Quinta feira, 11 de julho
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Sem o amor materno nenhuma
criação poderia continuar.
Nada é inteiramente
físico, nem tampouco inteiramente
metafísico; um pressupõe
o outro e o explica.
Todos os deístas
estão de acordo
que este universo visível
tem uma base, mas diferem
sobre a natureza ou caráter
desta base.
Os materialistas dizem que
não há tal base.
Em todas as religiões,
é idêntico o estado supraconsciente.
Os hindus, cristãos,
maometanos e budistas
e até aqueles que
carecem de credo, todos experimentam
a mesma coisa, quando transcendem
o corpo.
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Os cristãos mais puros
do mundo, foram estabelecidos
na Índia, pelo apóstolo
Thomás,
uns vinte e cinco anos após
a morte de Jesus.
Isto aconteceu quando os
anglo-saxões eram selvagens,
pintavam o corpo e viviam
nas cavernas.
Os cristãos chegaram
a somar uns três milhões, na Índia,
porém agora, só
resta um milhão, aproximadamente.
O cristianismo, se propagou
sempre pela espada.
Que coisa assombrosa, que
os discípulos
de tão doce alma,
tenham causado tantas mortes !
As três religiões
missionárias são:
a budista, a maometanae
a cristã.
As três mais antigas:
o hinduísmo, o judaísmo
e o zoroastrismo, nunca
pensaram em fazer conversões.
Os budistas nunca mataram,
entretanto, converteram
três quartas partes
do mundo, em certa época,
por meio da simples doçura.
Os budistas foram os agnósticos
mais lógicos.
É realmente impossível
deter-se em um ponto
entre o niilismo e o absolutismo.
Os budistas foram, intelectualmente,
demolidores,
estremando sua teoria até
sua última expressão lógica.
Os advaitistas também
levaram sua teoria até a sua conclusão
lógica e chegaram
ao Absoluto, a Substância Única e idêntica,
da qual todos os fenômenos
surgem e se manifestam.
Tanto os budistas como os
advaitistas sentem a identidade
e a não identidade,
ao mesmo tempo;
um desses sentimentos deve
ser falso e o outro verdadeiro.
Os niilistas colocam a realidade
na não realidade e os
realistas
põe a realidade na
identidade; e esta é a luta,
o tira e põe que
ocupa o mundo inteiro.
Os realistas perguntam:
Como adquirem os niilistas
a idéia da identidade ?
Poderíamos replicar:
como uma brasa,
girando rapidamente, aparenta
ser um círculo de luz ?
Só compreendemos
o movimento,
comparando-o com um ponto
imóvel.
Os niilistas não
podem explicar jamais o gênesis da ilusão
de que existe uma base;
nem pode o idealista explicar
como o Um se converte em
muitos.
A única explicação
deve vir de um plano além do sensorial;
devemos elevar-nos à
supraconsciência, a um estado
inteiramente além
da percepção dos sentidos.
Este poder metafísico
é o instrumento superior
que só o idealista
pode experimentar;
este pode experimentar o
Absoluto;
o homem Vivekananda pode
tornar-se o Absoluto
e logo voltar a ser homem,
outra vez.
Para ele, então,
o problema está resolvido
e secundariamente para os
outros,
porque elepode mostrar o
caminho para os demais.
Assim, a religião
principia onde termina a filosofia.
O “bem do mundo” será
quando o que agora
é para nós
supraconsciência, for, em idades futuras,
a consciência
de todos.
A religião é,
portanto, a mais alta tarefa
que o mundo tem diante de
si; e devido ao fato de que
o homem sente, inconscientemente,
isso, se aferrou,
através de todas
as épocas à idéia de religião.
A religião é
a grande vaca leiteira, que tem dado muitas
patadas, mas não
importa porque dá, também, muito leite.
Ao leiteiro, pouco importam
as patadas
da vaca que dá muito
leite.
A religião é
a maior criança que está para nascer;
a grande lua de realização,
alimentando-a
e ajudando o seu crescimento,
ela se tornará um gigante.
O rei Desejo e o rei Conhecimento
lutaram,
e o último estava
a ponto de ser vencido,
quando lhe nasceu um filho,
a Vedanta e lhe deu a vitória.
Depois o amor (bhakti) e
o conhecimento
se casaram e viveram muito
felizes.
O amor concentra, sem esforço,
todo o poder da vontade,
como quando um homem se
enamora de uma mulher.
O caminho da devoção
é natural e agradável.
A filosofia é forçar
a que regresse a sua fonte,
o arroio da montanha.
É um método
mais rápido, porém muito difícil.
A filosofia diz: ”reprime
tudo”.
A religião diz: “abandone
tudo à correnteza,
entregue-se continuamente”.
Este caminho é mais
longo, porém mais fácil e mais feliz.
“Teu, eu sou, para sempre;
desde agora, tudo que eu faça,
Tu o fazes. Nunca mais existirão,
nem eu nem meu”.
“Não tendo dinheiro
para dar, nem cérebro para aprender,
nem tempo para praticar
yoga, a Ti, Oh doce Uno,
me dou; a Ti entrego meu
corpo e minha mente”.
Por muita que seja a ignorância,
por muito que sejam
as idéias errôneas,
não podem constituir
uma barreira entre a alma
e Deus.
Mesmo que Deus não
existisse,
deveríamos entregar-nos
ao amor.
Mais vale morrer buscando
a Deus a morrer
como um cão, buscando
sempre a carniça.
Elejam o Ideal mais elevado
e dediquem-Lhe toda a sua vida.
Sabendo-se que a morte é
certa, o melhor
é dar a vida por
um elevado propósito.
O amor alcança a
filosofia sem maiores esforços;
logo, trás conhecimento
e leva a parabhakti. (suprema devoção)
O conhecimento é
crítico e faz muito barulho acerca de tudo;
porém o amor diz:
“Deus me mostrará
sua verdadeira natureza”,
e aceita tudo.
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Rabbia
Rabbia, em seu leito de enferma,
Por dois santos foi visitada,
Sam Malik e Hassan - o sábio
-
Homens notáveis aos
olhos muçulmanos.
Hassan disse: “Aquele, cuja
reza é pura
Suportará os castigos
de Deus”.
Malik, deu um sentido mais
profundo
E falou da sua própria
experiência:
“Aquele que ama o Mestre
escolhido
se regozijará com
o castigo”.
Rabbia viu que um traço
de egoísmo
ainda restava em suas máximas
E contestou: Oh, homens
de graça
Aquele que viu a face do
seu Mestre
Não se recordará,
em suas orações
de jamais ter sido castigado.
(poema persa - sufi)
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