ALCANÇANDO A PAZ E A FELICIDADE ATRAVPES DO CONTROLE DOS SENTIDOS E
CONHECIMENTO Uma pessoa disciplinada, regozija os objetos
dos sentidos com os sentidos que estão sob controle, e livres dos apegos e
das aversões, obtendo a tranqüilidade. (2.64) A
verdadeira paz e felicidade são alcançadas, não pela gratificação dos
sentidos, mas pelo controle dos sentidos. Todos os sofrimentos são destruídos sob o
alcance da tranqüilidade. O intelecto de tal pessoa tranqüila em breve
torna-se completamente firme, e em união como Supremo. (2.65) Não há auto-conhecimento
nem auto-percepção naqueles que não estão em união como Supremo. Sem
auto-percepção não há paz, e sem paz não se pode ter felicidade. (2.66) A
mente, quando controlada pelo vaguear dos sentidos, rouba o intelecto, do
mesmo modo que uma tempestade desvia um barco no mar do seu destino - a praia
espiritual da paz e da felicidade. (2.67) Uma
pessoa sem o controle por sobre a sua mente e cujos sentidos movimentam-se
sem leme, torna-se um reagente no lugar do agente, e desenvolve karma
negativo. A
ambição por prazer ou gozo é a inspiração virulenta que conduz a destruição;
similarmente, o desejo por prazeres sensuais deixa-nos fora do
auto-conhecimento, e nos conduz para a rede de transmigração (MB 3.02.69). Portanto, Ó Arjuna, o intelecto torna-se
firme naquele em que os sentidos são completamente retirados dos objetos dos
sentidos. (2.68) Um yogi, a pessoa auto-controlada, permanece
vigilante quando é noite para todos os outros. É noite para o yogi, que vê quando todos estão acordados.
(2.69) O
asceta mantém-se desperto ou desapegado da noite da existência da vida
mundana, porque ele está em busca da mais elevada verdade. Considera-se
alguém desperto quando está livre dos desejos mundanos (TR 2.92.02). Um yogi
está sempre consciente do espírito sob o qual os outros estão inconscientes.
A vida de um asceta é inteiramente diferente da vida de uma pessoa
materialista. O que é considerado real por um yogi não tem valor para uma
pessoa mundana. Enquanto a maioria das pessoas dormem e fazem seus sonhos nos
planos da noite ilusória do mundo, um yogi mantém-se desperto, porque ele ou
ela estão despegados do mundo enquanto vivem nele. Obtêm-se
a paz quando todos os desejos dissipam-se dentro da mente sem criar qualquer
distúrbio mental, como as águas de um rio entram no oceano pleno sem criar
qualquer distúrbio. Aquele que deseja os objetos matérias jamais possui paz.
(2.70) Torrentes do rio do desejo carregam longe
a mente de uma pessoa materialista assim como um rio carrega longe a madeira
e outros objetos no seu caminho. A mente tranqüila de um yogi é como um
oceano que recebe os rios do desejo sem ser perturbado por eles, porque um
yogi não pensa a respeito de ganho ou perda. Os desejos humanos são
infinitos. Para satisfazer o desejo é como beber água salgada que jamais
saciará a sede, mas irá aumentá-la. É como tentar apagar um fogo com
gasolina. Tentar
realizar os desejos materiais é como adicionar mais madeira no fogo. O fogo
irá se apagar se não for mais colocado madeira nele (MB 12.17.05). Se alguém
morre sem ter conquistado o grande inimigo - os desejos - terá de reencarnar
para lutar com estes inimigos de novo, e de novo, até a vitória (MB
12.16.24). Não se pode ver a face de alguém num pode de água que está agitada
pelo vento; similarmente, não se está apto para realizar Deus quando a mente
e os sentidos estão perturbados pelo vento dos desejos materiais (MB
12.240.030). Aquele que abandona todos os desejos
materiais torna-se livre da saudade dos sentimentos de “eu” e “meu”,
alcançando a paz. (2.71) O Arjuna, este é o estado de superconsciência da mente. Alcançando tal
estão, não se é enganado. Conquistando este estado, mesmo no fim da vida, uma
pessoa alcança a verdadeira meta da vida humana, tornando-se uno com Deus.
(2.72) O
Ser Supremo é a verdade e realidade final, conhecimento e consciência, e é
ilimitado e feliz. (TaU 2.01.01). A alma individual torna-se bem-aventurada e
cheira de júbilo após conhecer Deus. A generosa felicidade não é nada mais
que a bem-aventurança em si mesma, como a generosidade da riqueza deve ter
riqueza. Daquele da qual a origem, sustento, e dissolução deste universo é
derivada, é chamado o Absoluto (BS 1.01.02; TaU 3.01.01). O conhecimento não e uma qualidade
(Dharma) natural do Absoluto; ele é a intrínseca natureza do Absoluto (DB
7.32.19). O Absoluto é o substrato, ou assim como a material causa eficiente
do universo. Em ambos, a origem e o fim da energia, é única. Isto é também
chamado o Campo Unificado, Espírito Supremo, Pessoa Divina, e Consciência
Total, que é responsável pela percepção dos sentidos em todas as entidades
vivas pelo funcionamento da mente e do intelecto. A palavra “salvação” no Cristianismo, significa entrega do poder e penalidade do pecado. Pecado, no Hinduísmo, não é nada mais do que o cativeiro do Karma, responsável pela reencarnação. Assim, salvação equivale a palavra sânscrita “Mukti” - a libertação final das entidades vivas da reencarnação - no Hinduísmo. Mukti significa a completa destruição das impressões dos desejos da causa corporal. É a união da unidade individual com a Superalma. Alguns dizem que a todo penetrante Superalma é a causa corporal que conduz tudo e que permanece misericordiosamente desapegada. A palavra sânscrita “Nirvana” no Budismo, é imaginada como sendo a cessação dos desejos materiais em ego. Isto é um estado de ser no qual os desejos materiais e pessoais, amores e desafetos, devem ser totalmente extintos. Eles saem do consciência corporal e alcançam o estado de auto-consciência. Esta é a liberação do apego do corpo material e o alcance do estado da bem-aventurança com Deus. |