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POEMAS DE
BRUNA LOMBARDI

 

AMÁLGAMA

Homem de terra, de argila e de farinha

de raízes no solo e muitas fontes

o mesmo sol que te satura me mora nas entranhas

o mesmo fio que te liga à terra me fez de presa.

A mesma carne, a tua, é fraca em mim

em mim que já sou feita de tuas ânsias

de tuas névoas, de teu suor e teu conflito.

O mesmo cheiro de tuas partes em minhas mãos resiste

ao vento de poeira. Às estações e ao isolamento.

 

Já não sou tua, é certo. Talvez eu nunca fosse,

talvez tivesse sido, talvez um dia eu seja.

Talvez te habito em sonhos recônditos

talvez nem te dês conta.

Talvez já nem percebas. Talvez ainda não saibas.

É tão vasto o sortilégio. Tão infinitas

as marcas de teus pés no meu passado

de tuas mãos pelo meu corpo.

 

Homem de pedaços. De sulcos cavados na pedra

Talvez eu seja o rio que te corre por cima

são águas minhas as que te corroem

e te deixam em sedimentos,

São seixos teus que carrego no meu leito

são partes tuas as que me dão forma.

É barro teu o que me turva.

 

Homem de asas. Companheiro,

é através de teus sentidos o meu contato.

A minha noite tem a tua cumplicidade.

A tua serpente possui o meu veneno.

O mesmo sangue. É inútil que te afastes.

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