Segunda Feira, 5 de Agosto
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A questão é:
para chegar aos estados mais elevados,
é necessário
passar por todos os inferiores
ou se pode alcançá-lo
de um salto ?
Os americanos modernos,
gastam vinte e cinco anos
para conseguir o que seus
antepassados
alcançavam em cento
e cinquenta anos.
Os hindus chegam, em vinte
anos, a uma altura
alcançada em oito
mil, por seus antecessores.
No plano físico,
o embrião percorre
a escala de ameba a homem,
na matriz.
Tais são os ensinamentos
das ciências modernas.
A vedanta vai mais longe
e nos diz que não
só temos que viver
a vida de toda a humanidade passada,
mas também a vida
futura de toda a humanidade.
O homem que cumpre a primeira
etapa,
é um homem instruído;
o que cumpre a segunda,
é um *jinanmukta*;
livre para sempre.
O tempo é, simplesmente,
a medida dos nossos
pensamentos e, sendo estes
inconcebivelmente rápidos ,
não há limite
para a rapidez com que podemos
viver a vida futura. Por
conseguinte,
não podemos dizer
quanto durará toda a vida futura.
Pode transcorrer num segundo
ou durar cinquenta vidas;
depende da intensidade do
desejo.
Os ensinamentos, portanto,
devem ser modificados,
segundo as necessidades
do discípulo.
O fogo consumidor está
pronto para todos.
Dêem ao homem um museude
verdades
e ele tomará a que
mais se adapte a ele.
As vidas passadas, modelaram
nossas tendências;
dêem ao educandoo
que está de acordo com suas tendências.
O intelectual, o místico,
o devocional, o prático,
constituem a base; tomem
um desses aspectos
como base, mas ensinem todos
os outros
ao mesmo tempo.
O intelecto deve ser equilibrado
com o amor,
a natureza mística
com a razão,
enquanto que a prática
deve fazer parte
de cada um dos métodos.
Peguem cada um onde ele
se encontra
e empurrem-no para a frente.
O ensinamento religiosodeve
ser sempre construtivo,
não destrutivo. Cada
tendência mostra a ação
de uma vida passada; a linha,
ou raio ao longo
do qual o homem deve se
conduzir.
Todos os raios levam ao
centro.
Nunca tentem torcer as tendências
de ninguém,
porque isso faz retroceder,
tanto ao mestre quantoao
discípulo.
Quando ensinam *jnanam*
dever tornar-se
*jnanis* colocar-se, mentalmente,
no lugar exato
onde se encontra o discípulo.
Da mesma forma, em cada
uma das outras yogas.
Desenvolvam cada faculdade,
como se fosse a única;
tal é o verdadeiro
segredo do chamado
desenvolvimento harmonioso.
Isso significa adquirir
extensão e intensidade,
mas não uma coisa
às custas da outra.
Nós somos infinitos.
Não há limitação
para nós e podemos
ser tão intensos como o mais devoto
maometano e tão amplos
como o maior dos ateus.
A maneira de conseguir isso,
não é colocando a mente
num só objeto, mas
desenvolvendo e controlando
a própria mente;
depois, poderão dirigí-la para
qualquer ponto que os agrade.
Desse modo obterão
intensidade e extensão.
Sintam *jnanam* como se
fosse tudo o que existisse,
depois façam o mesmo
com *bhakti*,
com *raja* e com *karma*.
Abandonem as ondas evão
para o oceano;
depois poderão ter
tantas ondas quantas queiram.
Controlem o lago de suas
próprias mentes,
de outro modo não
poderão compreender
o lago da mente alheia.
O verdadeiro mestre é
aquele que pode empregar
toda sua força, na
tendência do discípulo.
Sem simpatia real, nunca
poderemos ensinar bem.
Descarte a idéia
de que o homem é um ser responsável;
só o homem perfeito
é responsável.
Os ignorantes, beberam até
a última gota
da taça da ilusão
e não estão em seu juízo perfeito.
Vocês, que *sabem*,
tenham infinita paciência com eles.
Não sintam por eles
senão amor e tratem de descobrir
a enfermidade que os faz
ver o mundo de maneira
tão equivocada; ajudem
a curá-los e a ver com retidão.
Lembrem-se sempre, de que
só os livres possuem
o livre arbítrio;
todos os demais estão escravizados
e não são
responsáveis pelo que fazem.
A vontade, como vontade,
está ligada.
A água que se produz
ao derreterem-se os cumes
do Himalaia, é livre,
mas, ao converter-se em rio,
fica presa ao seu leito;
sem dúvida o impulso natural
a leva ao oceano, onde recuperará
a sua liberdade.
A primeira etapa, é
como a queda do homem
e a segunda, como a sua
ressurreição.
Nem um só átomo
encontrará descanso
até que encontre
sua liberdade.
Certas imagens, ajudam a
romper o elo de outras.
Todo o universo é
imaginação, porém,
uma série de imaginações,
cura uma série de outras.
Aqueles que nos dizem que
no mundo há pecado,
sofrimento e morte, são
terríveis;
porém as outras quenos
repetem sempre
"Sou santo, existe Deus
e não existe dor", essas são boas
nos ajudam a romper as cadeias
criadas pelas outras.
A imaginação
mais elevada e que melhor pode quebrar
os elos da cadeia, é
a do Deus pessoal.
Om Tat Sat é o único
que está além de Maya,
mas Deus existe eternamente.
Enquanto existirem as cataratas
do Niágara, haverá
um arco íris; porém
a água corre incessantemente.
As cataratas são
o universo e o arco Íris é o Deus
pessoal, e ambos são
eternos.
Maya não é
existência nem não existência.
As cataratas do Niágara
são o eternamente mutável.
Brahman visto através
de Maya.
Os persas e os cristãos,
dividem Maya em duas partes
e chamam Deus a parte boa
e diabo a parte má.
A Vedanta considera Maya
como um todo
e reconhece a unidade além
dela: Brahman.
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Maomé viu que o cristianismo
estava se afastando da raiz
semita e seus ensinamentos
procuram demonstrar
que o cristianismo deve
ser uma religião semita,
porque sustenta a idéia
de um Deus único.
A idéia ária
de que "Eu e meu Pai somos um só",
lhe causou desgosto
e terror.
Na verdade, o conceito da
Trindade
foi um grande adianto sobre
a idéia dualista
de um Jeová para
sempre separado do homem.
A teoria das encarnações
é o primeiro
elo de uma corrente de idéias
que conduz
ao reconhecimento da união
de Deus e do homem.
Deus, aparecendo primeiro
em forma humana
e reaparecendo depois, em
diferentes tempos,
em outras formas humanas,
é finalmente reconhecido
como residindo em cada forma
humana
e em todos os homens.
O monismo é o estado
mais elevado;
o monoteísmo é
um estágio inferior.
A imaginação
os levará ao mais elevado, mais rápida
e facilmente ainda do que
o raciocínio.
Deixem que uns poucos se
afastem e vivam só para Deus
e salvem a religião
para o mundo.
Não pretendam ser
com Janaka quando são apenas
*progenitores* da ilusão.
(o nome Janaka significa
progenitor e pertence a um rei
que, mesmo conservando
eu reinado por amor
a seu povo, havia abandonado
tudo mentalmente).
Seja honestos e digam: Vejo
o Ideal, mas ainda
não posso praticá-lo;
não simulem renúncia
quando ainda não
o tenham feito.
Se renunciaram, mantenham-se
firmes.
Embora cem soldados caiam
na batalha,
tomem a bandeira e levem-na
adiante.
Deus é verdade de
todos os modos;
não importa quem
caia.
Aquele que caiu, que entregue
a bandeira a outro,
pra que a faça avançar;
esta nunca pode cair.
Quando estou lavado e limpo,
por que me haverão
de atirar impurezas ?
Busquem primeiro o reinos
dos céus
e abandonem todo o resto.
Não desejem que os
agreguem algo;
alegrem-se de estarem livres
de tudo.
Renunciem e saibam que o
êxito é conseqüência,
embora jamais o vejam.
Jesus só deixou doze
pescadores e,
sem dúvida, estes
poucos destruíram o império romano.
Sacrifiquem sobre o altar
de Deus o melhor
e mais puro que a terra
produz.
O que luta vale mais do
que aquele que nunca tenta.
Até o fato de olhar
para um ser que renunciou
exerce um efeito purificador.
Agarrem-se a Deus; soltem
o mundo.
Não transijam: renunciem
ao mundo porque
só assim ficarão
livres do corpo.
Quando os corpos morrerem,
vocês serão
*azad*, ou seja, livres.
Sejam livres. A morte,
apenas,
não é o bastante
para nos libertar.
A liberdade deve ser alcançada
por nossos próprios
esforços durante
a vida; depois, quando morre o corpo,
não haverá
mais renascimento para o livre.
A verdade deve ser julgada
pela verdade e nada mais.
O fato de fazer o
bem não é a prova da verdade.
Não precisamos de
uma tocha para ver o Sol.
Embora a verdade destrua
todo o universo,
continuará sendo
a verdade; atenham-se a ela.
O fato de praticar as formas
concretas da religião
é fácil e
atrai as massas; mas na realidade,
nada há nas exteriorizações.
"Assim como a aranha extrai
de si mesma a teia
e de novo a absorve, do
mesmo modo, esse universo
emana e é reabsorvido
por Deus.
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