Oralidade
Por Daniela Scheifler
Antes da escrita, todo
o saber era transmitido oralmente. Daí a importância da memória
nas sociedades tradicionais,
pois a memória humana era o único recurso de que essas culturas
orais dispunham para armazenar e transmitir o conhecimento às
futuras gerações. Nessas sociedades, os mais velhos eram
considerados os mais sábios, uma vez que tinham acumulado mais
conhecimentos, advindos da experiência. O ato de contar histórias
remete a esse tempo em que o homem confia na sua memória e nas suas
experiências, resgatando qualidades tão importantes ao
desenvolvimento humano e afetivo. Mais ainda, a contação de histórias
atua como um dispositivo para a aprendizagem de forma lúdica, que não
é menos importante à vida de adultos e crianças do que outras
formas de aprendizagem. Numa sociedade de imensa mecanização como
a nossa, a contação de histórias faz refletir sobre qualidades
esquecidas. A valorização do conhecimento transmitido pela
oralidade recompõe o valor das experiências coletivas. Voltamos a
uma saudável dialética entre sermos seres sociais e individuais,
nos desenvolvendo enquanto “sujeitos” inseridos numa cultura.
BIBLIOGRAFIA
CONSULTADA
ZUMTHOR, PAUL. Introdução
à poesia oral. São Paulo: Hucitec, 1997.
FERREIRA, Jerusa
Pires. Oralidade em tempo e espaço. São Paulo: Educ, 1999.
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