Sabe porque quem fala francês faz biquinho? Paris. A culpa é toda da cidade. Tenho uma teoria bastante consistente que exponho aqui porque sei que muitos haverão de concordar. Paris é a cidade do amor, certo? Certo. Seja pelos lindos monumentos, pelos canteiros floridos, seja pelas águas do Sena que deram à cidade 32 pontes tão românticas que além de unir um lado ao outro da cidade, permitem a travessia rápida do simples interesse ao mais ardente romance, Paris é paixão a primeira, segunda e terceira vista. Simplesmente acontece. E quando acontece, fica a se pedir beijinhos. Quem quer beijo faz biquinho. Sendo assim, falar francês com os lábios como se estivesse assobiando “La vie un Rose”, é mera conseqüência.


Mentira? Pois pense num povo beijoqueiro. Em que o beijo é tão significativo que até homem beija homem? Alguém falou russo? Tá frio, tá muito frio. Sibéria, neve, muito frio. Pense noutro povo mais ardente, que tem sofisticação, estilo, hummm... Ouvi França? Paris? Touché! Em Paris tudo começa com uma conversinha ao pé da Torre Eiffel e quando você vê está nas alturas, admirando lá de cima, o Sena, a Sacre Couer, emocionado com a beleza do Arco do Triunfo e, se estiver em boa companhia, voilá: acontece um “Je t’aime” que só pode ser dito fazendo biquinho. Experimente falar Je t’aime sem bico. Sai um som parecido com “gertrudes” que nada tem de romântico.


Vá a um bistro, peça um bordeaux, uma quiche lorraine e, de sobremesa, dê juras eternas de amor com prazo de validade até o dia seguinte. Pareço frio? Eu? É porque você ainda não viu nada. Porque o dia seguinte sempre pede um novo bordeaux, um novo bistro e, quem sabe, uma nova paixão. Pardon, mes amis, mas Paris é tão infiel no amor e como é fiel à beleza. A coisa funciona assim: quem vê Paris, pensa que cada canto da cidade é único e merecedor de sua mais completa admiração até avistar outro canto, e ter a certeza de novos votos da mais absoluta dedicação. Quem vê a Sacre Couer, cai de amores, pensa que é a catedral mais linda de Paris e por que não dizer do mundo. Daí, vê a Madaleine, e pensa “é linda, a mais linda do universo”. Vira para o outro lado e vê a  Saint Michel, dá para resistir? E assim vai. Culpa de quem?

De uma Paris que mostra uma atração apaixonante após a outra.
A PARIS
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de Telma Costa
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