1.
O Fenômeno Sherlock Holmes
Sherlock Holmes, criado pelo escocês
Sir Arthur Conan Doyle,
apareceu pela primeira vez na história "Um Estudo em Vermelho",
editada pela revista Beeton's Christmas Annual no Natal
de 1887 e, desde então, tem fascinado muita gente, sendo o personagem
da literatura mundial que recebeu o maior número de adaptações,
estudos e especulações. Doyle acabou por criar um personagem
que apaixonou em pouco tempo o mundo inteiro. Leitores juvenis,
adultos e velhos de todos os idiomas adquiriram o vício de Holmes,
transformando esta figura de ficção numa espécie de psicotrópico,
que vem funcionando para as multidões há mais de cem anos.
São milhares as pessoas que, durante anos e anos, acreditaram embevecidamente
que Sherlock Holmes existia em carne e osso e morava numa rua
de Londres (Baker Street), assim como também de carne e osso
seria o Doutor Watson, associado de Holmes, cronista
de grande parte dos casos nos quais o Detetive Mestre atuou.
O caso é único na história: a criatura Holmes engoliu o criador
Doyle. O imaginário Sherlock Holmes é a ficção mais famosa em
todos os continentes, superando, certamente, os outros dois
de maior renome universal: Robinson Crusoé e Dom Quixote.
O total fascínio de Sherlock Holmes sobre os leitores ainda não
obteve de nenhum psicólogo uma interpretação satisfatória. Acredita
o poeta contemporâneo Wystan Auden, que o encanto fabuloso de
Holmes sobre as imaginações se deva ao fato de que o detetive
viveu (ou vive) em estado de graça: é, antes de tudo, um gênio
e, em segundo lugar, um gênio dotado de curiosidade científica.
Sherlock Holmes é o que se costuma chamar hoje de uma inteligência
eletrônica. Seu cérebro funciona como um mecanismo de alta sofisticação
que houvesse sido programado para decifrar crimes. Fora do campo
criminal, a capacidade mental de Sherlock é comum e, em muitos
aspectos, deficiente, sem penetração. Fora de sua especialidade,
o nosso herói é, como na figuração convencional dos gênios,
um homem desamparado. Por outro lado, quando não se ocupa de
um caso, Sherlock Holmes cai em estados depressivos que ele
só consegue aliviar com a injeção de estupefacientes. Essa incurável
tendência à depressão psíquica deve ser também mais um atrativo
moderno, e ao mesmo tempo romântico, da personalidade do detetive
de Regent's Park. A alma de Beethoven ou de Byron, a par do
que produziram estes dois, em música e poesia, deflagrou a imaginação
de todo um século. Fenômeno muito parecido ocorreu e ocorre
com a alma de Sherlock Holmes no século vinte.
Os fatos são contundentes. O povo tomou conta de Holmes. Chegou
a crer na sua existência. Nenhum personagem de ficção tem no
mundo mais vasta bibliografia, com toda uma gama de estudos,
dos mais ingênuos aos mais eruditos. Ninguém, fictício ou real,
foi alvo de tantas representações teatrais, cinematográficas,
em histórias em quadrinhos, em palavras cruzadas, em seriados
de televisão etc. Ninguém multiplicou um gênero (conto e romance
policial) em proporções de tiragens tão astronômicas. Basta
lembrar-se que, sem Sherlock Holmes, é incerto imaginar a penetração
fora do comum de Agatha Christie; sem esquecer que nos Estados
Unidos, onde a literatura policial se transformou em imensa
indústria de consumo, o ponto de partida está nas aventuras
de Sherlock Holmes, e não em algumas narrativas de Edgar Alan
Poe. Este não inflamou o povão americano; o outro, sim. Os sherlockianos
existiram desde a primeira hora; e continuam surgindo no fluir
das gerações. Holmes não tem propriamente leitores, tem devotos
espalhados por todos os países, sem limites precisos de classe
social e de cultura.
Por todos esses motivos, e por outros que poderiam entrar nessa
lista, Sherlock Holmes é, repetimos, a ficção mais famosa de
todo o mundo. Elementar, meu caro Watson.
Fonte:
O Cão dos Baskervilles, Conan Doyle, Ediouro. Por Paulo Mendes
Campos (Adaptado)
2. As Características
do Detetive Mestre
Ao longo de toda a história das adaptações
e representações de Sherlock Holmes, as características físicas
originais descritas no Cânone sofreram diversas modificações.
De todo modo, conforme descrito por Watson em Um Estudo em
Vermelho, "a sua própria pessoa e aparência eram tais que
chamavam atenção do observador mais casual. Tinha muito mais
de um metro e oitenta de altura, e era tão excessivamente magro
que parecia muito mais alto. Seus olhos eram agudos e penetrantes
(...), e o nariz fino de águia dava a todo seu semblante um
ar de vivacidade e decisão. O queixo tinha o formato proeminente
e quadrado, que marca o homem de determinação. Suas mãos estavam
invariavelmente manchadas de tinta e materiais químicos, no
entanto, era dotado de extraordinária leveza no toque."
Apesar de não se exercitar por vontade própria, estava sempre em
forma, era um ótimo corredor e dotado de uma força pela qual,
segundo Watson, poucos poderiam dar-lhe crédito. Era "excepcionalmente
forte nos dedos" ("A Coroa de Berilos") e tinha um "aperto
de aço" ("Seu Último Adeus"). Além disso, era muito hábil
no boxe, esgrima e baritsu, um sistema japonês de defesa pessoal.
Mestre do disfarce, podia passar-se despercebido até pelos seus
mais próximos. "Ele está seguindo alguém. Ontem, era um operário
procurando emprego; hoje, uma velha senhora" ("A Pedra Mazarino").
E "não era uma mera mudança de roupa - sua expressão, suas maneiras,
até sua própria alma parecia variar com cada nova porção que
ele assumia. O teatro perdeu um grande ator, assim como a ciência
perdeu um perspicaz estudioso, quando ele se tornou um especialista
em crimes" ("Um Escândalo na Boêmia").
Em decorrência de seus esforços empregados num caso, Holmes mantinha
hábitos inconstantes e deveras incomuns. Podia trabalhar vivamente
num problema por vários dias, sem qualquer descanso e pouca
alimentação. Entretanto, na ausência de casos, que eram uma
ocupação para sua mente inquieta, queixava-se da monotonia exaustiva,
recusando-se a levantar da cama por dias seguidos. Na tentativa
de amenizar suas ocasionais crises depressivas, recorria ao
uso de estupefacientes, hábito posteriormente abandonado devido
à forte insistência de seu amigo e associado, Dr. Watson.
No caso "O Pé do Diabo", Watson lamenta que o estado de saúde
não é alvo de grande preocupação de seu amigo. Sua constituição
de ferro sofreu um colapso devido a uma prostração nervosa,
em 1887, e dezesseis anos mais tarde, Holmes foi obrigado a
retirar-se em benefício de um merecido descanso.
A paixão pela química
Dentre os mais variados campos e assuntos estudados por Holmes,
nenhum fascinou-o mais do que a química. Usava seus conhecimentos
na área tanto para auxiliar na elucidação de casos, como por
puro hobby, misturando compostos e fazendo experiências. Como
escrito por Watson, em "O Signo dos Quatro": "[Ele] mal respondia
às minhas perguntas, ocupando-se toda a noite com uma abstrusa
análise química que exigia o aquecimento de retortas e a destilação
de vapores, cujo cheiro quase me enxotou para a rua. Altas horas
da noite, eu ainda ouvia o tinir dos seus tubos de ensaio, indicando-me
que ele continuava empenhado no seu experimento mal cheiroso".
A irregularidade nas refeições
Quando trabalhando num caso, Holmes freqüentemente dispensava qualquer
alimento, acreditando: "as faculdades tornam-se refinadas quando
você as priva de alimento. Ora, certamente, meu caro Watson,
como um médico, você deve admitir que o que a digestão ganha
em fornecimento de sangue é perda tamanha para o cérebro. E
eu sou um cérebro, Watson, o resto de mim é um mero apêndice.
Assim, é o cérebro que devo considerar" ("A Pedra Mazarino").
Entretanto, Sherlock Holmes possuía um refinado paladar culinário,
e quando o tempo lhe permitia, apreciava um bom café da manhã.
O ouvido para a música
O detetive apreciava músicas de todos os tipos, incluindo ópera,
concertos e até mesmo motetes. A apreciação de Holmes pela música
é clara em vários episódios. O mais notório era seu gosto pelo
violino e o cuidado com que mantinha o instrumento, diferentemente
dos demais objetos que jaziam espalhados por seus aposentos,
no 221B Baker Street.
Sua habilidade com o violino era tal que, no caso "A Pedra Mazarino",
ouvintes não discerniam sua música da tocada num gravador. A
pedido de Watson, ele tocaria algum dos lieder de Mendelssohn,
bem como criaria peças extemporâneas.
A descrença nas mulheres
Ao longo de todo o Cânone, o leitor pode comprovar o descrédito
e o desgosto de Holmes pelas mulheres e pelo casamento. Abaixo,
seguem alguns exemplos:
"Nunca se pode confiar demasiado nas mulheres... nem nas melhores
delas."
(O Signo dos Quatro)
"Eu não sou um fanático admirador da espécie feminina."
(O Vale do Terror)
"O Coração e a mente de uma mulher são enigmas insolúveis para o
homem."
(O Cliente Ilustre)
Essa atitude, tem sido alvo de muitas especulações e análises por
parte de diversos estudiosos em todo o mundo. Uma das possíveis
explicações foi apresentada por Nicholas Meyer, no seu "The
Seven Per-Cent Solution", que mostra um suposto trauma psicológico
adquirido por Holmes em sua juventude.
Ainda assim, o detetive foi forçado a admitir um sustentável respeito
e estima por Irene Adler, a mulher. "Para Sherlock
Holmes, ela é sempre a mulher. Raras vezes o ouvi mencioná-la
de outra maneira. Para seus olhos, ela eclipsava e se sobrepunha
às demais mulheres. Não que ele estivesse apaixonado por Irene
Adler. Todas as emoções, e particularmente essa, aborreciam
sua mente fria, precisa, mas admiravelmente equilibrada" ("Um
Escândalo na Boêmia").
Bibliografia:
The Ultimate Sherlock Holmes Encyclopedia, Jack Tracy, Gramercy
Books;
Encyclopedia Sherlockiana, Matthew E. Bunson, Macmillan
3.
A Ciência da Dedução
"Sou o mais
alto tribunal de apelação em matéria de pesquisa criminal. Quando
Gregson, ou Lestrade, ou Athelney Jones se vêem em maus lençóis,
como aliás é seu estado normal, o assunto me é apresentado.
Examino os dados, como um técnico, e dou um parecer de especialista.
Não procuro honras nesses meus trabalhos. Meu nome não aparece
nos jornais. O trabalho em si, o prazer de achar um campo para
as minhas faculdades, específicas, é a maior recompensa." (O
Signo dos Quatro)Na prática de seu ofício, Holmes acreditava que "a detecção é, ou
deveria ser, uma ciência exata". O sistema que Holmes usava,
e constantemente aperfeiçoava ao longo de sua carreira, elevou-o
ao topo de todos os detetives semelhantes. Seus métodos, segundo
ele, baseavam-se em três princípios básicos - observação, dedução
e conhecimento.
Observação
Durante todo o Cânone, Holmes explica seus métodos a um estupefato
Watson: "As coisas aparentemente mais insignificantes são as
de maior importância" ou "Você conhece meus métodos, é baseado
na observação das coisas pequeninas".
Sua obsessão em prestar atenção aos detalhes fez dele uma figura
formidável na cena do crime, o que espantava os policiais devido
a seus hábitos peculiares. Em Um Estudo em Vermelho,
por exemplo:
"Enquanto falava, Holmes tirou uma trena e uma lente redonda do
bolso. Com esses dois instrumentos, andou silenciosamente pela
sala, ora parando, ora se ajoelhando, e uma vez deitando-se
no chão. Tão absorto estava no seu exame que parecia ter esquecido
de nossa presença, pois sussurrava para si mesmo o tempo todo,
produzindo uma saraivada de exclamações, gemidos e assobios
que sugeriam encorajamento e esperança. Ao observá-lo, vinha-me
irreversivelmente a imagem de um cão de caça puro-sangue bem
treinado, quando se lança para cima e para baixo, ganindo de
ansiedade, até encontrar o rasto perdido."
Tendo feito suas observações, Holmes tinha pouca paciência por aqueles
que não viam ou recusavam-se ver as pistas e evidências descobertas
por ele. "Você vê, mas não observa", dizia.
Dedução
O segundo método de Holmes baseava-se na observação cuidadosa das
pistas e evidências coletadas na primeira fase. Através da dedução,
poder-se-ia formular teorias e hipóteses, ponderando sobre os
detalhes mais importantes de um caso. "É da maior importância,
na arte da dedução, saber distinguir, dentre os vários fatos,
quais são os de vital importância".
Uma vez coletados, todos os fatos, pistas e dados são dispostos
lado a lado para serem, então, analisados em conjunto. Holmes,
então, iria sentar-se e estudar todos os fatos por horas a fio,
como em "O Cão dos Baskervilles", onde ele "ponderou
sobre cada pedaço de evidência, construiu teorias alternativas,
comparou uma com a outra e discerniu os pontos essenciais daqueles
que eram imateriais". No caso "O Homem do Lábio Torcido",
o detetive analisou o caso durante toda uma noite, consumindo
uma pilha de fumo. O resultado, a solução correta.
De suma importância na análise dedutiva, é a habilidade do observador
de permanecer lógico e inteiramente objetivo. Saber "aproximar-se
do caso com a mente completamente clara, o que é sempre uma
vantagem". Assim, Holmes considerava um erro concluir precocemente
perante os dados - você acaba por distorcê-los para que se encaixem
em suas teorias. "Tenho um costume de nunca ter qualquer pré-conceito
e de seguir naturalmente para onde quer que os fatos me levem"
("O Enigma de Reigate").
"[O caso] pode parecer apontar diretamente para uma única direção,
mas se você mudar um pouco seu ponto de vista, é possível que
descubra-o mirando uma coisa completamente diferente" ("O
Mistério do Vale Boscombe").
Em síntese, vale uma de suas mais famosas máximas: "Quando elimina-se
o impossível, o que resta, por mais improvável que pareça, tem
de ser a verdade" ("O Signo dos Quatro").
Conhecimento
No início de sua carreira como detetive consultor, por volta de
1878, Holmes aparentemente reconheceu suas falhas e lapsos no
conhecimento dos fatos, e preparou-se para coletar informações
das mais variadas.
Na em época que conheceu o Dr. Watson, em 1881, seu conhecimento
de venenos, crimes, criminosos e uma gama de assuntos relacionados,
tinha tornado-se enorme. Juntamente com sua capacidade incomum
de retenção dos fatos, ele era provavelmente o indivíduo mais
bem informado de seu tempo, apesar de seu conhecimento centrar-se
em determinadas áreas e assuntos.
Sobre seu próprio conhecimento, ele escreveu, em "A Juba do Leão":
"Possuo um vasto acervo de conhecimentos incomuns, que não seguem
normas científicas, mas que são muito úteis aos propósitos do
meu trabalho." Como exemplo, algumas das monografias escritas
por Holmes, "Sobre a Distinção de Cinzas de Vários Tabacos",
"Sobre a Datação de Manuscritos", "Rasteando Pegadas" e "O Uso
de Cães na Detecção".
Esse conhecimento acumulado por vezes fornecia o elemento final
para a conclusão de um mistério.
Bibliografia:
Encyclopedia Sherlockiana, Mathew E. Bunson, Macmillan
4.
Resumo Histórico
Infelizmente, pouco
sabemos com certeza sobre detalhes da vida do Detetive Mestre antes da
profissão de detetive consultor. Algumas das poucas informações
que temos a esse respeito são, em sua maioria, suposições baseadas
em fragmentos e pistas espalhados por todo o Cânone, concluídos
por estudiosos da Obra de Conan Doyle. Estudiosos esses que
vasculham incansavelmente cada canto do Cânone, procurando dados,
fatos e revelações sobre a secreta e nebulosa vida de Sherlock
Holmes.
Sherlock Holmes, de acordo com o próprio detetive, era descendente
de fidalgos rurais "que aparentemente levaram a mesma vida peculiar
à sua classe". Além disso, sua avó era irmã do artista francês
Vernet. Segundo Matthew Bunson, em seu "Encyclopedia Sherlockiana",
duas interpretações podem ser feitas dessas declarações: a frase
"aparentemente levaram" aponta a possibilidade do jovem Holmes
ter crescido num lugar distante de seus pais, talvez numa escola
pública ou até mesmo na América; a outra hipótese, Holmes ter
passado de fato sua juventude com os pais, no campo, possivelmente
recebendo apropriada educação de um tutor particular (Moriarty?).
Nesse ponto, Holmes provavelmente vinha cultivando um crescente
desgosto pelo campo, onde os crimes que detectava passavam impunes.
Daí, anos mais tarde, uma mudança para a metrópole.
Holmes nasceu por volta do ano de 1854, possivelmente no dia 6 de
Janeiro, na província londrina de Surrey. Essa data é estimada
e defendida, entre outros, pelo falecido sherlockiano William
S. Baring-Gould.
Já na Universidade, Holmes recebeu os conselhos do pai de Victor
Trevor, seu único amigo durante os dois anos passados na faculdade
- "todos os detetives similares pareceriam crianças em suas
mãos. Esse é seu objetivo, senhor, e você pode levar em conta
a palavra de um homem que já viu muito desse mundo". Foi, então,
convencido de suas habilidades e oportunidades, que Holmes percebeu
que podia transformar o que antes sempre fora um hobby em uma
profissão. Partiu, assim, para Londres a fim de se estabelecer
como o primeiro Detetive Consultor do mundo, entre os anos de
1877 e 1878.
Fora aqueles casos presumivelmente solucionados quando ele ainda
estava na Universidade, e portanto durante sua juventude, o
primeiro caso no qual seus serviços estiveram empenhados fora
o incidente do Glória Scott. Esse, resolvido antes de sua partida
para Londres. Uma vez em Londres, Holmes estabeleceu-se à Montague
Street e iniciou sua longa carreira de detecção.
Embora obtivesse sucesso na maioria dos casos, Holmes não era perfeito
e admitiu, no caso "As Cinco Sementes de Laranja", "Fui
derrotado quatro vezes - três por homens, e uma vez por uma
mulher".
Caso a caso, ele crescia em importância, tanto entre os criminosos
quanto entre os policiais da Scotland Yard. Em 1881, já estava
auxiliando pessoalmente a Scotland Yard quando solicitado. Um
fato que demonstra seu crescente sucesso ficou claro pelo seu
desejo posterior de encontrar novas acomodações; embora não
estivesse financeiramente independente, visto que buscava um
companheiro para a divisão dos quartos.
Em Janeiro de 1881, Sherlock Holmes e o Dr. John Watson se conhecem,
e passam a dividir o apartamento 221B de Baker Street. Pouco
depois, Watson pessoalmente descobre as habilidades analíticas
do seu companheiro, passando a registrar as inesquecíveis façanhas
do detetive: "Seus méritos deviam ser publicamente reconhecidos.
Você deveria publicar um relato do caso. Se não o fizer, eu
o farei por você."
Os treze anos seguintes levaram Holmes da total obscuridade para
uma posição de renome como o detetive do mundo europeu. Ainda
mais importante, ele conduziu diversas investigações a favor
de monarcas europeus, incluindo o rei da Boêmia, o rei da Escandinávia
e a família real da Holanda.
Em 1891, no caso "O Problema Final", Holmes diz a Watson,
"Suas memórias, Watson, se arrastarão para um fim no dia em
que coroar minha carreira com a captura ou extinção do criminoso
mais perigoso e capaz da Europa." No caso, ocorre o inevitável
confronto entre Sherlock Holmes e seu maior antagonista, o Professor
James Moriarty, resultando numa trágica queda de ambos das Cataratas
Reichenbach, na Suíça. Durante três anos, Holmes e Moriarty
são dados como mortos; até que, em 1894, Sherlock Holmes reaparece
para o mundo, esclarecendo que a queda fora fatal apenas para
Moriarty.
O período em que Holmes ficara ausente (1891-1894) é conhecido como
O Grande Hiato, e é objeto de muita especulação entre
sherlockianos estudiosos de todo o mundo, abrindo espaço para
um grande número de teorias e conjeturas. Segundo o próprio
Holmes, durante esse período ele esteve no Tibet, Meca, Khartoum
e Montpelier, onde passou alguns meses estudando derivados de
coltar.
De volta a Baker Street, Sherlock Holmes trabalhou por mais nove
anos na investigação de casos. Certamente, um dos que merecem
maior destaque é "Os Planos do Bruce-Partington", cujo
sucesso lhe concedeu uma audiência particular com a Rainha Vitória.
Outro caso válido de menção é "A Escola do Priorado",
que tornou-se memorável pelo fato de Holmes ter aceito um cheque
de enorme quantia do duque de Holdernesse (o que, de certa forma,
contrariava o velho e conhecido comportamento austero de Holmes).
Sua atitude surpreendera Watson de tal modo que o doutor ainda
comentava o fato no começo do caso seguinte, "Pedro Negro".
Com o tempo passando, o detetive aproximando-se dos cinqüenta e
os abusos com a saúde, nos anos anteriores, pesando cada vez
mais sobre seus ombros, o descanso era uma proposta cada vez
mais tentadora. No caso "A Segunda Mancha", Watson surpreende
os leitores com a notícia de que Holmes aposentara-se definitivamente
de Londres, e estava dedicando-se aos estudos e à criação de
abelhas nas colinas de Sussex. Era o início da merecida aposentadoria
do Grande Detetive, e término de uma carreira brilhante na arte
da dedução. No prefácio de "Seu Último Adeus", Watson
despede o detetive de seu público: "Os amigos do Sr. Sherlock
Holmes ficarão felizes em saber que ele está vivo e bem, embora
um pouco atormentado por ocasionais ataques de reumatismo. Por
muitos anos, vem vivendo numa pequena fazenda sobre as colinas,
a cinco milhas de Eastbourne, onde seu tempo é dividido entre
a filosofia e a agricultura. Durante esse período de descanso,
ele tem recusado as mais tentadoras ofertas para aceitar diversos
casos, tendo decidido que sua aposentadoria é permanente."
Tamanha era a crise na Inglaterra, nos anos que precederam a Primeira
Guerra Mundial, que Holmes acabou cedendo aos pedidos do primeiro
ministro, e voltou-se para atender a mais um caso. Com a tarefa
de penetrar no esquema de espionagem do mestre da inteligência
alemã, Von Bork, Holmes personificou Altamont, um irlandês inimigo
do Império Britânico. Lentamente, arruinou toda a rede de espionagem
alemã. A operação foi um sucesso e o detetive pôde, finalmente,
retornar ao descanso no campo.
Em nenhum lugar do Cânone, a morte de Sherlock Holmes é mencionada.
Mas isso é certamente apropriado quando analisamos as criações
imortais.
"De quem sempre me recordarei como o melhor e mais sábio homem
que já conheci."
Dr. John H. Watson
Sobre Sherlock Holmes
Em "O Problema Final"
Bibliografia:
Encyclopedia Sherlockiana, Matthew E. Bunson, Macmillan
7-Personagens
Sherlock
Holmes
Mycroft Holmes
Dr. John H. Watson
Inspetor G. Lestrade
Mrs. Hudson
Irene Adler
Professor James Moriarty
Coronel Sebastian Moran
Mycroft
Holmes

Irmão sete anos mais
velho de Sherlock Holmes. Trabalhava como consultor em certos
departamentos do Governo Britânico. Como dito por Holmes no
caso do submarino Bruce-Pardington: "os mesmos dotes poderosos
que dediquei à elucidação de crimes, ele tem utilizado em seus
negócios particulares. As conclusões de cada departamento são
apresentadas a ele, e ele é o centro polarizador, a caixa de
compensação que dá o equilíbrio. Todos os outros são especialistas,
porém, sua especialidade é onisciência. Suponhamos que um ministro
necessite de informação acerca de um assunto que envolva a Marinha,
a Índia, o Canadá e a questão do bimetalismo; ele poderia obter
conselhos de vários departamentos separados, mas somente Mycroft
poderá focalizá-los conjuntamente e prever como cada fator influenciaria
o outro. Começaram por utilizá-lo a fim de facilitar o serviço,
por comodidade; hoje tornou-se indispensável. Naquele grande
cérebro, tudo está classificado, pronto para ser usado a qualquer
momento. Em muitíssimos casos, sua palavra decidiu a política
nacional. Vive exclusivamente para isso e não pensa em mais
nada, salvo quando, a título de exercício intelectual, se digna
atender-me se vou procurá-lo a fim de pedir-lhe opinião a respeito
de algum de meus modestos problemas."
Holmes afirmava que seu irmão possuía talentos de observação e dedução
ainda maiores que os seus, mas que lhe faltava energia e ambição
para utilizá-los.
"De compleição robusta e maciça, havia algo nele que dava idéia
de incrível inércia física. Contudo, sobre o corpo desajeitado
surgia uma cabeça tão autoritária na vastidão da fronte, tão
viva na expressão dos olhos profundos de um cinza aço, tão firme
no contorno dos lábios e tão sutil no conjunto da fisionomia,
que após a primeira impressão, era esquecido o corpo volumoso
para se lembrar apenas da mente dominadora."
Bibliografia:
Os Planos do Submarino Bruce-Pardington, O Último Adeus de
Sherlock Holmes, A. Conan Doyle, Ed. Melhoramentos
The Ultimate Sherlock Holmes Encyclopedia, Jack Tracy, Gramercy
Books
John H. Watson
Amigo, associado, assistente, biógrafo e cronista de Sherlock Holmes.
É graças aos registros de Watson que o mundo passou a conhecer
as façanhas do Grande Detetive, descritas de maneira instigante
por esse médico que provou-se extremamente talentoso nas letras.
John H. Watson nasceu por volta de 1850, filho de Henry Watson
e irmão de Henry Jr., que faleceu por problemas com a bebida.
Depois da morte da mãe, a família mudou-se para a Austrália.
Lá, o jovem Watson passou a maior parte de sua infância, retornando,
anos mais tarde, à Inglaterra a fim de completar seus estudos.
Provavelmente em 1872, ingressou na Universidade de Londres,
intencionando formar-se em medicina. Por volta do mesmo ano,
serviu como cirurgião assistente no Hospital de St. Bartholomew,
em Londres, e participou das partidas de rúgbi do clube Blackheat.
No ano de 1878, Watson obteve o título de Doutor em Medicina na
Universidade de Londres, e foi a Netley a fim de fazer o curso
prescrito para os cirurgiões do exército. Após completar seus
estudos naquele hospital, foi incorporado ao Quinto Regimento
dos Fuzileiros de Northumberland, como cirurgião assistente.
Mas antes que pudesse juntar-se a ele, irrompeu a Segunda Guerra
Afegã, e Watson foi obrigado a mudar seu curso. Chegou a Candahar,
onde encontrou seu regimento e passou a exercer suas funções.
Afastado de sua brigada e incorporado aos Berkshires, lutou
na batalha de Maiwand, onde foi gravemente ferido por uma bala
Jezail. Salvo graças aos esforços de Murray, seu ordenança,
foi afastado da guerra e mandado para um hospital de feridos.
Mais tarde, voltou à Inglaterra para recuperar-se.
Em 1881, encontra casualmente, em Londres, seu antigo auxiliar de
enfermagem, o jovem Stamford, que lhe apresenta Sherlock Holmes.
Encontro esse da necessidade de ambos em encontrar alguém para
dividir as despesas de acomodação. Os dois passam, então, a
compartilhar os aposentos do 221B, na Baker Street. Logo Watson
descobre as habilidades dedutivas de seu novo companheiro, acabando
por envolver-se em seu primeiro caso com o detetive, "Um
Estudo em Vermelho". No final desse, Watson diz ao detetive:
"Seus méritos deviam ser publicamente reconhecidos. Você deveria
publicar um relato do caso. Se não o fizer, eu o farei por você."
Torna-se, desse momento em diante, o cronista dos casos do detetive.
Watson é descrito como um homem troncudo, de estatura mediana, queixo
quadrado, pescoço grosso e um modesto bigode. Sua constituição
forte fazia dele um valoroso jogador de rúgbi, como visto em
"O Vampiro de Sussex". Era aparentemente bonito, tendo
em vista a observação de Holmes acerca das "vantagens naturais"
de Watson sobre as mulheres, e o fato de ele ter se casado possivelmente
três vezes.
"Pode ser que você mesmo não seja luminoso, Watson, mas é certamente
um condutor de luz. Algumas pessoas, sem possuir a genialidade
em si, têm um notável poder de estimulá-la."
Holmes sobre Watson
Em "O Cão dos Baskervilles"
Bibliografia:
The Ultimate Sherlock Holmes Encyclopedia, Jack Tracy, Gramercy
Books
Encyclopedia Sherlockiana, Matthew E. Bunson, Macmillan
Inspetor G. Lestrade
O mais famoso policial do Cânone.
Segundo Holmes, era rápido e energético, mas "convencional",
sem imaginação e pouco dedutivo. Apesar disso, sua tenacidade
de um cão de caça levou-o ao topo da Scotland Yard.
Ainda que demonstrava-se arrogante frente aos métodos de Holmes,
sempre recorria a ele nos casos mais intrincados (ou às vezes
nem tão intrincados assim).
Bibliografia:
The Ultimate Sherlock Holmes Encyclopedia, Jack Tracy, Gramercy
Books
Mrs. Hudson
A senhoria de Sherlock Holmes, "sofredora de longa data", segundo
Watson. Cuidava dos aposentos, preparava as refeições, recebia
telegramas e visitantes e mantinha, ou melhor, tentava manter
a ordem no 221B Baker Street. Era, de acordo com Holmes, um
pouco limitada na culinária, mas preparava um excelente café
da manhã. Tinha grande estima pelo detetive, visto sua preocupação
frente à sua enfermidade (O Detetive Agonizante) e seu histerismo
quando de seu retorno a Baker Street, depois de julgado morto
(A Casa Vazia).
A melhor definição da senhoria foi dada por Watson, no caso "O Detetive
Agonizante": "Mrs. Hudson, senhoria de Sherlock Holmes, era
criatura dotada de paciência infinita. Não só seu apartamento
do primeiro andar era continuamente invadido por legiões de
pessoas de aspecto estranho e muitas vezes indesejável, mas
seu extraordinário inquilino [Holmes] mostrava extravagância
e irregularidade de vida que deviam ter posto sua paciência
em prova... Por outro lado, entretanto, pagava aluguel principesco,
e não tenho dúvidas de que todo o prédio poderia ser comprado
com o dinheiro pago por Holmes".
Bibliografia:O Último Adeus de Sherlock Holmes, "O Detetive
Agonizante", Sir Arthur Conan Doyle, Ed. Melhoramentos
The Ultimate Sherlock Holmes Encyclopedia, Jack Tracy, Gramercy
Books
Irene Adler
Nascida em New Jersey, em 1858, cantou no La Scala e foi prima-dona
da Ópera Imperial de Varsóvia, antes de abandonar os palcos.
Em Varsóvia, envolveu-se com o rei da Boêmia, de quem recebeu
várias cartas indiscretas e com o qual fora fotografada. Foto
essa que Irene ameaçou posteriormente usar para criar um escândalo
que acabaria com futuro casamento do rei. Procurado por ele,
Holmes viu-se na tarefa de evitar o escândalo. A foto não conseguiu
ser recuperada e Irene deixou Londres com a promessa de mantê-la
em segredo.
"Para Sherlock Holmes, ela é sempre a mulher. Raras vezes
o ouvi mencioná-la de outra maneira. Para seus olhos, ela eclipsava
e se sobrepunha às demais mulheres. Não que ele estivesse apaixonado
por Irene Adler. Todas as emoções, e particularmente essa, aborreciam
sua mente fria, precisa, mas admiravelmente equilibrada"
Bibliografia:
As Aventuras de Sherlock Holmes, "Um Escândalo na Boêmia",
A. Conan Doyle, Ed. Melhoramentos
The Ultimate Sherlock Holmes Encyclopedia, Jack Tracy, Gramercy
Books
Professor James Moriarty
Líder de uma poderosa organização criminosa, Moriarty estava por
trás de vários mistérios não-explicados. Ele mesmo fazia muito
pouco, apenas planejava cuidadosamente os crimes e incumbia
seus inúmeros agentes de executá-los.
Como o próprio Holmes definiu: "Senta-se imóvel como a aranha
no centro de sua teia, mas aquela teia tem milhares de radiações,
e conhece muito bem o ponto sensível de cada uma delas." Era
dotado de extrema inteligência e era, ao mesmo tempo, um gênio,
um filósofo e um pensador abstrato.
Antes de voltar-se para o crime, sua carreira foi extraordinária.
Era homem de nascimento nobre e excelente educação, dotado pela
natureza de uma faculdade matemática fenomenal. Com a idade
de vinte e um anos, escreveu um tratado sobre a teoria binominal,
que alcançou fama na Europa. Por causa dela conseguiu a cadeira
de matemática em uma universidade menor, e tinha, com toda a
probabilidade, uma carreira muito brilhante diante de si. Mas
um fluido criminoso corria-lhe pelo sangue, que, ao invés de
ser modificado, aumentou e se tornou mais perigoso pelos seus
extraordinários poderes mentais. Negros rumores reuniram-se
em torno dele na cidade universitária, e eventualmente foi obrigado
a demitir-se da cadeira e ir para Londres, onde fixou-se como
instrutor do exército.
Em "O Problema Final", Sherlock Holmes e James Moriarty enfrentam-se
num perigoso jogo mental, que se encerra tragicamente às beiras
das cataratas Reichenbach, com a morte de Moriarty.
Holmes muitas vezes mencionou a genialidade de Moriarty e sua habilidade
criminal, e disse que seu horror ante os crimes do Professor
dissipavam-se em admiração às suas capacidades. Seu respeito
pelo professor e seu intelecto, criou em Holmes um certo pesar
pela morte de seu maior antagonista, como visto em "O Cliente
Ilustre", "Seu Último Adeus", "O Atleta Desaparecido" e "O Construtor
de Norwood", onde ele diz: "Do ponto de vista do especialista
criminal, Londres tornou-se uma cidade singularmente desinteressante
depois da lamentável morte do falecido Professor Moriarty".
Aparência
"É extremamente alto
e magro, sua fronte se alonga numa curva branca e seus olhos
eram profundamente enterrados na cabeça. É barbeado, pálido,
de aparência ascética, conservando em seus traços alguma coisa
do professor. Seus ombros se arredondaram com o muito estudo.
Sua face projeta-se para a frente, e fica sempre oscilando devagar,
de um lado para outro, num feitio curioso de réptil."
Bibliografia:
"O Problema Final", Memórias de Sherlock Holmes, A. Conan
Doyle, Ed. Melhoramentos
"A Casa Vazia", "O Construtor de Norwood", A Volta de Sherlock
Holmes, A. Conan Doyle, Ed. Melhoramentos
The Ultimate Sherlock Holmes Encyclopedia, Jack Tracy, Gramercy
Coronel Sebastian Moran
Ex-oficial do exército, notável caçador e chefe do estado-maior
de Moriarty. Conforme Holmes, o segundo homem mais perigoso
de Londres.
"O Coronel Moran começou a agir mal. Embora não se metesse em nenhum
escândalo, tornou-se indesejável na Índia. Retirou-se e veio
para Londres, onde também adquiriu má reputação. Foi então procurado
pelo Professor Moriarty, tornando-se, por um tempo, seu chefe
do estado-maior. Moriarty dava-lhe bastante dinheiro e servia-se
dele somente em um ou outro trabalho de alto nível, que não
confiaria a um criminoso qualquer".
Moran presenciara a morte de Moriarty, nas cataratas Reichenbach,
e passou então a perseguir Holmes incansavelmente na sua volta
à Londres, na esperança de vingar o falecido chefe e seu vasto
império agora destruído. O Coronel foi encurralado por Holmes
no caso "A Casa Vazia", e entregue à prisão.
Bibliografia:
Encyclopedia Sherlockiana, Matthew E. Bunson, Macmillan
"A Casa Vazia", A Volta de Sherlock Holmes, A. Conan Doyle,
Ed. Melhoramentos
6.Cânone
É chamado de Cânone sherlockiano o conjunto de todas as obras de Sherlock Holmes publicadas
por Sir Arthur Conan Doyle; ou seja, os quatro romances
e as cinqüenta e seis historietas. Tudo o que sabemos sobre
a vida do detetive é proveniente única e exclusivamente do Cânone,
sendo esta, portanto, a mais fiel fonte de estudo sobre o universo
do Grande Detetive. Todas as obras podem
ser encontradas em português, publicadas por várias editoras
nacionais, como a Ediouro, a Melhoramentos e, mais recentemente,
a L&PM.
Segue abaixo a relação das histórias que juntas compõem o Cânone.
Clicando nos títulos destacados, você será levado ao site Baker Street Connection,
onde poderá ler integralmente o texto original (em inglês).
Um Estudo em Vermelho
(A Study in Scarlet)
Romance - publicado em Novembro de 1887
O Signo dos Quatro
(The Sign of Four)
Romance - Fevereiro, 1890
Um Escândalo da Boêmia
(A Scandal in Bohemia)
Julho, 1891
reunido em As Aventuras de Sherlock Holmes
A Liga dos "Cabeça Vermelha"
(The Red-Headed League)
Agosto, 1891
reundo em As Aventuras de Sherlock Holmes
Um Caso de Identidade
(A Case of Identity)
Setembro, 1891
reunido em As Aventuras de Sherlock Holmes
O Mistério do Vale Boscombe
(The Boscombe Valley Mistery)
Outubro, 1891
reunido em As Aventuras de Sherlock Holmes
As Cinco Sementes de Laranja
(The Five Orange Pips)
Novembro, 1891
reunido em As Aventuras de Sherlock Holmes
O Homem do Lábio Torcido
(The Man with the Twisted Lip)
Dezembro, 1891
reunido em As Aventuras de Sherlock Holmes
O Carbúnculo Azul
(The Adventure of the Blue Carbuncle)
Janeiro, 1892
reunido em As Aventuras de Sherlock Holmes
A Faixa Malhada
(The Adventure of the Speckled Band)
Fevereiro, 1892
reunido em As Aventuras de Sherlock Holmes
O Polegar do Engenheiro
(The Adventure of the Engineer's Thumb)
Março, 1892
reunido em As Aventuras de Sherlock Holmes
O Solteirão Nobre
(The Adventure of the Noble Bachelor)
Abril, 1892
reunido em As Aventuras de Sherlock Holmes
A Coroa de Berilos
(The Adventure of the Beryl Coronet)
Maio, 1892
reunido em As Aventuras de Sherlock Holmes
As Faias Cor de Cobre
(The Adventure of the Copper Beeches)
Junho, 1892
reunido em As Aventuras de Sherlock Holmes
O Estrela de Prata
(Silver Blaze)
Dezembro, 1892
reunido em Memórias de Sherlock Holmes
A Caixa de Papelão
(The Cardboard Box)
Janeiro, 1893
reunido em O Último Adeus de Sherlock Holmes
A Face Amarela
(The Yellow Face)
Fevereiro, 1893
reunido em Memórias de Sherlock Holmes
O Escrituário da Corretagem
(The Stockbroker's Clerk)
Março, 1893
reunido em Memórias de Sherlock Holmes
O Glória Scott
(The Gloria Scott)
Abril, 1893
reunido em Memórias de Sherlock Holmes
O Ritual Musgrave
(The Musgrave Ritual)
Maio, 1893
reunido em Memórias de Sherlock Holmes
Os Fidalgos
de Reigate
(The Reigate Squires)
Junho, 1893
reunido em Memórias de Sherlock Holmes
O Corcunda
(The Crooked Man)
Julho, 1893
reunido em Memórias de Sherlock Holmes
O Residente Paciente
(The Resident Patient)
Agosto, 1893
reunido em Memórias de Sherlock Holmes
O Intérprete Grego
(The Greek Interpreter)
Setembro, 1893
reunido em Memórias de Sherlock Holmes
O Tratado Naval
(The Naval Treaty)
Outubro e Novembro, 1893
reunido em Memórias de Sherlock Holmes
O Problema Final
(The Final Problem)
Dezembro, 1893
reunido em Memórias de Sherlock Holmes
O Cão dos Baskervilles
(The Hound of the Baskervilles)
Romance - de Agosto 1901 a Abril 1902 (seriado)
A Casa Vazia
(The Adventure of the Empty House)
Setembro, 1903
reunido em A Volta de Sherlock Holmes
O Construtor de Norwood
(The Adventure of the Norwood Builder)
Outubro, 1903
reunido em A Volta de Sherlock Holmes
Os Dançarinos
(The Adventure of the Dancing Men)
Dezembro, 1903
reunido em A Volta de Sherlock Holmes
O Ciclista Solitário
(The Adventure of the Solitary Cyclist)
Dezembro, 1903
reunido em A Volta de Sherlock Holmes
A Escola do Priorado
(The Adventure of the Priory School)
Janeiro, 1904
reunido em A Volta de Sherlock Holmes
Pedro Negro
(The Adventure of Black Peter)
Fevereiro, 1904
reunido em A Volta de Sherlock Holmes
Charles Augustus Milverton
(The Adventure of Charles Augustus Milverton)
Março, 1904
reunido em A Volta de Sherlock Holmes
Os Seis Napoleões
(The Adventure of the Six Napoleons)
Abril, 1904
reunido em A Volta de Sherlock Holmes
Os Três Estudantes
(The Adventure of the Three Students)
Junho, 1904
reunido em A Volta de Sherlock Holmes
O Pince-nez de Ouro
(The Adventure of the Golden Pince-nez)
Julho, 1904
reunido em A Volta de Sherlock Holmes
O Atleta Desaparecido
(The Adventure of the Missing Three-Quarter)
Agosto, 1904
reunido em A Volta de Sherlock Holmes
A Granja da Abadia
(The Adventure of the Abbey Grange)
Setembro, 1904
reunido em A Volta de Sherlock Holmes
A Segunda Mancha
(The Adventure of the Second Stain)
Dezembro, 1904
reunido em A Volta de Sherlock Holmes
Vila Glicínia
(Wisteria Lodge - A Reminiscence of Mr. Sherlock Holmes)
Agosto, 1908
reunido em O Último Adeus de Sherlock Holmes
Os Planos do Bruce-Partington
(The Adventure of the Bruce-Partington Plans)
Dezembro, 1908
reunido em O Último Adeus de Sherlock Holmes
O Pé do Diabo
(The Adventure of the Devil's Foot)
Dezembro, 1910
reunido em O Último Adeus de Sherlock Holmes
O Círculo Vermelho
(The Adventure of the Red Circle)
Março e Abril, 1911
reunido em O Último Adeus de Sherlock Holmes
O Desaparecimento de Lady Frances Carfax
(The Disappearance of Lady Frances Carfax)
Dezembro, 1911
reunido em O Último Adeus de Sherlock Holmes
O Detetive
Agonizante
(The Adventure of the Dying Detective)
Novembro, 1913
reunido em O Último Adeus de Sherlock Holmes
O Vale do Terror
(The Valley of Fear)
Romance - Setembro - Maio, 1914 (seriado)
Seu Último Adeus
(His Last Bow)
Setembro, 1917
reunido em O Último Adeus de Sherlock Holmes
A
Pedra Mazarin
(The Adventure of the Mazarin Stone)
Outubro, 1921
reunido em Histórias de Sherlock Holmes
A
Ponte Thor
(The Problem of Thor Bridge)
Fevereiro, 1922
reunido em Histórias de Sherlock Holmes
O
Homem que Andava de Rastos
(The Adventure of the Creeping Man)
Março, 1923
reunido em Histórias de Sherlock Holmes
O
Vampiro de Sussex
(The Adventure of the Sussex Vampire)
Janeiro, 1924
reunido em Histórias de Sherlock Holmes
Os
Três Garridebs
(The Adventure of the Three Garridebs)
Outubro, 1924
reunido em Histórias de Sherlock Holmes
O
Cliente Ilustre
(The Adventure of the Illustrious Client)
Novembro, 1924
reunido em Histórias de Sherlock Holmes
As
Três Empenas
(The Adventure of the Three Gables)
Setembro, 1926
reunido em Histórias de Sherlock Holmes
O
Rosto Lívido
(The Adventure of the Blanched Soldier)
Outubro, 1926
reunido em Histórias de Sherlock Holmes
A
Juba de Leão
(The Adventure of the Lion's Mane)
Novembro, 1926
reunido em Histórias de Sherlock Holmes
Mr.
Josias Amberley
(The Retired Colourman)
Dezembro, 1926
reunido em Histórias de Sherlock Holmes
A
Inquilina de Rosto Coberto
(The Adventure of the Veiled Lodger)
Janeiro, 1927
reunido em Histórias de Sherlock Holmes
O
Velho Solar de Shoscombe
(The Adventure of Shoscombe Old Place)
Março, 1927
reunido em Histórias de Sherlock Holmes
7-Segredos do canône
Ao que parece, Conan Doyle gostaria que seus leitores se inspirassem em seu detetive
e aplicassem os mesmos métodos dedutivos para responder às questões
que ficaram sem resposta no Cânone. Algumas dessas permanecem
até hoje obscuras na espessa neblina de Londres.
A seguir, você encontra teorias apresentadas por alguns estudiosos
na tentativa de resolver os diversos mistérios do Cânone sherlockiano.
Nenhum trecho dos livros de Sherlock Holmes prova que tais hipóteses
são ou não corretas. Fica por conta de cada um crer no que considera
mais razoável.
A Gênesis Holmes-Moriarty
Uma vez que a infância de Holmes deu-se no campo, conforme descobrimos
em "O Intérprete Grego", sua educação deve provavelmente ter
passado pelas mãos de um tutor. Alguns estudiosos acreditam
que o instrutor era o próprio James Moriarty. Conforme proposto
por Trevor Hall no ensaio "Os primeiros anos de Sherlock Holmes",
Moriarty era o tutor tanto de Sherlock como de seu irmão, Mycroft.
O Professor acabou por se envolver com a mãe de Sherlock, que
mais tarde fora assassinada pelo próprio marido, depois de descoberta
a traição. A teoria de Trevor explicaria a incansável perseguição
de Holmes ao Professor e sua profunda desconfiança nas mulheres.
No conto "A Solução a Sete Por Cento", de Nicholas Meyer, a teoria
de Hall é ampliada - Moriarty não era o temível Napoleão do
Crime, mas sim um simples professor que fora apanhado tenho
um caso com a mãe de Holmes. O problema culminou no brutal assassinato
da mulher pelo marido traído, na frente dos filhos. A partir
de então, psicologicamente perturbado, o jovem Sherlock cresceu
alimentando a descrença nas mulheres e o ódio mortal a seu tutor,
ao qual atribuiu a figura imaginária de um perigoso criminoso
como pretexto para persegui-lo até sua destruição.
O Grande Hiato
No caso "O Problema Final", ocorre o inevitável confronto entre
Sherlock Holmes e seu maior antagonista, o Professor James Moriarty,
resultando numa trágica queda de ambos das Cataratas Reichenbach,
na Suíça. Durante três anos, Holmes e Moriarty são dados como
mortos; até que, em 1894, Sherlock Holmes reaparece para o mundo,
esclarecendo que a queda fora fatal apenas para Moriarty.
O período em que Holmes ficara ausente (1891-1894) é conhecido como
O Grande Hiato, e é objeto de muita especulação entre
sherlockianos estudiosos de todo o mundo, espaço para um grande
número de teorias e conjeturas. Segundo o próprio Holmes, durante
esse período ele esteve no Tibet, Meca, Khartoum e Montpellier,
onde passou alguns meses estudando derivados de coltar.
Os motivos de tanta dúvida e especulação
a respeito do que Holmes realmente estaria fazendo durante sua
ausência, no período do Grande Hiato, deve-se em boa parte às
inconsistências encontradas no caso "A Casa Vazia", onde Holmes
reaparece para Watson - na primeira, Watson escreve "Llama"
ao invés de "Lama", transformando o líder espiritual do Tibet
num animal de montaria dos Andes; na segunda, ele escreve "Montpelier"
ao invés de "Montpellier", pondo Holmes para estudar derivados
de coltar numa cidade americana e não no sul da França. William
S. Baring-Gold, em seu artigo "Você deve ter lido a respeito
das notáveis explorações de um norueguês chamado Sigerson",
analisa as visões de três grupos distintos de estudiosos da
sherlockiana:
Os Fundamentalistas, que acreditam que Holmes realmente fez
tudo o que disse no "A Casa Vazia", culpando Watson pelas falhas
no texto;
Em oposição aos Fundamentalistas, há o grupo dos chamados Interpretativos
- acreditam que, por alguma razão, Holmes não estava sendo inteiramente
franco com Watson na descrição de sua expedição (ou, alternativamente,
que Watson, por alguma razão, não estava sendo totalmente sincero
com seus leitores).
Várias teorias explicam esse pensamento, incluindo a de Walter Armstrong,
que conclui: "Holmes estava na verdade em Londres, esperando
o Coronel Moran fazer um movimento em falso; e Watson sabia
disso. Depois da apreensão do Coronel, [Holmes] assumiu sua
identidade, e Watson, assim, (...) inventou uma narrativa fictícia
de sua escapatória e de seu retorno. (...) Mas não podemos culpá-lo,
já que a decepção era necessária a fim de capturar os membros
remanescentes da gangue de Moriarty."
Há, ainda, a teoria de Edgar W. Smith, que afirma que Holmes estaria,
na verdade, nos Estados Unidos da América, visto as afirmações
feitas por ele, no caso "Os Dançarinos", sobre o Departamento
de Polícia de Nova Iorque e seus conhecimentos de Chicago (veja
também Montpelier,
acima).
O terceiro grupo, dos Sensacionalistas, consiste numa facção
mais radical de estudiosos, cujas teorias são ramificadas em
três conclusões distintas:
1.
Tanto Holmes quanto Moriarty de alguma forma sobreviveram
às Cataratas Reichenbach
2. Nem Holmes nem Moriarty sobreviveram, sendo todas
as histórias posteriores meras fraudes (ou inventadas por
Watson, ou protagonizadas por um falso Holmes) ou, na melhor
das hipóteses, relatos de casos antigos em que Holmes participou.
3. Apenas Moriarty sobreviveu
De qualquer forma, nenhuma dessas hipóteses podem ser consideradas
verdadeiras. Não há nenhum episódio em todo o Cânone que prove
que Holmes não esteve em todos aqueles lugares, depois de ter
presumivelmente escapado da morte nas cataratas Reichenbach.
Fica aí a dúvida que nunca será elucidada, mas sim objeto de
mais e mais especulações, das mais radicais às mais conservadoras.
O "H" de John H. Watson
Igualmente a muitos aspectos da vida de Watson, o nome do meio do
doutor permanece um mistério envolto na espessa neblina de Londres.
Ao leitor nunca é revelado o que seria o "H" de John H. Watson.
No entanto, é amplamente aceita a teoria apresentada por Dorothy
L. Sayers, que conclui que o "H" representa Hamish, dada
a origem escocesa de Watson. Como Hamish é o equivalente escocês
de James, a teoria de Sayers soluciona o problema que surgiu
quando, no caso "O Homem do Lábio Torcido", Mrs. Watson chama
seu marido pelo nome de James. Assim, resolvendo dois problemas
relacionados, Sayers teve sua idéia aceita pela grande maioria
dos sherlockianos do mundo todo. O nome completo de Watson é,
num consenso, John Hamish Watson.
Os Casamentos de Watson
O número de vezes em que Watson foi casado é um dos objetos de maior
especulação sobre sua vida. Enquanto alguns afirmam ter ele
se casado quatro ou mais vezes, o Cânone nos mostra que o doutor
casou-se pelo menos três vezes.
Conforme vemos em "As Cinco Sementes de Laranja", Watson estava
casado em Setembro de 1887. A identidade da esposa permanece
um incógnito.
Em 1888, Watson pede Mary Morstan em casamento, o que sugere que
sua primeira esposa tenha provavelmente falecido há pouco tempo,
já que divórcios não eram comuns naquela época.
Em vários casos seguintes, Watson faz alusão a seu casamento, à
sua esposa, ou ao fato de não estar morando com Holmes por estar
casado. Porém, nunca afirma que é realmente com Mary que está
casado. Seu nome não é mencionado em nenhum lugar fora em "O
Signo dos Quatro".
Mary Morstan aparentemente faleceu entre 1891 e 1894, durante o
período do Grande Hiato ("Ele [Holmes] soubera de meu desgosto,
e demonstrou sua solidariedade mais por suas maneiras que por
suas palavras"), conforme vemos em "A Casa Vazia".
E, ainda, um outro casamento é mencionado em 1903, no caso "O Rosto
Lívido"; mais uma vez, com uma noiva desconhecida.
O Cânone Secreto
"Em
algum canto da caixa-forte do banco Cox & Company, em
Charing Cross, existe uma mala de metal muito viajada e gasta
com o meu nome, John H. Watson, M.D., impresso na tampa. Está
repleta de papéis, que são em sua maioria registros de casos
que ilustram os curiosos problemas que em várias ocasiões
o Sr. Sherlock Holmes precisou resolver."
Em 1891, no caso "O Problema Final", Holmes diz a Watson que já
investigou mais de mil casos. Assim, até o final de sua carreira,
ele provavelmente se viu envolvido em mais de dois mil casos.
Ora, se apenas sessenta deles nos são narrados no Cânone, há
uma infinidade de outros mais que permanecem desconhecidos do
público. São os casos que constituem o chamado Cânone Secreto.
Alguns desses casos desconhecidos foram brevemente mencionados no
Cânone. Eis alguns deles:
O Mistério
de Alicia
("A Ponte Thor")
Dr. Moore Agar, um encontro dramático
("O Pé do Diabo")
A Tragédia de Addleton
("O Pince-nez de Ouro")
Os Assassinatos de Abergavenny
("A Escola do Priorado")
A Pérola Negra do Borgias
("Os Seis Napoleões")
John Clay
("A Liga dos Cabeça-Vermelha")
Crosby, o banqueiro
("O Pince-nez de Ouro")
O Escândalo da Substituição de Darlington
("Um Escândalo na Boêmia")
O Barão Dowson
("A Pedra Mazarin")
Um Caso de Falsificação
("Um Estudo em Vermelho")
Mrs. Cecil Forrester
("O Signo dos Quatro")
O Inspetor Stanley Hopkins
("A Granja da Abadia")
Victor Lynch
("O Vampiro de Sussex")
A Casa Arrendada
("O Intérprete Grego")
Matilda Briggs
("O Vampiro de Sussex") |
A Companhia
Sumatra dos Países Baixos
("Os Fidalgos de Reigate")
A Velha Russa
("O Ritual Musgrave")
Mr. James Phillimore
("A Ponte Thor")
A Família Real Escandinava
("O Problema Final", "O Solteirão Nobre")
Archie Stamford, o forjador
("O Ciclista Solitário")
O Sultão da Turquia
("O Rosto Lívido")
O Rato Gigante de Sumatra, uma história
para a qual o mundo ainda não está preparado
("O Vampiro de Sussex")
Conde Sylvius
("A Pedra Mazarin")
Os Assassinatos de Tarleton
("O Ritual Musgrave")
O Capitão Cansado
("O Tratado Naval")
A Súbita Morte do Cardeal Tosca
("Pedro Negro")
O Lagarto Venenoso
("O Vampiro de Sussex")
François Le Villard
("O Signo dos Quatro")
Wilson, o Treinador de Canários
("Pedro Negro") |
Bibliografia geral:
The Annotated Sherlock
Holmes, William S. Baring-Gould, Clarkson N. Potter;
The Ultimate Sherlock Holmes Encyclopedia, Jack Tracy, Gramercy
Books;
Encyclopedia Sherlockiana, Mathew E. Bunson, Macmillan;
The Original Illustrated "Strand" Sherlock Holmes, Sir Arthur
Conan Doyle, Wordsworth Editions
“É
meu dever saber das coisas.
Talvez eu me tenha treinado para ver aquilo que os outros
olham superficialmente”
— Sherlock Holmes---
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