A
imagem do negro perante a sociedade é desqualificado, incapaz, impondo-se-lhe
a restrição no mercado de trabalho. Em posições
aquém da merecida, sofre com maior intensidade a situação
sócio-econômica intensa do desemprego, marcado pelo estigma
de ser preto ou pardo.
A reprodução dessa situação impede a mobilidade
social do negro. Seu salário é inferior ao percebido pelo
branco, estão associados a trabalhos menos qualificados, ocupando
principalmente posições menores em setores de menor status
social. A eles são oferecidos cargos que não exigem qualificação,
sendo a presença do branco superior à do negro em posições
que requerem especialização: a participação
do negro é maior nos setores da construção civil e
serviços domésticos.
As taxas de desemprego são
maiores entre os trabalhadores negros.Os dados comprovam que a duração
do desemprego, isto é, o tempo que o trabalhador negro gasta
para conseguir um emprego é bem maior do que o tempo gasto pelos
brancos.
Por outro lado, comparados aos brancos, os negros enfrentam maior instabilidade
no emprego.
Em outras palavras, o trabalhador negro é o primeiro a ser demitido
e o último a ser empregado.
A mulher negra é discriminada pelo machismo e a somatória
do racismo.
As mulheres negras são a maioria nas atividades domésticas.
A mulher negra ocupa a posicão ainda pior do que aquela ocupada
pela mulher branca e pelo homem negro.
Negros são a maioria nos postos vulneráveis e no chão
de fábrica.
Trabalhadores negros têm de 2 a 3 vezes acesso às funções
de direção e planejamento.
Os trabalhadores negros estão nas ocupações não
qualificados, nas atividades de apoio em serviços gerais.
Os negros tem o posto de trabalho vulnerável. O que significa vulnerável?
São os trabalhadores que não possuem carteira assinada, nem
direitos socias, trabalham por conta própria, enfrentam extensas
jornadas de trabalho e não têm amparo legal.
Há muitas desigualdades entre negros e brancos, agravando mais as
condições de vida entre negros e negras.
O que fazer ?
Nos últimos anos, diversos setores e movimentos sociais passaram
a se preocupar com o problema da discriminação racial no
trabalho.
Desde 1992 as centrais sindicais passaram a criar comissões e grupos
de trabalho, e inclusive desenvolveram lutas conjuntas.
Desta luta nasceu a importante criação da INSPIR- Instituto
Sindical Interamericano pela Igualdade Racial, a campanha pela implementação
da convenção 111 da OIT e a elaboração
de cláusulas de promoção da igualdade para serem inseridas
em acordo coletivos.
Mas também os trabalhadores tem um papel a cumprir: é preciso
que todos e cada um, no local de trabalho, nos sindicatos, etc.., passem
a assumir a luta contra a discriminação racial.
Tendo como base principalmente
dados estatisticos e publicações de sociólogos, cconseguimos
informações de suma imporância para o levantamento
de questões que ajudarão no entendimento do processo que
exclui o negro de determinadas áreas em que pessoas da raça
branca e nivel social elevado predominam.
A discriminação étnica coibindo o acesso do negro
às escolas e sua participação nas melhores
posições remuneradas no mercado de trabalho estão
implícitadas nas atitudes dos dirigentes escolares, onde se detecta
um número insignificante dos mesmos nestes ambientes.
De acordo com pesquisas recentes, as chances de um negro ingressar
na universidade é de 18%, enquanto para os brancos é de 43%.
Por este fato podemos perceber a ideologia do branqueamento presente em
nossa sociedade. A cultura negra, o seu valor humano, a sua força
de trabalho menosprezados, apontam para uma tentativa de sua total destruição.
De todos os lugares em que
ocorrem uma queda de desemprego, Salvador é o que mais sofre com
isso. 25,7% dos negros de lá não trabalham e quando trabalham
são discriminados, até no tempo de serviço. Contando
também a idade, com 40 anos já não se consegue emprego
e fica ainda mais difícil sendo negro.
A mulher negra além de sofrer com o machismo é discriminada
também pelo racismo. Estão perdendo lugar no mercado de
trabalho para as mulheres brancas, ficando para as negras as atividades
domésticas.
Os trabalhdores negros ficam com grande número de trabalhos vulneráveis.
Esses não tem carteira assinada e nem direitos. São autônomos.
Foram criados campanhas para contornar essa situação. Mas
ficam apenas em promessas.