PARAÍBA FEMININA, SIM SENHOR !

             VELTA   JÁ  NASCEU  SENSUAL
     Emir Ribeiro, seu criador, faz questão de inovar a personagem

      
                                            Por Fátima Farias

   Pode-se dizer que Velta surgiu por acaso, e nem o seu próprio criador - o quadrinista Emir Ribeiro - imaginou que aquela personagem chegasse a tanto. Tudo começou quando ele pintou uma enorme loura com mais de 2 metros de altura, com cabelos tão comprido que chegavam ao tornozelo. Estava sensualmente sentada numa motocicleta vermelha, com uma cidade ao fundo. Foi batizada de imediato como WELTA (o "W" como o som de "V", como na pronúncia alemã). Com o tempo, Emir decidiu deixar Velta com "V" inicial.
   Na época (1973) o Paraibano de João Pessoa, Emir Ribeiro, tinha 14 anos de idade, e a pintura à óleo era seu passatempo. Um dia, numa simples cartolina, ele criou Velta, que já mostrava sua audácia através das roupas. A partir daí, surgiu a idéia de transformá-la em personagem de quadrinhos, na linha de aventuras. O passo seguinte foi construir uma vida para ela, desenvolvendo histórias e personagens coadjuvantes para a protagonista.
   Os primeiros trabalhos, desenhados com lápis de tinta preta e coloridos com crayons, foram lidos apenas por parentes e amigos próximos. Depois, tomou um rumo tal que se expandiu para o público de outros estados e países, como também foi publicada  em jornais, suplementos e fanzines. E ainda foi adaptada para camisetas, convites, capas de publicações, entre outros.
   Emir comenta que faz questão de inovar Velta, adaptando-a para acontecimentos vigentes, vestindo-a conforme o papel na história. Isso significa dizer que ela não tem um uniforme, a exemplo dos super-heróis, identificados também pelas suas vestimentas, como marca registrada. Há anos os trajes de Velta são considerados audaciosos para a época.
   Apesar de agradar os adeptos de histórias em quadrinhos em geral, Velta atrai, sobretudo, o público masculino, pelo caráter sensual em que se apresenta, principalmente o vasto bumbum insinuante à mostra.

O Norte, Domingo, 26 de setembro de 1993

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