Ilze Zirbel & Vânia Moreira Klen
Este trabalho foi originalmente produzido como parte do curso de teologia das duas pesquisadoras e como forma de preencher um vácuo existente para a compreensão do processo de ``inclusão'' das mulheres dentro da Escola Superior de Teologia da IECLB (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil).
A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil foi uma das pioneiras no que diz respeito à inclusão de mulheres no campo do Ministério Pastoral no país, campo este ainda não conquistado em inúmeras denominações e instituições religiosas por todo o mundo, como é o caso da Igreja Católica, detentora de um grande número de fiéis e colaboradoras que se encontram interditadas ao exercício do sacerdócio.
Diante da escassez de documentação escrita a pesquisa baseou-se em grande parte no depoimento de professores e estudantes que vivenciaram a época do ingresso das primeiras mulheres na Faculdade de Teologia da IECLB (década de 60).
Ainda que a ``busca de informações'' tenha se dado no sentido de compor também as discussões teológicas existentes/decorrentes desta nova ``prática'' da igreja luterana, muito pouco foi encontrado. Aparentemente o processo não se deu em cima de questões de cunho teológico mas de cunho pragmático, apontando para a flexibilidade dogmática da denominação e a sua busca por inserção no cotidiano de um mundo moderno.
Estamos agora diante de um problemaEm setembro de 1993, reuniram-se em Chapada dos Guimarães, pastoras e estagiárias da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) da Região Norte e do Rio de Janeiro, com o objetivo de estudar o reformador Martim Lutero e o Ministério Pastoral Feminino. Diante da falta de subsídios para a compreensão do processo de abertura para as mulheres no campo da atuação pastoral surgiu a motivação para este trabalho.
completamente novo em nosso país:
a mulher no campo religioso. (...)
Colocamos a Igreja Evangélica Luterana
de Confissão Luterana no Brasil
diante da pergunta:
-Que farão vocês com a teóloga brasileira?
Que tarefa lhe darão quando ela se formar?
(Lorita Manske)
No intuito de obter informações sobre o processo de abertura ao Ministério Pastoral Feminino dentro da IECLB foram recolhidas informações e impressões de pessoas, direta e indiretamente envolvidas com esse tema, através de entrevistas e cartas. Dessa metodologia resultou uma riqueza de dados, em parte, contidos neste trabalho.
Como indivíduos e fatos não acontecem fora de um contexto e nem passam por eles sem interagir em seu quotidiano, os acontecimentos da década de sessenta, época em que surgem as primeiras mulheres na Faculdade de Teologia, desarrolaram os temas que institucionalmente seriam tratados no mundo eclesiástico. Dentro de uma perspectiva geral, o primeiro capítulo tenta resgatar o pano de fundo que determinou certas posturas no país e na Igreja daquela década.
O processo de abertura do campo teológico para as mulheres, outrora reservado apenas para os homens, passa a se dar gradualmente, acompanhando a caminhada da sociedade. O segundo capítulo tenta acompanhar estes passos dentro da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.
A presença da mulher na Faculdade de Teologia suscitou uma série de discussões que passaram a fazer parte das pautas de diversos setores da Igreja. Muitas dessas discussões estavam embasadas em preconceitos enraizados dentro de uma cultura androcêntrica que ditava os valores e as relações tanto pessoais como institucionais. Numa busca por identificar fatos e processos, o terceiro capítulo aborda questões que se referiam à aceitação da mulher no Ministério Pastoral.
As hipóteses levantadas por este trabalho querem ser um auxílio para as perguntas que diversos setores femininos da Igreja têm levantado a respeito dos Ministérios e suas especificidades. Somos todas/os andarilhas/os de um caminho sinuoso, cujas paisagens merecem ser observadas em seus detalhes.
A década de 60 encontra o mundo com uma nova cara. A geração pós-guerra nos Estados Unidos e Europa está nas ruas. Entre capitalistas e comunistas reclamam-se direitos civis para negros, agitam-se movimentos pela paz, derrubam-se valores políticos conservadores e os hippies escandalizam com o amor-livre. Há uma nova proposta de desenvolvimento: The American Dream e acirra-se a guerra fria. É o boom do liberalismo filosófico e econômico.
Estrutura-se o feminismo radical e as mulheres, que em décadas anteriores eram mortas em portas de fábricas por exigirem menos horas de trabalho, ridicularizadas nos Congressos por levantarem a bandeira do Sufrágio Universal, aparecem cada vez mais no âmbito público buscando igualdade de direitos na educação e no trabalho.
Cada vez mais os movimentos de mulheres vão ter contato com o socialismo e com o neo-marxismo. Num mundo liberal onde todas as idéias são possíveis, a qualidade humanística do neo-marxismo será a base teórica de muitos movimentos sociais:
... part of general political ferment of the 1960s was a resurgence of socialist and marxist movements under the general label of "new left'. (...) The humanistic quality of this neo-marxism, with is stress on the role of the culture and ideas in sustaining the power of the ruling groups, made it especially adaptable to the needs of feminist theory.1Entre as grandes mudanças pelas quais o mundo do pós-guerra passa estão a deteriorização econômica e política do continente sul-americano. Em contraste com o American dream a Revolução Cubana suscita um novo desafio por criar um clima de insatisfação e crise que não apenas afetava as relações interpessoais como ao mesmo tempo criava condições para a discussão de novas idéias, no plano social e político.2
Em nível religioso, o Concílio Vaticano II procurou definir uma nova relação com o mundo a anterior contradição entre Igreja-mundo, fé-razão, sagrado-profano foi superada e entrou-se numa nova etapa de conciliação e reconhecimento mútuos3 Como implicação para a América Latina, alguns grupos procuraram ``latinoamericanizar'' as propostas essenciais do Concílio Vaticano II, originando uma nova interpretação bíblica e histórica comprometida com a realidade.4
No Brasil, a economia liberal desemboca no plano econômico desenvolvimentista: "Cinqüenta anos em cinco" de Juscelino Kubitscheck (1956-1961) que transfere a capital Federal da República do Rio de Janeiro para Brasília. Há um despreendimento econômico que satisfaz a classe média urbana emergente, mas que acaba causando graves crises políticas e econômicas.
A era Jânio Quadros (1961) entra "varrendo a casa" e chega ao poder com ampla base popular e gravíssimos compromissos com o imperialismo, a burguesia mercantil e o latifúndio,5 levando seu governo a contradições intransponíveis. As dificuldades de sustentação política geradas por estas contradições contribuíram para sua renúncia, o que não implicou em melhorias de planos ou propostas de governo, pelo contrário, a crise se acentua e a nação experimentou um vazio de liderança política e conseqüente indefinição de rumos.6
Sem o apoio dos militares, que vetaram sua posse, o vice-presidente João Goulart (1961-1964) não teve base de sustentação para seu governo, apesar do grande apoio popular. Deflagrou-se, assim, a crise 61-64 que culminou na ascensão do poder militar.
A época é marcada pela extinção dos partidos políticos (AI-2); no plano econômico houve uma penetração tranqüila de capital e investidores estrangeiros; no âmbito cultural a censura restringe as manifestações; houve intervenção direta nas universidades, nas organizações estudantis e as esquerdas caíram na clandestinidade. Paulatinamente as questões foram se agudizando e em 68 com o AI-5 instala-se uma ditadura de linha dura, onde de fato começam as torturas e os desaparecimentos.7
A Igreja Luterana entra na década de 60 com uma forte perspectiva de unificação.8 No quarto Concílio Eclesiástico de outubro de 1962 anexa-se ao nome ``Federação Sinodal'' a denominação ``Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil''.
Dentro do processo de estruturação da igreja, surgem as discussões de problemas sociais.9 A conjuntura sócio-política-econômica do país, a crescente industrialização e urbanização criam um sistema de classes sociais que afeta o quotidiano das famílias luteranas10 Entram em pauta as discussões em torno da reforma agrária, questão indígena e migração.
...os nossos membros chegam na Rondônia, e ocorreu de luteranos invadirem terras indígenas, havia o problema do migrante, luterano perdendo terra, luterano sendo explorado na questão da terra. Esses temas começaram a preocupar a igreja, bem como o envolvimento diacônico da igreja nossa responsabilidade social.11Há nesse período uma grande discussão sobre as reformas de base no Brasil, bem como as mudanças sociais que vinham ocorrendo. Essas discussões impulsionam as igrejas para o campo ecumênico. O forte cunho social da teologia de Karl Barth, que influencia o pensamento do Dr. Ernesto Schlieper, foi decisivo para o fato da Federação Sinodal pedir membresia no CMI.12
A implantação do Regime Militar (31/03/64), num primeiro momento, não chega a interferir diretamente nas instituições religiosas. No caso específico da Igreja Luterana se entrou num certo paralelo da evolução que os militares conseguiram impor. (...) o projeto de constituição da IECLB se nutriu um tanto dessa visão dos militares terem salvo o país.13 Além disso, as relações entre Igreja e Estado sempre haviam sido favoráveis diante da longa tradição luterana de respeito às autoridades oficiai:
Desde a fundação do Sínodo Riograndense, 1886, sempre se mandou saudação para as autoridades, isto está dentro do luteranismo, o nosso aqui também, a autoridade é saudada e nas orações em público sempre há menção às autoridades, pode olhar nas nossas agendas, está se orando pelas autoridades. isso é uma tradição cristã muito antiga, não é invenção desse pessoal. Então, este aspecto sempre esteve presente.14Ainda que a postura de respeito às autoridades fosse mantida a nível oficial dentro da IECLB, é sob a ditadura militar que cresce a consciência crítica em relação à violação dos direitos humanos praticadas pelas autoridades.
sabemos hoje que uma comissão instituída pela igreja, a comissão de responsabilidade pública, fez certas investigações em Curitiba, principalmente, pegou depoimentos, bem testemunhados, de que havia tortura e enviou à igreja. Isso foi engavetado e o Gottschald continuou a nível internacional negando e afirmando serem episódios isolados.15Outro fator preocupante para a igreja, na década de sessenta, é a falta de mão-de-obra. Desde o término da Segunda Guerra Mundial muitos pastores alemães que serviam à Igreja Luterana no Brasil começam a retornar à pátria natal. As vocações nacionais não conseguiam suprir a demanda das comunidades, o que levou à criação de um curso intensivo de formação de pastores em 1968. A Faculdade de Teologia tinha grande influência dentro dos setores decisórios da igreja inclusive, por diversos momentos, teve como reitor o presidente da Federação Sinodal.16 A própria Comissão Teológica da IECLB era composta pelo corpo docente da Faculdade.
No campo teológico havia uma forte influência alemã representada no número de professores da Faculdade e nas duas principais correntes de interpretação teológica em voga na época: a ``barthiana'' e a ``bultmaniana''. Como chave hermenêutica trabalha-se com o método histórico-crítico. No fim da década de 60, surgem as teologias da Revolução (Richard Shaul) e da Esperança (J. Moltmann).
À luz dos acontecimentos mundiais e nacionais muitas são as transformações pelas quais a Igreja há de passar durante esta década. Ainda que tenha acontecido sem grandes alardes ou planejamento, também as mulheres começam a conquistar espaço junto ao estudo de teologia.
A caminhada das mulheres em direção à teologia é lenta e gradativa. Com o aumento da participação na vida pública/profissional, também no mundo religioso as possibilidades de abertura passam a ser vislumbradas. As mulheres luteranas do início da década de sessenta encontram-se a caminho do estudo de teologia sem, contudo, ainda fazerem parte dele.
As vocações religiosas femininas eram canalizadas, em sua grande maioria, para a Casa Matriz de Diaconisas.17 Em sessenta ainda não era conhecida a forma de ser pastora. A única possibilidade para uma jovem, que queria se dispor ao serviço da Igreja, era servir na Irmandade.18
A tradicional visão de mulher como elemento frágil, passível de proteção, vinculava a mesma à estrutura familiar, principalmente subordinada às figuras do pai ou do marido. A princípio, essa vida religiosa de freira e diaconisa foi a forma da mulher não casada poder atuar dentro da sociedade, ela deveria viver em uma comunidade de mulheres.19
Dentro desta visão, a Casa Matriz representava ainda a possibilidade da mulher poder sair de casa para estudar sem criar atritos com a estrutura familiar patriarcal. Muitas das moças, após algum tempo, procuravam outras possibilidades de realização pessoal, saindo da Casa Matriz e não retornando às casas paternas:
Tinha muito disso, elas se soltavam de casa e os pais também se acostumavam com as filhas fora de casa, tornando a sua saída mais tranqüila. Muitas vezes a Casa Matriz esteve muito consciente desse papel, sabendo que estava ajudando as jovens a terem uma opção além da roça."20Apesar de serem a principal expressão da vocação religiosa feminina,as irmãs na verdade trabalhavam principalmente nas instituições (...) uma formação específica para as irmãs trabalharem na comunidade não tinha.21 Outra dificuldade apresentada pela diaconia era a sua forma de vida: celibatária, comunitária, com um "caixa" comum, etc. Na década de sessenta, se acentua o espírito desenvolvimentista, carregado de individualismo capitalista, o que influenciou a nível filosófico a vocação das mulheres. A vida da Irmandade não atraía mais as aspirações femininas que já podiam vislumbrar outras perspectivas dentro do espaço profissional.
Como campo de formação, além da Casa Matriz, os internatos femininos ligados às Escolas Evangélicas ofereciam uma "boa formação" para moças no estudo clássico humanístico ou direcionado ao magistério. Muitas dessas escolas visavam quase sempre a educação primária: As escolas normais, como se chamavam naquela época, preparavam para o magistério e preparavam principalmente moças.22
À semelhança de algumas escolas alemãs, que trabalhavam com uma filosofia especificamente direcionada ao lar e à maternidade, existia ainda o Curso de Economia Doméstica (ou Economia do Lar).23 Escolas como a Fundação Evangélica de Novo Hamburgo e a Escola Normal Martin Luther de Estrela se enquadravam nesse padrão.24
Apesar dessas escolas gozarem de certa reputação, nem sempre satisfaziam as possibilidades de formação desejadas para os/as filhos/as, especialmente de pastores e professores alemães que trabalhavam no Brasil. O Instituto Pré-Teológico (IPT) era uma das possibilidades encontradas por ser uma "escola alemã no exterior" (reconhecida como tal na Alemanha) e por seu caráter de formação humanística.25
Bem no início do IPT as moças nem eram admitidas. O IPT era para ser uma escola, foi pensado dentro de uma lógica, onde o estudo de teologia e o ministério era uma coisa só para homens.(...) Não se tinha pensado no IPT para as mulheres. Só com o tempo foi se admitindo uma ou outra e com vistas a dar para elas uma formação humanística.26Durante muito tempo o IPT foi considerado o caminho natural para o estudo da teologia dentro da Igreja Luterana. Apesar disso as mulheres do Pré-teológico não tinham esta perspectiva, pois o ministério pastoral era algo comumente exercido por homens. O estudo da teologia passa a ser encarado como possibilidade a partir do momento em que a sociedade brasileira assume para as universidades uma educação liberal que amplia o espaço profissional feminino.
As primeiras mulheres que chegaram a ingressar na Faculdade de Teologia, oriundas do IPT, não o fizeram com o objetivo de completar o estudo, mas visavam uma complementação do curso que recebiam no IPT.27
Aconteceu o seguinte, o curso aqui, no Pré-teológico, era tão compacto, que não se precisava o mesmo número de anos que uma escola pública levava para transmitir os conteúdos. Em termos de anos de estudo, para quem não ia estudar teologia, ficava faltando um ano curricular, ainda que o conteúdo estivesse todo passado, por isso elas faziam um ano a mais na faculdade.28Ainda assim, a primeira mulher a concluir o curso de teologia era proveniente do Instituto Pré-Teológico (IPT).
Uma série de aspectos contribuíram para que a admissão de mulheres ao estudo da teologia fosse possível. A própria possibilidade que havia das egressas do IPT concluírem seu curso na Faculdade de Teologia constituía uma porta de entrada para que, mais tarde, se efetivasse a presença feminina ao longo de todo o curso.
Outro fator decisivo neste processo era a ligação que a Faculdade tinha com a Alemanha. A própria docência da Faculdade de Teologia era composta, em sua maioria, por professores alemães ou por professores brasileiros que tiveram parte de sua formação naquele país onde, há mais tempo, já havia mulheres atuando no campo teológico.
Não houve resistência por parte do corpo docente à admissão de moças à FACTEOL, isso era considerado algo muito normal. (...) todos os professores daquela época eram da Alemanha. Na Alemanha, pelo menos já em 1958, era normal que também moças estudassem teologia.29Enquanto que em outras denominações o acesso de mulheres ao estudo de teologia era vetado por questões teológicas fundamentalista,30 a herança luterana da exegese histórico-crítica alemã, que se caracteriza por uma teologia crítica que faz a diferença entre o que vale, o que é da época, o que vale sob condições circunstanciais e o que é válido em termos teológicos,31 não permitia literalismos bíblicos.
Os vínculos com a Alemanha traziam ainda para dentro do pensamento teológico luterano no Brasil uma postura liberal que permite uma série de variações de posições teológicas como também uma certa flexibilidade dogmática dentro de um luteranismo não ortodoxo. Assim sendo, o luteranismo brasileiro sempre foi um luteranismo flexível e aberto para novos desafios.32
Houve ainda nessa época a abertura da Faculdade de Teologia para o ingresso de estudantes de outros educandários. Esta abertura possibilitou às vocações masculinas e, posteriormente, às femininas não provenientes do IPT, o acesso ao ministério pastoral, o que ia de encontro ao problema da falta de obreiros na Igreja.33
Ao lado de tudo isso estavam as transformações pelas quais a sociedade como um todo estava passando e que afetavam de forma especial o contingente jovem das igrejas. Estas transformações vinham carregadas de conquistas do feminismo liberal burguês que possibilitou o discurso de direitos iguais frente à educação, à política, ao trabalho, etc. Assim
A mulher professora conquista o lugar que antes era do homem, a mulher secretária também, e começa a haver possibilidade de você, enquanto solteira, ter o seu espaço na sociedade (...) fora da vida religiosa consagrada e vai optar também pelo estudo de teologia.34Como reflexo de todas essas transformações as vocações femininas chegam à Faculdade de Teologia com as mais diversas formações.
A primeira estudante de teologia, Elisabeth Dietschi, após concluir seus estudos no IPT, ingressa na Faculdade de Teologia em março de 1966 encorajada pelo então diretor P. Dr. Lindolfo Weingärtner:
Quanto à matrícula de Elisabeth Dietschi: Posso dizer de forma positiva que a encorajei a matricular-se na Faculdade, isso, após termos discutido o assunto 'moças na Faculdade' de forma genérica no corpo docente(...) eu notei que ela tinha inclinações e dons que prometiam um estudo teológico profícuo e ajudei-lhe a tomar a decisão final.35Em junho de 1970 Elisabeth estava apta para o Primeiro Exame Teológico, vindo a ganhar uma bolsa de estudo pelo período de um ano na Alemanha. Esperava-se que ela fizesse uma especialização para trabalho com mulheres, retornando ao Brasil para trabalhar com a OASE.36 Em 20 de fevereiro de 1971 casa-se, em Berlim, com o Sr. Bernhard Moltmann. Em maio de 1973 é ordenada pelo Bispo berlinense Kurt Scharf da Igreja Evangélica da União.37
No ano de 1967 matricula-se na Faculdade de Teologia Lorita Manske. Tendo uma ativa participação na Juventude Evangélica de Timbó, veio a participar de uma Escola de Líderes em Hamburgo Velho, onde conheceu Elisabeth Dietschi:
morei no mesmo quarto com Elisabeth Dietschi, a primeira mulher que concluiu o curso de Teologia, e não tive dúvidas. Decidi que no ano seguinte estaria na FACTEOL. Na oportunidade conheci um bom número de estudantes de teologia, troquei idéias e vi que era isso que eu queria38Em novembro de 1969 Lorita desliga-se da Faculdade por questões particulares, não retornando mais ao curso. A segunda mulher a concluir o curso de teologia foi Maria Luiza Schwanke, que veio a cursar a Faculdade de 1970 a 1974. Após o primeiro exame teológico, Maria Luiza foi designada para trabalhar na Fundação Evangélica em combinação com a Comunidade Evangélica de Hamburgo Velho.39
Em 1970 chega à Faculdade de Teologia Elsbeth Schütz, proveniente de Limeira (SP). Em julho de 1975 ela tranca a matrícula, vindo a concluir os estudos somente no segundo semestre de 1981.
O número de estudantes femininas aumentou gradativamente durante a década de setenta e em 1978 teremos a ordenação da primeira pastora na IECLB.40 Estimuladas pelo engajamento nas suas comunidades de origem, especialmente ligadas às Juventudes Evangélicas, as primeiras estudantes de teologia abriram precedentes para que mais tarde se consolidasse o Ministério Pastoral Feminino na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.
A presença feminina na Faculdade de Teologia questionou o lugar comum da mulher no mundo religioso. Ser estudante de teologia não significava estar livre dos preconceitos decorrentes de uma mentalidade patriarcal predominante na sociedade. Várias eram as suspeitas por sobre a estudante relacionadas com as suas capacidades e o seu real interesse pelo estudo.
A vinculação da mulher ao homem e, conseqüentemente, ao casamento e ao mundo doméstico estendeu-se ao campo teológico. Diversas vezes associou-se o interesse da mulher estudante ao matrimônio; imaginava-se que ela estava na teologia para ``achar um marido-pastor''.41 As que não se encaixavam nesta visão geral eram consideradas exceções.
De início também não se imaginava para a estudante de teologia um ministério pastoral.42 Aquelas que, eventualmente, acabassem se casando com um pastor, iriam com ele para a paróquia, mas o pastor seria ele43 No caso de Elisabeth Dietschi, que desde o IPT era reconhecida como uma estudante muito capaz, se projetou para ela a teologia como ciência, mas não como opção prática:
A Elisabeth nós conhecíamos desde o IPT. Ela fazer teologia foi algo que não causou grande ruptura e nem ameaça. Ela era uma capacidade muito grande em termos de estudo, de reflexão, tanto que a gente via nela uma eventual pessoa que iria continuar estudando teologia como ciência, nós não podíamos nos imaginar ela como pastora.44Para a estudante que chegasse a concluir o curso não havia, por parte da Igreja, uma definição clara quanto ao seu futuro:
O direito de serem admitidas ao ministério não estava assegurado para as estudantes. Nossa atitude foi pragmática. Os docentes calculavam que a igreja não teria condições de negar o ministério a mulheres, uma vez que começassem a aparecer as primeiras formandas. As candidatas eram poucas. Tudo, na opinião de muitos, não passava de uma tentativa.45Com a efetivação da presença feminina na Faculdade de Teologia concretizou-se a necessidade de formulações oficiais e subjetivas a respeito do papel que a mulher desenvolveria no âmbito eclesiástico enquanto pastora.
Também no meio estudantil houve uma preocupação relacionada à falta de clareza para com a situação das mulheres na teologia. O CADES (Centro Acadêmico Dr. Ernesto Schlieper), enquanto entidade representativa estudantil, pede uma definição clara da posição da direção quanto ao pastorado feminino.46
O pedido de esclarecimento surge novamente no relatório do VII Concílio Geral da IECLB, apresentado pela Comissão de Formação de Obreiros onde se solicita ao Conselho Diretor (que) preste informações sobre os estudos já realizados no que diz respeito à função e tarefa das teólogas.47
No campo teológico, o ingresso de mulheres não encontrou base sólida de contestação devido à herança histórico-crítica da exegese que prevalecia na Faculdade de Teologia, razão pela qual I Coríntios 14, por exemplo, não podia valer como argumento contrário à ordenação de mulheres.48
No campo estrutural, devido às dúvidas quanto ao ``aproveitamento'' das estudantes formadas, toma-se a decisão de limitar o número de candidatas ao estudo de teologia, bem como de alertá-las para o fato de haver um campo de trabalho reduzido para o serviço pastoral feminino.
O presidente lembra o fato de 3 (três) Senhoritas-estudantes concluírem mais cedo, mais tarde seus estudos na FACTEOL. O Sr. Presidente sugere que o número de senhoritas-estudantes seja limitado e que não seja previsto ainda sua ordenação no caso de conclusão do 1. exame teológico, levando em conta o ambiente de trabalho existente em nossas comunidades. O Conselho Diretor resolve aguardar o parecer da comissão teológica sobre o assunto. Constatando no entanto, que não é o estudo de teologia que dá direito à ordenação, mas sim o segundo exame concluído. O Sr. Presidente, mesmo assim, sugere que as candidatas ao estudo de teologia (que dá direito à ordenação digo), sejam alertadas sobre o aproveitamento limitado de senhoras no serviço pastoral em nossa Igreja.49Quando a possibilidade de um pastorado para mulheres passou a ser vislumbrada,50 havia dentro de um senso comum, do qual compartilhavam estudantes, professores e direção da Igreja, uma série de possíveis empecilhos para um Ministério Pastoral Feminino, sendo a maioria deles de ordem prática:
Se perguntava pela aceitação da pastora nas comunidades que tinham uma tradição só de homens no pastorado, como ela seria recebida. A questão era mais: 'Será que a mulher vai ter tempo?', por ser associada à maternidade, e 'vai ter condições físicas de enfrentar comunidades por vezes distantes, como vai se virar com a locomoção?' Existia muito esta idéia de sexo fraco.51
O Conselho Diretor disse naquela época: 'pode ser que o campo de trabalho seja limitado para moças', porque a gente achava que não podia mandar moças 'para o mato', para os 'cafundós', lá 'no fim do mundo' para trabalhar sozinha.52
Os 'medos' existentes eram de fato práticos e pragmáticos. Pensávamos em uma pastora a trocar pneus de um Jeep numa estrada poeirenta, ou a enfrentar um sujeito bêbado, etc. Medos que estavam embutidos de alguns preconceitos quanto à 'fragilidade da mulher' que, como entrementes se mostrou, não é assim tão acentuada.53De início, o Ministério Pastoral Feminino passou a ser concebido como uma possibilidade de trabalho em áreas ditas "especiais" ou Pastorados alternativos, a exemplo do que havia acontecido também na Alemanha:54
Se inicialmente a gente pensou que a mulher deveria abraçar um pastorado especial, isso é também conseqüência de um modelo que se ensaiou na Europa. Esse também foi o início na Europa: 'mulher sim, mas só para determinados trabalhos.' Houve uma resistência em reconhecer que a mulher é capaz de exercer um pastorado normal .55
...já era possível ser pastora em algumas igrejas da Alemanha. (...) Algumas igrejas eram mais restritivas quanto a participação de mulheres no ministério pastoral, outras mais abertas ou liberais. Existiam igrejas que admitiam o trabalho pastoral da mulher mas não permitiam que ela se chamasse pastora, tinha que ser chamada vicária. (...) Achavam que elas não deviam trabalhar na comunidade mas assumir tarefas específicas como poimênica em hospitais, prisões femininas, grupos de mulheres.56Assim sendo, o parecer do corpo docente da Faculdade de Teologia, que sistematizou a discussão referente à admissão de moças ao estudo da teologia, datado de 30-31/07/69, coloca que:
Assim como ao pastor, também à pastora deveria ser acessível, em princípio, a administração autônoma de uma paróquia com todos os direitos e deveres que daí resultam, a não ser que motivos de ordem prática (esforço físico, etc.) o impeçam. Em especial ela poderá assumir responsabilidades em uniões paroquiais ou como pastora ao lado de um pastor em comunidades maiores. Além disso ela poderá dedicar-se a serviços especiais em âmbito distrital, regional ou eclesiástico (orientação catequética, assistência social, ordem auxiliadora, cura d'alma em hospitais, asilos, etc.).57A imagem da pastora ainda estava associada, em parte, à visão tradicional do trabalho feminino no meio eclesiástico: esposa de pastor, diaconisa e catequista. Dessa forma se esperava que a pastora trabalhasse, principalmente, com mulheres, crianças e idosos de um "jeito" considerado específico da mulher. Enquanto que na Faculdade de Teologia e nos demais setores decisórios da Igreja o Ministério Pastoral Feminino tornava-se um fato, as poucas informações veiculadas para dentro das comunidades se deram através do estudantado.58 Os estudantes de teologia realizavam por vezes viagens de divulgação da Faculdade onde apresentavam pequenas peças teatrais, números de música e oficiavam cultos. Com o ingresso das mulheres na Faculdade de Teologia também elas passaram a participar dessas atividades.59
Outro veículo de informação, do qual o estudantado fez uso, foi o periódico oficial da Igreja a Folha Dominical. O então presidente do CADES, Martin Volkmann, no ano de 1968, escreve:
Entre os estudantes contamos atualmente com 3 moças, que estudam teologia como os rapazes também e que mais cedo ou mais tarde se formarão aqui. Na Europa há em vários países mulheres desempenhando a função de pastoras. Na nossa igreja isso é algo novo, e desde já devemos pensar no que será delas, quando terminarem o curso.60No ano de 1969, outra matéria é divulgada, agora escrita por uma das estudantes, levando para o âmbito da comunidade as questões que haveriam de motivar as discussões nos setores decisórios da Igreja:
Quando um pequeno número de moças (3) decidiu estudar teologia em nossa FACTEOL, isso causou: admiração, choque, críticas, aprovação e desaprovação. (...) Uma vez que não se encontram leis que vetam cargos públicos à mulher, nos códigos brasileiros, colocamos a direção da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil diante da pergunta: - Que farão vocês com a teóloga brasileira? Que tarefa lhe darão quando se formar? Perguntamos também aos pastores do Brasil: Que reação terão vocês quando nós quisermos começar a trabalhar? Apoiar-nos-ão ou serão contra nós.61O Ministério Pastoral Feminino era um "terreno novo", não somente para a IECLB, mas também para a maioria das igrejas brasileiras. A falta de experiência neste campo levou a Igreja a uma postura de cautela, embasada muitas vezes por preconceitos ligados à capacidade feminina de desenvolver atividades tradicionalmente masculinas. Mesmo o pensamento liberal, veiculado em toda a sociedade, de direitos iguais para homens e mulheres não solucionou estes temores dentro do âmbito eclesiástico.
A postura inicial da Igreja em relação às mulheres reflete um discurso de equiparação: originalmente a concepção de pastorado feminino foi essa de que as mulheres fariam as mesmas coisas como os homens. A idéia da igualdade.62
Apesar de não ser corrente a associação desse pensamento ao Feminismo Liberal, há uma clara relação das conquistas dos movimentos femininos dessa época com esta vertente do liberalismo.
No Brasil da década de sessenta, o Feminismo Liberal não aparece como um movimento sistematizado, apenas os seus reflexos podem ser observados dentro das mudanças de comportamento da classe média urbana.63 Esse fenômeno se deve, em parte, à censura imposta pelo regime militar64 que buscava impedir o acesso a informações que possibilitassem uma divergência de postura em relação à ordem dada.66
Essa alienação dos processos também pode ser verificada no estudo da teologia, onde a presença de mulheres nunca foi associada, direta ou indiretamente, às conquistas feministas. Isso era visto como um desenvolvimento "natural" da sociedade ocidental.
Assim sendo, apesar de haver no meio estudantil grupos que tinham acesso a literatura teológica elaborada por Dorothee Sölle; ser possível inteirar-se, através de informativos adquiridos pela biblioteca, da atuação da mulher no Ministério Pastoral Feminino em outras denominações e países; bem como ter contato direto no exterior com teóloga,65 não se fez uma identificação dessas posturas com o feminismo: Eu não me lembro de nada relacionado ao feminismo, nenhuma autora, nada nessa área.66
O acesso de mulheres à Faculdade de Teologia foi interpretado como casualidade, como um fato normal dentro de uma sociedade em "desenvolvimento". Em decorrência dessa mentalidade, a Igreja se eximiu de fazer um planejamento mais cauteloso em relação às mulheres no ministério pastoral.67 Ainda hoje as conseqüências dessa falta de reflexão e planejamento podem ser observadas nos problemas estruturais relacionados ao Ministério Pastoral Feminino:
Na comissão que temos da API (associação dos/as pastores/as da IECLB) tem a comissão do pastorado de casais e o argumento permanece o mesmo no CD (Conselho Diretor da Igreja). Dizem: 'Olha, nós temos que levar com jeito, porque se a gente começasse a exigir desde o início plenos direitos para a pastora a paróquia não ia aceitar'. A pastora tinha que abrir mão do FERAP, por exemplo, há várias que ainda não têm.68
Durante a década de setenta, com a deteriorização dos Regimes Militares na América Latina e a conseqüente falência das economias nacionais, a sociedade brasileira passa por uma série de transformações. Iniciam-se as discussões sobre a anistia de exilados, mobilizando os grupos de esquerda. O Feminismo no Brasil começa a se estrutura69 marcando presença na classe média intelectualizada.
À partir de 1970 novos desafios são assumidos pela Igreja, muitos deles em decorrência de fatos ocorridos na década anterior. O Manifesto de Curitiba sistematiza uma nova perspectiva de igreja e compromisso social: Não só a questão da tortura, como de toda a responsabilidade política da igreja (é abordada). (...) era um assunto que foi extremamente polêmico.70
Essa nova mentalidade vai, gradativamente, atingindo os mais diversos setores da IECLB. Paralelamente à teologia liberal vão se formando outros paradigmas de interpretação teológica, especialmente levantados pela Teologia da Libertação. Em 1975 a Faculdade de Teologia implanta seu novo currículo com vistas a uma valorização do contexto latino-americano:
Lembrem-se que em 1970 se inicia a tal reforma do estudo e não é por acaso que se faz isso. Isso a gente deve ver nesses outros contextos também, não é um fato isolado, como também a Teologia Feminista não é um fato isolado. Se insere dentro daquilo que a gente poderia chamar em termos gerais, aliás que está sendo chamado, de despertar das consciências.71Com a ampliação dos horizontes teóricos na teologia há um esforço em resgatar historicamente os processos propulsores das transformações filosóficas e sociais. Assim também as mulheres interam-se das diversas vertentes feministas que passam a fazer parte das categorias de análise, o que culmina, na década de oitenta, na busca pelo específico do Ministério Feminino.
A discussão sobre o específico do ministério feminino é uma conseqüência do despertar do espírito feminista. O feminismo é que questiona a isonomia ou a identidade masculina e feminina. Existem hoje, também, correntes muito diversas dentro da teologia feminista justamente em torno dessa questão, se a mulher deve imitar o homem ou deve criar a sua própria identidade em distinção do homem. E isso naturalmente abrange a discussão sobre o ministério feminino. Eu acho que nós não chegamos a nenhum termo sobre isso, ainda hoje.72
Percebeu-se no corpo do trabalho que, enquanto o Ministério Pastoral Feminino continua sendo um grande problema teológico em várias denominações, a flexibilidade dogmática e o rigorismo exegético da IECLB possibilitaram que esta aceitasse desafios levantados pela realidade, assumindo posturas audaciosas para seu tempo. O dogma não se antepõe ao Evangelho!
Apesar disso, a dinâmica de trabalho utilizada pela Igreja na abordagem do Ministério Pastoral Feminino com as comunidades tem contribuído para a morosidade do processo de amadurecimento das mesmas. A comunidade ainda espera que a pastora, além dos serviços tradicionais esperados de sua vocação, assuma os papéis concernentes às visões clássicas das figuras religiosas femininas, como a diaconisa, a catequista e a Frau Pfarrer. Isso acentua-se no caso dos pastorados conjuntos, onde a pastora dificilmente consegue se desvencilhar desses estereótipos.
É possível concluir ainda, com base neste trabalho, a comum dissociação da abertura dos espaços públicos para a atuação das mulheres e conseqüente transformação do mundo doméstico, dos movimentos feministas desencadeadores desses processos. No campo eclesiástico, essa dissociação se refletiu nas interpretações de casualidade, ou naturalidade, para com o ingresso de mulheres no estudo de Teologia.
Também as mulheres no meio religioso se encontram alienadas de sua própria história, impedindo o avanço do diálogo e de definições da estrutura em relação ao Ministério Pastoral Feminino. Assim, as relações de diálogo com as comunidades acabam sendo prejudicadas pela falta de clareza nas informações veiculadas.
Há um caminho a ser percorrido pelas mulheres, pela Igreja, pelas comunidades. Se a história demonstra um passado inovador, isso deve nos encorajar a continuar nessa mesma caminhada, as bases dadas permanecem as mesmas. Não existem casualidades para quem sabe do compromisso assumido pela Igreja que fermenta a realidade dada, criando possibilidades de transformação e libertação.
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Ilze ZirbelTeóloga e historadora catarinense. E-Mail: izirbel@yahoo.com.br.
Vânia Moreira Klen: Teóloga do estado do Rio de Janeiro (Nova Friburgo) e pastora luterana na cidade de Farroupilha (RS). E-mail: vmk@terra.com.br
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