Introdução
Como um projeto ligado ao
SOCIOLOGIA ATRAVÉS DO CINEMA, um de seus
principais objetivos é a
interação entre a sociologia e a
música do cotidiano.
A
música permite trabalhar as idéias de
forma muito concreta com dois elementos ainda
estranhos ao mundo escolar: o conteúdo
temático da música e seu estilo e o
prazer. Nada melhor para promover a
interdisciplinaridade do que um projeto de estudo e
um projeto de trabalho. E estranho, sobretudo em
escolas públicas, mas também em
escolas privadas, que o projeto seja considerado
uma atividade extracurricular, quando deveria ser
parte integrante do currículo. Projeto
é uma forma interessante de integrar
disciplinas, porque significa resolver um problema
real ou estudá-lo. Um projeto de reciclagem
do lixo escolar, por exemplo, é
interdisciplinar por sua própria natureza.
Em torno dele articulam-se conhecimentos de
política, de sociologia, de psicologia, de
geologia, de geografia, de história, de
biologia, de química e de física.
Justificativa
De modo geral, as escolas e outras
instituições paralelas ou
substitutivas delas têm grandes problemas
para lidar com os diferentes gêneros e
estilos musicais, o que faz com os sentidos, com
corpo e com o prazer, daí a música
virar simples lazer ou entra nas "festas" escolares
como parte de uma obrigação e
não forma de conhecimento. Ou seja, a
Música como linguagem muitas vezes apenas
tangencia os programas escolares e os projetos
sociais cujos objetivos não vislumbram a
questão do conhecimento específico
nas áreas do conhecimento onde pode ser
inserida.
A
presença da música na escola
servirá principalmente ao conhecimento,
à percepção e à
experimentação das diversas
linguagens, suas possibilidades de produzir sentido
estético e suas relações com o
meio social em que estão inseridas.
Música, dança, poesia, teatro e artes
visuais são visões de mundo, formas
de pensar, produzir e discutir idéias,
sentidos e sensações no mundo.
Sabemos que a música tem de
fato grandes possibilidades e pode contribuir para
a formação daquilo que costuma ser
chamado de "bom comportamento".
Para se ouvir música
é necessário um tipo de disciplina,
de concentração, de
dedicação, envolvimento,
participação coletiva,
aproximação e respeito com o outro,
elevação da auto-estima.
O
conhecimento e a experimentação das
linguagens da dança, da poesia, do teatro,
das artes visuais e da música não
existem no currículo para promover o "bom
comportamento", mas sim para que os alunos tenham a
oportunidade de criar, apreciar e contextualizar
possibilidades que os livros e o discurso comum
não alcançam.
A
disciplina, a concentração, a
dedicação, o envolvimento, a
participação coletiva, a
aproximação e respeito com o outro, a
elevação da auto-estima e a
responsabilidade pelos resultados estarão
presentes somente se o professor e os alunos
estiverem envolvidos em estudar e discutir o que
ouviram. O ensino da Sociologia ocorrerá
Paralelo ao ensino com a Música e o
Cinema.
Objetivos
Por que ensinar Ciências
Sociais?
O
estudo das Ciências Sociais no Ensino
Médio tem como objetivo mais geral
introduzir o aluno nas principais questões
conceituais e metodológicas das disciplinas
de Sociologia, Antropologia e Política. O
ponto de partida dessas ciências foi a
reflexão sobre as mudanças nas
condições sociais, econômicas e
políticas advindas desde os séculos
XVIII e XIX. Esse contexto de
transformação repercutiu,
significativamente, no processo de
construção das grandes
questões que foram tratadas pela Sociologia,
pela Antropologia e pela Política, que se
desenvolveram no século XIX, tentando impor
seu discurso científico.
Parâmetros Curriculares
Nacionais
Ensino Médio
Conteúdo:
A
Sociologia de Émile Durkheim
Duração: 2
aulas
Conceitos:
1. Sociologia como Ciência;
Os fatos Sociais como objeto da Sociologia; Da
divisão Social do Trabalho; O
suicídio como objeto
sociológico

Atividades dos
Alunos:
Organização das
atividades:
1. Leitura do texto sobre
Durkheim:
"O livro que Dukheim escreveu sobre
o problema do suicídio está
estreitamente ligado ao estudo da divisão do
trabalho. Ele observa que o homem não se
sente necessariamente mais feliz com sua sorte nas
sociedades modernas, e registra, de passagem, o
aumento do número dos suicídios,
expressão e prova de certos traços,
talvez patológicos, da
organização atual da vida coletiva.
Durkheim fala da "anomia", ausência ou
desintegração das normas sociais,
conceito que vai ter um papel predominante no
estudo do suicídio. Passa em revista certos
fenômenos, como as crises econômicas, a
inadaptação dos trabalhadores as suas
ocupações, a violência das
reivindicações dos indivíduos
com relação á
coletividade."lha das músicas para
contextualização com o texto:
a
. Dança do Desempregado
b. Marvin
c. Admirável Gado Novo
d. Um Homem Também Chora
(Guerreiro Menino)
e. Pedro Pedreiro
3. Após escolha da
música os alunos vão cantar, depois
se dividirão em grupos e escolherão
partes da música que se encaixem no
texto.
Os grupos apresentarão a sua
interpretação através de um
novo texto que pode ser paródia da
música escolhida. Ou através de
poemas, cartazes, etc.
4. Os trabalhos serão
expostos nos murais e no corredor principal da
Escola, divulgando, os Alunos, A Turma e a
Sociologia.

a. Dança do Desempregado
por Gabriel O Pensador - publicado
em 17/01/2007
Essa é a dança do
desempregado
Quem ainda não dançou
tá na hora de aprender
A
nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino
pode ser você
E
vai levando um pé na bunda vai
Vai pro olho da rua e não
volta nunca mais
E
vai saindo vai saindo sai
Com uma mão na frente e a
outra atrás
E
bota a mão no bolsinho (Não tem
nada)
E
bota a mão na carteira (Não tem
nada)
E
bota a mão no outro bolso (Não tem
nada)
E
vai abrindo a geladeira (Não tem
nada)
Vai procurar mais um emprego
(Não tem nada)
E
olha nos classificados (Não tem nada)
E
vai batendo o desespero (Não tem
nada)
E
vai ficar desempregado
Essa é a dança do
desempregado
Quem ainda não dançou
tá na hora de aprender
A
nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino
pode ser você
E
vai descendo vai descendo vai
E
vai descendo até o Paraguai
E
vai voltando vai voltando vai
"Muamba de primeira olhaí
quem vai?"
E
vai vendendo vai vendendo vai
Sobrevivendo feito
camelô
E
vai correndo vai correndo vai
O
rapa tá chegando "olhaí
sujô!"...
E
vai rodando a bolsinha (Vai, vai!)
E
vai tirando a calcinha (Vai, vai!)
E
vai virando a bundinha (Vai, vai!)
E
vai ganhando uma graninha
E
vai vendendo o corpinho (Vai, vai!)
E
vai ganhando o leitinho (Vai, vai!)
É o leitinho das
crianças (Vai, vai!)
E
vai entrando nessa dança
Essa é a dança do
desempregado
Quem ainda não dançou
tá na hora de aprender
A
nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino
pode ser você
E
bota a mão no bolsinho (Não tem
nada)
E
bota a mão na carteira (Não tem
nada)
E
não tem nada pra comer (Não tem
nada)
E
não tem nada a perder
E
bota a mão no trinta e oito e vai
devagarinho
E
bota o ferro na cintura e vai no sapatinho
E
vai roubar só uma vez, pra comprar
feijão
E
vai roubando, e vai roubando, e vai virar
ladrão
E
bota a mão na cabeça!! (É a
polícia)
E
joga a arma no chão
E
bota as mãos nas algemas
E
vai parar no camburão
E
vai contando a sua história lá pro
delegado
"E cala a boca vagabundo malandro
safado"
E
vai entrando e vai olhando o sol nascer
quadrado
E
vai dançando nessa dança do
desempregado
Essa é a dança do
desempregado
Quem ainda não dançou
tá na hora de aprender
A
nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino
pode ser você

b. Marvin
por Dunbar e Johnson
(Versão: Sérgio Britto e Nando Re -
publicado em 17/01/2007
Meu pai não tinha
educação
Ainda me lembro, era um
grande coração
Ganhava a vida com muito
suor
Mas mesmo assim não podia
ser pior
Pouco dinheiro pra poder
pagar
Todas as contas e despesas do
lar
Mas Deus quis vê-lo no
chão
Com as mãos levantadas pro
céu
Implorando perdão
Chorei, meu pai disse: "Boa
sorte",
Com a mão no meu
ombro
Em seu leito de morte
Ele disse
"Marvin, agora é só
você
E
não vai adiantar
Chorar vai me fazer sofrer"
Três dias depois de
morrer
Meu pai, eu queria saber
Mas não botava nem um
pé na escola
Mamãe lembrava disso a toda
hora
Todo dia antes do sol sair
Eu trabalhava sem me
distrair
Às vezes acho que não
vai dar pé
Eu queria fugir, mas onde eu
estiver
Eu sei muito bem o que ele quis
dizer
Meu pai, eu me lembro, não
me deixa esquecer
Ele disse
"Marvin, a vida é pra
valer
Eu fiz o meu melhor
E
o seu destino eu sei de cor"
E
então um dia uma forte chuva veio
E
acabou com o trabalho de um ano inteiro
E
aos treze anos de idade eu sentia
todo o peso do mundo em
minhas costas
Eu queria jogar mas perdi a
aposta,
Trabalhava feito um burro nos
campos
Só via carne se roubasse um
frango
Meu pai cuidava de toda a
família
Sem perceber segui a mesma
trilha
Toda noite minha mãe
orava
"Deus, era em nome da fome
que eu roubava"
Dez anos passaram, cresceram
meus irmãos
E
os anjos levaram minha mãe
Pelas mãos
Chorei, meu pai disse: "Boa
sorte"
Com a mão no meu
ombro
Em seu leito de morte
"Marvin, agora é só
você
E
não vai adiantar
Chorar vai me fazer sofrer".
Marvin, a vida é pra
valer
Eu fiz o meu melhor
E
o seu destino eu sei de cor".s dias depois de
morrer
Meu pai, eu queria saber
Mas não botava nem um
pé na escola
Mamãe lembrava disso a toda
hora
Todo dia antes do sol sair
Eu trabalhava sem me
distrair
Às vezes acho que não
vai dar pé
Eu queria fugir, mas onde eu
estiver
Eu sei muito bem o que ele quis
dizer
Meu pai, eu me lembro, não
me deixa esquecer
Ele disse
"Marvin, a vida é pra
valer
Eu fiz o meu melhor
E
o seu destino eu sei de cor"
E
então um dia uma forte chuva veio
E
acabou com o trabalho de um ano inteiro
E
aos treze anos de idade eu sentia
todo o peso do mundo em
minhas costas
Eu queria jogar mas perdi a
aposta,
Trabalhava feito um burro nos
campos
Só via carne se roubasse um
frango
Meu pai cuidava de toda a
família
Sem perceber segui a mesma
trilha
Toda noite minha mãe
orava
"Deus, era em nome da fome
que eu roubava"
Dez anos passaram, cresceram
meus irmãos
E
os anjos levaram minha mãe
Pelas mãos
Chorei, meu pai disse: "Boa
sorte"
Com a mão no meu
ombro
Em seu leito de morte
"Marvin, agora é só
você
E
não vai adiantar
Chorar vai me fazer sofrer".
Marvin, a vida é pra
valer
Eu fiz o meu melhor
E
o seu destino eu sei de cor".

c. Admirável Gado Novo
por Zé Ramalho - publicado
em 17/01/2007
Vocês que fazem parte dessa
massa que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que
caminhar e dar muito mais do que receber
E
ter que demonstrar sua coragem à margem do
que possa parecer
E
ver que toda essa engrenagem já sente a
ferrugem te comer
Ê, ô ô, vida de
gado, povo marcado, ê, povo feliz
Lá fora faz um tempo
confortável,
A
vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a
notícia,
Os homens a publicam no
jornal
E
correm através da madrugada
A
única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E
passam a contar o que sobrou
Ê, ô ô, vida de
gado, povo marcado, ê, povo feliz
O
povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto
dela
E
sonham com melhores tempos idos,
contemplam essa vida numa
cela
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se
acabar
A
arca de Noé, o dirigível,
Não voam nem se pode
flutuar
Ê, ô ô, vida de
gado, povo marcado, ê, povo feliz

d. Um Homem Também Chora
(Guerreiro Menino)
por Gonzaguinha - publicado em
17/01/2007
Um homem também
chora
Menina morena
Também deseja colo
palavras amenas
Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um
abraço
Da própria candura
Guerreiros são
pessoas
São fortes, são
frágeis
Guerreiros são
meninos
Por dentro do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sono
Que os tornem perfeitos
É triste ver meu
homem
Guerreiro menino
Com a barra do seu tempo
Por sobre seus ombros
Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que tem no peito
Pois ama e ama
Um homem se humilha
Se castram seus sonhos
Seu sonho é sua
vida
E vida é trabalho
E sem o seu trabalho
O homem não tem
honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
Não dá pra ser
feliz...
Não dá pra ser
feliz...
e.
Músicas
Pedro Pedreiro
por Chico
Buarque - publicado em 17/01/2007
Pedro pedreiro
penseiro esperando o trem
Manhã,
parece, carece de esperar também
Para o bem de
quem tem bem
De quem
não tem vintém
Pedro pedreiro
fica assim pensando
Assim pensando o
tempo passa
E a gente vai
ficando pra trás
Esperando,
esperando, esperando
Esperando o
sol
Esperando o
trem
Esperando o
aumento
Desde o ano
passado
Para o mês
que vem
Pedro pedreiro
penseiro esperando o trem
Manhã,
parece, carece de esperar também
Para o bem de
quem tem bem
De quem
não tem vintém
Pedro pedreiro
espera o carnaval
E a sorte grande
no bilhete pela federal
Todo
mês
Esperando,
esperando, esperando
Esperando o
sol
Esperando o
trem
Esperando
aumento
Para o mês
que vem
Esperando a
festa
Esperando a
sorte
E a mulher de
Pedro
Está
esperando um filho
Pra esperar
também
Pedro pedreiro
penseiro esperando o trem
Manhã,
parece, carece de esperar também
Para o bem de
quem tem bem
De quem
não tem vintém
Pedro pedreiro
está esperando a morte
Ou esperando o
dia de voltar pro Norte
Pedro não
sabe mas talvez no fundo
Espera alguma
coisa mais linda que o mundo
Maior do que o
mar
Mas pra que
sonhar
Se dá o
desespero de esperar demais
Pedro pedreiro
quer voltar atrás
Quer ser
pedreiro pobre e nada mais
Sem ficar
esperando, esperando, esperando
Esperando o
sol
Esperando o
trem
Esperando
aumento para o mês que vem
Esperando um
filho pra esperar também
Esperando a
festa
Esperando a
sorte
Esperando a
morte
Esperando o
norte
Esperando o dia
de esperar ninguém
Esperando enfim
nada mais além
Da
esperança aflita, bendita, infinita
Do apito do
trem
Pedro pedreiro
pedreiro esperando
Pedro pedreiro
pedreiro esperando
Pedro pedreiro
pedreiro esperando o trem
Que já
vem, que já vem, que já vem
(etc.)
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