Podemos dividir as doenças em:
a)
Genéticas ou congênitas
b)
Causadas por parasitas e fungos
c)
Causadas por vírus e bactérias
e)
Causadas por problemas na água
A) Doenças genéticas ou congênitas
São
doenças que em que o peixe já nasce com elas, são
alterações ou mutações no peixes as vezes graves,
sua cura é praticamente impossível. Normalmente surgem quando
não tomamos cuidado em nossas reproduções ou seja
não temos critérios ou seriedade nos cruzamentos, cruzando
peixes muito próximos e até irmãos surgem assim o
problema de consaguinidade que resulta nos seguintes sintomas:
-Peixes
com vida curta
-Falta
de nadadeiras ou nadadeiras torcidas
-Deformação
na espinnha dorsal
-Deformação
da bexiga natatória causando dificuldade no nado do peixe
-tumores
externos pequenos caroços na pele do peixe que vão tomando
todo o seu corpo até a morte
-Tumores
internos o peixe apresenta alterações no seu metabolismo
-Alterações
de cor
-Esterilidade
o peixe não se reproduz
-nascimento
de peixes siameses , peixes unidos pelo ventre, cabeça ,etc.
B)Doenças
causadas por parasitas e fungos, sintomas e tratamento.
Achyla ou Saprolegnia- Fungos, manchas brancas ou tufos semelhantes a algodão. Use fungicida (exemplo: aqualife - 1 gota para 2 litros).
Oodinium Pillularis- Parasita muito perigoso. Pode devastar um áquario em poucas horas. O primeiro sintoma é falta de apetite, depois a respiração torna-se ofegante ( asfixia) , os peixes vão à superfície, ficam desequilibrados. Pode haver nas escamas um brilho fraco, como veludo. Fungicida ( aqualife 2 gotas para cada 1 litro) e Parasiticida ( Labcom Ictio 1 gota para cada 2 litros).
Costia-Falta de apetite, manchas esbranquiçadas , ramificações vermelhas nas nadadeiras. Fungicida ( aqualife) e parasiticida( labcom Ictio) 1 gotas para cada 2 litros.
Ictio- É a doença mais comum. Pequenos pontos brancos nas nadadeiras ou em todo o corpo. nadadeiras fechadas os peixes costumam se esfregar no cascalho ou nas pedras. Parasiticida (labcom Ictio 1 gota para cada 2 litros).
C) Doenças causadas por bactérias e vírus
Nadadeiras roidas- Pode ter várias causas geralmente são bactérias. As nadadeiras ficam esbranquiçadas e se desfazem. O ph ácido favorece o seu aparecimento, neste caso, antes de iniciar o tratamento corrija o ph (elevando -o). Bactericida labcom bacter 1 cápsula para cada 25 litros.
Fungos na boca- Grossa camada de fungos na boca parecida com algodão. O fungo pode estar associado à bactérias que se localizam em ferimentos. Fungicida aqualife 1 gota para cada 2 litros e bactericida labcom bacter 1 cápsula para cada 25 litros.
Dactylogyrus ou gyrodactylus- falta de apetite, inflamação e inchaço nas brânquias, turvação dos olhos , respiração ofegante. Parasiticida labacom ictio 1 gota para cada 2 litros.
Hidropsia (ventre volumoso)-É causada por bactérias que atacam os órgãos internos paralisando-os . Os peixes ficam barrigudos e com as escamas eriçadas. Pode ser incurável bactericida labcom bacter 1 cápsula para cada 25 litros.
Tuberculose ou barriga seca- O peixe fica magro, com o ventre retraído. Pode ser causada por alimentação de má qualidade e pouco variada. O estado de debilidade do peixe pode tornar a cura difícil. Bactericida labcom bacter.
Olhos inchados (pop-eye)-Pode ser causado por bactérias (tuberculose hidropsia), por fungos ( Ichthyosporidium) ou por vermes. Os sintomas é seus olhos inchados.Paraciticida e bactericida.
Buraco
na cabeça (hole-in-head)- Doença dos acarás. Ataca
os órgãos internos, causando danos que podem ser irreversíveis.
Falta de apetite . na fase final aparecem inchações e perfurações
na cabeça e no corpo.Não é muito contagiosa usar bactericida.
D) Doenças causadas por problema na água
àgua muito ácida-Nadadeiras fechadas , escamas eriçadas, natação irregular , tremores . elevar o ph com labcom alcali veja bula.
Água
muito alcalina- Perda de brilho nas escamas, resperação
ofegante junto à superfície. Pode haver perda de escamas.
Diminuir o ph com labcom acid.
Hidropsia o terror dos criadores!
Hidropsia
- A barriga-d'água dos peixes
O
que é?
A
Hidropsia não é uma doença, mas um conjunto de sintomas
e sinais que surgem no decorrer de certas doenças. Ocorre quando
há retenção de líquidos na cavidade abdominal,
músculos e pele dos peixes, com consequências para todos os
seus orgãos. Quando isto ocorre, o nivel de proteínas do
sangue diminui muito, o sangue se dilui, fica aquoso. Ocorre insuficência
dos rins e do coração do peixe. Ele não consegue eliminar
água de seu organismo. Incha. As escamas, que estão presas
a ele só por uma parte, se levantam, eriçam. Sobrevem lesões
nas guelras, intestinos, etc. "A degeneração do coração
e dos rins é causada por toxinas que podem ser de origem fermentativa,
tumoral ou parasitária". Muita gente considera a hidropsia como
uma doença, por isto vemos vários autores, cada um apontando
uma causa. Mas ela não tem só uma causa, porque não
é uma doença. É uma síndrome.
A causa mais comum apontada é uma bactéria, a Pseudomonas puntacta. É uma causa importante da hidropsia infecciosa. Mas também na tuberculose, na lepidortose, em algumas viroses e até em aquários com excesso de nitratos pode ocorrer a hidropsia. Há casos em que não é possivel encontrar um agente causador. Há outras situações que em certos aspectos podem simular a hidropsia: problemas ovarianos em fêmeas e tumores malignos e benignos em certas localizações, a oclusão intestinal, gases, constipação intestinal, etc. Em quase todas as situações a alimentação errada, como dar sempre o mesmo alimento, principalmente não vitaminados, podem causar o aumento do volume do peixe ou mesmo levar a uma situação mais grave, pois com alimentação errada o peixe tem sua imunidade diminuída. Mesmo no caso da infecção por P. puntacta, esta só ocorre se o organismo estiver debilitado pelas condições de vida dele. Em todos os casos de aumento global do volume do peixe, parecendo inchado, ele deve ser imediatamente removido para um aquário hospital.
Prevenção
- Quarentena
A
prevenção para todas as doenças é a mesma.
E para todas elas a prevenção é o mais importante.
Devemos sempre pensar na saúde como um equilibrio entre o hospedeiro
(peixe), agente agressor (físico, químico, biológico)
e o meio (água). O aquário é um sistema fechado, tem
poder de autodepuração limitado. À medida que esta
capacidade vai se esgotando, as condições da água
vão piorando. Numa progressão, digamos, logaritmica em relação
ao tempo. Até que de repente o sistema entra em colapso. A água
é um solvente universal em nosso planeta. Assim, qualquer agente
patogênico (que cause doença) se difunde nela com rapidez,
e os peixes vivem nesse ambiente em contato direto com esses agentes. Os
peixes têm um sistema imunológico que os defende de muitas
agressões, mas não de todas, e principalmente não
durante todo o tempo. Eles produzem excreções como fezes,
urina, amônia, e nadam num meio em que isto tudo está dissolvido.
À medida em que o nivel desses poluentes vai crescendo, os problemas
vão aumentando. Por isto é tão importante evitar a
superpopulação, fazer trocas parciais de água, a boa
filtragem, a sifonação do fundo, o controle dos parâmetros
fisico-químicos, etc. Pelo mesmo motivo há gente que considera
inadequada a formula de 1 cm de peixe para l litro de água, pois
1 cm de um paulistinha não tem o mesmo significado de 1 cm de um
acará ou de um kinguio. Melhor seria se o cálculo fosse feito
pela relação peso do peixe/litro de agua, tipo 1 g de peixe
para 3 ou mais litros de água. Os três fatores mais importantes
na prevenção de doenças são:
Desinfecção
e quarentena para peixes e plantas novas
Composição
da água do áquario
Alimentação
A
Quarentena é essencial pois, por melhor que pareça um peixe
recém-adquirido, não se pode saber se ele é portador
de algum agente patogênico incubado. Há muitas doenças
que só se manifestam com o tempo e o período de 3 ou 4 semanas,
em geral, é o suficiente para o aparecimento delas. Levar um agente
patogênico para um sistema fechado é igual a doença
futura, talvez uma epidemia. Por que não prevenir isto? É
muito mais barato e menos estressante para um bom aquarista e principalmente
para seus peixes,prevenir uma epidemia do que combatê-la.
Prevenção
- Condições da Águaa
A
temperatura da água deve ser a mais constante possivel, e apropriada
para as espécies co-habitantes, embora qualquer peixe resista às
variações naturais, lentas e graduais da temperatura, até
um certo limite. A iluminação adequada em aquários
plantados é também necessária à "saúde"
da água. Várias espécies de peixes necessitam de quantidades
diferentes de claridade, pelo que devemos dar condições de
eles escolherem, com cavernas, troncos, etc. Aqueles de hábitos
mais noturnos não estão bem adaptados a viverem todo o dia
sob intensa luminosidade. Dureza e pH devem ser compatíveis com
os peixes, daí a necessidade de se estudar as características
e necessidades de cada um para saber quais poderão ficar juntos.
Por exemplo, neon e molinésia não fazem um bom par no aquário
pois se um estiver nas condições de água que lhe são
propícias, o outro estará em más condições.
Um dos dois ficará doente algum dia. Acará Bandeira gosta
de agua morna, não deve ficar com Tanictis, por exemplo, de agua
fria. Peixes de agua mole não se sentem bem na água que estiver
boa para peixes de água dura, etc. Peixe em condições
inadequadas para as quais sua espécie está adaptada, é
peixe que certamente ficará doente, ou no minimo morrerá
mais cedo.
Prevenção
- Alimentação
A
dieta deve ser balanceada, vitaminada e variada. Aí entra um fator
muito importante: as vitaminas sofrem intensamente a influência do
calor e também da luz e umidade. Por isto, não podemos nos
preocupar unicamente com a data de validade de um alimento ou de um medicamento.
(Os medicamentos, principalmente;portanto cuidado ao comprar um remédio
na farmácia e o balconista lhe disser "pode levar, ainda não
venceu". Procure pelo que estiver há menos tempo na prateleira.
É mais seguro). O mais importante é a data de fabricação.
O prazo de validade teria importância se o medicamento, vitaminas,
etc, fosse conservado em temperatura, em geral, de no máximo 30°C.
Ocorre que num país como o nosso, onde na maior parte das cidades
a temperatura no verão ultrapassa os 40°C à sombra, qualquer
vitamina que tenha sido fabricada há pelo menos um verão,
está alterada. A não ser que tenha sido armazenada em ambiente
com controle de temperatura. Além disso, a ração deve
ser variada. Não adianta dar sempre a mesma ração.
Por melhor que seja, ela não será completa. O peixe, como
nós e as plantas, precisa de "elementos-traços", que dificilmente
estarão incluídos numa só. Compre sempre ração
em recipientes menores, de acordo com a quantidade de peixes. Não
tire todo o lacre, só abra um pedaço. Mantenha fechado em
lugar seco, arejado e sem incidência de sol. Dê sempre o mínimo
de comida necessária de cada vez, aumentando a frequência
até a quantidade total para o dia. Não dê quantidade
que os peixes não consigam consumir de imediato. Exceto, é
claro, alimentos de fundo e nesse caso, nunca dê se ainda houver
resíduos do anterior. Sempre que possivel, ofereça alimentos
vivos, tomando cuidado com cada tipo de alimento pois muitos deles podem
trazer bactérias ou outros patógenos. Ironicamente, o maior
problema que a boa prevenção produz, é sobre o aquarista.
Ele fica com pouca experiência no tratamento de doenças.
Tratamento
O
início imediato do tratamento é essencial. Quanto mais cedo
se iniciar, melhores as chances de o peixe reagir. À medida que
o tempo passa, as condições do peixe pioram, suas defesas
diminuem, seus órgãos caminham para o colapso, ficando o
tratamento cada vez mais dificil. Durante o tratamento, o peixe deve ser
colocado no aquário hospital, tanto para o tratamento em si como
para proteção dos outros. A água deve ter os parâmetros
adequados para a espécie, evitando-se porém águas
muito ácidas para melhor ação dos antibióticos,
no caso de usá-los. Eles em geral não funcionam bem em meio
ácido. Deve ser oferecida alimentação variada, vitaminada
e de preferência com alto teor de vitaminas A e D. A água
deve ter boa aeração. Não pode ter filtração,
ou pelo menos nenhuma filtração química. A hidropsia,
principalmente as infecciosas, tem difícil cura, mas está
provado não ser impossivel. Como em qualquer doença, quanto
antes se iniciar o tratamento, mais possivel se faz a cura. Como voce vai
saber se seu peixe vai se curar? Só tentando. Se você ler
que a cura é impossivel, não acredite. Tente. Há inúmeros
relatos de sucesso. Nenhum sucesso em quem não tentou.
Contra a inchação do peixe, em si, para ajudá-lo a eliminar água, pode-se tentar o uso do sal grosso - sem iodo. Evitar seu uso em peixes tipo cascudos, limpa-vidros, etc. O uso de 1 colher, das de sopa, cheia de sal para 10 litros de agua é recomendado por alguns autores. Vamos nos referir ao tratamento da hidropsia por bactérias. O uso de antibióticos é importante porque, matando os germes, basicamente causadores da doença ou simples oportunistas (que se aproveitam das condições debilitadas do peixe), o doente terá melhores condições de se recuperar. Vários antibióticos são usados. Há aquaristas que relatam bons resultados com o uso de Aureomicina (clorotetraciclina) na dose de 250 mg para cada 20 L de água durante 3 dias, renovando-se a solução após este prazo, até o restabelecimento do peixe. A Terramicina (oxitetraciclina) também é usada na dose de 50 mg por litro de água em banhos de 24 a 72 horas, renovando-se a solução se estiver dando resultado. A Cloromicetina (cloranfenicol) também é usada na mesma dosagem e tempo que a Terramicina. Há autores que referem bons resultados mesmo com o uso de 5 a 10 mg por litro de água.
Hoje usamos antibióticos mais potentes para o combate à Pseudomonas em humanos. Na verdade não são mais potentes, mas sim diferentes, pois a bacteria adquire resistencia facilmente. Nas que atacam no aquário,porém, não é de se esperar que esta resistência tenha ocorrido com frequência pois aí o uso de antibióticos não é abusivo como nos humanos. Um desses é o Ciprofloxacino. Não sei da experiência em peixes, mas correlacionando ao uso da Aureomicina, seria possivel usar 500 mg para 40 L de água, também até a cura, com troca da solução em 2 ou 3 dias. Não conheço muitos estudos sobre a toxicidade dos antibióticos sobre os peixes - só sobre bactérias e sobre humanos - mas autores que fazem referências a bons resultados com o uso da Aureomicina, dizem que após a cura, os peixes procriaram.
Amaury De Togni
Boa sorte!!!
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