NA
ALEMANHA: BRIEDEL
Briedel,
em 1846 não passava de uma pequena aldeia, às
margens do rio Mosel, no sudoeste da Alemanha. Nessa época,
Briedel pertencia a região administrativa de, Trier,
na então província renana do reino da Prússia,
hoje fazendo parte do estado federado da Renânia Palatinado
(Rheinland-Pfalz).
Trier (ou Tréveris) situa-se à margem direita
do rio Mosel, principal afluente do Reno e deve seu nome
aos Tréviros, povo galo-celta que lá habitava.
A cidade, cuja fundação atribui-se ocorrida
há 4000 anos atrás, foi conquistada pelos
romanos no século 16 a.c. A denominação
romana perdurou por quase cinco séculos, sendo fundada
a “Villa Romana Augusta Treverorum” para aprovisionar
as bases romanas ao longo do rio Reno. A nova cidade tomou
impulso rapidamente e o rio Mosel passou a ter papel importante
nas comunicações, no comércio e no
transporte. Trier cresceu de importância e passou
a ser uma das quatro capitais do Império Romano.
Com a decadência
do Império, a região passou a ser atacada
por tribos germânicas e caiu definitivamente em poder
dos Francos no ano 480.
Em 843 Trier foi integrada ao Império Franco Ocidental,
base da futura Alemanha, e recobrou parte de seu antigo
prestígio, que durou até a dissolução
do Sacro Império Romano Germânico, do qual
o Arcebispo de Trier era Príncipe Eleitor.
A ocupação
de Trier pelos franceses, em 1794, destruiu velhos sistemas
e antigas tradições. A economia sofreu forte
abalo e ficou paralisada. O golpe, por demais violento,
e a desvalorização da moeda, que persistiu
até 1815, contribuíram para a estagnação
geral. Grande parte da força de trabalho foi convocada
para servir nos exércitos de ocupação
e de conquistas. Napoleão, Imperador da França,
tornou obrigatória a vacina contra a varíola,
do que resultou a queda geral da mortalidade na população.
A Prússia, com
o Tratado de Viena, apoderou-se da Renânia. Uma das
principais medidas do governo prussiano, a proibição
do comércio com a França, aprofundou ainda
mais a crise econômica.
No século XVII, Trier ficou alguns anos sob ocupação
francesa e, a seguir, espanhola, originando uma situação
desoladora. O começo do século 18 também
foi instável, normalizando-se em seguida.
A economia, fundamentada
na viticultura, e que funcionava eficientemente, sofreu
forte abalo e ficou paralisada. bens e propriedades foram
confiscados. As corporações de artesãos
estavam paralisadas, sem trabalho e sem condições
de formar novos profissionais.
A grande maioria da população
levava uma vida extremamente modesta nos meios urbanos e
muito pobre no meio rural. O alimento básico, a batata
inglesa, passou a ser prejudicado por diversas pragas. Em
1817 sobreviera o chamado inverno da fome, obrigando grande
número de pessoas e famílias a migrar, em
busca da sobrevivência.