratar os conteúdos de ensino de modo
contextualizado, aproveitando sempre as
relações entre conteúdos e
contexto para dar significado ao aprendido,
estimular o protagonismo do aluno e
estimulá-lo a ter autonomia
intelectual;
2) Afetivo:
"
Lidar com os sentimentos associados às
situações de aprendizagem para
facilitar a relação do aluno com o
conhecimento.
TEMPO
|
CONTEÚDO
|
PROCEDIMENTOS/
INCENTIVOS
|
RECURSOS
|
OBSERVAÇÕES
|
5 min
|
Apresentação
do Conteúdo/Projeto
|
Oral
|
Quadro-Negro
|
|
15 min
|
Introdução
|
Oral-Vídeo/DVD
|
TV/DVD
|
|
50 min
|
Desenvolvimento
|
Vídeo/DVD
|
TV/DVD
|
|
15 min
|
Conclusão
|
A partir das respostas
obtidas dos alunos
|
|
|
5 min
|
Avaliação
|
Participação
nas respostas
|
|
|
Bibliografia:
http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/gattaca/gattaca.asp
http://www.oocities.org/br/asouza22/
http://www.oocities.org/br/liceunilo2007/
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_03_internet.pdf
ANEXO I
INTRODUÇÃO À
SOCIOLOGIA
As transformações
ocorridas na sociedade feudal, com a
implantação de técnicas de
cultivo aprimoradas e a substituição
da mão de obra servil pela assalariada,
deram início ao que hoje conhecemos como
Capitalismo. Tal mudança não somente
afetou o sistema feudal como também o meio
social, implicando o desmoronamento da moral e dos
valores, até mesmo religiosos. Émile
Durkheim analisa a sociedade na Europa durante o
surgimento de uma nova economia.
Émile Durkheim (Nasceu em
Épinal, 15 de abril de 1858 - Paris, 15 de
novembro de 1917, Épinal é uma cidade
situada no noroeste da França, capital do
departamento de Vosges, na região Lorena. A
cidade é atravessada pelo rio Mosela.
Épinal é a cidade de nascimento de
Émile Durkheim e de Marcel Mauss.) é
considerado um dos pais da sociologia moderna.
Durkheim foi o fundador da escola francesa de
sociologia, posterior a Marx, que combinava a
pesquisa empírica com a teoria
sociológica. É reconhecido amplamente
como um dos melhores teóricos do conceito da
coerção social.
Partindo da afirmação
de que "os fatos sociais devem ser tratados como
coisas", forneceu uma definição do
normal e do patológico aplicada a cada
sociedade, em que o normal seria aquilo que
é ao mesmo tempo obrigatório para o
indivíduo e superior a ele, o que significa
que a sociedade e a consciência coletiva
são entidades morais, antes mesmo de terem
uma existência tangível. Essa
preponderância da sociedade sobre o
indivíduo deve permitir a
realização desse, desde que consiga
integrar-se a essa estrutura. Para que reine certo
consenso nessa sociedade, deve-se favorecer o
aparecimento de uma solidariedade entre seus
membros. Uma vez que a solidariedade varia segundo
o grau de modernidade da sociedade, a norma moral
tende a tornar-se norma jurídica, pois
é preciso definir, numa sociedade moderna,
regras de cooperação e troca de
serviços entre os que participam do trabalho
coletivo (preponderância progressiva da
solidariedade orgânica).
"(...) Aguçava-se,
então, a consciência de que o
repertório de criar num novo sistema
científico e moral que se harmonizasse com a
ordem industrial emergente. Aliás, o
industrialismo, com sua incontida força de
transformação, impunha-se para todos
como a marca decisiva da sociedade moderna. Por
outro lado, difundia-se a concepção
de que a vida coletiva não era apenas uma
imagem ampliada da vida dos indivíduos, mas
constituía um ser distinto, mais complexo e
irredutível às partes que constituem
(...)" .
Ele percebia na ciência
social uma expressão da consciência
racional das sociedades modernas. Desenvolveu um
método de análise próprio
baseado no Positivismo, em que as premissas
são a observação, a
indução e a
experimentação - método
positivo.
Na verdade, porém, há
em toda sociedade um grupo determinado de
fenômenos com caracteres nítidos, que
se distingue daqueles estudados pelas outras
ciências da natureza.
Veja-se a maneira pela qual
são educadas as crianças. Toda a
educação consiste num esforço
contínuo para impor a elas maneiras de ver,
de sentir e de agir, às quais não
chegariam espontaneamente. Como nos testemunha o
Autor: "(...) A pressão de todos os
instantes que sofre a criança é a
própria pressão do meio social
tendendo a moldá-la à sua imagem,
pressão de que tanto os pais quanto os
mestres não são senão
representantes e intermediários.
(...)".
Fato moral apresenta dois aspectos
contraditórios: obrigação e
desejo. A moral tem por objetivo o grupo; ela faz a
ligação do grupo. Para ele, a
sociedade é um aglomerado de personalidades
distintas que a compõem; logo, ela é
um bem e uma obrigação, pois se
apresenta a partir de certos preceitos de
caráter obrigatório. Nesse sentido,
podemos ver que o indivíduo é o que a
sociedade ou o todo deseja que seja, podendo
até mesmo ser inadequada à realidade
subjetiva.
Na visão de Durkheim, a
realidade social apresentará dois aspectos:
o subjetivo e o objetivo - exemplifiquemos: cada
povo, em determinado tempo, pode ter uma moral
vigente que os tribunais utilizem; uma
opinião comum, que fortaleça uma
moral comum; e um grande número de morais
particulares de cada indivíduo que
compreenda e veja sob ângulos diferentes,
influenciado por educação,
hereditariedade etc.
A
divisão do trabalho social seria o grande
responsável pelo esmaecimento da harmonia ou
coesão social, pois, à medida que o
trabalho se individualiza, o indivíduo
debruça-se sobre suas tarefas, isola-se em
sua atividade especial. Ele não mais nota a
presença dos colaboradores que trabalham a
seu lado, na mesma obra, e não concebe a
idéia dessa obra comum. À medida em
que há a perda da visão de conjunto,
há o esmaecimento das normas que refletem a
solidariedade grupal. O enfraquecimento da
interação impede o desenvolvimento de
um sistema de regras comuns e de um consenso. Nesse
momento, há uma ausência relativa de
valores, que Durkheim define como Anomia . Por esta
razão é que Durkheim tenta
reconstruir o social através do trabalho.
Para o Autor, a solidariedade
social é um fenômeno social e o
Direito é um fato que ajuda a analisar esse
fenômeno, por ser um símbolo
visível. O Direito reflete parte da vida
social, e os costumes corrigem os rigores do
Direito, pois apresentam um tipo de solidariedade
diferente do Direito. Para Durkheim, o Direito
reproduz as formas principais da solidariedade
social. Ele, ainda, propõe a divisão
da ciência em:
a) normas jurídicas
repressivas, que procuram atingir o agente em sua
honra, ou até mesmo a liberdade, cujo
objetivo é consumar vingança ou
inibir possíveis imitadores.
b) normas jurídicas
restitutivas, que implicam o restabelecimento das
relações perturbadas, sob sua forma
normal. Ambos correspondem aos dois tipos de
solidariedade.
Na solidariedade mecânica, o
indivíduo fere a consciência coletiva,
e em razão disso a sociedade o penaliza com
a finalidade de defender-se; enquanto, a
solidariedade orgânica surge com a
individualização do trabalho, pois,
se cada órgão tem sua autonomia,
não gerará aproximação
das consciências do grupo.
Os conceitos desenvolvidos por
Durkhein apresentam aplicabilidade nas sociedades
atuais. Em nações onde as normas
jurídicas não são claramente
definidas, o Direito se baseia nos costumes
já adotados. Por outro lado, o capitalismo
trouxe para nossa sociedade a necessidade de
adaptação à realidade atual,
de modo que o Direito que teve de se diversificar
para atender à infinidade de causas
existentes.
ANEXO II
Passado em um tempo futuro, Gattaca
mostra uma sociedade em que as
corporações tornaram-se mais
poderosas que o Estado e em que a
manipulação genética criou uma
nova espécie de preconceito e hierarquia
racial, legitimada pela ciência. Aos pais que
desejam ter filhos é dada a oportunidade de
manipular a interação entre seus DNAs
de modo que gerem filhos com a melhor
combinação de qualidades
genéticas possível. Este procedimento
acaba criando duas categorias diferentes de
pessoas: os Válidos, frutos desta
combinação genética planejada,
que são quase super-homens, com raras
doenças genéticas; e os
Inválidos, frutos de nossa
interação sexual usual. Aos
Válidos são oferecidos os melhores
empregos e as melhores oportunidades enquanto que
os Inválidos chegam a ser impedidos de
freqüentar determinados lugares.
A
história do filme é a de dois
irmãos, um concebido da maneira natural e o
outro manipulado geneticamente. O Inválido,
interpretado por Ethan Hawke, tem várias
doenças genéticas e, ao ter seu DNA
examinado quando nasce, já tem uma data
prevista para sua morte. Contudo, o garoto sonha em
viajar ao espaço - emprego impensável
para alguém com seus problemas - e vai
buscar todas as maneiras possíveis para
superar suas limitações ao mesmo
tempo em que tem que esconder de todos que é
um Inválido.
Vincent torna-se, então,
Jerome Morrow, membro da elite da
corporação aeroespacial Gattaca.
Comecemos a
discussão...
O
filme Gattaca, reflete sobre os caminhos a que a
engenharia genética pode levar e os impactos
que esta tecnologia - e a ciência de um modo
geral -- podem ter na sociedade. É um ensaio
sobre o que pode ser uma sociedade em que o destino
das pessoas esteja pré-determinado
cientificamente, em que não haja o
mínimo espaço para a
ação do indivíduo na
construção de seu próprio
futuro. Também é uma reflexão
sobre como a ciência pode ser usada para
legitimar e, no caso, criar uma hierarquia social,
principalmente se feita sem crítica e
controle da sociedade.
Se todo conhecimento humano
é social em sua constituição e
nas conseqüências que o produz,
só o conhecimento científico da
sociedade permite compreender o sentido da
explicação do mundo 'natural' que as
ciências naturais produzem.
O
filme reporta a especialização do
trabalho e as formas hierárquicas de
convívio social que levaram à
diferenciação e à desigualdade
social. Estas podem ocorrer em praticamente todos
os níveis da realidade social. Já ao
nível dos fundamentos da sociedade há
diferenciações de papéis a
partir de condições biológicas
(sexo, idade e biótipo), ecológicas
(grupos territoriais) e psicossiais (grupos
associados a determinados comportamentos).
Gattaca trata da
diferenciação através das
condições biológicas
(código genético,
seleção de embriões com melhor
genótipo, etc.)
Analisando Gattaca sob os
auspícios durkheimianos, não
pretendemos reduzir outras
observações, isto é, outros
teóricos, mas perceberemos que Durkheim se
esforça para tratar os fatos da vida moral a
partir do método das ciências
positivas sem no entanto seguir o método de
ciências positivas como a biologia, a
psicologia, a sociologia. Longe de pretender tirar
a moral da ciência, seu objetivo é,
antes, fazer a ciência da moral. Não
trataremos por ora, a questão ética
da seleção genética. Agora
nosso ponto se encontra na divisão social do
trabalho.
A
divisão social do trabalho surge quando
grupos de produtores realizam atividades
específicas em conseqüência do
avanço dum certo grau de desenvolvimento das
forças produtivas e de
organização interna das comunidades.
No caso de Gattaca encontramos "tipos
biológicos" específico para
determinados trabalhos.
À divisão social do
trabalho alia-se a tendência para a
apropriação, numa primeira fase, dos
instrumentos de trabalho e, posteriormente, dos
restantes meios de produção.
Determinam-se relações sociais entre
os indivíduos respeitantes ao uso e posse
dos instrumentos, dos materiais e até dos
bens produzidos. A questão passa pela
capacidade intelectual de determinados
indivíduos "válidos ao sistema de
Gattaca".
A
formação de grupos de pessoas com
diferentes posições no processo
produtivo é assegurada por formas de
propriedade que acabam por conduzir à
divisão da sociedade em classes sociais e
por permitir a uma parte da sociedade explorar a
outra.
A
divisão do trabalho na sociedade é
característica de todas as sociedades
conhecidas. Ela é produto peculiar da
sociedade capitalista onde divide a sociedade entre
ocupações, cada qual apropriada a
certo ramo de produção. A
divisão pormenorizada do trabalho
destrói ocupações consideradas
neste sentido, e torna o trabalhador inapto a
acompanhar qualquer processo completo de
produção.
Em Gattaca quem não for
genotipicamente superior não entra em
determinadas profissões consideradas
"superiores".
Enquanto a divisão social do
trabalho subdivide a sociedade, a divisão
parcelada do trabalho subdivide o homem, e enquanto
a subdivisão da sociedade pode fortalecer o
indivíduo e a espécie, a
subdivisão do indivíduo, quando
efetuada com menosprezo das capacidades e
necessidades humanas, é um crime contra a
pessoa e contra a humanidade. Nesse aspecto podemos
questionar até que ponto a
seleção genética seria
ética. A ciência pode dispor da
seleção de indivíduos em uma
sociedade? Pode atribuir, estabelecer, determinar
as qualificações perante a
análise do DNA humano?
A
divisão do trabalho, onde cada elemento do
grupo tem uma função
específica, para Durkheim, a possibilidade
de coesão na sociedade moderna se dá,
principalmente, através da divisão do
trabalho, quando a consciência comum perde
seu lugar para a consciência individual
exaltando, assim, as diversidades humanas e o
individualismo. Com essa divisão e
especialização do trabalho, a
sociedade perde o controle das
funções dos seus membros; é
aí que entra o direito, como regulador das
atividades humanas, utilizando-se da
criação de leis e
órgãos cada vez mais eficazes a fim
de evitar que a coesão social seja
fragilizada, assegurando, dessa forma, a ordem e o
estado de paz na sociedade com uma moral de
fato.
Esse é o principal modo de
controle (domínio) identificado na sociedade
da perspectiva de Durkheim. Esta moral é
algo bom, pois assegura o funcionamento do todo
social, e obrigatório já que imprime
nas consciências individuais comportamentos
vitais à existência em sociedade.
Sendo assim, as anomias (ausência de
solidariedade) que instabilizam temporariamente a
sociedade necessitam da criação de
uma nova moral, resultante das
corporações de ofício e que
legitimada por determinado grupo de
operários, por exemplo, fortalece a
solidariedade comum, pois vai de encontro às
particularidades existentes no cenário
social. As novas morais que surgem contam com a
adesão dos indivíduos, independente
de suas particularidades, pois se demonstram
adequadas ao desafio de manter a funcionalidade do
organismo social.
Trata-se de uma perspectiva
autoritária uma vez que impõe
condições em prol do bem comum, ou
seja, condições que viabilizam a vida
em sociedade apesar das individualidades
identificadas entre os atores sociais.
Atividades dos
Alunos:
Com base nas teorias de Durkheim e
no filme GATTACA responda as questões da
seguinte forma:
1. A sociedade prevalece sobre o
indivíduo, ou seja, os fatos sociais
orientam a vida dos indivíduos em
sociedade?
PARA RESPONDER VOCÊ PODE
ESCOLHER UM TÍTULO DE UMA MÚSICA,
FAZER UM POEMA.
2. É a sociedade que
organiza, condiciona e controla as
ações individuais e então,
aprende a seguir normas e regras de
ação, que são exteriores e
coercitivas?
PARA RESPONDER VOCÊ PODE
CITAR INSTITUIÇÕES QUE VOCÊ
CONHECE FAZENDO UMA LISTA. Exemplo: Escola:
estabelece horários, controla alunos e
professores em um ambiente onde as regras
são estabelecidas, às vezes, em comum
acordo. (Lembre-se dos outros tipos de
instituições que você encontra
em sua cidade!)
3. As instituições
socializam os indivíduos, fazem com que eles
assimilem as regras e normas necessárias
à vida em comum?
VOCÊ PODE RESPONDER CITANDO
PROFISSÕES. APROVEITE E FALE SOBRE A SUA, OU
QUAL ATIVIDADE VOCÊ GOSTARIA DE EXERCER E POR
QUÊ.
4. O suicídio anômico,
se relaciona com uma situação de
desregramento, típica dos períodos de
crise, que impede o indivíduo de encontrar
uma solução bem definida para os seus
problemas, situação que favorece um
sucessivo acumular de fracassos e
decepções propícias ao
suicídio?
AGORA NÃO TEM JEITO! NO
FILME ACONTECE UM SUICÍDIO. ESCREVA POR
QUÊ O SUJEITO SE MATOU.
Os alunos deverão trazer na
próxima aula as respostas por escrito. Um
aluno_estagiário recolherá as
respostas e em breve serão devolvidas em
forma de DVD e colocadas no site:
http://www.oocities.org/br/liceunilo2007/
Não se esqueçam do
nome e do número da turma!
SE VOCÊS PERMITITEM
COLOCAREMOS AS FOTOS TIRADAS TAMBÉM.
QUANDO DEVOLVERMOS OS TRABALHOS
LEVAREMOS AS FOTOS NO DVD PARA VOCÊS VEREM.
APROVEITAREMOS E TIRAREMOS MAIS. QUE TAL AS FOTOS
DA TURMA NO SITE?
OBS. PRECISAMOS DAS RESPOSTAS PARA
PUBLICARMOS O SITE!
|