Tudo em
vão
Inacreditável... É este teu final – assim, com a maior
ternura.
Sorrindo e fitando dentro dos meus olhos me dizer esquece.
E eu vejo a rolar ladeira abaixo: todos os sonhos de
ventura.
Linda quimera! O sonho de amor de tão puro
parecia prece.
Num gesto incompreensível me desejas, todas às
felicidades.
Pergunto seria às felicidades, apenas mais um gesto de
ironia.
Não quero acreditar... Multiplicas o desdém - por
crueldades.
Fico sozinho analisando às juras “santas” que fizestes
um dia.
Enfim
este adeus a desmoronar essa minha alma, ainda crente.
Deixa em minhas esperanças... Marcas cruéis de sonho
morto.
A imaginar o que será de mim, sinto quanto foi inútil -
à ilusão.
Como a dor do desprezo dói em nossa alma tão
profundamente.
Como é terrível o regresso sem perspectivas de chegar ao
porto.
Vida inteira tentando me enganar e concluir: que tudo foi
em vão.
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