A MORTE E A TRANSMIGRAÇÃO DA
ALMA Assim como uma pessoa coloca uma nova roupa
após desfazer-se das velhas, similarmente, a entidade viva, ou a alma
individual, adquire um novo corpo após jogar fora o velho corpo. (2.22) De modo
semelhante a uma lagarta que abandona seu corpo por outro a entidade viva (a
alma) obtém um novo corpo após ter abandonado o antigo (BrU 4.4.03). O corpo físico também pode ser comparado
com uma prisão, um veículo, uma residência, bem como uma roupa corpórea sutil
que necessita ser trocada freqüentemente. Morte é a separação do corpo sutil
do corpo físico. A entidade viva é um viajante. A morte não é o final da
jornada da entidade viva. A morte é como uma área de descanso onde a alma
individual troca seu veículo e a jornada continua. A vida é contínua e
infinita. A morte inevitável não é fim da vida; é somente o final de algo
perecível, o corpo físico. As armas não podem cortar o
Espírito, o fogo não pode queimá-lo, a água não pode molhá-lo, e o vento não
pode secá-lo. O Espírito não pode ser cortado, queimado, molhado, ou seco.
Ele é eterno, todo penetrante, imutável, imóvel e original. O Atma está além
do espaço e do tempo. (2.23-24) O Espírito é dito como
imperecível, incompreensível, e imutável. Sabendo que o Espírito é como tal
você não deve lamentar-se pelo corpo físico. (2.25) No
verso anterior, Krishna convidou-nos para não nos aborrecermos sobre o
espírito indestrutível. Uma questão pode ser levantada: Deverá alguém
lamentar-se pela morte (do corpo destrutível) dos seus familiares de alguma maneira?
A resposta sucede-se: Mesmo se você pensar que o corpo físico nasce
e morre perpetuamente, então, Ó Arjuna, você não deve lamentar-se, porque a
morte é certa para aquele que nasce, e o nascimento é certo para aquele que
morre. Portanto, você não deve lamentar-se sobre a morte inevitável.
(2.26-27) Não
se deve lamentar a morte de qualquer um, em todos. A lamentação é devida ao
apego, e o apego amarra a alma individual na roda da transmigração. Portanto,
as escrituras sugerem que não se deve enlutar, mas orar por vários dias após
a morte do corpo para a salvação da alma que partiu. A inevitabilidade da morte, e a indestrutibilidade da alma, de qualquer forma, não justificam a permissão de matar desnecessariamente numa guerra injusta, ou mesmo o suicídio. As escrituras Védicas são muito claras neste ponto, a respeito em matar seres humanos ou qualquer outra entidade viva. As escrituras dizem: Ninguém deve cometer violência contra qualquer um. O matar não autorizado é punível em todas as circunstâncias: uma vida por uma vida. O Senhor Krishna está encorajando Arjuna para lutar – mas não para matar de forma libertina - para estabelecer a paz, a lei e a ordem por sobre a Terra, de acordo com o dever de um guerreiro. Todos os seres são imanifestos, ou
invisíveis, para os seus olhos físicos antes de nascer e depois da morte. Eles
são manifestos somente entre o nascimento e a morte. O quê tem para se
lamentar? (2.28) |