UM KARMA-YOGI NÃO ESTÁ SUJEITO
ÀS LEIS KÁRMICAS Aquele
que vê a inação na ação e a ação na inação, é uma pessoa sábia. Tal pessoa é
um yogi e possui tudo por completo (4.18). Veja, também, 3.05; 3.27;
5.28 e 13.29 Todos
os atos são atos do Ser Supremo, o ator inativo. A Bíblia diz: “As palavras
que você fala não são suas; elas vêm do Espírito do seu Pai (Mateus, 10.20).
O sábio percebe o inativo, infinito e invisível reservatório da energia
potencial do Supremo como a origem última de toda a energia cinética no
cosmos, da mesma forma que a eletricidade invisível faz girar um ventilador.
O motivo e o poder da ação vêm do Ser Supremo. Portanto, deve-se
espiritualizar todo o trabalho pela percepção de que nada se faz em nada, e
que tudo comporta-se de acordo com a energia do Ser Supremo, usando-nos
somente como um instrumento. Aquele cujos desejos tenham se tornado livres
do egoísmo, tendo sido tostado pelo fogo do auto-conhecimento, é chamado de
sábio pelo sábio (4.19) Aquele
que abandonou ao apego egoísta pelos frutos do trabalho, e que permanece
sempre contente, dependente do Deus único, tal pessoa – apesar de ocupada em
atividade – nada faz que incorra em reação kármica (4.20) Aquele que está livre dos desejos, cuja mente
e sentidos estão sob controle, e que tem renunciado todo o direito de
propriedade, não incorre em pecado – a reação kármica – por realizar ação
material (4.21). Um Karmayogi – que está contente com qualquer
ganho advindo naturalmente da Sua vontade; que não se afeta pelo par de
opostos; que está livre da inveja; que é tranqüilo no sucesso e no fracasso –
não é atado pelo Karma (4.22). Todas as obrigações de um
Karmayogi – que está livre do apego, em que a mente está fixa no
auto-conhecimento, e que faz o trabalho como um serviço para o Senhor –
desfazem-se (4.23). O
divino espírito é a causa transformadora de tudo. A Divindade (Brahman, o
Ser, o Espírito) será realizada por aqueles que consideram tudo como uma
manifestação (ou um ato) do Divino (4.24). Veja, também, 9.16. A vida, em si mesma, é um eterno queimar do fogo onde a cerimônia de sacrifício é fixa e continuada. Cada ação deve ser pensada como sendo um sagrado sacrifício; um ato sagrado. Tudo não é o Ser Supremo, mas o Ser Supremo é a raiz ou base de tudo. Alcança-se a salvação e nos tornamos uno com o Ser Supremo quando percebe-se que o Ser Supremo em toda a ação; percebe-se as coisas que se usa como transformação do Ser Supremo e entende que o completo processo de toda a ação é também o Ser Supremo. |