Sábado, 13 de julho

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     Tudo o que conhecemos é um composto e todo
conhecimento sensorial vem mediante uma análise.
Pensar que a mente é simples,
sensível ou independente, é dualismo.
A filosofia não se adquire pela leitura dos livros;
quanto mais livros lemos, mais turva fica a mente.
 A idéia dos filósofos irreflexivos é que a mente
é uma coisa simples, e isto os levou a crer no livre arbítrio.
A psicologia, a análise da mente, nos mostra que a mente
é um composto e todo composto deve ser mantido
junto por alguma força externa;
por conseguinte, a vontade está ligada
por uma combinação de forças externas.
O homem, não pode nem querer comer,
a não ser que tenha fome.
A vontade está sujeita ao desejo.
Porém, para nós, somos livres, todos sentimos isso.
     Os agnósticos dizem que esta idéia é uma ilusão.
Então, como demonstram a existência do mundo ?
A única prova é que todos nós o vemos e o sentimos;
exatamente do mesmo modo, todos sentimos a liberdade.
Se o consenso universal afirma esta mundo,
também deve, então, ser aceito quando afirma a liberdade;
porém a liberdade não pertence à vontade, tal como é.
A estabelecida crença do homem a liberdade,
é a base de todo o raciocínio.
A liberdade pertence à vontade,
tal como era antes de chegar a estar ligada.
A mesma idéia de livre arbítrio mostra,
a cada momento, a luta do homem contra a escravidão.
O livre só pode ser um,
o Incondicional, o Infinito, o Ilimitado.
A liberdade, no homem, é agora, uma recordação,
uma tentativa para a liberdade.
Tudo no Universo luta para completar um círculo,
voltar à sua origem, regressar
à sua única Fonte real, o Atman.
Buscar a felicidade, é lutar por conseguir
e estabelecer o equilíbrio.
A moralidade é o esforço da vontade ligada, para voltar
a ser livre e a prova de que procedemos da perfeição.


  A idéia de dever é como um sol meridiano
de sofrimento que abrasa até a alma.
“Oh, rei, bebe uma só gota deste néctar e sê feliz”.
(“Eu não sou o ator” este é o néctar.)
        Tratem de que haja ação sem reação;
a ação é agradável; todo o padecimento é reação.
A criança põe a mão no fogo, isto é prazer,
mas quando seu organismo reage,
então vem a dor da queimadura.
Quando podemos deter esta reação,
já não temos que temer a nada.
Controlem o cérebro e não o deixem ler
as impressões; sejam testemunhas,
não reajam, só assim poderão ser felizes.
Os momentos mais felizes que conhecemos são aqueles
em que nos esquecemos inteiramente de nós mesmos.
Trabalhem por suas próprias vontades e não por dever.
Não temos dever algum.
Este mundo é um ginásio de esportes onde estamos
jogando; nossa vida é um eterno dia de festa.
     Todo o segredo da existência, consiste em não ter medo.
Nunca temam pelo que virá a ser de vocês;
não dependam de nada. Só serão livres no momento
em que dispensarem toda a ajuda.
A esponja saturada, não pode absorver mais.


     Até lutar em defesa própria é injusto,
embora seja superior a lutar agredindo a outros.
Não há indignação justa, porque a indignação procede
de não reconhecer a semelhança em todas as coisas.